Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 10
Capítulo 10




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No meu coração preso a solidão escura.
Você é uma luz que brilha como luzes estrela.
Eu continuo me apaixonando por você,um você sagrado.
Você derrete e se propaga por mim.
Eu floresço em seu abraço, como um sonho.
Este momento é meu paraíso

All About - Melody Day

Todos trabalhavam arduamente, era um programa ao vivo com um cenário incrível e bem equipado. Meus pais se moviam com maestria por aquela cozinha e se divertiam enquanto ensinavam, sorrindo para as câmeras. Eles realmente possuíam talento para os dois trabalhos.

Eu fiquei mais atrás apenas observando. Meia hora depois o diretor gritou o famoso “corta” e todos bateram palmas. Meus pais sorriram um para o outro e tiraram os aventais, recebendo toalhinhas de algumas estagiarias. Minha mãe foi a primeira a me ver, ela sorriu e veio correndo com os braços abertos. Eu a abracei de volta.

— Por que demorou tanto, Elena? – Ela perguntou apertando minhas bochechas – Eu estava morta de saudades de você.

— Me desculpe, eu estava um pouco ocupada – Respondi com um meio sorriso, me sentia desconfortável ali. Não demorou para o meu pai também se aproximar, ele não me abraçou como minha mãe fez, mas fez uma caricia em meu rosto e beijou minha testa.

— Ocupada com o que? Arrumou emprego? – Ele perguntou. Eu sabia que eles não diziam por mal, mas aquilo me chateava um pouco, essas perguntas sobre emprego, faculdade e sonhos me incomodavam.

— Sim – Eu sorri, abraçando-me.

— Você virá para nossa festa, não é? Quero muito que esteja lá, Elena – Disse minha mãe, ela possuía o cenho franzido e os braços cruzados, aquela expressão dizia que ela realmente queria que eu estivesse lá, mas eu não fosse por motivos que ela sabia muito bem, tudo bem.

— Elena, como nossa filha, você deve estar lá – Meu pai já era um pouco diferente, mais autoritário e dono da verdade, ele nos criou com costumes antigos e rígidos, funcionou com todos, menos comigo. Para ele, era o dever de um filho acompanhar os pais e representa-los, principalmente em uma festa importante como aquela.

— Claro, eu irei – Eu fiz o possível para não suspirar, me preparando mentalmente para encontrar tantas pessoas que eu detestava.

Minha mãe sorriu, vindo me abraçar novamente, com uma carinha em meus cabelos, ela sussurrou em meu ouvido:

— Obrigada, querida, isso é muito importante para seu pai e eu.

— Eu sei.

— O que aconteceu com a sua mão? – Meu pai perguntou. Ele notou enquanto eu abraçava minha mãe, minha mão machucada sobre sua cabeça.

— Nada demais, apenas uma queimadura leve – Dei de ombros.

— Você se arriscou na cozinha? – Minha mãe riu – Venha, vou passar uma pomada e assoprar para sarar.

— Mãe, não sou nenhuma criança – Revirei os olhos, mas mesmo assim a segui até seu camarim. Lá havia de tudo, desde roupas a produtos higiênicos, Dona Isobel era uma mulher um tanto paranoica demais.

— Você é o meu bebê ainda sim – Ela retrucou.

Isobel me fez sentar em uma cadeira de costas para o espelho e com a caixinha de primeiros socorros no colo, ela se sentou na minha frente. Ela abriu a pomada para queimaduras e gentilmente passou sobre minha mão, assoprando em seguida como se eu realmente fosse uma criança.

— Prontinho – Ela sorriu, beijando as costas das minhas mãos – Tome cuidado, as mãos de mulheres tem que ser sempre perfeitas, principalmente quando são solteiras.

— Você é cozinha e ainda consegue mantê-las sempre bonitas – O que não era mentira e sempre me surpreendia.

— Elena, pare de se martirizar, minha filha – Ela sorriu gentilmente – O seu tempo de brilhar chegará. Eu sei qual é o motivo de você se sentir receosa em ir a festa, mas você deve ir e mostrar que não se abala com o que os outros dizem. Você sabe que se estiver sendo muito difícil, seu pai, seus irmãos e eu, sempre estaremos aqui por você e você sempre será bem vinda para voltar para casa.

