Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 10
Change Your Life


Notas iniciais do capítulo

Olá galera!
Eu sei, sumimos.
Zoye aqui!
Bem... Primeiro quero pedir desculpas, depois quero dizer que não abandonei a fic, só nos embolamos um pouco por conta de problemas da vida e do dia a dia. Mas estamos de volta e responderei aos comentários em breve.
Beijos e Boa leitura



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Agora, eu olhava para Jade do mesmo jeito que a olhei quando ela nasceu. Tão frágil e ao mesmo tempo forte e bonita. Ela tinha o sorriso dele, depois de um mês eu percebi isso. Mas, eu nunca esqueci que Jade tinha mais que o sorriso de Dimitri.

Ela tinha seu sangue, seu DNA.

O mesmo sangue e a força que continham em Dimitri, continham em Jade e eu sabia que nunca poderia negar ou esconder isso. Sabia que um dia ela me perguntaria quem foi seu pai e o que ele fez para não saber de sua existência. Então, quando esse dia chegasse, eu sentaria com ela e diria que ele era uma boa pessoa.

Que ele era gentil, inteligente e bonito. Forte e protetor, mas que o amor que eu tinha não foi suficiente para chegar ao coração dele, e que ir embora com ela, era a garantia de amar uma parte dele e ser amada de volta. Sem mentiras, ou qualquer forma de ser magoada.

Encostei minha cabeça no sofá marfim que tinha no quarto e percebi quando a luz do dia invadiu o quarto através da janela sem cortina. Eu me levantei e esperei até Jade abrir os olhos. Ela me olhou assustada no início, mas então eu sorri.

— Olá gatinha. – sussurrei, ela sorriu.

— Quero minha caminha. – murmurou, chorosa. Eu sorri novamente, passando a mãos em seus cabelos espalhados pelo travesseiro.

— Eu sei, querida. – disse para ela. – São mais algumas horas e você terá a sua caminha.

— Posso dormir com a vovó? – perguntou ela, em sua vozinha chorosa de criança. Eu sorri, feliz por ela estar bem novamente.

— Claro. – disse a ela. – Claro que pode.

Ela sorriu, feliz e meu coração afrouxou aquele aperto. Fiquei aliviada com a melhora da minha pequena princesa e por Dimitri ter ido embora sem desconfiar de nada. Eu sabia que tinha que agradecer, mas também sabia que tinha que me afastar.

Uma batida leve na porta me tirou a atenção de Jade. Seu rostinho iluminou-se ao ver Lissa e minha mãe na porta. Janine foi até ela e abraçou-a. Lissa apenas fitou-me e eu suspirei.

— Relaxa, gata. – eu disse à Lissa. – Ela está bem.

Lissa sorriu, aliviada e me abraçou. Eu dormiria ali, de tão aconchegante, se não estivéssemos em pé. Ela sorriu quando percebeu meu cansaço.

— Rose, vai para casa. – disse Lissa. – Vai no meu carro, e depois volto com Janine.

— Não. – eu disse. – Preciso estar aqui. Jade vai passar essa noite e amanhã cedo terá alta. Preciso passar essa noite com ela.

— Querida, não adianta estar cansada e não ser útil. – disse minha mãe, ainda abraçada à Jade, com a roupinha de hospital.

— Sim. – disse Lissa. – E você tem que abrir o escritório que mandou construir em Montana. Vai dormir e depois trabalhar um pouco. Eu cuido da minha afilhada.

— Eu quero a tia Lissa. – disse Jade, feliz. Eu sorri.

— Fui trocada pela minha irmã? – perguntei, irritada.

— Sim. – disse Lissa, feliz. – Agora vai.

E então, eu sorri e segui para a porta. Já com a minha chave de casa, e tudo que precisava para ir embora. Meu coração se apertou quando Jade acenou com a mãozinha pequena para mim. Eu sorri e fui embora.

                                                         ***

Depois de colocar a roupa que Lissa tinha deixado na bolsa rosa, fui com o carro até o centro da cidade. Eu precisava de um café até seguir para casa e conseguir abrir o escritório recém montado.

Fiz uma nota mental de ligar para Tony e parei no primeiro lugar com um cheiro de pão fresco e café. Estacionei a caminhonete de Lissa em frente à uma confeitaria e percebi a agitação da cidadezinha pequena.

Saí do carro e comecei a caminhar, sentindo o sol bater na minha pele levemente amorenada, já com um shortinho azul e uma blusa regata branca. Prendi meus cabelos em um coque e assim que pisei no tapete rosa de cup cake da confeitaria, senti meu nome em uma voz carregada por um sotaque. Virei-me e observei Vikka, correndo para atravessar a rua e chegar até mim.

Parei por alguns segundos para observá-la e percebi seu vestido vermelho larguinho e seus cabelos presos em um rabo de cavalo. Sua bolsa presa ao corpo como uma propriedade valiosa e seu sorriso curioso. Ela chegou até mim ofegante e sorriu ainda mais.

— Ainda bem que consegui pegar você aqui. – disse ela. Eu levantei o cenho. 

— Desculpe... – comecei. – Só vou tomar um café e depois vou até o escritório para conseguir pegar Jade acordada no Hospital.

Vikka sorriu.

— Preciso falar com você. – disse ela. – Vamos tomar um café, ou algo assim.

— Desculpe. Estou mesmo sem tempo. – falei, virando-me.

Ouvi quando Vikka suspirou atrás de mim e pigarreou em seguida.

