Perdida em Crepúsculo: além do sonho. escrita por Andy Sousa


Capítulo 17
Seu coração não é meu.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, volteeeeeeeeeeeeei!
Gente, antes que me odeiem pelo resto da vida, MIL DESCULPAS! Eu estou fazendo dois cursos técnicos, então minha cabeça tá quase cem por cento nos estudos, mããããs sei que estou erradíssima de largar vocês e de não me organizar devidamente.
Como não adianta eu dizer qual dia estarei aqui - porque todo mundo já viu que não dá certo né, er - eu só posso dizer que voltarei. Sempre. Eu não vou abandonar a fic, acreditem em mim!
Tem alguém aí?
Por favor, perdoem essa escritora desnaturada.
Mas, sem mais falação, vamos ao próximo capítulo, porque tenho alguns pra postar pra vocês hoje, espero que gostem!
Boa leitura! :)



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Jacob PDV

"É isso aí, como a gente achou que ia ser,
A vida tão simples é boa quase sempre.
É isso aí, os passos vão pelas ruas,
Ninguém reparou na lua, a vida sempre continua...
É isso aí, há quem acredite em milagres,
Há quem cometa maldades,
Há quem não saiba dizer a verdade.
É isso aí, um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores.
E eu não sei parar de te olhar, não sei parar de te olhar.
Não vou parar de te olhar, eu não me canso de olhar,
Não sei parar de te olhar."

É Isso Aí - Ana Carolina e Seu Jorge

~*~

Eu não fora verdadeiro com Aneliese, mas procurava pensar que também não havia mentido. Apenas omitira algumas informações. Para estar com ela hoje enfrentei um confronto sem igual com os membros da alcateia; Sam ainda estava emburrado por minha iniciativa de cruzar a linha do tratado e não deixara barato. Como sempre seus comparsas, Paul e Jared também haviam engrossado para meu lado, apenas por reverência ao alfa. Otários!

De todo modo eu não recebera consentimento, por assim dizer, e me retirara contra a vontade de meu líder. No final, contudo fiquei feliz por não ter deixado transpassar em meu semblante que estivesse um tanto preocupado, Aneliese não merecia nada menos que uma noite inesquecível e eu era felizardo por estar ao seu lado a cada instante.

Sem dúvidas foi fácil me esquecer das apreensões, mais fácil do que pensava. Apenas quando o sanguessuga apareceu cheguei a pensar que a noite pudesse estar arruinada, mas Liese me surpreendeu ao se mostrar indiferente a ele.

Sabe que ela se importou, não se faça de cego.

Suspirei.

Sim, era verdade, eu sabia que ela havia ficado incomodada, sabia perfeitamente que aquele desgraçado ainda exercia poder sobre ela, mas ao menos agora parecia que havia entendido a mensagem e se afastara. Só tive pena da pobre moça, se ela soubesse com quem estava talvez não tivesse mantido aquele sorriso afetado na cara.

— Jake.

Pisquei e focalizei o rosto de Aneliese, ela parecia esperar resposta para uma pergunta que eu não ouvira.

— Desculpe, você disse alguma coisa?

— Sim, perguntei se você não quer se sentar um pouco, estivemos dançando desde que chegamos e estou cansada.

Ri brevemente procurando descontrair.

— Pobrezinha, é tão fraquinha – provoquei.

Ela fez cara feia.

— Não me venha com arrogância bem agora, senhor lobo. Sabe que as circunstâncias estão ao seu favor e de seu físico avantajado. Eu sou apenas humana, não se esqueça disso – falou próximo a meu ouvido.

Sorri. Ela sempre sabia como me deixar de bom-humor, antes de qualquer coisa era minha amiga.

Ridículo o quanto eu gostava dessa garota.

— Está bem, podemos dar uma pausa, mas... Hmmm, aqui parece muito movimentado, que tal darmos uma volta lá fora?

Ela me olhou por um instante e em seguida assentiu e aceitou a mão que lhe ofereci. Meu coração começou a bater acelerado e talvez eu até mesmo tivesse começado a suar de ansiedade. Não fora à toa que sugerira este passeio, desde que me tornara ciente da data do baile eu tomara uma iniciativa a qual ainda não tivera resposta. O fato era que não havia dúvidas de que quisesse manter Aneliese comigo e não iria esperar até que ela se decidisse por completo, pois havia grande pressão sobre sua escolha. Eu ainda sentia que competia por sua atenção e não queria mais que isto acontecesse, queria que ela soubesse de uma vez por todas o que significava para mim.

