Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate
Notas iniciais do capítulo
Oláaa
Zoye aquii
Volteiii, me desculpem pela demoraa.
Beijoos
Pov Dimitri
Rose tremia mais que eu.
Ela parecia desesperada no banco de trás junto à Janine. Lissa não parava de telefonar. Nas meia hora da casa dos dois até o hospital, Jade estava piorando.
Mase também parecia tenso ao meu lado e a cada sinal vermelho, Rose choramingava baixinho abraçada à Jade. Devo admitir que o medo me percorreu algumas vezes.
Finalmente quando vimos a entrada do hospital, Rose xingou pela milésima vez. Ela pulou do carro, enquanto ele ainda andava e puxou Jade para o seu corpo. Mase fez o mesmo. Eles correram até o lado de dentro do hospital, enquanto eu manobrava o carro.
Coloquei de qualquer jeito na primeira vaga de estacionamento que eu vi e corri para junto deles. Eu queria apoiar Rose, sabia que tinha sido minha culpa. Sheron não tinha que estar ali. Eu já tinha terminado e deixado claro que não queria que ela ficasse perto de mim e da minha família.
Seu ciúme e sua imaturidade eram demais para mim. Eu amava Rose e sabia que agora, com Sheron na jogada, tudo ficaria mais difícil. Porém eu ficaria forte até que um dos dois cedesse. Ou ela, ou o orgulho dela.
Quando cheguei a sala de espera, Janine passava a mão nas costas de Rose carinhosamente. Já era tarde da noite, e Mase tinha desaparecido. Apenas algumas pessoas pingadas faziam o hospital ter alguma cor além da parede Branca. Respirei fundo com medo de mais um dos ataques de Rose e sentei-me o mais longe possível delas.
Rose pareceu não em perceber, mas eu sabia que ela tinha me visto e tentava evitar me olhar. Em parte, a culpa de tudo tinha sido minha. Se Sheron não estivesse sabendo do noivado de Cristian não me procuraria lá e Jade não tinha comido o que não deveria.
Ela era só uma criança e Rose estava lhe assistindo enquanto comia. Dizendo o que não podia e o que podia. Parecia uma mãe dedicada e feliz com a filha que tinha. Poderia até mesmo jurar que Jade era minha se não fosse por um ano de diferença.
O meu primeiro ano de Rose. Meu primeiro inferno.
Enquanto eu sofria, ela já estava com outro e sendo muito feliz. Eu precisava entender tudo isso, eu precisava chegar à um veredito. Eu tinha que me desculpar, mas seria na hora certa e do jeito certo.
***
Depois de quase meia hora, Rose ainda andava de um lado para o outro no telefone com uma boa distância de mim e Janine. A ruiva olhava fixamente para o chão de mármore do hospital e parecia estar em um transe.
Rose parecia mais agitada e louca de raiva. Ela gritava no telefone e tremia também. Sua maquiagem ainda estava inteira e ela ainda parecia inabalável. Tinha se tornado uma mulher linda e forte. E eu a quis para mim por alguns segundos.
Ela desligou o telefone, depois de algum tempo e andou firme para Janine, ainda ficando de pé. Ela encarou o transe da mãe e bufou. Parecia estressada e tive medo que ela quebrasse o hospital em um ataque de fúria pela demora.
— Rose. – chamou Mase.
O ruivo tinha seu jaleco branco sobre a roupa em que estava no noivado de Cristian. Ele ajeitou seu estetoscópio ao pescoço e sorriu tranquilo ao ver o quão ansiosa Rose estava.
Janine também levantou atrás de nós e pegou o braço de Rose, atenta as feições de Mase. Eu levantei devagar com medo da reação de Rose, mas ela pareceu se importar mais com Mase do que comigo.
A última imagem de Jade na minha cabeça eram os lábios inchados e a dificuldade de respirar.
— Como ela está? – perguntou Rose, com a voz tremula.
— Bem. – disse Mase. Rose suspirou de alivio, assim como Janine. – Eu consegui controlar o inchaço e a respiração dela com alguns medicamentos, mas quero que ela fique em observação por algumas horas.
— Podemos vê-la? – perguntei.
Ele entortou a boca.
— No momento ela está desacordada, mas eu prometo que assim que ela acordar e for para o quarto, poderá vê-la.
— Obrigada Mason. – disse Rose. – Obrigada por salvar minha filha.
Mason assentiu delicadamente e então respirou fundo.
— Você pode olhá-la do vidro se preferir. – disse Mase. – Ela está apenas dormindo.
— Claro. – disse Rose, abrindo aquele sorriso brincalhão.
— Eu acho melhor o Dimitri ir com você Rose. – disse Janine. – Eu preciso pegar algumas coisas em casa e peço para que o Cristian me traga de volta.
Rose olhou-me novamente com um ar estranho. Não sabia mais interpretá-la como antes, mas ela não pareceu zangada. Assentiu devagar para Janine e deixou ser beijada por esta, delicadamente na bochecha.
