Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 9
Siren Song


Notas iniciais do capítulo

Oláaa
Zoye aquii
Volteiii, me desculpem pela demoraa.
Beijoos



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Pov Dimitri

 

Rose tremia mais que eu.

Ela parecia desesperada no banco de trás junto à Janine. Lissa não parava de telefonar. Nas meia hora da casa dos dois até o hospital, Jade estava piorando.

Mase também parecia tenso ao meu lado e a cada sinal vermelho, Rose choramingava baixinho abraçada à Jade. Devo admitir que o medo me percorreu algumas vezes.

Finalmente quando vimos a entrada do hospital, Rose xingou pela milésima vez. Ela pulou do carro, enquanto ele ainda andava e puxou Jade para o seu corpo. Mase fez o mesmo. Eles correram até o lado de dentro do hospital, enquanto eu manobrava o carro.

Coloquei de qualquer jeito na primeira vaga de estacionamento que eu vi e corri para junto deles. Eu queria apoiar Rose, sabia que tinha sido minha culpa. Sheron não tinha que estar ali. Eu já tinha terminado e deixado claro que não queria que ela ficasse perto de mim e da minha família.

Seu ciúme e sua imaturidade eram demais para mim. Eu amava Rose e sabia que agora, com Sheron na jogada, tudo ficaria mais difícil. Porém eu ficaria forte até que um dos dois cedesse. Ou ela, ou o orgulho dela.

Quando cheguei a sala de espera, Janine passava a mão nas costas de Rose carinhosamente. Já era tarde da noite, e Mase tinha desaparecido. Apenas algumas pessoas pingadas faziam o hospital ter alguma cor além da parede Branca. Respirei fundo com medo de mais um dos ataques de Rose e sentei-me o mais longe possível delas.

Rose pareceu não em perceber, mas eu sabia que ela tinha me visto e tentava evitar me olhar. Em parte, a culpa de tudo tinha sido minha. Se Sheron não estivesse sabendo do noivado de Cristian não me procuraria lá e Jade não tinha comido o que não deveria.

Ela era só uma criança e Rose estava lhe assistindo enquanto comia. Dizendo o que não podia e o que podia. Parecia uma mãe dedicada e feliz com a filha que tinha. Poderia até mesmo jurar que Jade era minha se não fosse por um ano de diferença.

O meu primeiro ano de Rose. Meu primeiro inferno.

Enquanto eu sofria, ela já estava com outro e sendo muito feliz. Eu precisava entender tudo isso, eu precisava chegar à um veredito. Eu tinha que me desculpar, mas seria na hora certa e do jeito certo.

                                                    ***

Depois de quase meia hora, Rose ainda andava de um lado para o outro no telefone com uma boa distância de mim e Janine. A ruiva olhava fixamente para o chão de mármore do hospital e parecia estar em um transe.

Rose parecia mais agitada e louca de raiva. Ela gritava no telefone e tremia também. Sua maquiagem ainda estava inteira e ela ainda parecia inabalável. Tinha se tornado uma mulher linda e forte. E eu a quis para mim por alguns segundos.

Ela desligou o telefone, depois de algum tempo e andou firme para Janine, ainda ficando de pé. Ela encarou o transe da mãe e bufou. Parecia estressada e tive medo que ela quebrasse o hospital em um ataque de fúria pela demora.

— Rose. – chamou Mase.

O ruivo tinha seu jaleco branco sobre a roupa em que estava no noivado de Cristian. Ele ajeitou seu estetoscópio ao pescoço e sorriu tranquilo ao ver o quão ansiosa Rose estava.

Janine também levantou atrás de nós e pegou o braço de Rose, atenta as feições de Mase. Eu levantei devagar com medo da reação de Rose, mas ela pareceu se importar mais com Mase do que comigo.

A última imagem de Jade na minha cabeça eram os lábios inchados e a dificuldade de respirar.

— Como ela está? – perguntou Rose, com a voz tremula.

— Bem. – disse Mase. Rose suspirou de alivio, assim como Janine. – Eu consegui controlar o inchaço e a respiração dela com alguns medicamentos, mas quero que ela fique em observação por algumas horas.

— Podemos vê-la? – perguntei.

Ele entortou a boca.

— No momento ela está desacordada, mas eu prometo que assim que ela acordar e for para o quarto, poderá vê-la.

— Obrigada Mason. – disse Rose. – Obrigada por salvar minha filha.

Mason assentiu delicadamente e então respirou fundo.

— Você pode olhá-la do vidro se preferir. – disse Mase. – Ela está apenas dormindo.

— Claro. – disse Rose, abrindo aquele sorriso brincalhão.

— Eu acho melhor o Dimitri ir com você Rose. – disse Janine. – Eu preciso pegar algumas coisas em casa e peço para que o Cristian me traga de volta.

Rose olhou-me novamente com um ar estranho. Não sabia mais interpretá-la como antes, mas ela não pareceu zangada. Assentiu devagar para Janine e deixou ser beijada por esta, delicadamente na bochecha.