Finalmente conseguimos sair da aglomeração e encontramos a porta que dava para os fundos, havia algumas mesas dispostas através do gramado e grandes luzes em forma de bola iluminavam o centro, alguns casais e amigos conversavam e riam, dei uma breve olhada ao redor e encontrei um banco afastado, próximo às arvores que rodeavam o prédio.

— Não é incrível como não está sequer ventando? Muito menos chovendo... É um clima agradável demais para uma noite em Forks, mal posso acreditar na sorte que tivemos.

Ela olhava para o céu enquanto falava e apenas a observei em silêncio, nunca havia conhecido uma menina que conseguisse me deixar sem palavras sem fazer absolutamente nada.

Liese me encarou e franziu o cenho.

— Você está bem Jacob? Parece tão calado.

Engoli em seco e desviei o rosto. Minha ansiedade estava transparecendo e eu tinha de me conter se quisesse chegar ao fim disso.

— Não, eu... Concordo com você – assenti.

Ela parou de caminhar, soltou minha mão e veio ficar de frente para mim. Foi inevitável fugir de seu olhar questionador.

— O que está havendo? Não está chateado, está? Por favor, me diga que não ficou aqui até agora apenas por pena, eu pensei que estivesse se divertindo.

— Aneliese, tem como você parar de dizer bobagens? É claro que não fiquei por pena, muito pelo contrário, eu quis ficar e estou me divertindo muito.

— Espero que esteja sendo verdadeiro.

Sua feição se tornara pesada demais, não era este o efeito que eu esperava alcançar.

— Será que já lhe disse o quanto você está bonita esta noite?

Passei a mão por seu rosto e depois de alguns segundos ela enfim sorriu.

— Sim, umas dez vezes.

— É porque é verdade. Não me canso de te olhar e acho que não vou me cansar nunca.

— Jacob...

Eu a beijei. Tentei não pensar na razão de ter feito tal coisa, mas sabia bem a resposta. Aneliese estava prestes a discordar, ela sempre fazia isso.

Ela ainda hesitava. Sua resposta ao beijo me pareceu muito automática e não prolonguei o momento.

— Jake, eu... Me desculpe.

— Pelo quê?

Seus olhos evitavam encontrar os meus.

— Eu sinto que não estou dando a você tudo o que posso, estou deixando as coisas do passado me afetarem demais. E você é sempre tão bom comigo, eu sinto muito.

Soltei uma risada de desgosto.

— Eu tinha algo para falar a você, mas agora me parece a pior ideia do mundo – desabafei.

Ela ergueu o rosto até ficar quase no nível do meu.

— Eu não entendi.

Respirei fundo. Se quisesse terminar o que começara a hora era essa, não haveria momento mais propício esta noite, eu tinha certeza. Contudo mal tive tempo de analisar os fatos, pingos finos de chuva começaram a cair sobre nós. Talvez fosse um sinal para que eu deixasse de lado, ao menos por agora.

— Eu não acredito – queixou-se Liese.

— Não parece que vai aumentar, mas é melhor não abusarmos da sorte, venha, vamos voltar para dentro.

Sem lhe dar chance sequer de discordar comecei a puxá-la, o arrependimento imediatamente me atingiu, estava sendo covarde e sabia que me odiaria amanhã. Cada segundo que deixava passar era como uma ferida que eu deixava de curar, e não tinha dúvida que com o tempo logo se tornaria impossível remediá-la.

Como previra a chuva não passara de névoa e enquanto caminhávamos passamos debaixo de uma árvore frondosa. Sem pensar duas vezes fiz uso do abrigo improvisado.

— Espere.

A segurei pelos ombros quando ficamos próximos ao tronco gigantesco de madeira envelhecida.

— O que foi?

— Preciso falar com você e sinto que se não fizer isto agora, não farei mais. Me dê só um segundo, é tudo de que preciso.

Sua testa estava franzida num vinco fundo, mas ela vagarosamente assentiu.

— Está bem.

Fechei os olhos e me concentrei.

Jacob Black deixe de bobeira e diga logo!

— Liese, eu...

— Sim?

Percebi que ela estremecia levemente e procurava abraçar a si mesma.

