Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora, aconteceu tantas coisas esses últimos dois dias que eu me esqueci completamente de postar, mas já melhorei, eu acho.
Enfim...
Boa leituraaa ^^



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Alto
Correndo alegre no meio de todas as estrelas lá em cima
Às vezes, é difícil de acreditar que você lembra de mim
Será você o meu ombro, quando eu estiver grisalho e velho?
Prometa-me que o amanhã começa com você

High - James Blunt 

E foi assim que meu dia se passou: limpando chão, lavando panelas naquela área em que o sol estava me cegando ­­– é, o sol havia chegado, infelizmente –, e lavando louças na cozinha. Não houve sossego, e só pude almoçar as três, quando o movimento estava menor, mas em compensação, fazia tempo que eu havia comido algo tão bom quanto o risoto de camarão que gentilmente Elijah preparou para mim, eu seria eternamente grata a ele, com certeza.

As sete da noite o restaurante estava fechando, e eu nunca na minha vida fiquei tão falecida quanto hoje, mas eu não deixei transpassar o meu cansaço. Caminhei até o vestiário, louca para tirar aquela roupa soada e tomar um banho, mas quando eu entrei, todos os caras estavam lá, alguns no chuveiro e outros com a toalha enrolada na cintura.

— Ahhhh! – Essa, claro, foi a minha primeira reação após perceber. Tampei os olhos com as mãos e me virei, constrangida – Por que ninguém me avisou?

— Elena! – Marcel riu alto, ele era um dos que estavam no banho, junto com Damon e Klaus, felizmente as cabines possuíam portas, mesmo que baixas, elas cobriam um pouco acima do umbigo deles.

Só então eles pareceram me notar no ambiente e soltaram alguns sons de surpresa. Finalmente consegui mover meus pés e corri dali, me encostando na parede e respirando pesadamente. Socorro! O que havia acabado de acontecer ali?

Não sei quanto tempo passei ali, remoendo minha vergonha até que os caras saíram vestidos, o que eu agradeci em silencio. De cabeça baixa e não querendo encara-los, entrei no vestiário e fui para um dos chuveiros. Não havia vestiaria feminino, já que Damon se recusava a contratar uma mulher, uma idiotice total. Em poucos minutos eu já havia acabado o banho e estava senta sobre um banco colocando minha bota quando Damon bateu na porta.

— É para hoje, Gilbert? – Perguntou arrogante como sempre. Revirei os olhos, pegando minha bolsa no armário e sai, dando de cara com o chef.

— Se tivesse um vestiário feminino, isso não aconteceria – Eu disse, o encarando.

— Se eu não te contratasse, isso não aconteceria – Ele retrucou.

Revirei os olhos e sai dali, indo para frente do restaurante, e vi todos ali, o que me surpreendeu, achei que eles já tivessem ido para casa.

— Ué, o que fazem aqui? – Perguntei.

— Vamos comemorar o seu primeiro dia – Klaus respondeu, ele era o que menos falava.

— Ah finalmente algo bom! – Deu pulinhos animada – Onde vamos? Alguma festa muito louca onde vocês pagarão tudo para mim?

— Não seja iludida – Damon me deu um peteleco na testa, e me encarou como se eu fosse uma criança chata – Ainda estamos na semana, independente de como for a noite, quero todos aqui no horário amanhã – Ele disse enquanto fechava o restaurante.

— Mas, chef — Marcel colocou as mãos nos bolsos e sorriu – você vai com a gente.

— Por que eu entendi isso como uma confirmação e não um pedido? – Damon perguntou, cruzando os braços e parecendo sério.

— Porque um novo funcionário é algo especial, você sempre nos disse isso, mesmo que seja Elena – Disse Stefan passando o braço pelo pescoço de Damon que só faltou o fuzilar com o olhar.

— “Mesmo que seja Elena”? Algo contra mim, Stefan? – Cruzei os braços, encarando Stefan.

— Eu quis dizer “mesmo que seja uma garota”. Tem que pegar as coisas no ar, Elena – Stefan piscou um olho, soltando Damon.

— Ok, vamos logo antes que fique muito tarde – Disse Elijah.

— Mas para onde vamos? – Perguntei.

— Ah minha cara – Marcel sorriu de canto, tornando-se misterioso – O local do nosso ritual de inicialização...

Encarei Marcel assustada, descruzando os braços, sério, ele parecia um psicopata falando assim, que horror.

— Não a assuste de primeira, Marcel – Klaus disse, ele andava mais na frente, junto com Elijah que riu.

