Alma de Coordenadora Pokémon - Fita da Vida escrita por Kevin


Capítulo 6
Pokémon Inicial


Notas iniciais do capítulo

Saudações ao sexto episódio, aquele que marca o inicio dos trabalhos (acabou a introdução tudo vai ser pegado agora)!!!

Essa postagem é especial!

Claro, reparei que quase ninguém leu o episódio anterior devido ao carnaval, mas vamos continuar!!!



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Alma de Coordenadora Pokémon
— Fita da Vida -
Episódio 05: Pokémon Inicial

 

 

Entendo que seres vivos conectam-se uns aos outros com suas almas de formas únicas, capaz de um dar força ao outro, arriscarem suas vidas pelo outro e muito mais. Sou ligada a minha mãe e ao Maurício, meu melhor amigo, de uma forma única que transcende qualquer tipo de afinidade ou divida que tenho para com eles. Por isso digo, é impossível definir essa conexão, essa ligação entre dois seres! Também é impossível nomear e jamais alguém encontrará em nenhum livro uma real explicação para isso. Felizmente, é totalmente possível de sentir! Sinto-a e reconheço, desde que entre humanos.

Não consigo compreender a conexão que as pessoas têm com os pokémon. Simpatizo com eles, aprecio o respeito humano pokémon que os une para lutarem e demonstrar quem é o mais forte, mais hábil e tantos outros. No entanto, uma ligação entre duas espécies diferentes que possuem uma grande dificuldade de se comunicar, entender e respeitar não tem como ocorrer tantas vezes como as pessoas dizem. São milhões de treinadores e coordenadores espalhados pelo mundo com mais de meia duzia de pokémon cada, não há como conseguirem ligações com todos, há?

 

— Com uma semana poderei tirar os pontos do seu braço. Acredito ser tempo suficiente para que possa andar sem nenhum desconforto, também! -

 

A voz da mulher me tirou dos devaneios e novamente vi seu rosto sorridente dizendo que ficaria tudo bem. Ela me encontrou na noite passada, no chão e em prantos. Eu estava muito fraca, podendo ser pela perda de sangue ou por uma aparente falta de alimentação, por isso foi até fácil me acalmar e quando ela colocou-me no soro acabei adormecendo.

A bicicleta chocou-se contra algo no meio da escuridão, algo chamado porta do Centro Pokémon da cidade de Tin. Como? Eu não sei! Sorte ou talvez providência. A verdade é que eu havia sido salva por uma autentica enfermeira Joy, uma mulher dos cabelos rosas e pele roseada. Vestido também rosa com detalhes e avental branco e um simpático chapéu de enfermeira que continha um brasão, que eu acreditava ser da cidade Tin.

 

— Mirian, só precisa descansar! - Ela disse para mim. - Estamos sozinhas no centro e devido aos estragos da tempestade, devemos permanecer sozinhas. - Ela sorriu. - Não se preocupe com a falta de credenciais, documentos ou dinheiro. -

 

Eu não fiz perguntas na noite passada, estava abalada demais para querer saber qualquer coisa além de que eu estava viva e segura. Gaguejei meu nome e um agradecimento em meio aos soluços causados pelo choro. A enfermeira fez o mesmo, não fez perguntas, apenas cuidou de mim e alimentou-me. Por isso, quando acordei pela manhã e ela veio ver como eu estava, a primeira coisa que fiz foi contar tudo.

Eu não queria ser essa pessoa que eu estava me tornando, aquela pessoa que o espelho mostrou. Mas, ela com toda uma doçura me disse algo que me surpreendeu. Que a Mirian que eu vi no espelho era apenas o lado meu que eu não conhecia. Que a Mirian Miller urbana possui um estilo, habilidades, personalidade, postura e jeito de levar a vida. Mas, a Mirian Miller viajante era uma que eu ainda não conhecia e teria estilo, habilidades, personalidade, postura e jeitos distintos pois a vida seria diferente, as coisas que eu viveria seriam diferentes.

Sempre encarei a jornada pokémon como uma forma de amadurecimento, aprendizado e descobertas. Mas, nunca imaginei que era aprender sobre você mesmo. Joy tinha razão quanto a isso, descobri coisas sobre mim que jamais descobriria tendo permanecido em Holly. Mas, o que me fez ficar reflexiva ao ponto de parar a conversa foi ela dizer que essa “eu” que conheci era apenas uma das que ainda estariam por vir, já que eu não tinha ainda um pokémon inicial. Como se um pokémon pudesse realmente me mudar tanto.

 

— Obrigada! - Eu disse sorrindo. - Pela ajuda e pela camisola! -

 

Ela sorriu enquanto deixava o quarto encostando a porta. Ela era uma pessoa incrível, por isso os centros eram tão famosos, não pelo o que podiam oferecer aos viajantes, mas por quem estava ali para ajudá-los. Sensível, perceptiva e disposta a ajudar. A enfermeira Joy percebeu meu desconforto por estar nua e trouxe-me uma de suas camisolas. Claro que ficou um pouco grande, mesmo ela trazendo a menor, não temos o mesmo corpo, mas me sentia mais confortável com aquilo.

