Alma de Coordenadora Pokémon - Fita da Vida escrita por Kevin


Capítulo 21
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Preparados para o final derradeiro da fic?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/671282/chapter/21

Alma de Coordenadora Pokémon
— Fita da Vida -
Episódio
20: Epílogo

 

 

O corpo de Mirian já não doía tanto quanto antes. Duas semanas de recuperação realmente ajudaram para que o corpo se recuperasse do maior golpe que ela já havia levado, mas duas semanas não eram o suficiente para a mente se acalmar. Os questionamentos eram diversos e não a deixavam sossegar um único segundo e com movimentos tão limitados onde até o falar era lacerante, apenas pensar lhe restava. Pensar em coisas que não eram agradáveis e a deixavam a cada dia mais angustiada.

Teria Aries a abandonado a própria sorte ou a carta realmente dizia a verdade e ele voltaria ao final de Abril para continuarem a parceria? Se nenhum contato do Grupo Olimpo foi feito durante aquelas duas semanas para saber se estava tudo bem, pois ela questionara isso diversas vezes a enfermeira Joy, eles ainda estavam contando com ela para o trabalho ou não?

O quanto seu último ato de idiotice havia sido nocivo a si mesma e aos em sua volta? Aries podia mesmo abrir mão de milhões estando a empresa para falir só por causa de seu conceito sobre captura? Havia sido realmente uma vitória o que teve contra ele e Houndoom ou talvez mais coisas aconteceram enquanto estava desacordada e na verdade Aries fez tudo aquilo por pena ou outros motivos que ela desconhecesse? Afinal, o que realmente era aquilo de Mega Evolução que pareceu quase “plantado” em seu caminho como uma trilha a ser seguida?

 

— Isso vai levar a noite toda? Está frio aqui fora! -

 

As pessoas em volta de Mirian começavam a se irritar. Talvez ela própria estivesse a reclamar da situação não fosse os seus inquietantes pensamentos, ignorando assim que era duas da madrugada e seu ônibus havia sido parado na estarda pela polícia rodoviária que mandou todos descerem e já estavam a trinta minutos vistoriando o ônibus, as bagagens e até mesmo os passageiros de forma muito meticulosa.

Aquela era a primeira condução das diversas que Mirian teria que pegar de Cerulean, em Kanto, até Holly em Jotho. Apesar de não se incomodar com a parada e esperar pacientemente na fila, por sua vez da inspeção policial inesperada, ela esperava que não fossem ocorrer outras ao decorrer do caminho ou seu planejamento de voltar para casa poderia ser arruinado.

 

— Dizem que estão procurando um caçador. -

 

Alguém cochichou perto de Mirian tirando-a de seus pensamentos por alguns instantes. Caçador. Ela nunca chegou a entender se a profissão era legal ou não e a julgar pelo fato de estarem, supostamente, procurando por um, talvez não fosse. A falta de percepção de Mirian a assustava as vezes, ela poderia ter percebido que Aries era um caçador muito mais cedo e talvez soubesse que sua mãe tinha uma fita falsa antes mesmo de sair de casa.

Poderia sua mãe tê-la enganado durante toda a sua vida? A fita que ela se culpou de ter roubado e destruído. A fita que ela pensou em N maneiras de substituir, mas que no final era falsa. Se sua mãe sabia que a fita era falsa ela sequer cogitava a duvidar, afinal era seu bem mais precioso e qualquer coordenador com o conhecimento que a mãe apresentava ter saberia que a fita era falsa. As perguntas eram por que a mãe mantinha a fita falsa em casa? Ela algum dia teve uma verdadeira? Será que ela algum dia conheceu a Top Coordenadora que concedia aquele tipo de fita? Será que algum dia ela realmente fora uma coordenadora de verdade?

