Nostro Impero escrita por Yas
Notas iniciais do capítulo
Me desculpem pela demora, aconteceu tantas coisas esses últimos dois dias que eu me esqueci completamente de postar, mas já melhorei, eu acho.
Enfim...
Boa leituraaa ^^
Alto
Correndo alegre no meio de todas as estrelas lá em cima
Às vezes, é difícil de acreditar que você lembra de mim
Será você o meu ombro, quando eu estiver grisalho e velho?
Prometa-me que o amanhã começa com você
E foi assim que meu dia se passou: limpando chão, lavando panelas naquela área em que o sol estava me cegando – é, o sol havia chegado, infelizmente –, e lavando louças na cozinha. Não houve sossego, e só pude almoçar as três, quando o movimento estava menor, mas em compensação, fazia tempo que eu havia comido algo tão bom quanto o risoto de camarão que gentilmente Elijah preparou para mim, eu seria eternamente grata a ele, com certeza.
As sete da noite o restaurante estava fechando, e eu nunca na minha vida fiquei tão falecida quanto hoje, mas eu não deixei transpassar o meu cansaço. Caminhei até o vestiário, louca para tirar aquela roupa soada e tomar um banho, mas quando eu entrei, todos os caras estavam lá, alguns no chuveiro e outros com a toalha enrolada na cintura.
— Ahhhh! – Essa, claro, foi a minha primeira reação após perceber. Tampei os olhos com as mãos e me virei, constrangida – Por que ninguém me avisou?
— Elena! – Marcel riu alto, ele era um dos que estavam no banho, junto com Damon e Klaus, felizmente as cabines possuíam portas, mesmo que baixas, elas cobriam um pouco acima do umbigo deles.
Só então eles pareceram me notar no ambiente e soltaram alguns sons de surpresa. Finalmente consegui mover meus pés e corri dali, me encostando na parede e respirando pesadamente. Socorro! O que havia acabado de acontecer ali?
Não sei quanto tempo passei ali, remoendo minha vergonha até que os caras saíram vestidos, o que eu agradeci em silencio. De cabeça baixa e não querendo encara-los, entrei no vestiário e fui para um dos chuveiros. Não havia vestiaria feminino, já que Damon se recusava a contratar uma mulher, uma idiotice total. Em poucos minutos eu já havia acabado o banho e estava senta sobre um banco colocando minha bota quando Damon bateu na porta.
— É para hoje, Gilbert? – Perguntou arrogante como sempre. Revirei os olhos, pegando minha bolsa no armário e sai, dando de cara com o chef.
— Se tivesse um vestiário feminino, isso não aconteceria – Eu disse, o encarando.
— Se eu não te contratasse, isso não aconteceria – Ele retrucou.
Revirei os olhos e sai dali, indo para frente do restaurante, e vi todos ali, o que me surpreendeu, achei que eles já tivessem ido para casa.
— Ué, o que fazem aqui? – Perguntei.
— Vamos comemorar o seu primeiro dia – Klaus respondeu, ele era o que menos falava.
— Ah finalmente algo bom! – Deu pulinhos animada – Onde vamos? Alguma festa muito louca onde vocês pagarão tudo para mim?
— Não seja iludida – Damon me deu um peteleco na testa, e me encarou como se eu fosse uma criança chata – Ainda estamos na semana, independente de como for a noite, quero todos aqui no horário amanhã – Ele disse enquanto fechava o restaurante.
— Mas, chef — Marcel colocou as mãos nos bolsos e sorriu – você vai com a gente.
— Por que eu entendi isso como uma confirmação e não um pedido? – Damon perguntou, cruzando os braços e parecendo sério.
— Porque um novo funcionário é algo especial, você sempre nos disse isso, mesmo que seja Elena – Disse Stefan passando o braço pelo pescoço de Damon que só faltou o fuzilar com o olhar.
— “Mesmo que seja Elena”? Algo contra mim, Stefan? – Cruzei os braços, encarando Stefan.
— Eu quis dizer “mesmo que seja uma garota”. Tem que pegar as coisas no ar, Elena – Stefan piscou um olho, soltando Damon.
— Ok, vamos logo antes que fique muito tarde – Disse Elijah.
— Mas para onde vamos? – Perguntei.
— Ah minha cara – Marcel sorriu de canto, tornando-se misterioso – O local do nosso ritual de inicialização...
Encarei Marcel assustada, descruzando os braços, sério, ele parecia um psicopata falando assim, que horror.
— Não a assuste de primeira, Marcel – Klaus disse, ele andava mais na frente, junto com Elijah que riu.