A camisola era bonitinha. Era de um tecido leve, que eu sabia não ser seda, mas lembrava. Cor creme, rendado nas extremidades e cheirava muito gostoso. Parece bobo da minha parte ficar apegada a uma camisola emprestada, mas era a única peça de roupa que tinha já que a que eu usava consegui destruir. Joy disse que eu devia ter caído muito mais do que contei a ela, pois estava bem rasgada, tanto a blusa quanto a calça.

Bom, eu não estava completamente desprovida de roupas, Joy havia chegado naquela manhã com uma sacola de papel, daquelas boutiques chiques que sequer se consegue pronunciar o nome apenas lendo a marca da sacola. De acordo com ela, um treinador local veio conferir se tudo havia ficado bem no centro após a tempestade e após ela contar minha situação ele voltou com aquele pequeno mimo. Eu me recusei a ver a roupa, a última coisa que eu precisava era de uma dívida com alguém.

 

— Entra! -

 

Eu disse ao escutar batidas na porta, já havia até deitado novamente e me ajeitado para dormir mais um pouco. As batidas continuaram, meio descompassadas e estranhei a forma que a pessoa batia. Levantei-me e senti as pernas arderem. De acordo com Joy, eu havia magoado os músculos de muitas partes do corpo, especialmente as coxas, com as pedalas excessivas.

Abri a porta e ninguém estava lá. Fiquei confusa, principalmente por voltar a escutar as batidas. Pareciam vir da janela e por deixei a porta ali e fui conferir.

Cheguei a janela, puxando a cortina para o lado, curiosa. O vidro estava molhado, mas havia parado de chover. Podia ver o céu cinzento e pronto para começar a mandar água contra a cidade a qualquer momento. Dali eu podia escutar bem as batidas e foi ao baixar o olhar que eu vi, verde com um bulbo de planta nas costas de onde saiam duas espécies de vinhas que estavam a bater próximo a janela. O pokémon tinha uma aparência cansada, mas pareceu ganhar novo folego quando viu-me, pois começou a gritar qualquer coisa. No entanto, eu não conseguia sequer escutá-lo, que dirá entender. Olhei pelos lados e não via humano junto, mas a janela fechada restringia minha visão.

Tentei abri-la, mas ou era muito pesada ou meus músculos estavam doloridos demais para o serviço. Fiquei nas pontas dos pés e forcei a janela para cima, mas parecia inútil.

 

— Camisola sem calcinha! Sabia que você era dessas! -

 

Congelei. Aquela voz! Aquele tipo de comentário. Meu coração acelerou e parei de me preocupar com o pokémon e a janela. A primeira reação foi levar minhas mãos para trás, protegendo qualquer parte do meu corpo que pudesse estar amostra. Virei-me só para confirmar que não estava ficando maluca, ali dentro do meu quarto estava Aries.

 

— Não sabe bater? -

 

Gritei indo para a cama e puxando o lençol para me cobrir.

 

— A porta estava aberta! -

 

Angel passou pela porta e sorriu para mim. Aquilo me fez tremer por dentro, Aries era uma coisa, mas Angel era outra. A última vez que a vi ela tentou me ensinar a não mentir, mas parecia que para ela estava tudo bem e isso me incomodava. Quase morri para encontrá-los a noite passada para pedir desculpas e entender porque me abandonaram e agora os dois estavam a minha frente, sem que eu conseguisse ter uma reação.

Aries estava bem surrado, a roupa parecia úmida, estava com olheiras que apenas acentuavam aqueles olhos quase brancos e olhar louco e o cabelo completadamente desgrenhado. Angel estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo mal feito, a roupa estava mais molhada que o do rapaz. Ambos tinham aparência de estarem exaustos.

 

— Eu... -

 

Fui a chão e eles se apressaram em tentar me acudir, mas estiquei a mão para eles fazendo-os parar surpresos. Eu não havia caído, havia me ajoelhado.

 

— Perdão! - Eu disse tentando conter as lágrimas. - Eu sinto muito! -

 

Não havia outra forma de fazer aquilo senão me ajoelhando e pedindo perdão. Se eram assassinos, se me abandonaram em Pallet e me roubaram, pouco importava. Eles salvaram minha vida por três vezes e paguei com desconfiança e mentiras. Mentiras essas que quase os levaram a uma tremenda encrenca. Eu não podia resolver a desconfiança, mas podia resolver a mentira.

