Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Eu seeeeeei que eu disse que postaria logo, mas já faz mais de uma semana e nada de Yasmy dar o ar da graça aqui, eu sei, eu sei, e me desculpem. Esses dias têm sido uma loucura.
Fiz o vestibular, aí tava toda louca pelo resultado (que acabou sendo muito bom, então ano que vem sou eu na faculdade, aeee), aí também estou ajudando minha irmã ficando na loja de roupas pet a noite (alias, ela vende pela net também, quem quiser o link pra ver os produtos, eu passo ~merchan feito), o trabalho, ajudar minha mãe em casa.... ENFIM, tem sido uma loucura.
Maaaaas finalmente estou aqui e vou parar de enrolar para vocês poderem ler.
Boa leitura!
~Ah, leiam as notas finais, vocês vão gostar... ou não muhauuahua



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Capítulo 28 

Ultimamente, tenho, tenho perdido o sono
Sonhando com as coisas que poderíamos ter sido
Mas amor, tenho, tenho rezado muito
Setando, sem ficar mais contando dólares
Contaremos estrelas
Sim, contaremos estrelas

One Republic - Counting Stars

Nada nessa vida se compara a finalmente estar em casa. “Casa" não apenas por aquele amontoado de tijolos ser o lugar que eu cresci, mas porque ali estavam as pessoas que eu mais amava. Vovó não se aguentou quando minha mãe disse que eu estava de volta, ela me abraçou e chorou em meus ombros, acariciando meus cabelos. 

A reação de todos se comparava quando Katherine voltou de sua longa viagem, imagino que a minha viagem tenha sido bem diferente, mas não deixou de ser uma viagem, eu continuava distante e inalcançável. 

Os meses que se seguiram foram os mais difíceis para mim. Nunca antes me esforcei e quebrei tanto a cara assim. Eu havia aprendido (e continuava aprendendo) que cozinhar era muito mais do que simplesmente cortar alguns legumes e colocar na frigideira, era ver o sorriso de alguém ao provar sua comida e seu coração aquecer, era ver alguém ter a mesma expressão de quem encontra um familiar, era amor, era renuncia, e era devoção. 

Agora, cinco meses depois, eu estava trabalhando em um dos restaurantes dos meus pais, mas dessa vez não como faxineira, mas como uma auxiliar de cozinha que aos poucos, ia se tornando muito mais do que lavar panelas pretas do fogo.  

Meus pais não poderiam estar mais orgulhosos e eu nunca me senti tão próxima da minha família. Vó Elizabeth sempre brincava, "como é bom termos você de volta, minha menina”. Apesar de ser apenas uma brincadeira, eu me sentia mal sem deixar ela saber, era a mais pura e triste realidade. Meu orgulho me afastou de todos, me distanciou das pessoas que eu amava e eu me tornei alguém solitária. 

Agora, depois de ter baixado essa barreira, estava também mais próxima das minhas melhoras amigas: Bonnie e Caroline. A loira, para a surpresa de todos, havia recentemente começado a namorar Klaus, por pura insistência dela, que não deixou barato quando ele lhe deu um fora. 

Quando pensava nesse casal improvável, lembrava de Damon. 

Nos últimos cinco meses eu evitei pensar nele, que continuava noivo, mas vez ou outra, seus olhos azuis me passavam na cabeça e eu me pegava pensando sobre ele, seu jeito gentil e doce, seus lábios macios... eu não me orgulhava, mas mesmo depois desse tempo todo, eu continuava uma boba apaixonada por um cara impossível. 

Pelas minhas fontes (que se baseava em Klaus e Marcel), ele havia deixado o restaurante nas mãos de Klaus e estava se dedicando totalmente a empresa da família, o casamento com Charlotte estava marcado para daqui a seis meses, e então ele se mudaria para Itália com a esposa. 

Às vezes, na calada da noite, eu me pegava chorando abraçada à Archie, pensando nele e que daqui a exatos seis meses, eu definitivamente não teria mais ele para mim. Não que eu o tivesse agora, mas sem uma aliança em seu dedo, a esperança não saía de mim. 

— Querida, está tudo bem? – Ouvi a voz da minha mãe e despertei do meu transe.  

Eu estava na cozinha, sentada no banquinho na frente do balcão, tomando um chá quente, que naquele momento já estava frio. Eu sorri para ela, tentando amaciar sua expressão preocupada. 

