Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 16
Capítulo 16 - Bônus


Notas iniciais do capítulo

Gente ♥
Como eu amo vocês sério, vocês são os melhores leitores do universo. A história alcançou 150 comentários e essa semana eu recebi recomendações lindas ♥
Muito obrigada, Amanda Miranda, Mar Delena Forever e Natilavanholi, elas me animaram muito e me deixaram super felizes.
Mas para a infelicidade de algumas pessoas, esse capítulo não é a continuação do 15, é um bonus narrado pela Katherine contando um pouco sobre ela e sua época de amor com o Elijah na França, o capítulo termina na festa dos pais dela, assim como o 15.
Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/671628/chapter/16

E eles dizem que
Ela está na classe principal
Presa em seu devaneio
Tem sido assim desde os dezoito anos

Ed Sheeran - The A Team

Havia algo que todos sabiam sobre o passado: ele não podia ser mudado, mas se pudesse, faríamos diferente?

Era o que passava pela minha cabeça quase todos os dias, meus momentos nostálgicos eram envolvidos por memorias do passado, e era por isso que eu trabalhava como se não houvesse amanhã.

Quando olho para o passado, vejo uma Katherine que queria se divertir, curtir os dezoito anos em outro país que não voltaria... da minha forma, claro, já que eu nunca fui o tipo de garota que ia para baladas e passava a noite com um cara. Mas no dia que eu me permiti me divertir de um modo nada habitual para mim, conheci Elijah.

Nos conhecemos do jeito mais estupido possível, e poderíamos nunca mais ter nos encontrado, mas por algum motivo, ele me deixou curiosa sobre ele. Toda aquela sua raiva e brutalidade não parecia ser por causa de uma mera blusa, ele parecia estar estressado com outra coisa, não era culpa minha. Talvez tenha sido isso que me fez salvar seu número nos contatos quando ele me ligou me passando a conta da lavanderia – sim, ele realmente me passou a conta!

Eu passei dias olhando para o conjunto de números salvos na agenda como “o cara da blusa manchada”. E quando resolvi ligar, ele me surpreendeu me ligando! Eu estava esperando ele me convidar para sair, mas o que aconteceu foi totalmente diferente.

— Damon! Vem aqui agora, você a única pessoa que eu conheço nessa cidade. Eu estou no pet shop DoceLar.

E mesmo que a chamada não foi para mim, eu peguei um taxi e parti para esse pet shop, me perguntando quem era Damon e por que ele acabou ligando para mim, mas sua voz estava tão desesperada que eu não consegui ignora-lo. Hoje, talvez, eu me arrependa disso! Eu poderia ter falado que não era o Damon, certo? Sim, poderia! Mas como eu disse antes, não podemos mudar o passado.

O taxi parou em frente ao reluzente pet shop, e após pagar a corrida, eu entrei. Há um detalhe importante sobre aquele “dia”: já se passava das dez da noite e não havia ninguém ali sendo atendido, mas mesmo na entrada, eu podia ouvir o choramingo de um cachorro. Eu não era a maior fã de cachorros e gatos, afinal eu possuía uma alergia irritante, mas ignorando a coisa que me manteve longe de animais durante todo minha vida, eu fui até a recepção.

— Olá, eu vim... no lugar do Damon – Eu disse, esperando que aquilo fosse o suficiente.

— Ah claro, o Sr. Mikaelson está muito preocupado – Assim como eu perguntei, a atendente também respondeu em francês. Eu sorri agradecida enquanto ela me levava até outra sala, onde o mesmo homem que eu vi pela primeira vez na balada estava sentado, com as mãos sobre o rosto e parecendo extremamente cansado.

— Olá! – Foi a primeira coisa que eu disse, estupida. Ele ergueu o olhar, me encarando confuso.

— Quem é você? – Sua voz estava rouca.

— Eu sou a garota da boate – Sorri, me sentando ao seu lado – Você acabou ligando para mim invés do seu amigo.