 

— Eu não sou mentirosa, apenas não queria voltar a ser ofendida por Aries. - Eu disse ainda ajoelhada. - Ele estava certo em dizer aquilo tudo! Quase matei o Houndoom, pokémon dele! Eu merecia escutar, mas não aguentaria ser ofendida pelo motivo pelo que estava na floresta. Seria como rir de mim pelo motivo que quis me tornar coordenadora. - Respirei fundo. - Nada justifica ter mentido e colocado vocês em confusão. - Abaixei a cabeça. - Eu peço perdão pelo que fiz! -

 

— Entramos no quarto errado? - Escutei Aries questionando. - Eu acho que vou sentar, devo ter sido acertado pelos Tauros na cabeça e não estou lembrando. -

 

A voz de Aries não saiu tão louca quanto sempre e nem em som de deboche. Olhei-os e ambos sentaram-se no chão, mais próximo a porta, para evitar molhar o carpete do quarto, ou a poltrona, eu supus.

 

— Por que fugiu de nós? - E lá estava a pergunta que eu não queria responder, feita por Angel que me olhou de uma forma que realmente parecia querer uma resposta sincera. - Afinal, quando chegamos aqui a enfermeira Joy disse que você veio de Pallet para Tin, no meio da tempestade, para nos encontrar. Por isso viemos direto para seu quarto ao invés de irmos tomar um banho e descansar. - Ela dobrou a cabeça. - Se queria nos ver, porque fugiu de nós, em Pallet? -

 

Sentei-me, meus músculos não iriam aguentar mais nenhum segundo ajoelhada. Dobrei a cabeça sem compreender. Ela achava que eu havia fugido deles em Pallet? Fechei os olhos relembrando toda a correria que me levou a estar naquelas situação. Sai de meus devaneios com uma policial que me disse que eles tinham ido para Tin. Logo depois, em meio a fuga, eu imaginava escutar eles gritando por mim, então realmente estavam.

 

— Aquela policial disse que vocês vinham para Tin. Entrei em pânico quando me vi sozinha e sem minha mochila. Tudo só piorou quando a policial passou um rádio sobre o roubo da minha mochila. -

 

— Atacou uma policial, invadiu propriedade privada e roubou uma bicicleta para defender a quem parecia ter roubado suas coisas? - Falando daquela forma Angel fazia-me ter vontade de deixar Aries me chamar de idiota novamente. Ela inclusive começou a rir. - A policial contou que você estava em pânico e não deixou ela acabar de dizer que nós a escutamos quanto a tempestade e fomos a uma lanchonete, em frente de onde estávamos, para pedir abrigo lá e nos alimentar, enquanto você se refazia. -

 

Eu não disse nada e não pensei em nada. Eu havia entendido tudo errado. Eu havia confundido tudo. Eu havia atacado uma policial e roubado uma bicicleta por nada?

 

— Nós nunca te roubaríamos ou te abandonaríamos em um lugar que não conhecesse, ainda mais sem recursos e ferida. - Disse Angel. - Só não viemos atrás de você de imediato porque tínhamos que resolver os problemas que causou, ou você provavelmente estaria presa agora. - Angel respirou fundo. - A principio a policial entendeu que você estava em pânico e não se importou com o empurrão. Mas, temos que devolver a bicicleta e nos desculpar com Toddy e com o professor Carvalho, novamente. -

 

— Vocês resolveram os problemas por mim? - Arregalei os olhos sem acreditar e senti meus olhos marejarem. - Por que? -

 

— Minha irmã vai dizer que a culpa do que fez foi nossa. -

 

Aries pareceu faiscar os olhos naquela hora. Mas, a única coisa que escutei foi minha irmã. Eles eram irmãos? Como assim? Se eles não eram namorados, com quem Angel estava comprometida? Se eu não conseguia conceber que Angel era namorada desse louco, que dirá irmã. Não tem como eles serem parentes!

 

— Mas, você me promoveu uma noite incrível! Corrida de Tauros no meio de uma tempestade, a noite, após ver uma princesinha derrubar uma policial, levar uma cabeçada de Tauros e roubar uma bicicleta. - Ele começou a rir. - Sabia que você não era apenas essa idiota, apesar de sua tara por ninhos! -

 

Angel riu do rapaz e em seguida olhou para mim, assim como ele já olhava. Eu precisava dizer algo. Eu precisava contar a verdade que havia omitido. Assim como contei para Joy agora precisava contar toda a verdade para aqueles dois.

 

— Eu não sou uma idiota! Mas, com fome eu não consigo pensar direito e acabo tomando decisões idiotas. Não sou louca ao ponto de sair correndo e gritando por uma floresta escura, apenas não sabia que sobre pressão eu me desesperava, como não sabia que com muito medo eu entrava em pânico e tratava a ponto de não perceber as coisas em minha volta. - Suspirei enquanto eles pareceram surpresos. - O que? Acharam que eu era uma princesinha indefesa e totalmente louca? Eu tenho total conhecimento sobre minhas habilidades e limitações. Ou achava que tinha! -

 

Aries sorriu maliciosamente enquanto Angel riu. Mas, em casa eu nunca fui tão pressionada, nunca fiquei com tanto medo ou passei fome. Jamais iria saber que eu tinha esse tipo de reação.

