Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 4
The Sweet Escape


Notas iniciais do capítulo

Olá.
Gente só estou postando porque estou na casa da minha tia. Minha internet está muito ruim e espero que ela volte logo rs.
Já já eu volto com mais um capítulo.
Beijos
Boa Leitura.



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Ele ainda estava igual. Seus olhos chocolate ainda viam através de mim. Olhei para Dimitri e sabia que a minha cara era das mais apavoradas possíveis.

Os olhares de outros homens não me atingiam como o dele. Sua expressão era de surpresa, mas consegui ver um leve sorriso formando-se em seu rosto. Ele estava aqui. Bem na minha frente como há quatro anos e meio.

Eu ainda estava parada na metade da escada, quando levantei a cabeça e continuei descendo. Forcei um sorriso muito bom para quem me olhava e lembrava que eu tinha feito algum casamento de amigos ou família e perguntavam como estava Jade.

E então eu gelava.

E se Dimitri descobrisse sobre Jade?

E se alguém perguntasse sobre a minha filha bem ao lado dele?

Mas a pergunta que me fazia tremer, era o por que dele estar ali? Jason nunca seria capaz de localizar Dimitri. Na verdade, ele nunca tinha visto Dimitri.

Não permitia fotos para que Jade questionasse sobre o pai. Eu sempre fui a favor de alguma história ou talvez a verdade. Mesmo que doesse saber que Jade era fruto de uma aposta. Uma aposta que me fez odiá-lo.

Terminei de cumprimentar o governador e caminhei lentamente até Jason. Ele estava em um grupo com seus amigos mais íntimos e engoli a seco quando percebi que um deles era Adrian. Ele tinha jurado não vir para a festa e então, gelou quando percebeu minha presença.

— Com licença, senhores. – disse, enquanto interrompia-os.

— Toda. – disse Jason, sorridente. Ele tinha em si um smoking e sua gravata borboleta em um tom escuro de verde. Eu sorri quando percebi que ele estava bonito.

Olhei para Adrian que tinha um ar assustado e sorri delicadamente. Senti os olhares dos outros três homens presentes naquela pequena roda e olhei mais uma vez para Jason.

— Será que vou ter que implorar uma dança com você? – perguntei. Ele sorriu, delicado.

— Claro que não. – Jason chamou o garçom, colocando seu copo de whisky ainda com algum resquício do liquido e andou até mim em algumas passadas largas, esticando sua mão. – Aceita dançar comigo, senhorita Mazur?

— Claro, senhor Smith. – falei, sorrindo.

Deixei Jason me guiar até o lado de fora da casa, em uma pista de dança aonde todos dançavam ao som de uma música instrumental lenta. Reconheci algumas pessoas, e deixei que alguns olhares invejosos caíssem em nós.

Ele era rico, bonito e inteligente, com uma mulher dois anos mais nova e com uma filha, também rica e que cuida de casamentos. Eu sabia que Jason era apaixonável e quando ele colocou nosso corpo juntos, de modo delicado, nos movimentando, eu pude sentir seu perfume.

Eu e Jason tínhamos uma amizade e uma proposta de casamento à ser considerada. Ele estava noivo quando o conheci e depois que Jade nasceu e ele começou a nos dar atenção, sua noiva se irritou, traindo-o com o secretário dele.

Jade foi sua distração para tudo aquilo. E Jason foi a minha distração para não pensar em Dimitri. Eu queria que nada fosse escondido. Aquelas cartas foram escritas para que Dimitri viesse e me encontrasse. Eu sabia que não seria fácil tê-lo comigo, mas sabia do que Jade precisava.

Um pai.

Eu também sabia que com Jason ela poderia ter isso. O amor que eu não deixei que Dimitri desse para ela. Mas eu tinha ficado com medo. Eu não queria que a Jade sofresse com um pai ausente que soubesse da existência dela.

Eu sabia que estava errada, mas percebia o quanto Jade tinha amor e quando olhei para Dimitri, aquelas cartas pesaram na minha consciência.

Sorri para Jason e ele pareceu observar-me de modo apaixonado. Eu abaixei a cabeça desviando de seu olhar, por alguns instantes. Para só então, olhá-lo novamente.

— Obrigada. – sussurrei.

Ele sorriu para mim.

— Pelo que, Rose? – perguntou, ainda guiando-me lentamente de um lado para o outro.

— Por ter estado na minha vida. – falei. – Em todos esses anos e por ter voltado. Não sabe o quanto fico feliz por estar nas suas festas de boas-vindas.

— Sempre vou voltar para você. – sussurrou. Eu sorri.

Mas deixei que minha carranca aparecesse nitidamente. Eu queria descobrir os motivos para que Dimitri estivesse ali. Eu tinha que saber aonde estava pisando, qual era o meu terreno.

— Dimitri está aqui. – eu disse.