Janine começou a se afastar um pouquinho, para só então começar a sair da sala de espera. Mase fez um gesto com a mão para que eu e Rose seguíssemos ele e assim o fizemos.

Caminhamos em silencio por um corredor branco com alguns médicos e até mesmo pacientes. Olhei para Rose algumas vezes, mas ela parecia alheia, louca para chegar até Jade.

Mase parou à alguns passos de nós e sorriu para Rose.

— Obrigada Mase. – disse Rose.

— De nada, Rose. – disse Mase. – Fique à vontade para olhar e qualquer coisa pode chamar uma enfermeira.

— Obrigada. – sussurrou Rose, enquanto Mase se afastava.

Rose caminhou até o vidro.

Ela tremia enquanto olhava para Jade sobre uma cama de hospital em um quarto com a luz fraca. Tinham aparelho monitorando ela e Rose pareceu se assustar no início.

Aproximei-me dela e fiquei ao seu lado, também observando Rose com os olhos fixos no vidro. Tinham apenas eu e ela no corredor agora e Rose ainda olhava para Jade com um brilho especial. Era impossível saber o que ela queria ou sentia.

— Eu não agradeci... – comecei. Ela fitou-me. – Por ajudar minha filha. – ela tinha lágrimas nos olhos castanhos. Eu pisquei algumas vezes, quando percebi aquela velha Rose. Eu tinha que aproveitar isso.

— Sinto muito pelo que houve. – sussurrei. – Eu prometo que a Sheron vai ficar longe da Jade.

Ela assentiu, olhando para o chão e depois para a Jade novamente. Ela engoliu a seco e sorriu de leve, como alguém que quer alguma coisa.

— Você fez mal pra mim. – disse ela. Seus olhos tinham lágrimas.

— Eu sei. – disse de volta.

— Não faça para a minha filha. – disse Rose. – Fique longe dela. – continuou. – Por favor.

Eu engoli a seco.

— Tudo bem. – disse à ela.

— Obrigada. – disse, fitando-me.

— Adeus, Rose. – sussurrei. Ela assentiu.

— Adeus, Dimitri. – disse Rose.

Comecei a caminhar para fora daquele corredor lentamente.

Eu tinha a esperança que Rose me chamasse ou se arrependesse do seu pedido. Mas eu não podia ficar longe dela, eu a queria com todas as minhas forças. Eu pretendia que ela ficasse comigo para a vida toda. Eu não podia desistir fácil assim.

Cheguei a recepção daquele hospital decidido à atacar no momento menos esperado. Agora não era hora. E eu não me importaria com o que ela fosse vir.

Jade era uma garotinha linda e inteligente, e eu adoraria tê-la para mim como uma filha. Queria que essa filha também fosse minha.

Olhei para Mase, ainda com seu jaleco e conversando com algumas funcionárias sobre alguns papéis em sua mão. Aproximei-me dele e sorri, quando ele me viu chegar.

— Como ela está? – perguntou Mase, deixando de lado os funcionários e vindo até mim.

— Olhando pelo vidro. – eu disse. Mase deu um leve sorriso.

— Amanhã mesmo ela vai para o quadro. Estabilizamos tudo e ela parece estar menos inchada de como quando chegou aqui.

— Que bom que está tudo certo.

— Claro que está. – disse Mase. – Eu vou levar os papéis do hospital para Rose assinar.

— Não precisa. – falei. – Eu sou o responsável por isso tudo, eu faço questão de pagar toda a conta do hospital.

— Tem certeza?

— Sim. – falei, olhando fixamente para Mason. – Eu pago tudo que for preciso.

— Então assine aqui. – disse, colocando os papeis na bancada da recepção. Ele tirou uma caneta azul do bolso do jaleco e estendeu-a até mim.

Aproximei-me, assinando nas duas linhas que foram apontadas pelo ruivo e folheei a ficha da filha de Rose. Franzi o cenho quando percebi a falta de um sobrenome.

Na ficha continha: Jade Hathaway Mazur, quando na verdade faltava o sobrenome do pai falecido que Rose alegara para mim anteriormente.

Olhei novamente para a ficha e abri a minha boca em exasperação. Mase se aproximou mais de mim com um rosto cheio de dúvida e levantou o cenho.

— Alguma coisa errada? – perguntou.

— Sim. – disse à ele. – Rose me disse que ela tinha três anos. – comecei. – Que ela faria quatro.

— Não. – negou Mase. – Jade Hathaway tem quatro anos. É o que consta na ficha que Janine preencheu. – explicou. – Ela fará cinco anos daqui há algumas semanas.

Abri mais a minha boca que antes e senti a falta do chão abaixo de mim. Olhei para Mase com todas as complicações que aquilo poderia gerar em mim e pisquei de modo frenético.

— Mason... – comecei. – Cinco anos é exatamente o tempo da casa de barco.


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Notas finais do capítulo

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Beijos