 

— Sou uma garota urbana. Nunca me aventurei ou quis me aventurar no mundo pokémon, sequer saí sozinha da minha cidade! Tenho um sonho de ser escritora, mas hoje em dia ou se escreve sobre aventuras pokémon ou vai para faculdade para conseguir cair nas graças das grandes editoras durante os estágios. Não quero escrever sobre aventuras de jornadas pokémon, então pretendo fazer o segundo caminho. - Respirei fundo preparando-me para a parte mais difícil. - Minha mãe foi uma coordenadora quando jovem, mas, nunca conseguiu participar de um grande festival. A única vez que se classificou descobriu estar com câncer e todo o sonho acabou. Mas, ainda ama esse mundo e seus olham ao assistir as apresentações na televisão. -

 

Eu parei um pouco. Todos achavam que o que eu diria em seguida era idiota.

 

— Então resolvi atrasar um pouco meu sonho de ir para a faculdade e ser escritora. Saí em jornada como coordenadora pokémon para conquistar um troféu de um grande festival para ela. - Eu disse e não vi a expressão deles mudar. - Eu não faria isso normalmente. Afinal, como alguém pode se sentir bem tendo seu sonho realizado por outro? Isso é viver sua vida através de outro. Mas, no final desse ano ela tem mais uma cirurgia. Faziam três anos que não tínhamos problemas, sem cirurgias sem quimioterapias ou toneladas de remédios. Os médicos não estão realmente acreditando que ela vai sobreviver a essa cirurgia. Então... queria ganhar essa taça para ela, vê-la sorrir ao ter uma taça só dela. -

 

Eu havia saído de casa e decidido conquistar uma taça de grande festival naquela temporada para minha mãe. Meu irmão achava idiotice porque ele não via como isso faria nossa mãe feliz. Meu melhor amigo achava idiotice porque não achava que eu tivesse habilidade para fazer isso em um único ano. Minha mãe não sabia que era por isso, pois eu faria uma surpresa para ela.

 

— Saí de casa cedinho na segunda feira e acabei parando em outra cidade e sendo roubada. Só chegando a New Bark a noite, quando não havia mais pokémon para distribuírem. Quando fui tentar voltar para casa, a pé, me perdi e o resto já sabem. -

 

Era isso! Eu já estava chorando e não tinha condições de dizer mais nada sobre aquilo.

 

— E o dinheiro? - Questionou Angel. - Câncer pode levar a falência. -

 

— Meu avô é médico aposentado. Somos dependentes dele. - Respondi tento enxugar as lagrimas. Era vergonhoso ficar chorando na frente deles.

 

— Você realmente acredita que consegue uma taça em um ano? Por acaso já viu novato ganhar liga ou grande festival em sua primeira temporada? - Aries me perguntou e achei que sua voz estava um pouco triste, o que não fazia sentido.

 

— Pesquisei e não tenho noticias de nenhum coordenador que o tenha feito. - Realmente parecia algo impossível de realizar. - Treinadores no entanto, acontece uma vez ou outra dependendo do porte da região. Mas, eram filhos de pessoas extraordinárias, com toda uma tradição no mundo pokémon. - E esse não era o meu caso. - Mas, o que é a coordenação pokémon? Cenas detalhadas e pensadas para surpreender as pessoas! Muito semelhante ao que quero fazer da minha vida, escritores criam cenas detalhadas para surpreender as pessoas todos os dias! Não tenho habilidade com os pokémon, mas sei que consigo ser criativa o suficiente para criar algo que mexa com as pessoas. É coisas de escritores! A única coisa que preciso é fazer o pokémon me escutar e fazer exatamente o que eu disser! -

 

Ambos pareceram absorver e refletir sobre o que eu estava falando. Eu mesmo demorei para me convencer que era possível, mas eu acredito que posso fazê-lo!

 

— Confesso que é uma forma interessante de se pensar em concursos pokémon. - Comentou Angel. - Mas, para isso você precisa de um pokémon inicial. - Comentou a loira.

 

— Eu sei. - Suspirei. - Quando eu estiver melhor vou pensar em como conseguir um. Talvez, a enfermeira Joy possa me dar uma ajuda com algum pokémon abandonado, ou talvez possam me ajudar a capturar um. -

 

Aries começou a rir e até Angel riu. Até eu comecei a rir. Esperar que os dois fizessem algo por mim depois de tudo isso era muito. Acreditava que ainda me pretendiam me levar de volta a New Bark, ou mesmo a Holly. Mas, me dar um pokémon era outra coisa.

 

— Você não sabe o que é um pokémon inicial, né? - Aries me olhou como se eu fosse uma idiota. - Vamos, diga-me o que é um pokémon inicial para que eu possa rir um pouco. -

 

Se eu fosse responder diria que é o primeiro pokémon que uma pessoa adquiri para poder realizar sua jornada. Mas, diante a expectativa dele de voltar a me ridicularizar, eu preferi me calar. Especialmente pois ele estava visivelmente cansado ou teria feito como na fogueira, informado que iria me explicar e depois solicitado que eu mesma me insultasse.