Ele me olhou, para logo então, procurar com um certo desespero pelo lado de fora da casa. Estava iluminada, com pessoas pingadas, que estavam conversando baixinho em grupos ou dançando, como nós dois.

Ele encarou-me.

— O pai da Jade? – perguntou.

— Sim. – falei. Ele fitou-me, assustado.

— Rose, eu nem ao menos sei quem ele é.

— Então, como ele está aqui? – gritei em um sussurro. Eu estava claramente alterada e Jason me puxou ainda mais para si. Ele também parecia estar nervoso e confuso.

— Os convidados tem convite extra, Rose.

— Ahh... – deixei que o alivio rondasse para só então lembrar do olhar assustado de Adrian. – Adrian. – sussurrei.

— Ele disse que viria com a Sid. – disse Jason.

— Ela está com a minha irmã. – expliquei.

— Sinto muito, Rose. – começou. – Se você quiser, posso acabar com a festa...

Eu balancei a cabeça, interrompendo-o.

— Não. – eu disse, parando a nossa dança. – Eu resolvo.

— Rose... – disse Jason, tentando me prender.

— Ele não vai chegar perto da minha filha, Jason. – falei, fitando-o. – Ele me fez sofrer, não vou deixar que ele faça isso com ela.

Tirei meu braço das mãos de Jason e pisei forte com aquele salto preto para a festa dentro da casa. Observei atentamente o movimento de cada pessoa naquela festa. Rindo e levando taças de champanhe até a boca.

Minha raiva por Adrian já tinha passado do limite e assim que encarei o espelho envolto por diamantes de Jason, eu percebi dois homens. Eu reconheceria aquelas costas em qualquer lugar.

Tentei esboçar alguma reação, mas Dimitri me travou mesmo à distância. Adrian parecia nervoso e discutia baixinho algo com Dimitri. Já meu camarada parecia tonto. Ele olhava de um lado para o outro ignorando tudo que Adrian falava. Quase pensei na possibilidade de estar me procurando

Então, eu continuei sorrindo para as pessoas que eu conhecia presentes ali e caminhei lentamente para eles. Dimitri ainda estava de costas e cobria Adrian de ter a visão da minha caminhada até eles.

Eu sabia que a cada passo eu recordaria tudo como um tapa. Mas eu ia correr o risco. Ia acabar com ele antes que começasse. Não sabia os motivos para que Dimitri estivesse ali, mas eu o tiraria de jogo.

Outra música tomou conta do ambiente. Algo um pouco mais agitado, mas que ainda dava um ar de sofisticação. Já conseguia escutar a voz de Adrian alta, porém sussurrada. Ele gesticulava, andando de um lado para o outro. Até me perceber.

Alguns olhares estavam direcionados a mim... E então Dimitri virou-se, observando-me caminhar para ele. Ele percebeu os olhares que eu causava enquanto passava por grupos de políticos ou pessoas importantes. Até mulheres me olhavam com um ar diferente, claro.

Então parei à alguns passos de seu corpo e sorri com meu batom vermelho. Ele engoliu a seco e piscou algumas vezes. Parecia sem reação, ainda mais do que enquanto eu descia as escadas. Eu gostava de deixa-lo assim. Gostava de deixa-lo tonto.

Era selvagem e cruel. Mas eu gostava desse efeito. Dimitri conseguia ter um alto controle incrível desde que me lembro, mas eu ainda assim abalava seu pequeno mundo. Concentrei todo o meu sorriso matador de homens nele, o que eu sabia que o deixava desesperado. Sorri como o nosso último encontro.

Uma mentira por outra.— repeti para mim mesma. – Qual seria a mentira dessa vez?

— Dimitri. – eu cumprimentei-o, sorrindo. Ele engoliu a seco.

— Rose. – disse, depois de alguns segundos olhando para a minha boca.

E então nos encaramos e eu sorri. Encarei Adrian por alguns segundos antes de me voltar para Dimitri. Ele parecia assustado e com uma expressão que pedia mil desculpas.

— Vejo que trouxe um amigo. – disse, ainda aplicando o meu sorriso.

— Já vamos embora, Rose. – disse Adrian.

— Claro que não. – fingi desapontamento. Olhei para Adrian rapidamente, e então para Dimitri. Ele ainda me encarava sem expressão. Tentava me ler, mas não estava tendo sucesso. – Faço questão que fiquem.

— Aonde está o Jason? – perguntou Adrian. Conseguia perceber sua alternância de olhar entre mim e Dimitri, de modo desesperado.

— Pista. – disse, ele nem ao menos me deixou encará-lo e saiu em disparada, me deixando sozinha ali.

Dimitri ainda me olhava daquele jeito que só ele conseguia. Aqueles olhos chocolate procurando a minha alma de modo rápido e invasivo. Eu ainda o encarava. Eu estava gostando do jogo formando-se ali.

