Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez eu não demorei ♥
O capítulo não está tão grande, e isso é porque eu tinha muitos planos para ele, mas se eu escrevesse tudo de uma vez, o capítulo ia ficar enorme e um pouco cansativo, então decidi dividir ele em dois.
Mas se preparem, porque vem polêmica por ai.
Boa leituraa ♥



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Porque nós dizemos adeus
Sendo que não tem nada de bom nisso
Meus olhos não conseguem ficar secos
Minhas lágrimas são uma cachoeira

Goodbye - Fifth Harmony

Era incrível como alguns atos e decisões nos mudavam completamente.

Depois de nossa discussão no carro, eu não falei mais com Damon. Quando ele estacionou o carro na garagem, eu sai quase correndo, usando a entrada dali mesmo que dava na sala de descanso – assim como Stefan havia me dito que se chamava, era uma sala com sofás, tapetes fofinhos, TV e mais algumas coisas, era praticamente uma sala de estar, mas de descanso. Archie correu atrás de mim quando me viu, latindo, mas ao notar Damon um pouco atrás de mim, ele o olhou, parecendo confuso. Archie se sentou no meio do caminho, encarando Damon, eu olhava a cena no meio da escada, prestes a ir para o meu quarto.

Até agora eu não conseguia entender a reação de Archie. Ele não me seguiu, e pelo que eu entendi, preferiu ir com Damon para seu quarto. Ignorei os dois e segui meu caminho. Astrid estava sobre a poltrona, deitada como se fosse uma rainha ali dentro, os olhinhos azuis me encarando atentamente.

— Olá, Astrid – Eu sorri, acariciando sua barriga. Ela miou, satisfeita – Você não faz ideia do que aconteceu hoje. Acredita que Archie me ignorou completamente e seguiu Damon? Mereço uma coisa dessa – Revirei os olhos.

Me sentei no sofá da janela que estava fechada, observando a chuva cair e molhar o jardim da casa dos Salvatore. A casa dos Salvatore... quando eu pensaria estar morando aqui? Quando, na verdade, eu pensei estar completamente apaixonada por Damon? No inicio, a paixão que eu sentia não passava de um capricho, o meu orgulho me dizia para conquista-lo, para mostrar que eu era capaz até que... as coisas mudaram e quando vi, eu já estava apaixonada.

Damon era o ser mais confuso que eu conhecia. Uma hora ele demonstrava interesse, como em todas as vezes que me beijou, como hoje mesmo aconteceu, e no minuto seguinte ele parecia se arrepender. O que acontecia com ele? Por que ele tinha atitudes tão distintas? Eu queria descobrir, e muito, mas não sabia mais como me aproximar dele, o que era estranho. Sempre me considerei próxima dele, mesmo estando distante, e agora, estando tão próxima, eu me sentia distante.

Sem notar, acabei adormecendo ali mesmo. O sofá era largo e fofinho, mas não era uma cama. Acordei com Astrid em cima de mim, suas patinhas dianteiras sobre meu rosto e os olhos sonolentos. Eu me levantei após coloca-la sobre o sofá, sentindo dores nas costas. Não recomendo dormir uma noite inteira ali.

Eu tomei um banho e vesti uma calça jeans, uma blusa estampa soltinha de mangas longas e um tênis. O dia havia amanhecido cheio de nuvens, anunciando que vinha uma chuva por ai. Penteei meus cabelos e colocou uma touca preta, peguei minha bolsa com o celular e finalmente desci. Quando eu fechei a porta, vi Archie saindo do quarto de Damon. Ele me olhou como se pedisse desculpas e veio até mim, pedindo carinho.

— Você é um pequeno traidor – Mas ao ver seus olhinhos redondos e enormes, foi impossível recusar um carinho para ele.

Eu desci as escadas com Archie em meu encalço. Mas o que eu vi na entrada da casa, definitivamente me surpreendeu. Damon conversava com Stefan, e pelo que parecia, era uma conversa bem séria enquanto se despediam. Eu não precisei pensar muito, a mala ao lado de Damon era a minha resposta para o que estava aconteceu.

— Você vai viajar? – Eu perguntei, ainda na escada.

— Sim – Damon respondeu. Nos encaramos por um bom tempo, desconfortáveis – Estou indo para a Itália resolver alguns assuntos.

— Vai ficar muito tempo lá? – Indaguei, temendo a resposta.

— No máximo duas semanas – Ele respondeu, mordendo o lábio inferior – Vou deixar o restaurante nas mãos de Elijah, eu já conversei com ele. Stefan, cuide bem das coisas aqui – Eles se abraçaram e deram tapinhas amigáveis nas costas um do outro. Damon se afastou do irmão e deu um passo em minha direção, mas parou no meio do caminho, apenas sorriu para mim e disse, com a voz fraca, mas sincera: – Até mais, Elena.

E ele se foi!

Eu me controlei para não chorar. Calma, Elena, são apenas duas semanas, não é como se as coisas fossem mudar tanto assim. Não é? A resposta me dava medo.

— Vai ficar tudo bem, Elena – Stefan disse, acariciando meus cabelos. Eu sorri para ele.

— Obrigada.