 

— Pokémon iniciais são especiais. - Disse Angel querendo me explicar. - Um pokémon capturado passou por uma batalha e foi extraído do seu habitat natural. Se ele fosse um humano os pensamentos seriam: Fui sequestrado e quem está me levando é mal! -

 

Eu juro que aquilo para mim fez todo o sentido. Realmente nunca pensei no que os pokémon pensavam ao serem capturados e isso reforça minha ideia de que não podia haver ligações entre pokémon e humanos aos montes.

 

— Por isso os jovens viajantes inexperientes recebem pokémon iniciais. - A loira falou. - Pokémon que foram preparados para juntar-se a pessoas inexperientes e assim tornar-se seu guia nessa jornada. O pokémon inicial vem saudável, com habilidades de entender a língua humana, sabendo que precisa proteger seu parceiro humano que certamente fará coisas que colocará a vida de ambos em risco. -

 

Então era por isso que um jovem de dez anos conseguia sobreviver? Era por isso que eu não consegui me sair bem? Essa era a diferença? Um pokémon inicial? Fazia sentido! Nenhum jovem realmente iniciava sua jornada sem garantir que um especialista pokémon, fosse professor, pesquisador, criador e outros, pudesse lhe dar um pokémon inicial. Achava que era apenas um nome dado ao primeiro pokémon da vida da pessoa e que poderia ser dado por qualquer pessoa, deixando de lado a questão de credenciais, guarda de pokémon excedentes e outros. Nunca imaginei que um especialista preparava o pokémon para se acostumar com a fala humana e defender seu parceiro humano dos perigos e dele mesmo.

 

— Não pode esquecer que o inicial é seu elo para os pokémon que capturar. - Comentou Aries. - Não por que ele virá a enfrentá-lo para a captura, mas o capturado certamente não vai entender a suas falas, então para treiná-lo precisará do inicial para fazer essa ponte de ligação enquanto o capturado não se acostuma com o linguajar humano. -

 

E aquilo me pareceu completamente inteligente e explicativo. Ouvi falar sobre pokémon capturados que não obedecem, simplesmente ignoraram o treinador por longos períodos. Muitos acreditavam que o pokémon ainda não confiava no humano e certamente estavam certos, quem confiaria em alguém que te sequestrou? Mas, também havia o fato do pokémon não entender uma única fala do humano. Talvez por isso houvessem treinadores e coordenadores que mesmo possuindo outros pokémon, focavam muito no primeiro, afinal tudo com ele era mais fácil.

Era algo que eu nunca havia pensado ou escutado e parecia-se muito com o que a Joy estava dizendo antes. Eu iria depender muito do pokémon inicial para fazer tudo o que eu queria, seria uma nova Mirian Miller ao lado de um pokémon inicial. Então, eu iria ter que me conectar a ele?

Aries se levantou esticou a mão para o corredor, abaixando-se e trouxe para dentro minha mochila. Deixou-a encostada perto do sofá e só então ele pareceu perceber a sacola de boutique. Tive a impressão de que ele estava planejando um comentário, mas vi que o cansaço bateu e ele desistiu.

Ele virou-se e estendeu a mão para Angel, que agora eu sabia ser irmã dele. Cada um segurou no pulso um do outro e ela foi erguida, e os dois começaram a sair em seguida.

 

— Ei! - Gritei, não acreditando que conseguia. - Não acham que estão esquecendo de nada? -

 

Os dois se viraram sem compreender muito bem. Se olharam sem saber do que eu falava e de repente Angel pareceu descobrir algo.

 

— Estamos cansados agora Mirian, mas te levamos de volta para Jotho assim que o clima melhorar. - A loira disse realmente demonstrando estar cansada. - Como eu disse, não vamos te abandonar aqui. -

 

— Quem são vocês? -

 

Eu disse mais rápido do que pretendia. Eles me olharam sem compreender o que eu queria dizer com aquilo. Mas, havia algo que após pedir desculpas ainda pairava na minha cabeça, a desconfiança. Não sou de muitos instintos e geralmente me engano com eles. Mas, aquela desconfiança quanto a eles não saia da minha cabeça, mesmo eu estando errada.

 

— Agradeço pelo que fizeram por mim e entendo que existe esse código de conduta dos viajantes, que ainda não conheço. Mas, não sou uma criança. Aceito que tenham aparecido na floresta e me salvaram, que não tiveram escolha a não ser caçar-me pela floresta quando me desesperei e que exista uma lógica estranha em me levar para Pallet ao invés de New Bark. Mas, ninguém assume a culpa de nada para a policia, ou para uma celebridade, se não tiverem um elo com a pessoa ou quiserem algo. - Eu não era a pessoa mais lógica e nem era boa em entender as pessoas, mas das centenas de livros e histórias reais que eu conhecia, nem os treinadores eram tão bons. - Quem são vocês? -

 

— Isso vai demorar. - Aries voltou a sentar-se. - Conta para ela, Angel! -

 

Angel olhava-me um tanto quanto admirada e curiosa. Acho que não esperava que eu, naquelas condições fosse realmente ficar desconfiando deles.

