Por Esparta, até a morte. escrita por Manu


Capítulo 16
´´Espartanos``


Notas iniciais do capítulo

Atualizarei a estória com frequência a partir de agora.



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Dilios levantou mais cedo que de costume, estava irritado,sobrecarregado com treinos e obrigações com seu rei, e acima de tudo, cansado devido ao esforço contínuo de algumas horas atrás. Não havendo largado Emma por um bom tempo, ela jazia deitada ao seu lado na cama de ambos. -Vou sair agora.-Ele sussurrou para Emma-Não faça nada de imprudente. A moça abriu os olhos preguiçosamente. -Claro que não, meu amor. Tenha um bom treino. Mesmo quando Dilios parecia quase explodir de ódio, Emma era o suficiente para acalmar seu coração. O espartano vestiu suas roupas, colocando também a usual capa escarlate sobre seus ombros. Tendo feito isto, partiu. Emma tentou dormir um pouco mais, queria esquecer a Pérsia, a possível guerra que viria, e acima de tudo, esquecer a face de Xerxes. Aquela face que a aterrorizava todos os dias de sua vida e que a cada vez que fechava os olhos aparecia em seus pesadelos como um demônio.

"Você realmente acha que ser rainha de TODA-ela havia feito questão de enfatizar a palavra- a Pérsia pode ser tão terrível, minha irmã?" Artemísia havia lhe perguntado uma vez. "Não seria, se não fosse ele o rei" Ela havia lhe respondido. "Ele não vai desistir, Emma. Para o seu bem, acredito que deveria aceitar" Sua irmã havia tentado persuadi-la. "Almeja tanto assim se ver livre de mim, Artemís'? Quer me ver casada com um homem vazio que se intitula "deus-rei" e que copula com milhares de mulheres, homens, e todo tipo de criatura? Ele me enoja." Emma tentou fazê-la compreender. "Cuidado com as palavras dentro do castelo, alguém pode ouvir minha doce irmã que se encontra revoltada." "Me ajuda a fugir, Artemis'. Por favor, eu.."

"NÃO! Não ouse falar isso, eu não suportaria ficar longe de você. Você é tudo o que eu tenho, Emma. Tudo o que me importa, não posso perdê-la."

"Vai me perder de qualquer forma, irmã. Prefiro morrer à casar com aquele devasso." Artemísia a agarrou para junto de si, não necessariamente num abraço, mas em uma demonstração de afeto. "Encontraremos outra maneira, minha querida"-ela disse afagando o cabelo ruivo da moça.

Emma não retrucou, mas no fundo sabia. Não havia outra maneira. Mais tarde, ainda naquele mesmo dia, ao arrumar a sela do cavalo em que faria sua viagem solitária, havia caminhado uma distância considerável do palácio. "Me perdoe, Artemísia. Preciso ir" Emma sussurrou ao vazio.

Estas lembranças causaram uma pontada forte no coração de Emma. Isto e uma suspeita forte, que estava para ter quase certeza. Também sentia uma saudade avassaladora de sua Artemis', -como gostava de lhe chamar- de certo estava feliz com Dilios, mas não havia como negar, quando reencontrasse sua irmã, como diria a ela que havia se entregado justamente a um espartano? nada poderia ser pior na visão de Artemísia. A esperança de Emma é que sua irmã não a desprezasse por isto. Se a desprezasse,seria pior do que morrer. Emma mostrou um sorriso triste, e levantou para enfrentar o difícil dia que se seguiria.