É, de uma coisa eu tinha certeza: ninguém ali era normal, mas pareciam também muito amigos, por isso eu dei um sorriso, vendo Damon me encarar com uma sobrancelha erguida, mas logo ele voltou a expressão fria, balançou a cabeça e começou a andar, sendo seguido por todos. Stefan deu um sorriso vitorioso, colocando as mãos nos bolsos.

­– Então – Eu dei alguns pulinhos patéticos até Damon, que continuava a me ignorar – o que você faz no fim de semana? – Era sempre bom conhecer os hobbies do futuro namorado.

— O que? – Ele me olhou confuso – Elena, tem alguns limites que você não deve ultrapassar...

— Claro, concordo plenamente – Eu disse, assentindo – Não ficar longe de você, certo?

Damon me olhou perplexo, logo gargalhando, colocando a mão sobre a boca de uma forma adorável. E eu fosse uma carinha de celular, haveriam corações nos meus olhos.

— Você definitivamente é muito diferente da sua irmã – Ele disse depois de um longo tempo, claro, depois de parar de rir e soltar um longo suspiro.

— Isso é algo bom ou ruim? – O olhei confusa, afinal Katherine era maravilhosa – Alias, como vocês se conhecem? Ela nunca tinha me falado sobre você – Infelizmente.

Damon abriu a boca para responder, mas foi interrompido com um grito animado de Stefan.

— Elena, é aqui! – É nessa hora que eu bato no futuro cunhado? O fuzilei com o olhar, ele me olhou confuso, mas balançou a cabeça e tornou a sorrir ­– Seja bem vinda ao Sample’s Karaokê Lounge!

Karaokê, sério? Essa era o ritual de inicialização dele? Tudo bem né, poderia ser algo pior, como os trotes da faculdade, e antes que pergunte, sim, eu já passei pelos trotes, foi mais divertido que as aulas.

Nós entramos após eu soltar uma risadinha. O local era todo iluminado com luzes coloridas e pessoas espalhadas por todo canto, mas antes que eu pudesse observar mais o ambiente, vi uma loira se aproximar da gente.

— Damon Salvatore! Fazia tempo que não vinha – Ela disse se atirando para cima dele. A fuzilei com o olhar, cruzando os braços.

— Ellen, queremos uma sala – Ele respondeu friamente. Isso ai, dá um fora bem dado na Ellen.

Ela revirou os olhos e sorriu, ajeitando a saia e indo até a recepção. Ela começou a olhar alguma coisa no computador e após um minuto deu um sorriso satisfeito, se voltando para Damon, ignorando todos os outros ali. Alguém avisa para ela que ele já está comprometido? Obrigada! Aproveitem e avisem a ele também.

— A sala de sempre está vazia, deram sorte – Ela disse, entregando uma chave para Damon – Já vou mandar levarem o de sempre para lá.

Com o de sempre ela queria dizer bebida e comida, adoro! A tal sala de sempre era a última no fim do corredor. Ela era enorme, com um sofá cinza que ocupava duas paredes e meia. No canto havia uma mesinha onde as comidas foram colocadas e na grande parede a frente havia um enorme telão com um controle das músicas e das luzes. E também possuía um banheiro anexado.

— Agora sim! – Marcel disse, se jogando no sofá.

— Fazia quanto tempo que não vínhamos aqui? – Perguntou Klaus enquanto abria uma cerveja. Cara rápido!

— Muito! – Elijah perguntou.

— Tudo bem, tudo bem – Marcel se levantou animado no mesmo tempo que Damon se sentou, encarando todos seus funcionários com uma expressão que dizia que sabia a merda que estava por vir – Eleninha, você começa, esse é o nosso ritual.

— Cuidado para não se apaixonarem, mortais – Eu sorri maleficamente.

Fui até o minibar e o abri, pegando uma cerveja, a abri e bebi longos goles, eu precisaria disso já que iria cantar na frente de todos. Marcel gargalhou e bateu palmas, me incentivando com as mãos em punhos e os braços erguidos.

Peguei o controle e desliguei as luzes brancas, ligando as violetas, deixando a sala pouco iluminada, afinal, o drama sempre começa nas luzes! Escolhi a música The Music Or The Misery, da banda Fall Out Boy.

I got my stitches stitiched, I got my fixes fixed, in my aching heads I got my kisses slipped— Comecei timida, mas ainda sim no ritmo animado da música, e depois fui me soltando, arriscando alguns passos de danças ridiculos. Eu ria enquanto cantava acompanhando a letra mostrada no telão –  And if you wanna go down in history then I’m your prince, because they’ve got me in a band— Continuei.

Marcel se levantou, pegou outro microfone e o ativou, começando a cantar ao meu lado. Ele arriscou algumas estrofes com a voz grossa que ele tinha, me fazendo rir e continuar.

