Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 7
Requiem On Water (Part.1)


Notas iniciais do capítulo

Bom, vou começar dando Boa Tarde para vocês.
Como perceberam, eu inclui um co-autor na fic. É a minha melhor amiga no mundo todo, que eu amo demais e que vai me ajudar daqui por diante com essa fic e futuramente em outra fic Romitri que já estamos colocando no rascunho.
Bom, esperamos que vocês gostem do capitulo parte 1 desse jantar.
Beijos.
Até logo!



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Ele ainda me olhava com um ar desconfiado. Jade tinha suas mãozinhas entrelaçadas às minhas e também olhava para Dimitri de um jeito diferente.

Ela sorri agora.

Era como se ela soubesse que ele era seu pai e que aqueles olhos eram dele. Lissa ainda não tinha reação alguma além de olhar para mim e para Dimitri. Depois de engolir a seco e receber mais um olhar desconfiado, Lissa sorriu.

— Bom... – começou. – Jade, porque não vem comigo e me deixa te dar seu presente.

Eu olhei para Lissa. Ela estava bonita com seu vestido verde claro e seus saltinho preto. Assenti devagar, passando a mãozinha de Jade para a sua de modo protetor. Os outros convidados de acordo com Cristian estavam na cozinha, então agora eram apenas eu e Dimitri.

— Ela é linda. – disse Dimitri.

Meu coração se apertou. Era como se ele também tivesse se identificado com Jade. Era algo estranho, um olhar estranho. Respirei fundo e pisquei algumas vezes. Desviando meu olhar do dele.

— Obrigada. – disse, engolindo o que presumi ser meu orgulho.

— Ela se parece com você. – disse ele. – O pai dela tem sorte.

Eu levantei o cenho.

— Talvez. – murmurei.

— Eu tive a impressão que viria.

— Lissa é a minha irmã, Belikov. – eu disse. Ele pareceu sem assunto por alguns segundos.

— Eu sei. – disse Dimitri, fitando-me. – Voce está linda.

Eu arfei.

— Só faça o favor de ficar longe da minha filha. – eu disse, finalmente.

— Não sou um monstro, Rose. – falou. – Ela é apenas uma criança.

— Para mim... – comecei. – Você é a pior pessoa que entrou na minha vida.

Ele engoliu a seco, ainda encarando-me.

Então, depois de alguns poucos segundos, ele entortou a cabeça para o lado e deu um pequeno sorriso. Voltou-se novamente para os porta-retratos atrás de si e depois para mim.

— Quantos anos ela tem? – perguntou.

Eu acho que não tive sucesso em disfarçar a cara de espanto. Eu poderia dizer cinco, mas tinham exatos cinco anos que não nos víamos e ele poderia pensar demais. Eu queria tudo, menos que ele pensasse demais.

— Ela vai fazer quatro. – menti. Algo em seus olhos mudaram.

Talvez a esperança do que sua mente formou tenha se esvaído quando eu menti a idade de Jade. Mas agora eu sabia que tinha que voltar para casa. Se não fosse o casamento que Tony disse que tinha planejado para uma família rica de Montana, eu voltava hoje mesmo.

— E o pai? – perguntou. Eu engoli a seco.

Pensa Rose.

— Morreu. – eu disse. Ele assentiu, devagar.

— Sinto muito. – ele disse.

— Obrigada. – falei.

Nos encaramos por mais alguns segundos e ele ainda tinha aqueles olhos. Pode acreditar, em uma coisa eu ainda não tinha apagado totalmente. Quando eu imaginava alguém dizendo coisas sujas para mim, essa pessoa tinha aquelas mãos.

Eu sorri.

Aquele sorriso mata homens que Lissa apelidou junto as meninas. Pude perceber que ele engoliu a seco, colocando suas mãos na calça preta de linho. Eu sorri ainda mais quando ele abriu a boca.

— Limpe a baba, camarada! – falei. – Se está me imaginando nua, faça isso em um horário só seu.