 

— Nosso pai era um visionário, Montegomeri Olimpo! Por isso criou uma empresa chamada Grupo Olimpo, onde diversos tipos de atividades que ajudassem viajantes pudessem ser desempenhadas, inclusive um laboratório pokémon. Mas, minha mãe teve câncer e ele levou o grupo a falência tentando salvá-la. No fim, minha mãe morreu e dois anos depois ele morreu de depressão deixando o Grupo Olimpo cheio de dividas. Então nós e nossos outros irmãos estamos tentando salvar o sonho de nosso pai, o Grupo Olimpo. - Ela fez uma pausa, parecia realmente difícil falar sobre isso. - Nosso grupo viaja pelo mundo ofertando nossos serviços para jovens em jornada enquanto os sócios, que somos nós e meus outros irmãos, tentaremos mostrar ao mundo nosso valor. Temos de tudo, especialmente a oferta de pokémon iniciais com especialistas que possam guardar e cuidar dos seus pokémon capturados que não estejam na equipe principal no momento. -

 

Câncer. Então eles sabiam como eu me sentia e isso explicava porque Aries parecia triste enquanto eu contava a minha história. Ele estava lembrando-se da família dele, da mãe dele.

 

— Quando a encontramos sabíamos que poderíamos oferecer nossos serviços para você. - Comentou Aries. - Mas, você disse que ia receber o pokémon inicial do professor Carvalho, então resolvemos apenas ajudá-la, novamente. -

 

— Como tudo era mentira, voltamos a estar dispostos a ofertar um pacote de serviços para você assim que estiver pronta para falar de negócios. - Comentou Angel. - Te ajudamos por que é a coisa certa a fazer, mas quanto mais te ajudamos, mais temos certeza que você precisa dos serviços. -

 

Então era aquilo. Eles eram vendedores tentando me conquistar. Por mais que digam que não, estavam me analisando para saber o que poderiam vender para mim. E por pior que parecesse, conquistaram-me. Eles podiam ser apenas vendedores, mais tinham muita habilidade e experiencia com jornadas e tinham o que eu precisava.

Aries se levantou e eu acabei fazendo o mesmo. Fui até a porta me despedindo e fechei a porta, pensativa sobre contratar os serviços deles ou não, mas era a minha chance! Aries e Angel eram extremamente habilidosos e se eu pudesse conseguir um pouco da orientação deles na jornada aumentaria minhas chances e não passaria por apuros.

Na verdade, já estava aprendendo! Pokémon inicial possui um valor enorme. Se eu tivesse um ele teria salvo minha vida diversas vezes, inclusive na tempestade da noite passada.

 

— Aquele pokémon verde na janela é igual ao do garotinho de cabelos verdes na beira da estrada. - Levei a mão na cabeça. - Será que veio pedir ajuda? Não! O pokémon não pode ser tão inteligente. Mas, se o inicial for treinado para pedir ajuda? -

 

Abri a porta tentando correr pelo corredor, mas logo cai berrando de dor. Eu tinha que falar com a Joy. Eu tinha que contar do pokémon e do garotinho. Ele poderia estar com problemas! Quando consegui me reerguer apoiei-me nas paredes do corredor e fui cambaleando e gritando por Joy.

Levei alguns minutos mas cheguei a recepção e choquei-me contra alguém quando alcançava o balcão da recepção. Ou o que eu acreditava ser a recepção, já que não a tinha visto até então.

 

— Se jogando em cima de um rapaz de camisola e sem calcinha, eu sabia que você era dessas! -

 

Minha vista chegou a embaçar de dor. Mas, meu rosto certamente ficou muito vermelho. Como Aries tinha coragem de dizer algo assim? Eu sei que ele é louco, assassino e devorador de pokémon. Mas, precisava me humilhar na frente de um desconhecido? O pior foi recuperar a visão e perceber ser o rapaz mais lindo que já vi! Sim ele era lindo! Alto, corpo atlético, pele bronzeada, cabelo castanho escuro bem alinhado e olhos amendoados.

No local estava Joy, no balcão, Angel, Aries e esse rapaz com quem me choquei. Ele ajudou-me a levantar, tentando conter o riso, certamente do que Aries havia falado. Eu sentia dores e por isso demorei a falar algo. Ainda mais que vi um bando de objetos molhados e em pedaços no chão da recepção do centro. Um que me chamava a atenção era pedaços de uma barraca que muito lembrava a do garotinho.

