Perdida? escrita por Romantica10


Capítulo 7
Capitulo Sete


Notas iniciais do capítulo

Oii, desculpe a demora. Aproveite.
Esse Capitulo é dedicado a Slytherina, bjs!



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CAPITULO SETE

Depois de sairmos da sala da Diretora, Jonas me avisou que já estava na hora de ir embora. Notei que realmente já eram cinco horas da tarde, mas mesmo parecendo cedo, eu não sabia aonde ele morava então não falei nada. Enquanto andávamos pelos corredores em direção a saída, ele resolveu quebrar o silencio.

“Você pareceu empolgada com a idéia de falar com o Diretor da Take Cake of Another”. Ele disse ainda olhando para frente. Sua testa estava tensa, mas não fincada. Ele parecia não querer demonstrar raiva ou qualquer outra coisa. Eu suspirei pesadamente com a pergunta que ele fez

Eu não sabia se estava pronta para abrir os meus pensamentos com ele. Eu sabia que ele podia ser só mais um garoto que eu havia conhecido, mas… mas havia algo que eu sabia que nele era diferente, mas eu não poderia me ariscar… ainda mais na minha situação. No entanto, eu não acho que essa informação seja tão profunda. Todavia, a questão é: Como dizer: ‘Eu não quero mais ficar aqui!’ de uma maneira neutra?

“Minha vida é algo muito monótono”. Suspiro. Remédios, cama, remédios, cansaço, remédios, conversas loucas com Abigail, remédios… “Eu nunca sai daqui e eu fiquei empolgada com a possibilidade disso acontecer”. Ele virou o rosto para mim e eu virei o meu para ele. “De vez em quando eu me sinto em uma prisão”. Desviei o olhar para o chão.

Seguimos até o gramado.

Em certo momento, ele pegou minha mão. Eu e ele olhamos nossos dedos se entrelaçarem como se nossas mãos se conhecessem antes de nós. Seu aperto era delicado, mas ao mesmo tempo firme. Olhei para seu rosto. Ele ainda olhava nossas mãos completamente entrelaçadas. Ele olhou para mim por uns segundos e eu pensei que ele fosse me beijar, mas a magia do momento acabou tão rápido quanto veio.

“Te vejo amanhã”. Ele falou baixo, enquanto desentrelaçava seus dedos dos meus. Uma súbita vontade de chorar, eu senti naquele momento. Em minha garganta um nó se formou e meus olhos se umedeceram. Ele saiu na moto minutos depois deixando-me desiludida e perdida naquela grama verde e fosca.

Eu havia desligado a luz. A vontade estúpida de chorar passou, mas o mais estranho de tudo foi que a dor na minha garganta não passou de maneira nenhuma. Meus pensamentos ainda estavam assombrados com a presença de Jonas. Ele havia ficado distante de mim após minha conversa com Bill. Seriam ciúmes? Ele estaria com ciúmes de mim? Por que esse pensamento me faz sorrir? Com certeza estou doida. Ri comigo mesma.

Será que naquele momento ele estaria pensando em mim?

Uma ardência na minha garganta começou de repente. Fiz uma careta de desgosto e engoli em seco. Tinha algo de errado comigo. Eu não queria ir falar com Tânia… Puxei o ar com força. Meus pulmões começaram a queimar como se o ar que eu estava respirando fosse pura água salgada. Eu puxava o ar com força, minha mão correu pelo meu peito e pela minha garganta. Meus olhos começaram a lagrimejar e eu comecei a chorar de dor desesperadamente, fazendo barulhos estranhos de engasgo e falta de ar. Em busca de ajuda me levantei. Com passos lentos e oscilantes cheguei a porta do quarto. Ao abrir a porta meus joelhos cederam e eu fiquei de joelhos Meu peito estava comprimido e eu chorei, mas forte.