— Me desculpe por isso – Ele suspirou – Eu não tinha a intenção de te ligar, não se preocupe, pode ir, eu ligarei para o meu amigo e dessa vez não errarei o número – Ele riu, não muito animado.

— Eu não me importo – Dando de ombros – É sexta-feira, e eu estava em casa, ficar em um pet shop não deve ser tão ruim, certo? – Seria péssimo se algum animal aparecesse perto de mim, na verdade.

— É a minha cachorra – Ele disse – Eu estou aqui na Franja apenas há alguns meses, e trouxe ela comigo, já que ninguém poderia ficar com ela nos Estados Unidos. Mas ela já está idosa e teve duas paradas cardíacas, ela está melhor, mas não totalmente fora de perigo.

Como Elena costumava dizer, eu era muito fria, e vendo aquele cara naquele estado, tão triste e precisando urgentemente de um amparo, eu não soube o que fazer, então simplesmente dei alguns tapinhas em suas costas, pior que um cara, totalmente.

Aquela noite, por mais que simples, me fez refletir sobre a vida. Eu nunca havia sido apegada a nada nem a ninguém como aquele cara parecia ser a sua cachorra, o olhar que ele possuía era como se alguém na família estivesse a beira da morte. Talvez tenha sido ali que eu me apaixonei. Eu me apaixonei pela sua forma de ver o mundo e tratar as pequenas coisas e dificuldades da vida.

Eu nunca fui o tipo de pessoa que precisava lutar por algo, tudo que eu fazia era sem esforço algum e saia perfeito, eu nunca precisei estudar para uma prova e tirava nota máxima, eu nunca tive sonhos ou ambições, e sempre me perguntei se isso era algo bom, mas com Elijah era diferente, ele lutava pelo que queria, e por mais difícil que fosse, ele não desistia e acabava conquistando. Isso descobri com o tempo, e só admirei ele ainda mais!

E foi assim que eu passei minha noite de sexta-feira três semanas depois de encontra-lo na boate. Naquela noite eu descobri seu nome e seu sonho de ser um chefe de cozinha, naquela noite também, sua cachorra e fiel companheira há doze anos, Lina, faleceu. Naquela noite, eu o consolei pela primeira vez, foi minha primeira vez consolando alguém, nos abraçamos no meio do consultório e ele chorou em meu ombro. Foi a primeira vez que vi um homem chorando!

Não nos conhecíamos, mas a partir daí nos falávamos todos os dias.

Quando você está com uma pessoa que gosta, você pensa que nada irá te separar dela, você pensa que será eterno por simplesmente se amarem, mas na prática não é bem assim.

Dois meses depois começamos a namorar, e agora, anos depois, eu me arrependo do sim que eu disse naquela noite de domingo, no meio do restaurante após terminarmos o jantar. Elijah era maravilhoso e me fez amadurecer como pessoa, mas eu... bem, eu continuava sendo eu, Katherine Gilbert, uma mulher de poucas palavras e até fria, eu não costumava demonstrar meus sentimentos, já Elijah era diferente, ele brilhava onde quer que estivesse ou com quem, ele se enturmava fácil e conversava com todos. Ele não julgava pela aparência, ele via todos os lados da história, ele era paciente, amável e carinhoso.

Bem, eu não!

E acho que o fato de não ser assim, nos levou ao fracasso. Eu o amava, e isso era uma das maiores certezas da minha vida, mas mesmo amando-o, eu não sabia ser romântica, carinhosa e fofinha como a maioria das garotas da minha idade. Eu não reagia bem quando ele me dava presentes, e não aceitava que ele pagasse os jantares ou cinema quando saiamos. Eu era o que hoje em dia muitas pessoas chamam de feministas, não ao extremo, claro, mas eu tinha um orgulho ridículo que levou nosso relacionamento ao buraco.

Elijah era paciente, amável e carinhoso, sim, mas ele ainda era humano, e houve um momento que ele se cansou, e não o culpo.

