Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal ♥
Sério, agora eu tenho mais certeza ainda que tenho os melhores leitores desse universo todinho. Como se não bastasse todos os comentários lindos que eu recebi logo no primeiro capítulo, a Sabrina, uma leitora super fofa fez uma capa para mim, e ficou MARAVILHOSA. Estou chocada, sim hahah
Para quem quiser conhecer o site de design para fanfic dela, este é o link:
http://revivaldesigns-rvd.blogspot.com.br/
É, acho que era só isso mesmo que eu tinha para falar, apesar de estar transbordando aqui de felicidade.
Boa leituraaa!



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Isso já está cansando
Não consigo me livrar dessas correntes que me aprisionam
Meu corpo está ficando frio
Nada sobrou da minha mente e alma
O vício necessita de um pacificador
Este veneno está me deixando meio louco
Isto vai desaparecer, isto vai desaparecer

3 Doors Down - Loser

Revirei os olhos enquanto Katherine falava sem parar no volante.

– Katherine, sis amada – Eu sorri para ela – Dá para parar?

– Eu vi seu olhar para o Damon – Ela disse – A dura Elena Gilbert finalmente se apaixonou?

– É pecado olhar agora? Que saco – Bufei irritada, cruzando os braços.

Katherine não disse mais nada, mas balançou a cabeça negativamente, dando a devida atenção para o transito vazio.

Depois de dez minutos ela parou em frente ao prédio em que eu morava. O prédio possuía apenas três andares e os apartamentos eram pequenos, bem diferente do lugar em que eu cresci. Katherine fez uma careta o encarando, como sempre.

– Como você consegue morar aqui? – Ela perguntou.

– É o que cabe no meu bolso – Respondi pegando minha bolsa no banco de trás.

– Por que você simplesmente não volta para casa?

– Katherine – Eu suspirei – Se eu voltar para casa nessa altura do campeonato, aí sim todos dirão que eu sou a incompetente da família.

– Você sabe que não é assim.

– Não é? Você, uma designer de moda, tem um apartamento maravilhoso e um carro incrível que custa mais que meus rins. O Jeremy, com vinte e três anos já terminou a faculdade de direito e é um advogado contratado por uma das melhores empresas da região, e até já casou. E eu? Eu comecei vários cursos, várias faculdades, fiz várias provas, e nada. Se eu voltar para casa, vai ser como admitir a derrota – Expliquei.

Katherine suspirou, mas assentiu, segurando minha mão.

– Tudo bem, então – Ela sorriu – Se precisar de alguma coisa, me ligue.

Eu saí do carro e entrei no prédio, começando a subir as escadas, já que não havia elevador.

Ligar para ela? Não mesmo! Ligar para ela e pedir ajuda era o mesmo que ligar para os meus pais e dizer que quero mesada porque está difícil viver.

Isobel e John Gilbert são donos de vários restaurantes espalhados pelo país, eles são famosos, e atualmente participam de um programa de TV de culinária. Eles deixam os restaurantes nas mãos de chefs confiáveis e cuidam de tudo de longe mesmo. Por causa da paixão deles pela cozinha, Katherine, Jeremy e eu sempre tivemos tudo do bom e do melhor. Quando Katherine e eu nascemos, nossos pais já possuíam uma boa renda familiar e estavam abrindo o segundo restaurante. Éramos o que poderia ser chamados de “nascer em berço de ouro”.

Como puderam ver na minha conversa com Katherine, ela e Jeremy eram bem-sucedidos como nossos pais, enquanto eu era a “sobra”.

Eu não possuía nenhum talento, não sabia desenhar, era lenta demais para encarar um tribunal, e queimava a cozinha inteira se tentasse cozinhar. Claro que tentei outras áreas, como letras. Houve uma época que eu realmente estava interessada, mas fui apenas um semestre e desisti.

Seria eu um caso perdido? Isso me assustava um pouco, afinal eu já estava com vinte e cinco anos e não era boa em nada.

Por ver meus irmãos com a vida ganha, eu me sentia um pouco injustiçada com o mundo. Saí de casa com vinte anos, sonhava em morar em um apartamento incrível, terminar a faculdade e encontrar um bom emprego, depois eu começaria a namorar o homem dos meus sonhos e nos casaríamos quando eu tivesse vinte e três anos. Como dá para perceber, nada disso aconteceu, nem a parte do apartamento incrível.

Não foi uma surpresa encontrar o apartamento incrivelmente bagunçado. Eu me perguntava como uma pessoa que morava sozinha podia fazer tanta bagunça... bem, nem tão sozinha assim.

Eu tinha dois animais de estimação, meus filhos: um cachorro de porte grande preto sem raça, e uma gatinha branca toda peluda. Por incrível que pareça, eles se davam muito bem. Como eu era bem criativa, o nome do cachorro era Archie, e da gata Astrid. Eu gostava da letra A!

Archie foi o primeiro a me receber. Pulou do sofá em um segundo e no outro estava pulando sobre mim, deixando meu vestido cheio de pelos.

– Archie! Assim não – Eu disse, acariciando sua orelha. Ele latiu e balançou o rabo, enquanto Astrid continuava no sofá com uma pose de rainha e olhos semiaberto.

Eram apenas duas da tarde, mas eu não me importei, vesti o pijama e fui para o sofá nas pontas dos pés, evitando as roupas no chão.

Com Astrid no meu colo e Archie ao meu lado, liguei a TV e deixei em um canal qualquer que passava um filme de ação.

De repente me passou pela cabeça que eu precisava urgentemente de um emprego se não quisesse ser chutada do prédio. Se eu saísse daqui, teria que ir morar com algum dos meus irmãos ou meus pais, e sério, as duas opções não eram bem opções.