— Claro, o que poderia estar errado? 

— Elena, eu queria conversar sobre um assunto com você – Ela tinha um olhar sério. Afastou o banco ao meu lado e se sentou, acariciando meu ombro. 

— Você vem aprendendo muito e bem rápido tudo que seu pai e eu estamos lhe ensinando, assim como o chefe e os cozinheiros do restaurante em que trabalha. James disse o quão boa você é no serviço – Eu sorri. James era o chef, e um cara bem legal, meio de idade já, ele estava sempre me ajudando e ensinando, vez ou outra me deixava trabalhar em alguns pratos – Eu imagino como estará daqui a um ano. 

— Onde quer chegar, mãe? 

— Você sabe que montamos nosso primeiro restaurante bem cedo, seu pai era menos experiente que você é hoje, com tantas boas referencias e professores. Então queremos lhe fazer uma proposta. O que acha de ter o seu próprio restaurante? 

Eu estava chocada, completamente. Como assim? Eu não passava de uma auxiliar de cozinha, era completamente inexperiente. 

— Eu sei que isso é de repente, mas Elena, eu tenho certeza de que é nisso que você tem que focar, você será uma ótima chef, e com isso em mente, com um propósito, você pode aprender e crescer muita mais e em pouco tempo. 

— Mãe... – Eu soltei uma risada nervosa – Mesmo se isso estivesse em cogitação, eu não tenho condições disso, o que ganho mal dá para cuidar dos meus filhos. 

— Eu sei, por isso que seu pai e eu lhe daremos como um presente – Ela parecia realmente animada. 

— Mãe... – Fiz uma careta, negando – você sabe como foi difícil eu pedir ajuda para vocês, cinco meses atrás, não sabe? Eu nunca poderia deixar vocês me darem um restaurante de presente como se fosse um mero sapato. 

— Querida, você sabe que isso não é grande coisa para nós. 

— Mas é para mim, mãe. Eu quero conquistar minhas coisas com as minhas mãos. Eu sou muito grata por vocês, de verdade, de todo meu coração, você sabe – Segurei suas mãos entre as minhas e sorri – Obrigada por pensarem nisso, mas não posso aceitar. 

Eu beijei sua cabeça e me levantei, deixando a xícara de chá pela metade na pia, e subi para o meu quarto. Aquela proposta, apesar de eu ter negado, não deixou minha cabeça, mas eu tentei afastar esses pensamentos. Mesmo que fosse daqui a um ano, eu ainda tinha muito a aprender.  

O dia seguinte era sábado, minha folga, e como combinado, iria sair com Marcel. Apesar do que vocês podem estar pensando, não passávamos de amigos. Marcel, alguns meses antes, se declarou para mim, mas o rejeitei o mais gentilmente possível. Adorava ele, ele me entendia e me fazia bem, mas meu coração batia por outro e eu nunca poderia fazer aquilo com ele. Marcel sabia do meu amor não correspondido, e por causa disso, sua relação com Damon não era mais a mesma, infelizmente. 

Havíamos combinado de passear no shopping, matar o tempo, tomar um sorvete e quem sabe até ver um filme. 

Vesti um short preto de cintura alta com uma blusa de mangas folgadinha amarela e um coturno de couro. Amarrei meus cabelos cacheados em um coque e peguei minha bolsa, no mesmo instante que Marcel me mandou uma mensagem dizendo que havia chegado. 

— Vai sair? – Meu pai perguntou assim que passei na sala. 

— Sim, com o Marcel. 

Por sermos íntimos, Marcel constantemente estava em casa e meus pais já o conhecia muito bem, até achavam que rolava algo entre nós, apesar de eu negar veemente. 

— Eu gosto desse rapaz, sabe, Elena – Disse meu pai com um sorriso que dizia tudo. 

— Pai! – Protestei, virando-me para ele – Marcel e eu não temos nada e nunca teremos, pelo amor! 

— Ué, estou cometendo um pecado ao desejar um bom homem para minha filha? 

Bufei. O ignorei e saí de casa, entrando no carro de Marcel em seguida. Ele me cumprimentou com um sorriso e um beijo simples na testa. 

— Demorei? Meu pai me prendeu na sala falando besteiras – Revirei os olhos, ainda que sorrisse, e coloquei o cinto. 