Talvez aquela fosse a pergunta crucial. A paixão que sua mãe apresentava pelos palcos e pelos pokémon indicavam que mesmo que sua vida artística terminasse, teriam que haver relíquias e pokémon de sua época e a verdade era que tirando a famigerada Fita da Vida, uma meia dúzia de fotos onde ela aparecia com pessoas que diziam ser amigos da época de jornadas, mas que nunca apareceram durante sua vida doente, não havia prova alguma dos feitos da mãe.

Por isso ela estava voltando para casa e abandonando tudo aquilo. Ela precisava compreender o que realmente significava tudo aquilo. Ela poderia não ser madura o suficiente para uma jornada pokémon e outros mais, mas definitivamente ela tinha maturidade quando estava em uma cidade, a sua cidade.

 

— Próximo! -

 

Mirian sentiu um empurrão em seu ombro após o brado um pouco irritado! Ela tropeçou algumas vezes indo parar diante de dois policiais que faziam a revista das pessoas e dos pertences de mão. Ela olhou para trás para identificar quem a havia empurrado, mas viu que a oficial Jane estava com cara fechada e compreendeu que talvez ela tivesse sido chamada mais de uma vez.

 

— Desculpe, estou sonolenta. -

 

Uma das oficiais pegou a mochila e sem pedir licença já foi retirando tudo de dentro enquanto a outra começou a revistar Mirian. Era a primeira vez que ela era revistada por policiais e aquilo parecia mais constrangedor do que necessário.

 

— Apenas essa mochila para a viagem? -

 

Questionou a oficial que lhe fez a revista. Mirian arrepiou-se com o vento frio, antes parada ao lado do ônibus, o vento não a atingia com intensidade. Mas, agora, afastada da proteção, percebia o porque dos demais passageiros reclamarem tanto, afinal, quem já havia sido revistado esperava um pouco distante de onde toda a operação acontecia.

Ela via luzes das sirenes e os quatro carros da polícia que estavam no local. Eram pelo menos doze agentes e ela tinha quase certeza de que alguns sequer saíram dos veículos.

 

— Sim. Só tenho esses pertences. - Mirian respondeu. - O que estão procurando exatamente? -

 

— Mirian Miller? - A Oficial que verificava sua mochila questionou-a segurando o que parecia ser sua identidade e credencial provisória em mãos. - Sabe que o seu nome está escrito de uma forma na credencial de coordenadora e de outro em sua identidade? -

 

Mirian apenas acenou que sim. Aquilo não era um real problema, na sua identidade estava o nome completo enquanto na credencial o nome reduzido, que era considerado o nome artístico. Aquilo não parecia ser um problema, mas as oficiais cochichavam uma com a outra e ainda seguravam outra coisa retirada da mochila que ela não conseguiu identificar.

Mirian sentiu um novo arrepiar pelo corpo, mas percebeu de imediato que desta vez não era o frio. Elas não responderam a pergunta do que estavam procurando e como uma boa aspirante a escritora ela sabia dizer que algo naquela noite não ia acabar nada bem.

 

— Gostaria que nos respondesse a duas perguntas. - Disse a Jane que a havia revistado. - Primeira pergunta, por que uma coordenadora pokémon estava em Cerulean e onde estão seus pokémon? -

 

Um abrir e fechar de boca, mas sem que o som da sua voz saísse. A resposta para os pokémon era rápida, ficaram no Centro Pokémon. Mas, isso certamente geraria um questionamento do motivo de uma coordenadora viajar por ai sem nenhum pokémon. Mirian suspirou preparando-se para ser chamada de idiota por aquilo. No entanto, a segunda pergunta foi a que fez desistir de responder de imediato. Uma pessoa deveria ter o direito de ir e vir sem questionamentos, mas coordenadores não iam a Cerulean, logo, mesmo que estivessem procurando um caçador, ela era suspeita por estar em um local que não chamava a atenção de ninguém de sua área de atuação. Ela precisaria contar toda a sua história e isso levaria um tempo considerável se não quisesse criar dúvidas.

