Por Esparta, até a morte. escrita por Manu


Capítulo 27
Um vento sopra pela Grécia, um vento de vingança.




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—Eu sinto muito.-Emma se desculpou pelo comportamento da irmã. Imaginar o rei Leônidas morto já era doloroso o suficiente. Ele havia a acolhido e dado um voto de confiança antes de qualquer um, e agora, seu corpo jazia desonrado pelos persas.

—Vamos para casa, Emma.-Dilios falou. Ela não tinha mais nada a dizer, pegou seu bebê e acompanhou Dilios, que deixou-a em casa e partiu para o sinédrio de Esparta. Ao entrar viu uma espessa fumaça, e à frente da pira funerária, estava a rainha envolta por vestes negras e diversos guardas espartanos. Ele viu que Temístocles, líder dos atenienses, se aproximava do lugar onde a rainha se encontrava. Dilios não precisou perguntar ou sequer adivinhar o motivo que o trazia até lá. Os poucos atenienses restantes viriam se juntar a causa, e precisavam dos navios espartanos para conseguir a vingança pelo massacre de Atenas. Dilios observou uma pequena conversa entre ambos os líderes, monólogos e palavras ditas em um tom extremamente baixo eram feitos presentes. A rainha parecia não disposta a perder mais vidas. A morte de Leônidas foi um golpe duro, um golpe que ninguém esperava. Dado a isso, Esparta se encontrava em inquietação, mesmo não mostrada em ações, mas presentes no olhar e mente de cada cidadão. A possibilidade de Esparta sofrer o mesmo destino de Atenas era algo que ninguém se atrevia a considerar. Dilios viu a rainha abaixar a cabeça, acima dela pairava a poeira das cinzas que se espalhavam no ar. As mãos dela agarravam as bordas da pira. Não era justo... Quantas famílias ainda teriam que sofrer? Quantos filhos ainda teriam que perder seus pais? Quanto sofrimento ainda era necessário para que tudo terminasse? O quanto seria suficiente? Também não era justo o destino que Esparta sofreria se permanecesse em inércia.

—Todo espartano que conseguir levantar uma lâmina lutará contra Xerxes.-Ela declarou, firme como uma promessa. Temístocles se afastou da rainha e foi ao encontro de Dilios.

—Então é isso.-O ateniense declarou.-Acha que temos alguma chance?

—Acho que não temos escolha.

Temístocles assentiu.-Descobriremos amanhã. Os persas se aproximam. Precisamos partir na primeira hora da manhã. Dilios o viu se afastar, com o peso da responsabilidade que o esmagava, carregando as consequências de suas decisões. O próprio Dilios lideraria o exército de Esparta, não sabia se venceriam, mas teriam que tentar. A noite foi longa, e o sol veio aparecendo aos poucos. Tendo passado a noite reunido com o conselho de Esparta, transmitindo as últimas ordens do rei, e liderando as estratégias, no momento em que restava uma hora para deixarem seu país, Dilios passou em sua casa para pegar mantimentos e se despedir de Emma. A encontrou na porta da casa, com uma sacola média em suas mãos. Segurando o embornal que Dilios usaria. Emma o abraçou quando ele se aproximou, mas não disse uma palavra.

"Lembre-se de nós. A ordem mais simples que um rei poderia dar. Lembre-se porque morremos, ele não queria tributos ou canções, nem monumentos ou poemas de guerra, ou valores, o desejo dele foi simples.

Leônidas havia lhe dito. Mas agora Dilios não poderia pensar em morrer.

Não agora, pois precisava voltar para sua vida.

Ela o entregou o conteúdo que havia nas mãos. Ele a beijou antes de ir.

—Me prometa que você voltará.-Ela pediu.

—Eu prometo.-Dilios disse. E esperava cumprir.

—Se você a encontrar... minha irmã...

Pessoalmente, Dilios gostaria de matá-la com sua própria lâmina. Mas não tinha certeza se conseguiria, certamente lembraria de Emma.

—Não vou machucá-la.-Ele disse. Emma assentiu, e com muita dificuldade, o viu se afastar.

"Ele voltará." Disse a si mesma.


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