A última apresentação de Hermione na Broadway começaria em instantes. Longos meses de preparação, depois meses se apresentando para milhares de pessoas, longe de casa e a sensação de dever cumprido compensava todo o cansaço e trabalho duro. Então pela última vez, Hermione foi ao palco e fez o que mais gostava. Queria lembrar-se de cada momento, cada passo e cada canção. Seu sonho havia sido realizado, para sempre poderia dizer que foi uma privilegiada atriz que teve a oportunidade de se apresentar no palco da Broadway.

—Vocês vieram! –Hermione ficou ainda mais emocionada ao ver seus pais no camarim a esperando após o espetáculo.

—Claro que sim! –David rodopiou a filha em um abraço. –Você estava incrível!

—Estamos tão orgulhosos de você, Hermione. –Jane tinha lágrimas nos olhos. –Nossa garotinha que se apresentava na sala agora tem a Broadway como palco.

David e Jane mimaram a filha com muitos elogios. Estavam felizes por poderem ver Hermione realizando mais um sonho.

—Estou atrasado ou ainda sobrou algum elogio que eu possa fazer? –Ron abriu a porta do camarim com um buque de rosas em mãos, as rosas que Hermione recebia após cada apresentação.

—Ron! –Hermione correu para os braços dele e o beijou.

—Você vai estragar as flores. –Ron tentou avisar, mas Hermione não se importava.

—Eu senti a sua falta! –ela falou quando precisaram se separar para respirar.

—Eu também! –Ron entregou as flores um pouco amaçadas.

—Já estava achando estranho. –Hermione as recebeu, o buque era tão lindo como os outros que recebera. –Achei que justo no último dia você tivesse esquecido.

—Não, só resolvi fazer eu mesmo a entrega. –ele a beijou novamente feliz em revê-la. –Vamos jantar?

A família seguiu para o restaurante em que Ron havia feito reserva. Hermione estava tão feliz em rever os pais e Ron que a comida pouco importava, mas precisava elogiar a escolha de Ron, o restaurante e o cardápio eram ótimos.

—Quer dar uma volta? –perguntou Ron ao saírem do restaurante apontando para a carruagem que estava no meio-fio.

—Vocês se importam? –Hermione olhou para os pais que estavam logo atrás.

—Nós vamos na carruagem de trás. –informou David tomado pelo romantismo do momento.

Ron ajudou Hermione a subir e pediu para o condutor começar o passeio. Para se proteger do frio, Hermione se aconchegou nos braços de Ron. Eles observavam a vista e os pontos turísticos de Nova York todos iluminados e decorados para o natal. Hermione parecia estar vivendo a cena de um dos filmes românticos que tanto assistira com Ginny.

—Você não está dormindo? –Ron questionou após Hermione estar calada desde o momento em que o passeio começou.

—Não, só estava contemplando a paisagem. –ela sorriu desviando o olhar da paisagem para olhar para Ron. –Não falei antes, mas você está muito elegante.

—Obrigado. –ele agradeceu lisonjeado, pois o terno e o casaco elegante não faziam parte do seu traje habitual. –Precisava me vestir bem de acordo com a ocasião.

—Obrigada por vir. –Hermione agradeceu com um beijo. –E tornar esse momento na minha carreira tão especial.

—Posso tornar ainda mais especial? –Ron ergueu o queixo dela com carinho, forçando-a a olhar para ele.

—E tem como? –ela não sabia o que esperar, mas o conteúdo na mão de Ron a deixou totalmente sem reação. –Ron?

—Quer se casar comigo? –ele abriu a caixinha de veludo que revelou um lindo anel de noivado. –Agora o pedido vem acompanhado com um anel.

—Eu aceito. –Hermione respondeu emocionada, lágrimas rolavam pelo seu rosto quando ela lançou os braços em volta do pescoço dele.

