Por Esparta, até a morte. escrita por Manu


Capítulo 11
Dilios




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Artemísia acordou de súbito, movida pelo choque da imagem de seus pesadelos. Sentia suas costas ardendo miseravelmente e estava deitada na cama onde dormia todas as noites no palácio. Suas costas ainda estavam nuas, e o sangue já havia sido estancado. Xerxes entrou no quarto em seguida.

—Entenda que isto foi necessário.

—Não pode pedir para que eu entenda isto.

—Você desobedeceu a uma ordem minha.

—Eu não desobedeci, eu avisei que estava indo procurar minha irmã.

 -No momento em que eu a proibi.

 -Alguma notícia dela? Artemísia perguntou colocando sua armadura, fechando os nós na parte de trás, e sentindo um pouco de dificuldade em respirar.

—Nenhuma.

—Espero que esteja claro que não continuarei aqui enquanto minha irmã está desaparecida.

—Não posso permitir que você vá.

—Irei mesmo assim.

—Artemísia! Não me faça perder a paciência. Eu sou seu rei, lembre-se disto.

—Preciso ir, meu rei. Falou ela num tom de zombaria. Xerxes tentou manter a calma.

—Você ficará aqui, sua presença será necessária para mandar sua armada até o norte da Trácia, no norte da Grécia. Artemísia guardou para si o sorriso macabro que teria dado ao receber esta notícia. Atacar a Grécia, que maravilha.

—Mas e a Emma?

—Não pararei de procurar um dia sequer. E quando você voltar, se ainda não a tiverem encontrado liberarei todo meu exército para que a encontrem, sob sua direção.

—Então, partirei o quanto antes. Em outras condições, Artemísia seguiria atrás de Emma, mas seu coração transmitia uma tranqüilidade, uma certeza de que Emma estava bem.

—Seu navio já está preparado, quando estiver pronta vá. Artemísia se lavou rapidamente, e depois quando se vestiu, subiu até o navio e ordenou que seguissem em frente. A cama de Dilios estava quente, assim como o calor do sol que irradiava por toda Esparta. Como era de costume, Dilios levantou-se devagar, e planejava se aprontar para ir ao treino diário.

—Dilios, não vá. Emma pediu preguiçosamente.

—Não está se sentindo bem?

—Preciso que fique comigo, por favor, fique. Ela parecia cansada. Dilios a beijou devagar, deslizando as mãos e entre o corpo nu da moça que o agarrava com desvaneio, e o pedia insistentemente, embora ele a tivesse possuído por toda a noite. Emma gemeu perto de seu ouvido, e a loucura que o veio à cabeça naquele momento tornou-se inexplicável.

—Não satisfiz você? Dilios perguntou.

—Quero mais.

—Não mais do que eu quero você. Mas infelizmente eu tenho que ir, Fandral está procurando brechas para me irritar. Emma fechou os olhos e jogou sua cabeça para o lado, deixando o pescoço mais à mostra. Dilios o mordeu, renovando as marcas roxas que já ousavam tentar desaparecer.

—Quando eu voltar precisarei que me acalme. Dilios falou sentindo a hora passar-se rapidamente.

—Às vezes é muito irritante ficar lá o dia todo.

—Deixe comigo. Emma falou puxando a coberta até a cabeça. Dilios saiu pela porta, respirando fortemente, e controlando-se para baixar a ereção que teimava em marcar sua roupa. O treino se manteve normal, embora pensasse em Emma, procurou se focar na luta, quem sabe assim o sol não iria se pôr mais rapidamente. Emma não encontrava força para levantar-se, apenas desejava ele, o queria tanto que chegava a ser lamentável a imagem de vê-lo saindo da cama. Será que ela o agradava? Mais do que Aurora o agradou? Seu pensamento foi interrompido por alguém que bateu na porta insistentemente.

 -Dilios! Uma voz desconhecida chamou. Emma foi obrigada a levantar-se para atender, e colocou depressa o vestido que havia usado na noite anterior. Ela abriu metade da porta, e contemplou uma mulher, sua pele era um pouco bronzeada, seus cabelos louros lembravam os de Dilios na cor, seu vestido se mostrava escandaloso, com um enorme decote e uma grande fenda em uma de suas pernas. Seus olhos azuis a encararam quando abriu a porta.

—Me desculpe, mas ele não está, saiu faz pouco tempo.

—Saiu? Mas é cedo, pensei que ainda estivesse aqui.

—Não, mas voltará até o por do sol.

—Então, a moça agora a olhava como se estivesse fazendo uma comparação, e examinou seu corpo de cima a baixo. -Você é a mulher que está morando com ele, a beijada pelo fogo, como dizem.

 -Emma. Ela falou.-Mas ainda não sei seu nome.

—Aurora.

Emma sentiu seu coração gelar.


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