 

— Você está bem? - Ele perguntou-me tocando em meu ombro e percebendo que eu fitava os objetos. - Reconhece alguma coisa? Achei-os no meio da mata, próximo a estrada e a um desfiladeiro enquanto ajudava na desobstrução da estrada. -

 

— Havia um garotinho que acampou na beira da estrada. - Eu disse. - Insisti para ele vir comigo, ou ir a Pallet, mas ele não me escutou. - Fechei os olhos para tentar lembrar do pokémon. - Ele estava acompanhado de um pokémon verde, com um bulbo de planta nas costas. Agora pouco parecido gritava próximo a minha janela, parecia ter tomado muita chuva. -

 

— Vou procurar o pokémon e o garoto. -

 

Disse Aries saindo e sendo seguido pelo rapaz de olhos amendoados.

 

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— O que acha? -

 

Era a pior pergunta que angel poderia me fazer. Estava anoitecendo e Aries ainda estava a procura do menininho, a chuva já havia começado novamente e assim que seu descanso acabou Angel veio para falar de negócios comigo.

Apresentou-me o site deles, onde continha todos os dados da empresa, dos sócios, seus oito irmãos, e suas áreas de atuação, compreendendo o que eles tentariam aquele ano serem os maiores de cada área, inclusive Angel que era uma treinadora.

Mas, após ver os valores, eu sabia que não tinha condições de pagar, nem o pacote mais básico. Ela me perguntar o que eu achava acabava comigo, pois eu não tinha ideia de uma boa resposta para ela. Falaria que não tinha condições e pagar? Isso não era bem o que ela esperava, queria um comentário mais maduro, de uma garota urbana, e não da criança chorona que precisou ser salva umas três vezes.

 

— São pacotes interessantes. - Eu comentei. - Se escolhesse este pacote full, onde até orientação para minha carreira eu teria, quem me orientaria se não há nenhum coordenador entre os irmãos? - Parei um instante. - Vocês realmente são em oito? -

 

— Acredite, eu sou a mais nova, por questão de dois minutos. Aries sempre foi impulsivo. - Angel riu e eu fiquei surpresa. Eles eram gêmeos? Não idênticos, evidente, mas gêmeos! - Bom, realmente não temos um especialista nesta área e nenhum coordenador de alto rendimento que trabalhe para nós no momento. Mas, poderíamos... -

 

Estiquei o computador para ela, interrompendo a fala dela. Não importava o que ela iria me falar. Não mudaria o fato de que eu não tinha dinheiro para pagar o pacote. Mas, eu havia visto algo naquele site que poderia se transformar na resposta para adquirir os serviços. Eu precisava de coragem, criatividade e agir como adulta, acima de tudo naquela hora. Sorri no momento em que devolvi o nootebook.

 

— Tenho uma contra proposta para fazer. -

 

Angel chegou a levantar uma sobrancelha, surpresa. Ela achava, naquele momento que eu não estava interessada e que iria começar um jogo de valores com ela, já que ela tinha um serviço que eu demonstrava interesse, mas que ela não tinha condições de me ofertar. Como eu sabia? Gosto de livros, quero ser escrita e todos os livros de venda diziam que quando alguém quer vender algo que não é exatamente o que você quer, rola negociação de preço. Então ela estava pronta para iniciar uma rodada de negociação que não existiria.

Eu precisava deixá-la pronta para algo que não existiria para que ela ficasse com a guarda mais baixa para minha real contra proposta. Enquanto a mente dela estava voltada para algo, eu mostraria outro algo que ela não esperava. É assim que funciona nos livros, uma escritora não segue o comum e surpreende a cada palavra, para não dar tempo da pessoa pensar realmente sobre aquilo.

 

— Quero fazer o que ninguém fez até hoje, uma novata sem tradição alguma no mundo pokémon ganhar um Grande Festival! Seus pacotes de serviços são interessantes e com certeza me ajudariam muito, mas se eu pagar por eles, teremos um contrato de prestação de serviço! Nós duas estamos nisso pelo mesmo motivo, o câncer derrubou nossas famílias e ambas agora estão apostando tudo neste ano para honrar o sonhos de nossos progenitores. Então, se eu contrato seu pacote de serviço e ganho, eu honro minha mãe, mas não garantimos que isso vá ajudar a honrar o seu pai. - Ela parecia acompanhar-me querendo entender onde eu ia chegar. - Façamos uma parceria! Ceda-me todos os serviços do Grupo Olimpo, inclusive alguém para acompanhar-me e orientar-me na jornada e usem minha imagem e história para promover o Grupo Olimpo como a instituição que realiza sonhos impossíveis como novatos sem tradição alguma tornarem-se campeões. -

 

Angel ficou parada me olhando. Estava surpresa, eu havia conseguido surpreendê-la. Eles não tinham alguém como referência em concursos e por isso, ter uma coordenadora campeã para falar que eles formaram seria perfeito. Não me importava que a história de minha mãe fosse para o mundo, não me importa se eu ficasse exposta, eu queria a taça e eu teria a taça. Se deixar Aries e Angel falarem que eles me ensinaram tudo o que precisavam era o preço eu aceitaria.