Dimitri pigarreou e abaixou a cabeça por alguns instantes, recompondo-se. Ele ainda tinha cabelos curtos e que me fazia querer agarrá-lo ali mesmo. Era algo estranho. Odiar Dimitri e amá-lo também. Eu não sabia como agir, então uma Rose nova tomava conta de mim. Não era tão ruim quando ela ainda apresentava resíduos da velha Rose.

Dimitri voltou seu olhar para mim novamente, dessa vez com um pequeno sorriso. Meu coração sorriu, mas eu continuei com uma face sem expressão.

— Pelo menos você não me ameaçou de morte dessa vez. – murmurou.

— Eu não começo brigas aonde as pessoas possam vê-las. – rebati. – Eu teria que estar muito entediada para chegar à essa ponto.

— Talvez você só não queira fazer mal à mim. – disse, ainda sorrindo.

— Você não sabe de nada. – falei, ainda sorrindo.  

— Eu deveria? – perguntou, ainda curioso.

Eu respirei fundo.

Poderia responder, mas um grito de alegria veio da entrada da sala e eu dei de cara com Vikka. Ela estava com um vestido verde esmeralda justo ao corpo, que valorizava alguma de suas curvas. Eu sorri para Mase, logo atrás dela com seu terno e gravata casual. Abri meus braços para Vikka.

Ela era sincera e não sabia da aposta. Eu soube por Olena que ela e Dimitri brigaram logo após a minha saída de Montana. Por um tempo me mantive informada da vida de Dimitri, até ter uma própria vida. Vikka também não sabia de Jade, mas eu sabia que assim que ela visse, algo ia despertar a curiosidade nela.

— Ai Deus, Rose. – disse, enquanto me soltava e fitava-me. Ela tinha os olhos dele, os olhos de Jade.

— Olá. – eu disse, ainda observando-a.

— Não acredito que está de volta. – disse, abraçando-me novamente. Eu olhei para Dimitri e ele sorriu.

Não era como a cunhada aprovando a mulher do irmão. Quer dizer, eu não era a mulher do irmão... Eu era apenas a garota da aposta.

                                                   ***

Caminhei lentamente até a cozinha e Cristian estava mexendo em alguma coisa em uma de suas panelas caras. Depositei minha mão no balcão e deixei que o barulho do salto no chão chamasse sua atenção.

Ele me encarou confuso e assim que eu sentei em uma das banquetas e suspirei ele sorriu. Estava arrumado. Cabelos com gel, blusa branca social com uma calça preta bonita. Ele tinha crescido, assim como eu. Parecia mais maduro e feliz.

— Esse sorriso é pelo sexo garantido de hoje à noite? – perguntei. – Ou pela Lua de Mel do garoto virgem?

Ele parou de cozinhar por alguns instantes e me encarou com as sobrancelha arqueadas. Ele pensou por alguns segundos e então voltou a mexer a panela.

— Lissa. – rosnou.

Eu gargalhei.

— E então, como vai ser? – perguntei. Ele apenas balançava a cabeça. – Fala pra mim que não vai travar na sua lua de mel.

— Eu não... – ele estava gritando agora, mas meu cenho levantado, fez com que ele se acalmasse. –... estava pronto.

Eu sorri de canto de boca.

— Eu posso te ajudar com o lance da camisinha. – falei. Peguei uma das bananas que tinha na cesta de frutas de cristal que a mamãe deu para a Lissa no natal passado e sorri. – Eu já tenho a banana.

— Para! – rosnou. Eu gargalhei, colocando a banana de volta na cesta. Ele pareceu se acalmar um pouco e sorriu de leve para mim, enquanto prestava atenção no molho.

— Você não deveria estar tomando conta da Jade? – perguntou.

— Não. – falei, ainda mexendo no cesto de frutas. – Lissa não me deixa encostar na minha filha quando ela está aqui.

— Ela quer tanto filhos. – disse Cristian de modo triste.