Janine começou a se afastar um pouquinho, para só então começar a sair da sala de espera. Mase fez um gesto com a mão para que eu e Rose seguíssemos ele e assim o fizemos.
Caminhamos em silencio por um corredor branco com alguns médicos e até mesmo pacientes. Olhei para Rose algumas vezes, mas ela parecia alheia, louca para chegar até Jade.
Mase parou à alguns passos de nós e sorriu para Rose.
— Obrigada Mase. – disse Rose.
— De nada, Rose. – disse Mase. – Fique à vontade para olhar e qualquer coisa pode chamar uma enfermeira.
— Obrigada. – sussurrou Rose, enquanto Mase se afastava.
Rose caminhou até o vidro.
Ela tremia enquanto olhava para Jade sobre uma cama de hospital em um quarto com a luz fraca. Tinham aparelho monitorando ela e Rose pareceu se assustar no início.
Aproximei-me dela e fiquei ao seu lado, também observando Rose com os olhos fixos no vidro. Tinham apenas eu e ela no corredor agora e Rose ainda olhava para Jade com um brilho especial. Era impossível saber o que ela queria ou sentia.
— Eu não agradeci... – comecei. Ela fitou-me. – Por ajudar minha filha. – ela tinha lágrimas nos olhos castanhos. Eu pisquei algumas vezes, quando percebi aquela velha Rose. Eu tinha que aproveitar isso.
— Sinto muito pelo que houve. – sussurrei. – Eu prometo que a Sheron vai ficar longe da Jade.
Ela assentiu, olhando para o chão e depois para a Jade novamente. Ela engoliu a seco e sorriu de leve, como alguém que quer alguma coisa.
— Você fez mal pra mim. – disse ela. Seus olhos tinham lágrimas.
— Eu sei. – disse de volta.
— Não faça para a minha filha. – disse Rose. – Fique longe dela. – continuou. – Por favor.
Eu engoli a seco.
— Tudo bem. – disse à ela.
— Obrigada. – disse, fitando-me.
— Adeus, Rose. – sussurrei. Ela assentiu.
— Adeus, Dimitri. – disse Rose.
Comecei a caminhar para fora daquele corredor lentamente.
Eu tinha a esperança que Rose me chamasse ou se arrependesse do seu pedido. Mas eu não podia ficar longe dela, eu a queria com todas as minhas forças. Eu pretendia que ela ficasse comigo para a vida toda. Eu não podia desistir fácil assim.
Cheguei a recepção daquele hospital decidido à atacar no momento menos esperado. Agora não era hora. E eu não me importaria com o que ela fosse vir.
Jade era uma garotinha linda e inteligente, e eu adoraria tê-la para mim como uma filha. Queria que essa filha também fosse minha.
Olhei para Mase, ainda com seu jaleco e conversando com algumas funcionárias sobre alguns papéis em sua mão. Aproximei-me dele e sorri, quando ele me viu chegar.
— Como ela está? – perguntou Mase, deixando de lado os funcionários e vindo até mim.
— Olhando pelo vidro. – eu disse. Mase deu um leve sorriso.
— Amanhã mesmo ela vai para o quadro. Estabilizamos tudo e ela parece estar menos inchada de como quando chegou aqui.
— Que bom que está tudo certo.
— Claro que está. – disse Mase. – Eu vou levar os papéis do hospital para Rose assinar.
— Não precisa. – falei. – Eu sou o responsável por isso tudo, eu faço questão de pagar toda a conta do hospital.
— Tem certeza?
— Sim. – falei, olhando fixamente para Mason. – Eu pago tudo que for preciso.
— Então assine aqui. – disse, colocando os papeis na bancada da recepção. Ele tirou uma caneta azul do bolso do jaleco e estendeu-a até mim.
Aproximei-me, assinando nas duas linhas que foram apontadas pelo ruivo e folheei a ficha da filha de Rose. Franzi o cenho quando percebi a falta de um sobrenome.
Na ficha continha: Jade Hathaway Mazur, quando na verdade faltava o sobrenome do pai falecido que Rose alegara para mim anteriormente.
Olhei novamente para a ficha e abri a minha boca em exasperação. Mase se aproximou mais de mim com um rosto cheio de dúvida e levantou o cenho.
— Alguma coisa errada? – perguntou.
— Sim. – disse à ele. – Rose me disse que ela tinha três anos. – comecei. – Que ela faria quatro.
— Não. – negou Mase. – Jade Hathaway tem quatro anos. É o que consta na ficha que Janine preencheu. – explicou. – Ela fará cinco anos daqui há algumas semanas.
Abri mais a minha boca que antes e senti a falta do chão abaixo de mim. Olhei para Mase com todas as complicações que aquilo poderia gerar em mim e pisquei de modo frenético.
— Mason... – comecei. – Cinco anos é exatamente o tempo da casa de barco.
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