 

— Ele tem razão. - Ela disse por fim sacudindo a cabeça. - Você é louca! - Ela realmente estava surpresa. - Mas, percebe que nós só ganhamos algo se você ganhar. Sua imagem só valeria algo se realmente fizesse algo que nenhum outro novato fez? -

 

— Quem me chamou de louca? - Eu pisquei algumas e percebi que pergunta era besta. - Aries! - Revirei os olhos. - Fico voltada a fazer tudo o que me pedirem. Não peço que faça uma parceria comigo para apostarem que vou fazer vocês lucrarem. Peço que apostem nessa ideia de construírem uma coordenadora campeã, do zero! Se vocês não conseguirem, eu não consigo. E, vocês precisam de alguém para ganhar este mercado dos coordenadores. - Minha argumentação estava um pouco fraca. Não esperava que ela jogasse com a ideia de que eu precisaria ganhar para eles alcançarem algo. A verdade é que nenhum coordenador chegava entre os quatro melhores, sendo novato e sem nenhuma tradição. Esperava que isso bastasse, mas aparentemente não era o suficiente. Mas, eu ainda tinha uma carta. - Além disso, podemos fazer uma campanha contra o câncer, usando nossas histórias. Os motivos pelos quais estamos lutando. -

 

Angel sorriu naquela minha última fala. Não importava que a proposta fosse arriscada para ambos os lados, falar que poderíamos fazer algo para combater a doença que matou a mãe dela e logo mataria a minha era algo que nenhum dos oito filhos de Montegomeri Olimpo poderiam recusar.

 

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Chegaram com garotinho era dez da noite, em baixo de uma nova tempestade. Ele havia sido arrastado pelos ventos e pela água e seu pokémon não conseguiu segurá-lo. Ficou agarrado em arbustos, próximo a um desfiladeiro. Não tinha forças para salvar-se ou mesmo gritar por ajuda. Assim ele dependeu que seu pokémon inicial fizesse o que ele havia sido preparado para fazer, salvar a vida do parceiro.

Se foi por ter sido preparado para fazer ou ligação, eu não sabia. Mas, aquele pokémon não desistiu, mesmo podendo, enquanto não conseguiu levar alguém para ajudar seu treinador.

Eu espero que meu pokémon seja tão bom quanto esse, pois estou agora de frente para a pokebola dele. Em plena quinta feira ao entardecer, depois de fechar o contrato de parceria com o Grupo Olimpo, me enviaram minha pokeabola do pokémon inicial, com promessa que receberei equipamento em breve.

Meu coração palpitava. Eu preenchi um questionário para analisarem meu perfil e identificarem o melhor tipo de pokémon inicial para mm. Não consegui imaginar o tipo de pokémon que receberia.

Pokebola em cima da cama e eu sentada no chão, olhando-a atentamente. Ela estava em tamanho expandido e e tinha as cores vermelho e branco. Era uma pokebola tradicional. Toquei com o dedo no botão circular e o quarto se encheu de luz, materializando uma criatura linda a minha frente.

 

— Audino, Audino! -

 

Um metro e dez de altura. Corpo quase que todo rosado, apenas com algumas partes creme no rosto, orelhas, pescoço e tronco, fazendo parecer que o rosa e na verdade um calete. Um rabo brando que parece um pompom bagunçado e duas espécies fios abaixo da orelha que parecem como brincos alongados. Mas, o mais bonito sem dúvida são os olhos, azul como o céu de um dia ensolarado. A voz me passava a ideia de ser fêmea.

Parecia perfeita para concursos. Abracei-a e para minha surpresa ela retribuiu o meu abraço. Senti que minha sorte tinha mudado, eu tinha uma chance de voltar aos trilhos para levar a taça para minha mãe. Aquele pensamento enchia meu coração de alegria e meus olhos de lágrimas.

De repente, Audino se afastou um pouco e com a mãozinha direita alisou meu rosto como se estivesse enxugando. Levou próximo do próprio rosto e sua feição sorridente se tornou dura. Sua mão acertou meu rosto da direita para a esquerda e depois da esquerda para a direita.

Cai para trás atordoada enquanto ela gritava qualquer coisa que eu não entendia. Minha pokémon inicial havia acabado de me bater? Tentei levantar atordoada ainda com lágrimas escorrendo e Audino partiu para cima de mim de novo esbofeteando meu rosto com falas incompreensíveis. Minha linda pokémon inicial não gostava de lagrimas e iria me bater muito até eu descobrir isso, o que levou toda a noite de quinta feira.


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Notas finais do capítulo

Finalmente! AHHHHHHH
Pokémon! AHHHHHHHH
Concurso no próximo episódio!! HAUHAUAH!



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