— Como está a minha sobrinha? – perguntou, alguns passos afastada de mim. Eu parei abruptamente e ela encarou-me, sorridente. – Não quer conversar?

Eu respirei fundo e fiz carranca para a chantagem de Vikka.

                                                       ***

Vikka comia mais um pedaço do seu bolo de limão, enquanto eu permanecia com meu cappuccino ainda quente e do mesmo jeito que veio.

— Chantagem é errado. – eu disse.

— Mentir também. – contradisse ela. Eu rolei os olhos. – O que estava pensando? Que eu não ia reparar a semelhança?

— Graças a Deus que só você reparou.

— Por enquanto! – disse. – Acha que meu irmão, louco por você como é, não vai investigar toda a sua vida.

— Eu escondi muito bem a Jade, Vikka.

— Nem tanto. – disse ela, fitando-me. – Eu sabia que minha mãe não fazia caridade só para garotas.

— O que? – perguntei confusa.

— Oh, Rose. – retrucou. – Na fatura de cartão de credito da minha mãe só vinha casa da Barbie e coisas do gênero.

— Eu disse que não era para ela dar essas coisas. – murmurei. – Ela teimou.

— Mas eu descobri. – disse ela. – Assim que bati os olhos na garota.

Rolei os olhos, e encarei o meu cappuccino. Ele já não estava tão quente quanto há alguns minutos, mas ainda estava aparentemente bom para alguém que ficou a noite inteira acordada. Fitei-a novamente, e arfei.

— O que quer saber? – perguntei. Ela entortou a boca.

— Os seus motivos para tirar minha sobrinha de perto de mim.

— A aposta. – falei, tentando não trazer aqueles sentimentos de volta. – O medo do seu irmão enganar a minha filha como me enganou. Ele não sabe amar, só se arrependeu de tirar o primeiro beijo de uma garota desengonçada.

— Não fale assim, Rose. – disse Vikka, fitando-me. – Ele ama você como jamais amou nenhuma das modelos e atrizes que entraram na vida dele.

— Não Vikka. – eu disse. – Eu esperei, ansiosamente pela verdade da boca dele. Se ele me amasse, não levaria aquela maldita aposta até o fim. Não deixaria chegar aonde chegou.

— Ele se arrependeu. – disse ela, de modo calmo.

— Mas não foi até aonde eu estava. – disse à ela. – Não foi atrás de mim. Não se importou com meu paradeiro. – eu respirei fundo. – Pelo contrário, ele estava com essas magrelas e aproveitando a vida, três meses depois.

— Rose... – começou.

— Não. – interrompi-a. – Se você tem isso para me dizer, eu vou embora. – falei, levantando-me.

— Não, espera! – disse ela, segurando meu braço. Eu fitei-a, sentando-me novamente. – A garota que contratou seus serviços foi a minha secretária.

— O que? – perguntei confusa.

— Eu que vou casar. – disse ela. Eu abri a boca, encarando-a. Surpresa.

— Oh, meu Deus!

— Por favor... – começou Vikka. – Eu quero que você faça isso. Eu vi seu trabalho e é incrível.

— Não posso. – eu disse. – Eu preciso manter a minha filha longe do seu irmão.

— Eu garanto a segurança da Jade e ela não saberá de quem é filha e você monta meu casamento. – eu disse ela com um olhar pidão. – Por favor, Rose! Depois disso você pode sumir.

Eu rolei os olhos. Sempre que Vikka pedia alguma coisa de mim, ela conseguia. E eu sabia que seria melhor manter Dimitri longe com alguma ajuda. Lissa tinha seu próprio casamento ainda mais próximo do que o de Vikka e eu já tinha assinado um contrato.

— Ok. – disse eu. Ela comemorou com um sorriso. – Mas quando acabar seu casamento, eu vou embora com a Jade.

— Combinado. – disse ela animada. – Mas não em responsabilizo caso o jogo vire, Hathaway.

Eu suspirei.

— Não vai, Viktória. – afirmei.                                   

                                                         ***

Abri a porta, já cansada de ter ficado o dia todo tentando falar com Tony pelo telefone do novo escritório. Tinha ligado para Mia e pedido para que ela voltasse para Montana. O casamento de Lissa estava próximo e eu sabia que Jason viria com ela. Então, eu fiquei mais tranquila.

Estava tudo escuro na minha antiga casa, nem a varanda estava acesa. Caminhei até aonde eu sabia que ligaria a luz e assim que a ascendi, percebi uma sombra mais alta e bonita que a minha. Dimitri estava em pé, entre minha cozinha e minha sala, fitando-me.

Ainda vestia as roupas de ontem, o terno agora amassado e aberto junto à blusa de botão que me fazia perceber a imagem de seu peito forte e tentador. Eu engoli a seco, com seus olhos vermelhos e continuei encarando-o, ainda com a porta aberta.

— Boa noite, Rose! – murmurou em uma voz rouca. Eu me tremi.

— O que faz aqui? – perguntei. Ele fitou-me mais a finco, exibindo um envelope branco em sua mão direita.

— Vim conversar. – disse ele. – Acho melhor fechar a porta, vai ser algo bem demorado.

— Demorado quanto? – perguntei, engolindo a seco. Ele tinha uma carranca.

Dimitri finalmente, trincou os dentes.

— Não sei, Rose. – começou. – Talvez uns cinco anos.


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Notas finais do capítulo

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beijão