— Está tudo bem. Já imagino o que aconteceu – Ele sorriu quase orgulhoso. 

— Ei, – Bati em seu braço, ainda que fraco, ele fez uma careta divertido – não seja convencido. 

— Sabe, eu concordo com ele, eu seria alguém ótimo para você. 

— Marcel... – Balancei a cabeça, coçando a nuca, odiava quando nós entravamos naquele assunto. 

— Eu sei, eu sei... me desculpe. 

O resto do caminho foi feito em um clima ameno e uma conversa normal, sobre como foi nossa semana. Ele comentou que, sem Damon lá, o restaurante não estava como antes, não possuía a mesma correria de antes. Não que Klaus fosse ruim como chef, mas Damon era a essência daquele lugar. Eu não podia negar. 

— Do jeito que está, não duvidaria se... – Ele hesitou. 

— Fechasse? – O pensamento também me amedrontava. Marcel assentiu. 

Não comentamos mais sobre o assunto, por si só já era terrível. Imaginei como Damon estava, tendo que abandonar o que mais amava pela família. Balancei a cabeça, o afastando de meus pensamentos. 

Ele finalmente estacionou e descemos do carro. 

— O que quer fazer primeiro?  

— Hmm... – Ponderei – Que tal um sorvete? Esse calor está me matando. 

— A senhora que manda – Ele riu, agarrou minha mão e me puxou para o elevador que se fechava. Quando entramos, rimos do nosso desespero, sentindo os olhares das pessoas sobre nós. 

Na sorveteria, pedi um sorvete de abacaxi e coco, já Marcel o tradicional de floco. Nos sentamos na mesa e iniciamos uma conversa sobre os filmes que estavam em cartaz, pensando se valia a pena assisti-los hoje. 

— Blade Runner é muito bom. Já assisti algumas versões anteriores, e esse é com o Ryan Gosling e Jared Leto – Ele disse. 

— Hm, acho que vi o trailer no facebook – Comentei – Ok, vamos ver esse. 

Fomos até a bilheteria com a mesma conversa amena, foi quando meus olhos encontraram a pessoa que eu tentava esquecer a meses. Eu o vi antes de Marcel, mas percebi seu toque possessivo e protetor em minha cintura assim que ele viu Damon ao lado de sua noiva. 

Depois do que pareceu minutos, Damon nos notou. Seus olhos se arregalaram por míseros segundos até voltar a sua expressão calma e rotineira. Meu coração doeu com sua rejeição, mas eu seria forte para não demonstrar.  

Nenhum de nós já estávamos na fila, por isso não foi difícil para o outro casal se aproximar, provavelmente por mera educação, já que nenhum parecia tão feliz assim.  

— Marcel, Elena, que surpresa vocês por aqui – Disse Damon, usando a frase mais clichê possível. 

— É um shopping, certo? – Retruquei, ah... essa minha língua – As pessoas geralmente vão ao shopping. 

— Vendo vocês assim... vocês estão juntos? – Charlotte sorriu satisfeita, enlaçando seu braço ao de Damon. A fitei séria e até com raiva, mas não soube o que responder, Marcel por outro lado... 

— Sim, estamos namorando, e desejamos a vocês toda a felicidade do mundo. 

Marcel sorriu com toda a classe que ele sempre possuía, segurou minha mão e me puxou para longe dali, ignorando o casal e o filme que assistiríamos. A última coisa que vi deles foi o olhar indecifrável de Damon para mim. 


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Notas finais do capítulo

Vamos falar sobre essa música que eu amo, e que se tornou mais do que tema para este capítulo. Para quem quer entender bem mais essa nova fase da história, preste atenção na letra dela.
Fala sobre futilidade e estar perdido, fazendo o que os outros desejam.
A Elena está passando por isso, mais ou menos, ela está tentando se encontrar e eu achei importante esse salto no tempo para mostrar mais do que está acontecendo.
Ainda não sei se o próximo continuará nesse momento ou terá mais um salto.
Mas para deixar vocês mais a par das minhas ideias (como recompensa por eu ter demorado tanto) vou dizer que não está nos meus planos Elena e Damon ficarem juntos nesse momento, os dois tem coisas mais importantes, os dois tem que se encontrem individualmente para depois pensarem e deixarem ser guiados por seus corações.
É isso, espero que tenham gostado, de coração.
Vejo vocês nos comentários e até o proximo
Bejijooos



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