Stefan foi para a cozinha e eu o segui, por mais que meus sentimentos e pensamentos estivessem uma bagunça, eu ainda estava morrendo de fome.

— O que ele vai fazer na Itália? – Perguntei.

— Nossos pais o chamaram. Você sabe como ele é, não consegue recusar nada, principalmente quando se trata dos nossos pais. Na verdade, ele havia me dito que não ia, não dessa vez, mas algo o fez mudar, não sei o que – Ele deu de ombros – Mas não se preocupe, não é como se ele fosse morar lá. Damon não gosta muito da Itália, apesar de termos nascido lá.

— Vocês passaram muito tempo lá? – Perguntei enquanto colocava café em uma xicara. O café que Damon havia feito, eu conseguia reconhecer apenas pelo cheiro mais forte.

— Eu sou quatro anos mais novo que Damon, viemos morar aqui quando eu tinha dez anos. A filial da empresa do meu pai que fica aqui nos Estados Unidos estava com problemas e ele teve que vir cuidar pessoalmente, mas levou mais tempo que ele esperava, então viemos todos morar aqui. Damon e eu preferimos aqui do que a Itália, mas Damon não tinha uma boa relação com nossos pais, então na primeira oportunidade, ele foi para a França, fazer a faculdade que ele queria.

— Por que não aqui?

— Nossos pais não queria que ele cursasse a culinária, queria que ele sucedesse na empresa. Damon fez a faculdade que eles queriam, mas logo depois se mandou – Stefan sorriu – Foi seguir os sonhos dele. Quando Damon foi para a França, nossos pais decidiram voltar para a Itália.

— E você?

— Eu fui com eles, mas quando Damon voltou e abriu o restaurante, ele me chamou para vir morar com ele e trabalhar no restaurante. E aqui estou eu.

— Vocês parecem bem unidos – Eu disse enquanto comia uma torrada junto com o café.

— Damon sempre foi meu exemplo. Meu pai não gostava quando eu dizia isso. Já que Damon não quis assumir a empresa, ele colocou as esperanças em mim, mas eu também não queria e fugi logo deles, e por isso, acho que Damon se culpa, acho até que meu pai culpa Damon por eu não ter interesse nenhum na empresa deles.

— Uau, isso é surpreendente.

— Há muitas coisas sobre Damon que você não sabe, né? – Não era uma acusação, como poderia parecer, mas sim uma observação inocente.

— Seu irmão não gosta de falar muito, mas eu amo conversar com ele. De certa forma, as convicções de Damon me mudou, me fez enxergar o mundo de outra forma – Suspirei.

— Eu não duvido, Damon tem esse poder sobre as pessoas.

Não estendemos mais a conversa. Minutos depois tivemos que sair para o restaurante. O dia foi ainda mais corrido sem Damon, Elijah se saiu bem como chefe e assim como Damon, era incrível nesse papel. Logo depois de limpar todo o ambiente, eu ainda tive que ajudar na cozinha, lavando os pratos e as panelas recém usadas.

Ainda era o primeiro dia de trabalho daquela semana, terça-feira, e já estava assim, imaginei como seria o resto dos dias.

Com a correria, o dia passou incrivelmente rápido, e no fim dele, estávamos todos aliviados por termos passado por ele sem problemas.

— Cara, Damon faz mais falta do que eu imaginei – Disse Marcel com uma careta.

— Concordo plenamente, mas ele volta logo – Klaus deu de ombros.

Eu observei Elijah apagar as luzes e fechar as portas do restaurante, mesmo concentrado no que fazia, ele ainda prestava atenção no que os garotos falavam, e parecia pensativo demais.

— Você não concorda? – Perguntei para ele. Klaus e Marcel estavam mais na frente, conversando. Stefan já havia saído há muito tempo para a faculdade.

— Com o que?

— Que ele volta logo – Respondi.

— Conversei com Damon pelo telefone ontem a noite, foi quando ele me disse que ia viajar e porque, o que ia fazer lá, essas coisas – Ele deu de ombros.

— E o que ele foi fazer lá?

Elijah me encarou, e sorriu minimamente, dando uns tapinhas em minhas costas, só então ele começou a andar.

— Você vai saber quando ele voltar, todos vão, mas... saiba que ele está apenas fazendo o que ele acha certo, por mais que isso possa machucar muita gente – Elijah defendia o amigo, mas não parecia concordar com ele.

— Você está me deixando assustada – Sorri, nervosa.

— Bom, não adianta pensar tanto nisso, Elena, ele volta logo.

Será? Foi o que eu pensei enquanto caminhava para a minha mais nova casa, sozinha.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi meio paradinho, mas amei a conversa entre o Stefan e a Elena S2
Como eu disse lá em cima, agora as coisas vão ficar mais polêmicas, e a história ficará mais séria e até perderá um pouco da comédia do incio, como eu falei para alguns leitoras que comentaram.
Muita gente ficou chateada e até com raiva por causa do que o Damon disse, mas ele foi apenas sincero do jeito dele e logo mais nos saberemos o que está acontecendo.
Se tem algo que vocês precisam saber? Sim. Eu amo um drama hahah e quem leu A Esposa do Século sabe bem disso.
Até o próximo, pessoal S2