Eu sorri para Dimitri com o canto da boca. Eu sabia todos os efeitos que minhas ações tinham em seu corpo. O tempo tinha sido generoso com ele, e mesmo comigo que tive uma filha. Uma filha que também era dele.

— Perdeu alguma coisa nos meus olhos? – perguntei, debochada.

— Minha alma. – disse. Eu levantei o cenho, achando tudo muito divertido.

— Então eu já devo a ter vendido. – falei. Aproximei-me mais dele, até que nada mais pudesse entrar ou passar entre nós. Eu sentia ainda aquela velha eletricidade, mas não podia me deixar vencer por ela. Eu gostava da nova Rose.

— Quem é você agora, Rose? – perguntou Dimitri, confuso.

— A garota que você criou. – eu disse, fazendo bico. Eu sorri novamente. – A que apostou a alma, na verdade, e só conseguiu a mentira. – ele engoliu a seco. – Deixe eu te contar algo Dimitri, eu também perdi minha alma, e nada... Vai me fazer encontrá-la.

Afastei-me dois passos ainda encarando-o. Ele parecia pasmo e com raiva. Não sabia exatamente de quem, mas queria que fosse de mim. Queria que ele me odiasse e quisesse se afastar. Eu estava ali para isso. Para que ele me odiasse.

— Você não mudou assim. – disse, parecendo revoltado. Eu levantei o cenho, com uma expressão divertida. – Você era doce, gentil e minha.

— Fazer o que... – comecei, dando de ombros para todo o melodrama. – Eu deixei uma erva daninha entrar no meu coração.

— Não... – começou. – Você não está fria assim. Não finja que não sentiu nada ao me ver Roza.

Eu gargalhei.

— Roza? – perguntei brincalhona. Depois de alguns segundos deixei aquele sorriso de desfazer e substitui por raiva. – Se eu fosse você não me irritava de novo me chamando de Roza. Não vai querer ter um Mazur como inimigo.

Ele deu alguns passos para trás, ainda fitando-me.

— Mazur? – perguntou. Ele olhou para a minha mão e então, percebeu a aliança presente ali.

Eu poderia explicar e dizer que uma cliente implorou para que eu colocasse a aliança para que ela visse como fica na mão de outra pessoa. Mas a aliança não saía de jeito nenhum e eu não me importei de vir para a festa de Jason com ela. Por sorte estava na mão direita, e não na que inventaria um possível marido para mim.

Eu me preocuparia com essa aliança pela manhã. Dimitri encarava-a com ódio e talvez inveja do homem que inventou para um casamento comigo. Ele fitou-me apavorado, enquanto minha expressão continuava fria e de desdém.

— Você é mais ambiciosa do que eu pensei. – disse Dimitri. – Seduziu um velho para se casar?

Eu arregalei os olhos, ainda gargalhando. Eu tinha esquecido que Dimitri não tinha noção do meu último sobrenome. Que eu usava agora, na verdade.

 – Talvez esse velho seja meu pai, uh... – comecei, ainda divertida.

— O que? – perguntou, confuso.

— Abe Mazur é meu pai, querido. O que você conheceu à cinco anos, mas não disse o sobrenome.

Dimitri revirou os olhos e entendimento passou por sua expressão. Eu sorri ainda divertida e deixei que seus olhos encontrassem os meus novamente.

— Gosto que você continue errando comigo, Dimitri. – falei, ainda fitando-o. Dessa vez, eu deixei transparecer meus verdadeiros sentimentos, aproximei-me de seu ouvido e sorri. – Gosto que continue me fazendo odiar você. – sussurrei. Afastei-me dele e sorri novamente, olhando seus olhos chocolate.

Virei-me como eu fiz no dia do baile. Consegui perceber Jason e Adrian nos encarando de longe e caminhei lentamente até eles. Jason estava com seu olhar divertido, ao contrário de Adrian. Que parecia a ponto de sair correndo, enquanto eu andava até ele.

Agarrei o braço de Jason e dei-lhe o meu melhor sorriso. Olhei para Adrian, ainda divertida e sorri ainda mais.

— Se eu fosse você, voltava para o seu amigo. – falei.

— O que disse pra ele? – perguntou Adrian.

— O suficiente. – disse. – Até mais Adrian. – falei. Ele assentiu para mim, enquanto eu fazia o mesmo e saiu delicadamente.

Fui para a frente de Jason e coloquei meus braços em volta do seu pescoço, enquanto Dimitri ainda nos encarava de longe, parado... Como o tinha deixado da última vez.

— Vota em que...? – comecei. – Um beijo ou outro vídeo com uma confissão? – perguntei para Jason. Ele sorriu.

— Um beijo me parece mais divertido. – eu sorri, beijando-o em seguida.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Comentem, Comentem...
E lembrem-se: ISSO É SÓ O COMEÇO.
Beijokaaas



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