Ron se afastou do abraço para pegar a mão esquerda dela. O dedo polegar dele acariciou as juntas dela deslizando o anel. Hermione não conseguia parar de olhar para o anel extasiada. Com o movimento da carruagem, as luzes de natal espalhadas por toda a cidade insidiam sobre o diamante e faziam o brilhar ainda mais. Hermione sentia vontade de se beliscar para ter certeza de que tudo aquilo não passava de um sonho maravilho.

—Você gostou?

—É lindo. –Hermione falou admirando o anel.

—Eu não tinha certeza do que você gostaria então Ginny e a sua mãe me ajudaram a escolher. –ele respondeu sorrindo. Ron estava com um sorriso fixo no rosto desde que ela aceitara o seu pedido.

—Preciso agradecê-las. É o anel mais lindo que já vi.

Quando o passeio chegava ao fim pequenos flocos de neve começaram a cair do céu, se tinha um jeito de deixar a noite ainda mais romântica, a neve foi a cereja em cima do bolo. A noite precisava terminar, pois logo pela manhã o avião os levaria para casa.

—Que saudades do meu filho! –Hermione foi recebida por Bowie assim que abriu a porta. O cachorro pulou no seu colo latindo e lambendo seu rosto de felicidade. –Você sentiu a minha falta?

—Ele dormiu no seu lado da cama. –Ron contou entrando em casa carregando as malas.

—Você o deixou subir na cama? –ela perguntou incrédula. Bowie podia fazer o que quisesse, menos subir na cama. –Ronald!

—Eu não queria dormir sozinho e Bowie me fez companhia. –ele respondeu acariciando o cachorro. –Sabe que é impossível negar aquele olhar pidão.

O resto do dia os três passaram na cama, dividindo o tempo entre assistir seriados e cochilos causados pelo cansaço e o fuso horário.

Na véspera de natal, Ron e Hermione se concentraram em arrumar a casa para o dia seguinte. A árvore estava na sala, Ron havia comprado com o pai mês passado, mas ainda faltavam os enfeites e juntos eles decoraram a árvore.

—Agora só falta a estrela no topo e a nossa árvore estará pronta. –Hermione falou satisfeita do trabalho que fizeram. –Me ajuda?

—Claro! –Ron ergueu Hermione para que ela colocasse a estrela no topo da árvore. –Nossa primeira estrela.

—Meus pais usam até hoje a estrela comprada no primeiro natal que eles passaram juntos.

—Então devemos cuidar muito bem desta estrela, pois iremos usa-la nos próximos e próximos natais. –ele a beijou apaixonadamente.

O natal chegou e com ele o encontro da família Weasley para celebrar a data.

A cada encontro com a família, Hermione tinha a sensação que convivia com eles há anos. Todos a receberam tão bem que era impossível não se sentir parte da família. Molly Weasley era a principal causa de todo esse amor, sempre preocupada em atender e agradar a todos.

—Molly, quer ajuda? –perguntou Hermione pronta para ajudar no que fosse preciso para que o natal saísse perfeito.

—Aqui está tudo bem, querida. –ela respondeu tirando a última panela do fogo, limpando a mão no seu inseparável avental.

—Vá ficar com Ron, vocês ficaram muito tempo longe. –Helen aconselhou. –Nós temos tudo no controle, anos de prática. Você terá tempo para aprender.

Este natal estava sendo especial, Gui e Fleur anunciaram que Victoire teria uma irmã e aproveitando o assunto da conversa, Harry e Ginny anunciaram que o bebê Potter seria um menino. Além de Ron e Hermione anunciarem o noivado. Para a alegria de Molly e Jane, os noivos contaram os planos do casamento na praia e com a presença de toda a família.

—Papai e mamãe estão nas nuvens pela chegada do primeiro neto. –Ron comentou com Hermione após se deliciarem com o almoço e a espera da sobremesa.

—Quando vocês serão responsáveis por aumentar a família? –perguntou George ao irmão em tom de brincadeira.

—Primeiro vocês, George! –ele respondeu entrando na brincadeira apontando para os gêmeos e suas esposas. –Ginny e Harry foram rápidos demais!

—Isso é uma aposta, irmãozinho? –Fred ficou interessado no assunto.