Bufei irritada, chutando uma blusa no chão. Astrid me olhou brevemente, logo voltando a dormir.

Eu estava quase dormindo sobre Archie quando meu celular no encosto do sofá tocou. O atendi com uma careta, sem olhar para o identificador de chamadas.

– Alô?

– Estava dormindo? – Era Kol. Ótimo. Eu deveria ter olhado para o identificador de chamadas.

– Quase. Você sabe o quanto esse momento é precioso para mim? – Indaguei de olhos fechados, querendo que ele desligasse logo.

– Quer sair comigo? – Ele me ignorou completamente, para variar.

– Kol – Suspirei – Não vai rolar, cara, desiste.

– Você sabe que você não mudou nada desde quando éramos adolescentes? – Ele riu.

– Eu deveria levar isso como um elogio? – Me levantei de braços cruzados, franzindo o cenho ameaçadoramente como se ele pudesse me ver, o que, infelizmente, não podia.

– Sim, você era incrível naquela época – É, eu jogava futebol muito bem. Acho que encontrei a profissão da minha vida!

– Kol, não vou sair com você – Respondi – Ver sua cara hoje foi suficiente para mais oito... Não! Para mais dez anos!

– Ouch, você é cruel!

– Você não viu nada. Agora, se você não tem nada de útil para me dizer, vou desligar.

Deliguei mesmo ouvindo seus protestos. Archie me olhava curioso.

– É bebê, sua mãe é incrível, ela acabou de dar um fora no ex-namorado estúpido. Aprenda comigo, nunca volte com alguma ex-namorada, só te trazem problemas.

Archie me encarava como se realmente entendesse, e eu esperava que sim. Ele está comigo há cinco anos, desde que eu me mudei para esse apartamento. O encontrei na rua, passando fome, e o trouxe, não aguentei ver aquela coisinha pequena de olhos tão grandes sozinha na chuva.

Eu estava estressada, nunca achei que me sentiria assim depois de reencontrar aquelas pessoas. Até Hayley era formada, e eu não! Onde estava a justiça no mundo?

Então, para esfriar a cabeça, eu comecei a limpar a casa. Do meio para o fim eu já estava cansada ao ponto de cair no chão e ficar, mas não desisti. Havia uma pilha de louça e uma pilha de roupas sujas. Olhei para elas com pesar. Sério?

Três horas depois eu terminei. Tinha encontrado coisas que eu nem sabia que existiam, coisas que eu tinha perdido, até roupas que eu estava procurando, que já estavam sendo lavadas na máquina de lavar, porque até eu tenho limites. Depois de tudo feito, minha casa parecia uma casa.

Astrid também parecia bem satisfeita, ela andou pela casa inteira e se deitou no meio do corredor, impedindo a passagem de Archie para a cozinha. Ele poderia pular sobre ela, mas parecia que isso não era uma opção para ele.

– Archie, o que você acha de dar um passeio por ai? – Na hora ele ficou animado, correndo de uma parede para outra, sem atravessar para o outro lado, já que Astrid continuava ali.

Corri para o quarto e tomei um banho. Vesti uma calça preta rasgada, uma blusa morcego laranja um pouco colorida e um tênis preto. Meus cabelos estavam meio cacheados, a chapinha de um dia atrás começava a sair e ele voltava ao natural aos poucos.

Coloquei a coleira em Archie e sai de casa, deixando Astrid ainda dormindo, mas dessa vez sobre o sofá. Eu tive a tirar do corredor para que Archie passasse.

Archie estava eufórico na rua. Ele andava ao meu lado com o rabo balançando de felicidade. Todos os dias eu passeava com ele, mas na última semana eu estava ocupada procurando emprego e não tive tempo, hoje eu estava dando uma pausa na busca.

Sem querer acabei indo parar em frente ao restaurante Nostro Impero. Com a nossa reserva acabada, agora eu vi pessoas entrando e saindo, ele era bem popular, afinal. Ou Damon era popular? Será que ele era simpático daquele jeito com todo mundo? Só de pensar me bateu um ciúme sem sentido. Acho que Damon Salvatore virou meu crush. Eu estava muito velha para ter um? Não ligo!

– OH! – Olhei para frente e vi o garçom de antes olhando-me surpreso – Katherine Gilbert?

Bufei, e vi Archie me imitar, virando o rosto para o outro lado e fechando os olhos. Era um fofo mesmo!

– Não! Eu sou a Elena, sou irmã dela – Eu expliquei – E você?

– Ah! – Ele sorriu – Stefan Salvatore, sou irmão do Damon.

– Irmão? – Ele não se parecia em nada com Damon, mas era tão bonito quanto – Achei que você era o garçom, me desculpe.

– Quando há uma reserva grande como a que seu grupo fez nós dispensamos os garçons e nós mesmos servimos – Ele explicou – Eu trabalho na cozinha.

– Isso deve ser legal – Eu sorri.

– Volte mais vezes, Elena, adorarei te atender – Ele sorriu simpático, mas seu sorriso não chegava aos pés do sorriso do chef.

Ah, eu voltaria sim, voltaria muitas vezes só para poder observar Damon de perto, afinal ultimamente eu estava com muito tempo vago.

– Bonito cachorro – Disse Stefan agachado enquanto escrevia algo na lousa.

– Esse é o Archie – Passei as mãos em sua cabeça em um carinho – Bom, vou indo, e pode deixar, eu voltarei, com certeza.

Stefan se levantou e acenou. Me virei nos calcanhares e saí andando de volta para casa com um sorriso grande no rosto.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
Novamente, muito obrigada pelos comentários, vocês são os melhores S2
Bjs e até o próximo!