— Eu sei – Suspirei, sorrindo em seguida. Não queria deixa-la preocupada – Obrigada, mãe. Mas agora eu tenho que ir, amanhã acordo cedo para o trabalho.

— Não vai nos dizer em que está trabalhando? – Ela perguntou com um sorriso de quem sabia o que era.

— Por agora prefiro manter em segredo – Eu ri – Diga a vovó que depois eu a visitarei.

— OK, direi sim.

Nos despedimos com beijos no rosto e eu sai do camarim, no caminho encontrei meu pai, ele conversava com um homem e pareciam concentrados olhando uma gravação, John dava algumas dicas e lhe dizia o que achava.

— Elena! – Ele disse quando me viu.

— Eu já estou indo para casa.

— Sua casa não é aquele apartamento – Ele fez uma careta. Todos da minha família odiavam o lugar onde eu morava, afinal todos estavam muito acostumados ao luxo, eu já havia me acostumado há muito tempo.

— Pai... Não começa com isso de novo, eu estou cansada de verdade – Eu disse após um longo suspiro.

— OK, não direi nada – Ele colocou as mãos em meus ombros, e sorriu para mim, beijando minha testa – Descanse bem.

— Você também.

Logo eu estava saindo da emissora e peguei ônibus para voltar para casa, seria ótimo se eu conseguisse comprar um carro, mas meu orçamento não permitia, e mesmo se eu conseguisse comprar, seria difícil mantê-lo.

A noite foi como sempre, Archie estava animado demais e não parou de tentar em mim, Astrid estava ligada no 220 e não parou de correr e arranhar as coisas nem por um segundo, mas mesmo assim consegui ir para cama cedo, sem me importar com o barulho que as duas criaturas faziam.

O dia amanheceu exatamente como o anterior: extremamente quente. Acordei me abanando e corri para o banheiro para tomar um banho gelado, aproveitei e lavei meu cabelo. Vesti um short simples preto com uma blusinha de alça branca e calcei botinhas bege de cano baixo.

Tomei café da manhã, torrada com café, e coloquei as rações nos potes de Astrid e Archie, os dois ainda dormiam, o que me fez imaginar a que horas eles haviam ido dormir. E finalmente sai.

Não demorou para eu chegar ao restaurante, ele ainda estava fechado e nem todos haviam chegado, Stefan e Klaus ainda não estavam. Eu fui até o vestiário e lá acabei encontrando Elijah, o que me lembrou da minha conversa com Katherine no dia anterior.

— Bom dia! – Eu disse animadamente, começando a entender sua atitude irritada de ontem.

— Bom dia – Ele respondeu tão seco quanto antes.

— Você está bem? Está muito calor, né? O calor estressa as pessoas, não se preocupe – Eu sorri, abrindo meu armário e tirando de lá meu uniforme – Mas sabe o que melhora? A gente se encontrar com as pessoas que gostamos. Por que acha que estou sempre de bom humor?

Elijah me encarou profundamente, terminando de abotoar a camisa. Ele mordeu o lábio inferior e fechou o armário com um baque, saindo do vestiário. É, pelo visto ele não gostou nada do que eu disse. Sua expressão de antes parecia que ele havia percebido que eu já sabia da história dele com Katherine, e me desculpe universo, mas eu não consigo ficar triste, porque se é Elijah, não é Damon, então está tudo ótimo!

— Sonhando acordada, Gilbert? – Klaus perguntou. Ele surgiu do nada, só pode.

— Eu prefiro viver meus sonhos – Eu sorri maliciosa.

— Aposto que neles estão o Damon – Ele riu.

— Tão cedo e já estão falando de mim? – Damon parecia cansado, ele já estava usando o uniforme de chef, que lhe caia muito bem, na verdade.

— Você está bem? – Perguntei me aproximando – Quer uma massagem? Sou muito boa nisso – Eu ergui minha mão para seus ombros, mas antes que os alcançassem, ele segurou meus pulsos, soltando-os longe dele.

— Estou ótimo – Ele respondeu – Klaus, me ajude a fazer o cardápio principal do dia.