Which came first, the musico r the misery? We’re high-fashioned, we’re last chances— Ele cantou, imitando meus passos ridículos.

I’m casualty-obsessed and I’ve forgiven death, I am indiferente yet (I am total wreck)— Continuei – I’m every cliche, but I simply do it best.

And If you wanna go down in history then I’m your prince, because they’ve got me in a band— Cantamos juntos, completamente desafinados, arrancando risadas de todos, inclusive de Damon, que tentava segurar olhando para o outro lado – Where Ive never seen a heart I couldn’t break. It was never about the songs, it was competition, make the biggest scene, make the biggest.

No fim da música, fizemos um passo ainda mais ridículo, colocando as mãos na cintura e erguendo o microfone para dar aquele tchan para o drama. Marcel e eu gargalhamos, batendo nossas mãos, doeu na minha, claro, afinal Marcel era tão grande quanto um armário.

— Ok, agora eu escolho quem vai – Eu disse. Todos olharam para mim apreensivos, menos Damon, que parecia acreditar que não participaria daquilo, ah meu bem... – Damon Salvatore, nos dê a honra de ouvir sua voz! – Eu disse, tendo o prazer de vê-lo arregalar os olhos.

Ele parecia disposto a recusar, até Klaus dizer algo que pareceu ativar seu lado competitivo.

— O Damon não canta, ele é tímido – Klaus pareceu ter a certeza de que ao falar aquilo, Damon participaria, e não deu outra.

Ele fuzilou Klaus com o olhar, depois me encarou, pegando o microfone da minha mão.

— Prepare-se!

— Estou preparadíssima! – Respondi quase dando pulinhos, com um sorriso enorme na cara – Como essa noite é para mim, eu escolho a música, chef.

Eu sorri cruelmente enquanto ele não podia ver e escolhi a melhor música do universo, seria um sonho vê-lo cantar aquilo. Ele me olhou chocado, tentando pegar o controle de mim, mas eu sai correndo, subindo em cima do sofá – meus sapatos já haviam ficado para trás há muito tempo.

— Regras são regras, chef — Eu disse, sorrindo vitoriosa.

— Isso aí – Elijah disse, erguendo o polegar para mim e piscando um olho após Damon se virar.

— É por isso que eu não queria uma mulher no restaurante – Damon disse quando a música começou, iniciando um toquezinho básico – On a dark desert highway, cool Wind in my hair, warm smell of colitas, risitas up through the air, up ahead in the distance, I saw a shimmering light— Foi impossível não gargalhar alto quando ele começou a cantar. Eu me revirei no sofá, sentindo minha barriga doer de tanto rir. Ele me fuzilou com o olhar, pulando uma parte da música ao ficar muito tempo imaginando como me matar, provavelmente – My head grew heavy and my sight grew dim.

E não era só eu que ria até não poder, Stefan já estava jogado no chão, sem saber o que fazer da vida ao ver seu irmão naquela situação. Klaus e Elijah não estavam tão diferentes, apesar de Elijah tentar se segurar. Já Marcel, que era tão escandaloso quanto eu, ria alto e sem vergonha, com as mãos na barriga e a respiração falha.

Originalmente, a música possuía cinco minutos de duração, mas como eu sou uma pessoa maravilhosa que deveria ser amada pelo Damon pelo resto da vida dele, coloquei a versão curta da música, então em dois minutos ele havia acabado. Quando a música acabou, ele se virou para a gente, encarando todos nós.

— Ainda terei minha vingança – Ele sorriu cruelmente – Você está nas minhas mãos, Elena Gilbert!

— Pode segurar onde quiser, sou toda sua! – Eu disse, correndo para abraça-lo, mas ele foi para o lado, fazendo eu cair de cara no chão. Foi impossível não gargalhar da minha própria queda e agarrar suas pernas. É, a latinha de cerveja que eu havia acabado de tomar inteira começava a fazer o efeito, me deixando mais louca do que eu já era – Vamos nos casar!

— É isso que é uma pedra no sapato? – Ele perguntou com um sorriso torto, balançando as pernas para me soltar.

— Eu quero ser uma pedra na sua vida, Damon Salvatore! – Gritei, arrancando risadas de todos.

— É, Damon, você está feito com essa daí – Disse Elijah que ria da cara do chef.


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Notas finais do capítulo

Algumas leitoras tem me mandado músicas, eu vou usa-las, mas por enquanto, acho que elas não combinam com os capítulos, mas podem continuar me mandando ^^
Eu ri muito escrevendo esse capítulo, e essa loucura continua no próximo, que prometo não demorar.
Espero que tenham gostado, e não se esqueçam de comentar
Bjs S2