Alguns meses depois, ele recebeu uma ligação de sua família e teve que voltar urgentemente para os Estados Unidos, largando os estudos e a culinária na França... e eu também! Ele não me encontrou para avisar que estava indo, nem ligou, não me deu satisfações.

Brigamos um dia antes dele viajar, ele estava disposto a me contar naquela noite, mas eu, orgulhosa e estupida mantive a discussão como se fosse a coisa mais importante no momento, e por isso ele acabou não contando e indo embora. No dia seguinte, eu recebi uma ligação de Damon me perguntando o porquê de eu não ter aparecido no aeroporto, eu fiquei confusa, ele também, depois me explicou tudo e eu entendi.

Eu havia perdido o único homem que eu amei!

E agora sete anos depois, eu ainda não havia esquecido ele e ainda me arrependia dos meses que passamos juntos onde eu fui a pior namorada do universo. Pensando sobre isso, nunca chegamos a terminar, e eu não cheguei a me envolver seriamente com outra pessoa.

Eu não esperava encontra-lo novamente, e evitava falar dele, na verdade eu não falava dele, a primeira vez que toquei em seu nome após voltar da França foi quando Elena me perguntou, alguns dias atrás, afinal Elena era Elena, e eu não poderia mentir sobre isso mesmo se quisesse. Uma das coisas mais importantes da minha vida, era minha amizade com minha irmã gêmea.

Nunca havia passado pela minha cabeça encontrar Elijah na festa, e assim, eu fui sossegada imaginando que seria uma festa comum, e ela realmente começou assim. Estava tudo maravilhoso, como eu já imaginava e esperava que estivesse, meus pais estavam incríveis, o amor deles transbordavam e mudavam a áurea do ambiente, deixando tudo mais confortável e romântico só com a presença deles.

Eu estava sentada, observando os casais dançarem e outras pessoas conversarem, foi quando eu o vi entrar no salão, lindo e ainda mais maravilhoso que sete anos atrás. Éramos inexperientes no passado e quase crianças, agora éramos ambos crescidos, mas eu não havia mudado quase nada, diferente dele que parecia mais maduro e sábio. Com quantos anos ele estava agora? Vinte e sete? Vinte e oito?

Observando-o de longe, eu me lembrava uma adolescente observando seu paquerinha na escola, a diferença era que Elijah não era uma simples paquerinha, mesmo agora ele era muito mais que isso.

Seu olhar finalmente encontrou o meu, mas eu não desviei, apenas sorri, bebendo um gole do meu champanhe. Ele continuou sério, e se aproximou, nenhum sorriso apareceu em seu rosto em todo o processo.

— Katherine Gilbert – Sua voz não estava diferente, era a mesma voz que me causava arrepios, por mais que ele não visse isso.

— Elijah Mikaelson – Eu o imitei, me levantando da cadeira – Quanto tempo não nos vemos.

— Um bom tempo – Ele respondeu – Eu soube sobre você de Damon.

E foi assim, com poucas trocas de palavras que percebi que não éramos os mesmos, estávamos desconfortáveis um com o outro, o clima tenso. Era como se ele não quisesse estar ali, conversando comigo, mas Elijah era educado demais para deixar de cumprimentar alguém que conhecia.

— Espero que tenha sido coisas boas – Eu sorri, bebendo meu champanhe – E o seu restaurante, ainda há planos de abri-lo?

— Está um pouco atrasado, mas não morto – Esse era o Elijah que eu conhecia. Mesmo depois de tanto tempo, ele não desistiu, e por mais que eu não tivesse o direito, senti orgulho dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa música do capítulo achei tão a cara da Katherine, não literalmente, claro, mas me lembrou muito, espero que tenham lido o capítulo após coloca-la para tocar.
Alias, o que acharam do capítulo? Eu simplesmente amei escrevê-lo. Como eu já havia dito para algumas pessoas, queria muito mostrar um pouco da Katherine e de seu passado, e ela não será a única, e este não será o último capítulo sobre ela e o Elijah.
Bjs e até o próximo S2