Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 19
Let’s Get Lost - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Vou tentar postar o outro ainda hoje.
Beijos gente e boa leitura.



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— Meu bebê vai se casar. – chorou minha mãe pela décima vez naquela manhã de domingo ensolarada. Eu sorri, ainda sentada na cama.

— Mãe, pare de chorar. – disse eu. Lissa sorriu, pegando em sua mão e apertando. Minha mãe e Lissa estavam de pé na frente de um espelho grande.

— Sim. – disse minha mãe, fungando. – Eu deveria estar sorrindo que a minha doce filha vai ter tudo que sempre sonhou.

Minha mãe ajeitou os cabelos cacheados, que Lissa demorou a conseguir fazer, e sorriu. Janine tinha posto um vestido vermelho com pérolas e tomara que caia. Era longo e dava-lhe um ar que eu não via a muito tempo. A dama da sociedade que ela era.

Seus cabelos ruivos presos em um coque e sua maquiagem, agora borrada, mas leve. Lissa sorriu, já em seu vestido branco. Era longo e com um corpete digno de uma princesa. Nosso pai mandou de Paris.

Tinha pedras por ele todo e um véu com renda francesa. Tinha uma alça fina apenas de um lado. Suas luvas foram ajeitadas por ela de modo rápido e ela finalmente me olhou.

— Como estou? – perguntou Lissa, sorrindo.

— Linda. – eu disse, levantando-me.

— Já tem muita gente? – perguntou Lissa, para a mamãe.

— Sim, querida. – disse Janine. – Está quase na hora.

— Tudo bem. – murmurou para si mesma. – Eu vou me casar.

Senti quando ela tremeu. Eu fui até sua mão e peguei-a. Apertei de leve até ela me dar atenção e sorri de modo doce. Eu sabia o quanto ela estava nervosa.

— Vai dar tudo certo. – disse à ela. – Eu prometo.

— Eu sei. – disse Lissa. – Só tenho medo que não dê certo.

— Se não der certo. – comecei. – Nós vamos estar aqui.

Minha mãe sorriu e pegou minha mão.

— Vocês sempre foram as minhas filhas queridas. – disse ela. Ela tinha lágrimas novamente. – Meus bebês. Eu amo as duas e sempre estarei aqui por vocês.

— Eu sei mãe, só queria ter certeza que estarão aqui por mim. – disse Lissa.

Eu sorri, pegando a pequena pregadeira que tinha colocado na minha bolsa antes de sair do meu quarto. Eu tinha guardado por tantos anos e tinha chegado a hora de devolver para a minha irmã.

Olhei rapidamente meu vestido azul no espelho. Era longo e tinha um belo decote. Não tão decotado, mas não tão comportado. Estava bom para se comportar na frente de um padre. Tinha uma alça que passava pelo pescoço e tinha uma fenda na perna esquerda. Meus cabelos estavam presos apenas até uma metade, a outra metade caía em cachos pelas minhas costas.

Olhei para Lissa e coloquei a pregadeira em seu cabelo, dando o toque final. Ela sorriu para mim, quando virou-se para o espelho de borda branca da mamãe.

— Isso... – começou. – Você achou isso quando erámos pequenas.

— Sim. – falei. – Duas garotinhas guardaram para nós e agora é seu.

— Mas foi você quem achou. – disse Lissa, fitando-me.

— Um dia você me devolve, por um motivo igual. – falei, sorrindo. – Até lá, sei que você vai guardar com carinho.

Lissa sorriu e me abraçou forte. Eu sorri, balançando-a de um lado para o outro como se estivesse ninando-a. Ela gargalhou ainda abraçada a mim.

— Eu te amo. – sussurrou.

— Eu sei, querida. – falei, sorrindo. – Eu também te amo.

Ela sorriu e alguém abriu a porta.

Nos separamos, limpando as lágrimas que não deveriam estar borrando nossas maquiagens e sorrimos. Era nosso pai. Eu rolei os olhos quando vi sua roupa.

— Não estrague minha decoração com esse troco cafona. – murmurei. Ele sorriu.

— Adoro seu senso de humor. – disse Ibraim. – Da onde veio mesmo? Oh! De mim. – eu sorri e ele fez o mesmo.

Abe veio até mim e abraçou-me delicadamente. Eu tinha sentido falta dele e mesmo com esse terno roxo e essa gravata vermelha, eu ia amá-lo por estar aqui em um dia importante para a minha irmãzinha.

Ele se afastou de mim e olhou para Lissa. Ela sorriu.

— Está pronta, querida? – perguntou, minha mãe.

Lissa fitou-me.

— Pode desistir se quiser. – disse Abe. – Eu não me importo de ter uma filha solteira.

— Oh, pai... – comecei. – Fique quieto. Lissa nem gosta de gato para ficar para titia.