Eu estava com medo de morrer. Muito medo. Será que agora era a minha hora? Pensei que realmente morreria por causa da AIDS, mas eu sabia que ela me mataria devagar. Eu não esperava morrer de algo súbito e doloroso. Meus olhos queimaram ao me lembrar de Jonas. O garoto estranho da palestra, meu parceiro como um comunitário… Meus olhos molharam por pensar nele. Agora o remorso me atingiu. Eu morreria sem contar a ele sobre a AIDS, sobres os meus segredos mais profundos como a falta da minha mãe, do abando não…

Eu quero morrer. Eu não posso morrer, não agora. Então eu gritei, um grito agudo e dolorido, pois fez minha garganta doer como o inferno. Naquele momento, foi a primeira vez que eu rezei.

Eu nunca havia sido uma pessoa muito religiosa, mas eu nunca fui ingrata pois de alguma maneira se eu estava bem em Buffalo Springs e por causa Dele. Senhor, por favor se está me ouvido, me ajude! Tira essa dor, por favor! Não me faça morrer agora! Eu não posso deixá-lo, não agora! Eu pensava com toda fé que eu tinha

Murmúrios eram ouvidos e passos apressados chegavam em minha direção, mas a dor dilacerante em meu peito não passava. Eu já não estava ajoelhada e sim jogada no chão. Minha cabeça repousava no chão frio de madeira do corredor estreito, então eu a vi. Tânia e Ricardo – um menino mais velho do meu andar. Eu estava muito cansada por causa da dor e a única coisa que pode dizer antes de cair na inconsciência foi:

“Obrigada, Deus”.

Um bipe insistente zunia. Sentia cosquinhas no meu nariz e meus dedos estavam dormentes e extremamente doloridos. Quando abri os olhos, vi uma parede branca, moveis brancos e uma mulher de branco mexendo em algo ao meu lado. “Boa noite”. Diz enquanto coloca algo em um aparelho. Noite? Quanto tempo eu fiquei desacordada? “Bom, agora que você acordou, perguntarei ao medico se você pode começar a tomar os seus remédios novamente. Posso deixar seus amigos entrarem?”. Minha garganta estava dolorida e meio seca, mas respondi.

“Sim, mas… o que aconteceu comigo?” Falo ainda meio sem forças; Ela suspira.

“Não sabemos muito bem, mas desconfiamos seriamente que você tenha tido uma crise de asma”.

“Não é possível” digo descrente. “Senhora, eu tenho AIDS, o meu corpo não suporta nem mesmo um resfriado, quanto mais asma. Essas crises costumam doer tanto?”. Sussurro. Eu não suportaria essa dor novamente.

“Depende, mas nas suas condições, eu acredito que doa mais… Mas como disse só temos uma suspeita muito forte. Isso na quer dizer que você realmente tenha asma, okay? Vou chamar seus acompanhantes”.

Ela saiu. Observei ao redor. Eu estava com uma bata azul e larga e meus cabelos estava caindo sobre as minhas costas. Os bipes eram as batidas do meu coração no monitor do meu lado esquerdo, vários curativos ficavam por cima da agulha que estava na dobra do eu braços.

De repente Tânia entrou no quarto e como um jato sepois ao meu lado me abraçando Eu aceitei, pois eu precisava desse carinho, eu estava precisando do apoio emocional.

“Eu tive tanto medo…” Murmuro em seu pescoço.

“Você está a salvo agora, meu bem”. Acariciou meus cabelos. “Está tudo bem. Eu cheguei a tempo, você está a salvo! Oh, Deus! Eu não durmo a dois dias pensando em você querida”.

“Fiquei todo esse tempo dormindo? Nossa Eu só posso agradecer por tudo Tânia. Eu… Eu amo você. Amo o fato de você se preocupar comigo como se eu fosse sua filha”. Ela chorou sorrindo para mim. Eu tinha que agradecer agora, pois daqui a pouco poderia ser muito tarde e eu morreria sem falar isso a ela.

“Obrigada, meu bem…” fungou “Esta bem, mas agora temos outro assunto a tratar”.

“Qual?”.

“Jonas está ai fora, meu bem”. Ela ri por um momento. “Praticamente está arrancando os cabelos de preocupação”.

Uma sessão de bipes rápidos foi ouvida. Eram as batidas do meu coração que pela primeira vez desde aquela noite horrível, bombeava esperança.


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Notas finais do capítulo

Comentem, recomendem e favoritem se gostaram! Bjs!



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