É, de uma coisa eu tinha certeza: ninguém ali era normal, mas pareciam também muito amigos, por isso eu dei um sorriso, vendo Damon me encarar com uma sobrancelha erguida, mas logo ele voltou a expressão fria, balançou a cabeça e começou a andar, sendo seguido por todos. Stefan deu um sorriso vitorioso, colocando as mãos nos bolsos.
– Então – Eu dei alguns pulinhos patéticos até Damon, que continuava a me ignorar – o que você faz no fim de semana? – Era sempre bom conhecer os hobbies do futuro namorado.
— O que? – Ele me olhou confuso – Elena, tem alguns limites que você não deve ultrapassar...
— Claro, concordo plenamente – Eu disse, assentindo – Não ficar longe de você, certo?
Damon me olhou perplexo, logo gargalhando, colocando a mão sobre a boca de uma forma adorável. E eu fosse uma carinha de celular, haveriam corações nos meus olhos.
— Você definitivamente é muito diferente da sua irmã – Ele disse depois de um longo tempo, claro, depois de parar de rir e soltar um longo suspiro.
— Isso é algo bom ou ruim? – O olhei confusa, afinal Katherine era maravilhosa – Alias, como vocês se conhecem? Ela nunca tinha me falado sobre você – Infelizmente.
Damon abriu a boca para responder, mas foi interrompido com um grito animado de Stefan.
— Elena, é aqui! – É nessa hora que eu bato no futuro cunhado? O fuzilei com o olhar, ele me olhou confuso, mas balançou a cabeça e tornou a sorrir – Seja bem vinda ao Sample’s Karaokê Lounge!
Karaokê, sério? Essa era o ritual de inicialização dele? Tudo bem né, poderia ser algo pior, como os trotes da faculdade, e antes que pergunte, sim, eu já passei pelos trotes, foi mais divertido que as aulas.
Nós entramos após eu soltar uma risadinha. O local era todo iluminado com luzes coloridas e pessoas espalhadas por todo canto, mas antes que eu pudesse observar mais o ambiente, vi uma loira se aproximar da gente.
— Damon Salvatore! Fazia tempo que não vinha – Ela disse se atirando para cima dele. A fuzilei com o olhar, cruzando os braços.
— Ellen, queremos uma sala – Ele respondeu friamente. Isso ai, dá um fora bem dado na Ellen.
Ela revirou os olhos e sorriu, ajeitando a saia e indo até a recepção. Ela começou a olhar alguma coisa no computador e após um minuto deu um sorriso satisfeito, se voltando para Damon, ignorando todos os outros ali. Alguém avisa para ela que ele já está comprometido? Obrigada! Aproveitem e avisem a ele também.
— A sala de sempre está vazia, deram sorte – Ela disse, entregando uma chave para Damon – Já vou mandar levarem o de sempre para lá.
Com o de sempre ela queria dizer bebida e comida, adoro! A tal sala de sempre era a última no fim do corredor. Ela era enorme, com um sofá cinza que ocupava duas paredes e meia. No canto havia uma mesinha onde as comidas foram colocadas e na grande parede a frente havia um enorme telão com um controle das músicas e das luzes. E também possuía um banheiro anexado.
— Agora sim! – Marcel disse, se jogando no sofá.
— Fazia quanto tempo que não vínhamos aqui? – Perguntou Klaus enquanto abria uma cerveja. Cara rápido!
— Muito! – Elijah perguntou.
— Tudo bem, tudo bem – Marcel se levantou animado no mesmo tempo que Damon se sentou, encarando todos seus funcionários com uma expressão que dizia que sabia a merda que estava por vir – Eleninha, você começa, esse é o nosso ritual.
— Cuidado para não se apaixonarem, mortais – Eu sorri maleficamente.
Fui até o minibar e o abri, pegando uma cerveja, a abri e bebi longos goles, eu precisaria disso já que iria cantar na frente de todos. Marcel gargalhou e bateu palmas, me incentivando com as mãos em punhos e os braços erguidos.
Peguei o controle e desliguei as luzes brancas, ligando as violetas, deixando a sala pouco iluminada, afinal, o drama sempre começa nas luzes! Escolhi a música The Music Or The Misery, da banda Fall Out Boy.
— I got my stitches stitiched, I got my fixes fixed, in my aching heads I got my kisses slipped— Comecei timida, mas ainda sim no ritmo animado da música, e depois fui me soltando, arriscando alguns passos de danças ridiculos. Eu ria enquanto cantava acompanhando a letra mostrada no telão – And if you wanna go down in history then I’m your prince, because they’ve got me in a band— Continuei.
Marcel se levantou, pegou outro microfone e o ativou, começando a cantar ao meu lado. Ele arriscou algumas estrofes com a voz grossa que ele tinha, me fazendo rir e continuar.