Lissa gargalhou junto à minha mãe. Abe fazia carranca.

— Estou! – disse, finalmente. – Sempre estive.

E então, nós quatro sorrimos.

                                                       ***

Lissa deslizava pelo corredor de pétalas de flores rosas que eu e Mia fizemos no quintal de Sonya Karp. Todos estavam sentados em bancos grandes brancos e eu estava de pé no pequeno altar de madeira que conseguimos fazer em uma semana.

Jason estava ao meu lado como padrinho, com seu smoking e seu ar de príncipe encantado. Sua mão na minha cintura, assim como os outros. Ele estava feliz por Lissa e Cristian que já o recebiam como um amigo da família, quando ele queria ser mais.

Mia com seu vestido longo e rosa, estava com Ivan à minha frente, do outro lado do altar, resmungando palavras nada agradáveis um para o outro. Sid, tinha seu vestido amarelo claro, com pedrinhas e tomara que caia, tinha suas mãos dadas com Adrian ao lado de Ivan e Mia.

E finalmente, ao meu lado... Tinha Dimitri e Sheron. Eu não sei aonde Lissa estava com a cabeça quando chamou alguém que quase matou a minha filha para o seu casamento, mas ela me afirmou que a culpa não foi dela.

Cristian a chamou quando Dimitri e ela ainda estavam juntos e um bom anfitrião não se retira um convite por mais vadia que a convidada seja. Seu vestido vermelho era mais decotado que o meu.

Tinha um corte em sua costela que ia até suas costas. O padre olhou aquilo por um bom tempo e eu fiquei feliz por ele mandar ela para o inferno, ao invés de mim.

Jade estava no colo de Karp, que estava sentada ao lado de Alberta com seu velho terninho vermelho casual. Sonya estava bonita com seus cachos bagunçados e seu vestido azul turquesa. Sua filha vinha com Derick em seu terninho. Os dois segurando as alianças e prontos para se sentarem no banco da frente junto à Vikka e Mason que sorria para Cristian.

Ele tremia ao nosso lado e eu apenas sorria para minha irmã. Eles só tinham olhos para o outro e eu queria isso. Queria que no dia do meu casamento eu só sentisse as borboletas e tivesse aquele olhar.

Assim, que meu pai entregou Lissa para Cris, todos se sentaram. Ele e minha mãe pareciam até apaixonados de novo, mas eu sabia que não duraria muito quando se tratava do meu pai. Tony não apareceu mais. E nem faria isso.

Fiz questão que o DJ deixasse uma música instrumental para deixar o ambiente mais leve e quando senti que tudo ia começar, fiquei com medo de ter causado vontade de chorar em todos.

— Senhoras e Senhores... – começou o padre. – Estamos aqui hoje para o encontro de duas almas em uma só. Vasilissa Dragomir e Cristian Ozera. Duas pessoas que pretendem uma vida boa e feliz um ao lado do outro. Sempre se amando e respeitando. Procurando a paz dentro do outro e sendo o pilar do amor que construíram até aqui e que ainda vão continuar construindo. – o padre virou-se para Cristian e sorriu. – Cristian Ozera, repita comigo: Eu Cristian Ozera...

— Eu Cristian Ozera. – repetiu o garoto.

— Prometo te amar e te respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe.

— Prometo te amar e te respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe. – repetiu Cristian. Ele tinha emoção nas palavras. Isso me fez sorrir.

— Vasilissa, repita comigo: Eu Vasilissa Dragomir...

— Eu, Vasilissa Dragomir... – repetiu Lissa.

— Prometo te amar e te respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe. – disse o padre.

— Prometo te amar e te respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe. – repetiu Lissa, com lágrimas.

— Sendo assim, pelo poder investido a mim, eu declaro vocês dois marido e mulher, para se amarem por toda a sua vida e serem felizes como Deus manda. – os dois se olharam, sorrindo. – O noivo pode beijar a noiva.

Então, Cristian puxou-a para si delicadamente e beijou-a. Todos levantaram e aplaudiram. Era o casamento de quintal mais bonito que eu já tinha feito. Tinha flores por todos os lados e madeiras rústicas para dar um ar de sofisticação.

Dimitri fitou-me quando nós começamos a aplaudir os dois e eu fiz o mesmo. Ninguém percebeu o que nós dois percebemos. Erámos para ter feito isso um dia. Era para ter sido nós dois e não aquela aposta.

Naquele momento eu tive certeza que fiz as escolhas erradas, por motivos errados. Mas eu também sabia o quanto isso tinha me feito recuperar meu coração. E talvez, só talvez, o que eu senti no casamento e na salva de palmas pudesse ser explorado agora.

Ele tinha uma chance. Ele viu no meu olhar.


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Notas finais do capítulo

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