— OK, chef – Klaus correu para perto de Damon, mas depois que esse saiu, ele se virou e ergueu os polegares para mim – Força, Gilbert!

Eu só pude rir, indo para o banheiro me trocar.

A manhã se passou incrivelmente lenta, eu estava soada e cansada de tantos trabalhos que Damon me fazia fazer, ele era realmente cruel, só me dava ordens e não parecia nem um pouco interessado em mim, mas eu com certeza mudaria aquilo, ou não me chamo Elena Gilbert!

— Gilbert, por que está parada? – Eu só notei que havia parado de lavar a panela por causa de meus pensamentos que haviam voado demais quando recebi um peteleco na testa. Eu encarei Damon com um bico, querendo devolver, mas eu sabia que antes que meus dedos alcançassem sua testa, ele já teria me segurado e impedido.

— Eu estava pensando em você – Eu sorri maliciosa – Algum problema?

— Muitos – Ele revirou os olhos – Vamos, você vai no mercado comigo?

— No mercado? Só nós dois? – Meus olhos brilharam e na hora eu me levantei, indo lavar minhas mãos.

— É, os outros estão ocupados e eu preciso de alguém para levar as sacolas.

Eu dei de ombros, não era tão ruim assim carregar sacolas, certo?

Bom, se fossem poucas sacolas, tudo bem. Mas Damon se recusou a pegar um carrinho e me fez, literalmente, carregar todas as sacolas. Havia todo tipo de ingrediente, agora ele estava olhando os peixes, e fazia várias perguntas para a pobre da vendedora que o olhava indecisa.

— Por que você não pegou um carrinho? Estou morrendo aqui – Eu disse.

— Você não parece estar morrendo – Ele respondeu indiferente, sem nem me olhar.

— Quero ver você explicar para os policiais quando eu cair mortinha aqui no chão, vão todos dizer que foi exploração de trabalho – Retruquei.

— Então você quer sair do trabalho? – Damon finalmente me olhou, ele sorriu como se escondesse alguma coisa e ergueu uma sobrancelha. Aquilo era um desafio? Ele estava me fazendo passar um inferno para ver até onde eu aguentava? Tudo bem, Damon Salvatore, isso agora é guerra, definitivamente.

— Pensando bem, não está tão pesado assim – Eu ajeitei as sacolas nos meus braços, sentindo que a qualquer momento eles fossem cair, mas tentei não demonstrar e fiz a mesmo expressão que ele, aceitando o desafio.

— Que bom, porque ainda não estamos nem na metade – Damon sorriu quase que cruel e fomos para outra sessão. Sério, ele tinha quantos anos, dez?

— Por que você não tem um carro? – Perguntei enquanto voltávamos para o restaurante, minha sorte era que era perto, ou então meus braços realmente cairiam.

— Eu tenho um carro – Ele respondeu, me surpreendendo completamente.

— Você tem? – Eu o olhei chocada – Então por que você nunca o usa?

— Não gosto de dirigir – Ele deu de ombros – Stefan usa mais que eu, na verdade.

— Você não quer me emprestar? Seria ótimo ter um carro – Eu disse, sorrindo como uma criança que pede seu presente caro de natal.

— E perde-lo? Não, eu realmente gosto dele – Damon debochou.

— Ei, eu sou um ótima motorista – Retruquei.

— Duvido muito.

— Quer que eu prove? Na próxima vez que formos ao mercado, traga seu carro e deixe eu dirigir – Eu disse, completamente confiante em minhas habilidades.

— Eu já disse que gosto do meu carro – Ele sorriu e subiu os degraus do restaurante em pulinhos, rapidamente entrando.

— Ahh, tão mesquinho – Eu fiz uma careta – Nem me ajuda a levar as sacolas, ele acha que eu sou o que? Sua escrava? Damon Salvatore, você...

— Gilbert, está esperando o que? Precisamos das compras – Damon disse, me chamando do lado de dentro.

— É? Então por que não me ajuda a carregar? – Perguntei irritada, já dentro do restaurante e indo para a cozinha.

— Você disse que estava ótima – Ele deu de ombros, me olhando como se fosse o ser mais inocente. Ele pegou as sacolas, e começou a guardar as coisas em seus devidos lugares.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar S2