— Ahhh, acredite... – comecei. – Ela também quer o método.

Cristian voltou-se para mim, com os olhos semicerrados... Eu gargalhei, ainda fitando-o.

— Não te parabenizei pela faculdade. – continuei. – Você vai ter um futuro promissor como dona de casa, enquanto Lissa trabalha para ganhar milhões de dólares.

Ele riu sem humor.

— Se você não fosse tão chata... – disse Cristian, colocando o molho em uma tigela, com a ajuda de uma colher de pau. – Eu até que ia gostar de ser seu amigo.

Eu sorri, enquanto o via trabalhar.

Eu era uma negação na cozinha. Odiava com toda a minha alma, porém amava comida. Já era um avanço.

— Digo o mesmo, garoto fogo. – murmurei.

Cristian colocou a panela na pia e trouxe a tigela rosa até a bancada, junto à uma cesta de pão fresco. Enquanto eu cortava um dos pães ao meio e mergulhava no molho, ele voltava a bancada com duas taças de vinho, preenchendo-as com o liquido escuro.

Peguei a minha, assim como ele.

— Voce não contou para a Lissa. – constatei. Ele me encarou durante um tempo e então sorriu sem graça. Beberiquei meu vinho e levantei a sobrancelha para sua face verde.

— Não tenho coragem.

— Não tem coragem? – perguntei. – Ela não transa a quatro anos e você nunca disse o motivo.

— Eu disse que tem que ser especial. – falou.

— Mas vocês moram juntos à alguns meses. – rebati, ainda inconformada.

— É legal dormir de conchinha.

— É claro que a Lissa não cai nessa de que você é romântico.

— Eu sou romântico.

— E virgem. – rebati.

— Ela não precisa saber. – disse.

— Seu amiguinho vai contar isso pra ela na lua de mel. – falei. Cristian rolou os olhos.

— O que eu faço? – perguntou.

— Conta para Lissa, que o real motivo de você querer algo romântico, é porque é virgem. – falei, baixinho. – Sabe... As dúvidas de o porquê do tempo mostrando juntos sem sexo, vão sumir em um passe de mágica.

— Obrigada, eu acho.

— De nada. – murmurei, bebendo o resto do vinho na taça.

Cristian ainda segurava a sua, totalmente cheia.

— Desculpe. – disse. – Não tinha certeza que ele viria.

— Tudo bem, Cris. – falei, brincando com a taça vazia. – Eu disse que a Jade tinha um ano a menos.

— Você o que? – perguntou Cristian.

— Era a única solução que eu tinha. – disse.

Ele fitou-me por alguns segundo e deu de ombros.

— A Jade pergunta do pai? – perguntou Cristian.

— Não. – falei. – Mas o Jason faz tão bem o papel de pai que me assusta.

— E você pretende dar um pai pra Jade? – perguntou. – Quer dizer, casar e tal?

— É... – comecei. – A lua de mel com o tanquinho do Jason não seria tão ruim.

— Oh Rose... – disse Cristian. – Decida-se.

Eu entortei a boca, encarando-o.

Eu diria mais alguma coisa ao meu favor, mas um barulho chato começou. Era a campainha. Cristian franziu o cenho em dúvida. Se todos estavam aqui, quem mais seria na porta.

Levantei da bancada e acompanhei Cristian lentamente até o corredor da porta de entrada. Olhei enquanto Sid abria a porta e uma mulher um pouco maior que eu entrou na casa. Ela tinha cabelos loiros presos em um choque frouxo.

Estava com um sobretudo preto e um vestido vinho embaixo. Tinha uma maquiagem leve nos olhos verdes e sorria para todos que a encaravam. A maioria das pessoas ali parecia conhece-la. Menos eu.

— Quem é ela? – perguntei baixinho para Cristian.

Ele piscou algumas vezes ainda encarando a mulher à sua frente.

— A ex noiva do seu camarada. – disse ele.


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Notas finais do capítulo

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