—Não! –Hermione precisou interferir, antes que algo acontecesse.

—Gostei da ideia, Fred! –George provocou levando em conta o total desespero de Hermione. –Aposta aceita. E aí, Ron?

Todos na mesa interromperam as conversas paralelas e ficaram a espera da resposta de Ron. Hermione assumiu um tom avermelhado no rosto, ansiosa e nervosa com as palavras que iriam sair da boca de Ron.

—Tudo bem! –Ron disse estendendo a mão para selar a aposta. –Aposta aceita, mas os perdedores terão que comprar fraudas ao vencedor por um ano.

—Aceito! –Os gêmeos concordaram.

O almoço de natal poderia ser definido como o natal da fartura. Comida e presentes em abundancia e pessoas não faltavam em volta da mesa. Hermione e os pais se sentiam mais do que simples convidados, já faziam parte da família.

—O bebê e eu somos pessoas diferentes. –Ginny falou frustrada ao abrir os presentes com o seu nome, mas que na verdade eram presentes para o bebê. –Ele está na minha barriga, mas eu ainda existo e quero ganhar presentes!

—Sem drama, Ginny! –Ron estava abraçado ao seu novo vídeo game, presente dado por Hermione.

—Você ganhou o que você queria! –ela respondeu um pouco mais feliz após abrir o presente de Hermione e ver que era um perfume. –Queria ver você no meu lugar!

—E o meu presente? –Harry a lembrou. –Não conta?

—Sim, Harry. –Ginny mostrou o colar já no pescoço com um pingente de um bonequinho.

—É lindo! –Molly elogiou o presente dado pelo genro e lembrou que faltava o seu presente para os filhos, noras, genro e netos. –Agora chegou a hora dos nossos presentes.

—Sem brigas, crianças. –Arthur entregou cada embrulho para cada um dos filhos. –Fleur, Ana, Kate e Hermione, aqui estão o de vocês. –ele entregou os presentes para as noras. –E aqui o da minha netinha, Victoire.

—Espero que goste da cor, Hermione. –Molly estava na expectativa se a nora gostaria ou não.

Hermione desfez o laço e desembrulhou o presente. Era uma blusa de lã, feita de tricô por Molly, a cor era laranja e com a letra H na frente em marrom. As cores da blusa de Hermione eram o contrario das cores da blusa de Ron.

—Eu adorei. –Hermione agradeceu emocionada. –Obrigada, Molly.

—Já avisando. –George falou vestindo a sua blusa. –Todo ano você vai ganhar.

—E da mesma cor. –Fred completou. –Gostando ou não.

—Eu amei. –Hermione falou sincera vestindo a blusa tão confortável. –E vou amar ganhar em todos os natais.

Antes que todos fossem embora levando para suas casas as sobras do almoço, Arthur e Molly reuniram a família em frente à árvore de natal para a foto, registrando mais um natal em família.

O natal estava terminando, Hermione olhou para o relógio na cabeceira da cama, poucos minutos para o dia seguinte. Ron e Bowie dormiam ao seu lado na cama, nada no mundo iria acorda-los. Lá fora a neve caia e Hermione imediatamente olhou para o anel em seu dedo, relembrando a noite anterior. Um sorriso surgiu em seu rosto, Ron a fazia a mulher mais feliz do mundo. O sono começou a ganhar força, porém antes que se deixasse levar pelo sono, Hermione postou em suas redes sociais a foto tirada naquela tarde na qual ela e Ron estavam com as blusas feitas por Molly. Não sabia dizer ao certo o que mais lhe encantava na foto, se era as blusas com cores combinando, o sorriso genuíno estampado nos seus rostos ou simplesmente o amor que estava vivendo ao lado de Ron. Já com os olhos fechados, pronta para se entregar ao sono merecedor, Hermione chegou a conclusão que era a combinação de tudo e que não conseguiria mais ver a sua vida sem essa combinação que até poucos meses não sabia nem existir e muito menos que poderia sentir esse amor por alguém.