— Which came first, the musico r the misery? We’re high-fashioned, we’re last chances— Ele cantou, imitando meus passos ridículos.
— I’m casualty-obsessed and I’ve forgiven death, I am indiferente yet (I am total wreck)— Continuei – I’m every cliche, but I simply do it best.
— And If you wanna go down in history then I’m your prince, because they’ve got me in a band— Cantamos juntos, completamente desafinados, arrancando risadas de todos, inclusive de Damon, que tentava segurar olhando para o outro lado – Where Ive never seen a heart I couldn’t break. It was never about the songs, it was competition, make the biggest scene, make the biggest.
No fim da música, fizemos um passo ainda mais ridículo, colocando as mãos na cintura e erguendo o microfone para dar aquele tchan para o drama. Marcel e eu gargalhamos, batendo nossas mãos, doeu na minha, claro, afinal Marcel era tão grande quanto um armário.
— Ok, agora eu escolho quem vai – Eu disse. Todos olharam para mim apreensivos, menos Damon, que parecia acreditar que não participaria daquilo, ah meu bem... – Damon Salvatore, nos dê a honra de ouvir sua voz! – Eu disse, tendo o prazer de vê-lo arregalar os olhos.
Ele parecia disposto a recusar, até Klaus dizer algo que pareceu ativar seu lado competitivo.
— O Damon não canta, ele é tímido – Klaus pareceu ter a certeza de que ao falar aquilo, Damon participaria, e não deu outra.
Ele fuzilou Klaus com o olhar, depois me encarou, pegando o microfone da minha mão.
— Prepare-se!
— Estou preparadíssima! – Respondi quase dando pulinhos, com um sorriso enorme na cara – Como essa noite é para mim, eu escolho a música, chef.
Eu sorri cruelmente enquanto ele não podia ver e escolhi a melhor música do universo, seria um sonho vê-lo cantar aquilo. Ele me olhou chocado, tentando pegar o controle de mim, mas eu sai correndo, subindo em cima do sofá – meus sapatos já haviam ficado para trás há muito tempo.
— Regras são regras, chef — Eu disse, sorrindo vitoriosa.
— Isso aí – Elijah disse, erguendo o polegar para mim e piscando um olho após Damon se virar.
— É por isso que eu não queria uma mulher no restaurante – Damon disse quando a música começou, iniciando um toquezinho básico – On a dark desert highway, cool Wind in my hair, warm smell of colitas, risitas up through the air, up ahead in the distance, I saw a shimmering light— Foi impossível não gargalhar alto quando ele começou a cantar. Eu me revirei no sofá, sentindo minha barriga doer de tanto rir. Ele me fuzilou com o olhar, pulando uma parte da música ao ficar muito tempo imaginando como me matar, provavelmente – My head grew heavy and my sight grew dim.
E não era só eu que ria até não poder, Stefan já estava jogado no chão, sem saber o que fazer da vida ao ver seu irmão naquela situação. Klaus e Elijah não estavam tão diferentes, apesar de Elijah tentar se segurar. Já Marcel, que era tão escandaloso quanto eu, ria alto e sem vergonha, com as mãos na barriga e a respiração falha.
Originalmente, a música possuía cinco minutos de duração, mas como eu sou uma pessoa maravilhosa que deveria ser amada pelo Damon pelo resto da vida dele, coloquei a versão curta da música, então em dois minutos ele havia acabado. Quando a música acabou, ele se virou para a gente, encarando todos nós.
— Ainda terei minha vingança – Ele sorriu cruelmente – Você está nas minhas mãos, Elena Gilbert!
— Pode segurar onde quiser, sou toda sua! – Eu disse, correndo para abraça-lo, mas ele foi para o lado, fazendo eu cair de cara no chão. Foi impossível não gargalhar da minha própria queda e agarrar suas pernas. É, a latinha de cerveja que eu havia acabado de tomar inteira começava a fazer o efeito, me deixando mais louca do que eu já era – Vamos nos casar!
— É isso que é uma pedra no sapato? – Ele perguntou com um sorriso torto, balançando as pernas para me soltar.
— Eu quero ser uma pedra na sua vida, Damon Salvatore! – Gritei, arrancando risadas de todos.
— É, Damon, você está feito com essa daí – Disse Elijah que ria da cara do chef.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Algumas leitoras tem me mandado músicas, eu vou usa-las, mas por enquanto, acho que elas não combinam com os capítulos, mas podem continuar me mandando ^^
Eu ri muito escrevendo esse capítulo, e essa loucura continua no próximo, que prometo não demorar.
Espero que tenham gostado, e não se esqueçam de comentar
Bjs S2