Dilios foi o primeiro a chegar na arena, avistando ao longe o rei Leônidas que vinha com seu filho. -Meu rei. Alguma novidade em relação à Pérsia?-Dilios o perguntou. -Notícias colidem entre boas e péssimas, meu amigo. A Carnéia realmente impedirá que levemos todo o exército para a guerra, mas o ponto principal é que Xerxes não pode nos atacar agora, seu poder central e seus comandantes não se encontra precisamente na Pérsia, mas nas cidades mais longínquas da Ásia. Recebi notícias de que ele já os convocou, mas demorará alguns meses para que estejamos em uma situação de enfrentamento direto. Dilios não sabia o que dizer, ou pensar. Estava visivelmente pertubado. Se o amor era realmente uma coisa tão boa, como citavam as canções, por que sentia-se daquele jeito? Os espartanos que faltavam mostraram agora sua presença, e rapidamente formaram-se as duplas de treinamento. Dilios treinou pesado, manejando a espada com força, como no campo de batalha, chegou a tirar sangue de seus companheiros, estes, o louvacionaram por sua determinação. "Espartanos" Ali não havia lugar para ternura, não em Esparta. Não havia lugar para fraqueza. Fandrall não estava lá... notou Dilios vagamente, deixando-se esquecer das vozes de seus amigos. Passava-se das 4 horas da tarde. Emma recebeu em casa uma senhora enrolada em um capuz vermelho, 30 minutos mais tarde, a mulher saiu pela mesma porta da frente. Emma sentou-se no chão depois de fechar a porta, chorando. Mas desta vez, lágrimas de alegria lhe desciam. Não ficou muito tempo em sua estranha situação, a porta bateu novamente. E desta vez, um espartano jazia em sua frente. -Fandrall. Estou certa? -Está. -O que deseja? -Acho que bem o sabe. Aquilo não poderia estar acontecendo. -Como ousa? Vir a casa do Dilios trazendo este pensamento repugnante, também sabendo que já pertenço a ele. -Você pertence a quem lhe reivindicar.-Fandrall a disse, afastando a porta, e aproximando-se da moça. -Não sou um objeto-Emma o disse, a obstinação presente em cada palavra. -Vá embora, agora. O espartano agarrou a cintura de Emma, a puxando com força para próximo dele, e tentou beijá-la. Ela bateu em seu rosto, deixando a marca vermelha de seus dedos. -Seja uma boa menina e não me obrigue a te amordaçar.-Fandrall a ameaçou, segurando o rosto dela, de modo que olhasse para ele. -Vá para o inferno.-Emma o disse e chutou no meio das pernas dele. Fandrall grunhiu de dor, e Emma tentou correr e fechar a porta, mas ele a puxou por seus cabelos. -Me solta! Ela gritou. -Socorro! -Cale-se. Sabia que foi você quem trouxe a guerra a nossa Esparta? Vou arriscar minha vida em batalha, é justo que eu desfrute do prêmio. Fandrall rasgou a parte lateral do vestido que Emma trajava, sendo longo, suas pernas ficaram a amostra. A moça se desfazia em lágrimas. -Não! Ela gritou antes que ele a beijasse. Emma gemeu em protesto e o empurrava com força para que a largasse. Ele a largou. Foi puxado de cima dela e jogado no chão. Dilios esbofeteou o rosto do homem. Não até ele perder a consciência, não era o que ele desejava. Puxou sua espada, e cortou o membro do guerreiro que gritava terrivelmente de dor, o que atraiu os outros espartanos, que correram para ver o que acontecia. Quando o rei chegou, Dilios ainda golpeava a barriga de Fandrall, distribuindo golpes fundos,estes arrancavam jatos de sangue que lhe sujaram o rosto, as entranhas do espartano jaziam esmigalhadas na frente da porta de sua casa. -Dilios... chega-Leônidas o ordenou. Dilios levantou e guardou a espada imunda na bainha. Foi até Emma que tremia e chorava desesperadamente. Não melhorou ao ver a pele bronzeada do seu guerreiro manchada de sangue, nem quando ele a tocou com os restos de Fandrall ainda em suas mãos. O rei se aproximou, já que ninguém mais se atreveu. -Ele... ele queria...-Emma tentou falar, ao rei, a Dilios,ou a ninguém. -Levem o que sobrou do corpo para outro lugar, apenas tirem daqui. A moça está em pânico - Leônidas ordenou. Os homens mais próximos o fizeram e foram embora com o resto dos outros guerreiros. -Estupros não são permitidos na minha cidade, Emma. Ele merece o destino que teve, agora trate de se acalmar.-O rei lhe disse. O rosto de Emma estava vermelho, já não derramava mais lágrimas, mas soluçava insistentemente num triste lamento. -Dilios...-Emma o chamou. Ele não a respondeu. -Venha comigo, precisamos conversar.-O rei lhe disse.-Vou ordenar que minha rainha venha trocar algumas palavras com a moça.

Dilios seguiu seu rei sem dizer uma única palavra. Emma não se moveu, até a rainha chegar e conversar sobre o acontecido. -É o que merecem todos os que tentam impor sua vontade contra nós- Ela disse tentando consolar Emma. Mas a moça não se deixou acalmar. -Onde está o Dilios?-Ela perguntou ainda choramingando. -Em breve estará com você, não se preocupe. -Preciso... falar com ele. -Venha comigo, vou levá-la até ele. Seguiram para os campos de trigo, onde Leônidas e Dilios trocavam pequenas palavras. Emma viu que o cabelo loiro do seu espartano ainda pingava sangue. -Vamos embora, minha rainha-Rei Leônidas disse-Já houve muita confusão por hoje. Ela o seguiu até deixarem o casal sozinho. -Você deveria se lavar, meu amor. Isso pode não te fazer bem.-Emma falou calmamente. O olhar dele estava sanguinário. -Não sei o que fazer, Dilios. Me diga alguma coisa-Ela tentou tocar seu rosto.

Ele segurou seu braço.

—Você beijou outro homem, e dentro da minha casa. -Estava apertando seu braço com força.

—Não, eu...

—Acredito que isto seja mais do que imprudente.

—Não acredito que está me culpando. Ele olhou para o vestido dela que estava rasgado e deu um olhar de desprezo.

—Não faça isso comigo. Não aja como seu eu quisesse que esta confusão acontecesse.

—Não sei o que você queria, porque quando eu cheguei você estava agarrada com outro homem.

Ela tentou soltar seu braço, mas Dilios a puxou como Fandrall havia feito antes.

—Não sou suficiente para você?

Emma se libertou dele puxando-se para trás. Não aguentava mais chorar, não aguentava mais.

—Já chega. Vou embora da sua casa. E da sua vida... 


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