 

— Eu estava visitando… - Mirian parou de repente e percebeu que agora outros dois agentes posicionaram atrás dela. - … Por que esses dois policiais estão atrás de mim agora? -

 

— Estamos fazendo operações por toda Kanto atrás de caçadores ilegais, mas recebemos uma dica de que uma falsificadora estaria na cidade de Cerulean. - Disse a oficial que mexera na mochila. - Sua credencial provisória com nome diferente de sua identidade levanta o questionamento se você é quem diz ser. Uma ótima fachada para rodar pela região sem chamar a atenção vendendo suas falsificações para os caçadores ou mesmo contrabandeando pokémon. -

 

— O que? - Mirian gritou assustada. - É claro que não! -

 

— Se fosse uma coordenadora real estaria ao menos com um pokémon. Todo iniciante sabe que precisa de um para viajar por aí. Mesmo que você diga ser uma iniciante de 16 anos, não seria idiota sobre isso. - A policial da revista disse o que ela já esperava, que ela era idiota. - Sem pokémon e querendo chamar pouca atenção você viajaria a noite para ficar fora dos radares. Ainda mais quando leva consigo uma falsificação grosseira de uma fita premium. -

 

O coração de Mirian acelerou ao ver que o objeto que oficial havia retirado de sua mochila era a fita premium falsa e destruída de sua mãe.

 

— Isso é um mal entendido! - Disse Mirian rapidamente. - Eu posso explicar e tenho gente para… -

 

De repente Mirian parou de falar. Ela poderia explicar, mas não teria como provar. Conseguiria provar que não era uma caçadora, mas dificilmente poderia mostrar que não tinha ligações com um caçador. Aries era um caçador com quem viajou para cima e para baixo e se ele tivesse feito algo errado ela era cúmplice. Talvez pudesse provar não ter envolvimento com isso, afinal Aries Olimpo era conhecido por ser um dos donos do Grupo Olimpo e assim talvez isso se resolvesse. Mas, a falsificação?

Ela não sabia como sua mãe havia ganho a fita e seria possível que sua mãe sequer soubesse que a fita era falsa. Sua autorização provisória tinha um erro de grafia que ela não julgou importante e ninguém em Kanto realmente a conhecia, apenas acreditavam na história que ela contava.

 

— Vamos te deter até que possamos comprovar, com fatos, de que não é uma caçadora ou falsificadora. -

 

Mirian fechou os olhos ao escutar aquilo tentando conter as lágrimas. Talvez fosse melhor ficar calada, já que tudo o que podia fazer era contar sua história, mais uma vez e certamente não iriam escutá-la ali. Sentiu seus braços serem segurados com força e levados para suas costas onde algemas de frio metal foram colocadas em seus pulsos.

 

Mais uma idiotice da minha parte sair correndo de Cerulean desta forma. Eu não tenho como provar minhas histórias e isso significa que vou ficar na presa por um bom tempo. Meus amigos vão acreditar na polícia, pois no final parecerá que eu realmente usava um disfarce. Então é assim que acaba uma jornada pokémon para uma pessoa inexperiente. Como é que crianças de 10 anos viajam por aí sem que essas coisas aconteçam com elas?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E assim termina FITA DA VIDA!

Uma fic controversa, onde conseguimos acompanhar as desventuras de uma jovem que sai de casa com a melhor das intenções e descobre que a vida é dura e tem um trágico fim de jornada sendo presa por crimes que ela não cometeu.

Agradeço a todos os que acompanharam a fic, comentaram e deixaram recomendações!

Alma de Coordenadora Pokémon ainda não acabou, teremos uma segunda fanfic que devo iniciar a postagem por meados de Outubro, preciso fazer uma pesquisa a mais, já que nela vamos deixar de acompanhar a história em primeira pessoa e personagens secundários ganharão mais participação e protagonismo.

Foi um prazer passar minha visão inicial da diferença entre treinadores e coordenadores, um pouquinho do mundo do estrelato e como é complicado o inicio de jornada que todos julgam tão "fácil" (mostrando o que o faz realmente se torna fácil).



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Alma de Coordenadora Pokémon - Fita da Vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.