Deve estar com frio, vocês precisam voltar. FALE AGORA!

— Eu pensei muito sobre nós nestes últimos dias e, sei que vai parecer extremamente brega o que vou dizer, mas cheguei à conclusão de que gosto de você como jamais gostei de uma garota antes. Na verdade nunca alguém me fez sentir tão bem e sei que minha vida é uma bagunça, eu não sou tolo, sei que jamais vou ser capaz de lhe oferecer o tipo de coisa que ele lhe oferecia. Não tenho um carro chique, não uso roupas da moda, não vou ser o tipo de cara que vai lhe levar para passear todo final de semana, porque infelizmente meu tempo não está em minhas mãos. Mas porque estou te dizendo estas coisas, não é mesmo? Você me conhece bem o bastante para saber no que está se metendo. E, droga... Não sei como ser romântico numa hora dessas, eu só queria te fazer uma pergunta. Queria saber se... Se você aceita namorar comigo. Oficialmente, eu quero dizer.

Não houve resposta imediata e depois que o tempo se prolongou demais – ou apenas pareceu ser demasiado para mim – ousei olhá-la. Para minha surpresa ela já me analisava com a expressão impassível.

— Eu não esperava que fosse me dizer isso.

Prendi os lábios.

— Você não quer aceitar, não é?

— Não, não é isso.

— Prefiro que seja verdadeira comigo, já vai ser bem ruim ter de lidar com a rejeição.

— Eu não estou rejeitando você, jamais faria isso...

— Então vai me dizer que sim? – Desafiei.

Ela nada respondeu.

— Como imaginava.

Liese ergueu a mão e pareceu querer me tocar, mas desistiu na metade do caminho.

— Não quero magoar você, justamente por isso não posso responder à sua pergunta agora.

— Você não tem certeza do que sente?

— Eu não tenho certeza de que possa ser a pessoa certa para você, a pessoa capaz de fazê-lo feliz.

— Sei que não devia tocar neste assunto, mas você deu uma chance àquele infeliz.

Seu olhar sustentou o meu e sua feição ficou dura.

— Sim, eu dei. E veja só o que ganhei em troca.

— Eu não sou ele, Aneliese.

— Sei que não. É totalmente diferente e é isto que tanto amo em você. Mas entenda que não posso conviver com a culpa de chegar a fazê-lo sofrer.

— Acho que você está certa. Ainda sente alguma coisa por aquele cara.

— Edward não tem nada a ver com minha decisão.

O silêncio se seguiu e prolongou por consideráveis minutos.

Me afastei e observei o horizonte, não havia mais uma linha dividindo o céu e a terra, o negror tomava conta de ambos transformando-os num só. Parecia natural e era assim que eu esperara que as coisas entre Aneliese e eu se desenrolassem, portanto não era animador perceber que as circunstâncias em nada se assemelhavam ao esperado.

— De algum modo parece que sempre conseguimos discutir quando estamos juntos, você já percebeu? E sempre sobre as mesmas coisas – apontei sem ânimo.

Ela caminhou para perto de mim e inesperadamente me abraçou por detrás, se aconchegando às minhas costas.

— Eu só quero o melhor para você, quero que seja feliz e não sinto que estou podendo cumprir esta missão agora – explicou.

— Você me deixa com a impressão de que pretende se afastar.

— Não vou me afastar.

Me esquivei suavemente de seu aperto, me colocando de frente com seu corpo.

— Então porque não aceita? Não entendo qual a distinção tão grande entre o que somos agora e o que iremos nos tornar se você deixar de ser teimosa e aceitar ser minha namorada.

— Será diferente. Eu não sei porque, mas sinto isso. Nós não estamos nos dando bem desta forma? Tudo flui sem pressão, é mais fácil.

— Não para mim, porque quero tê-la comigo da maneira como se deve, quero poder dizer para todos, quero poder demonstrar.

— Mas você demonstra. E pode contar sobre nós para quem quiser, sabe disso, não mantenho segredo e acho que nem você deveria.

— Mesmo?

Ela pareceu ponderar.

— Bem... Sim.

Soltei um riso desanimado.

— Pois não é o que eu penso. Se lembra do que disse hoje ao me apresentar para suas amigas? Me chamou de amigo, apenas isto; eu quero ser mais do que um amigo para você, quero ser mais do que um cara qualquer em sua vida, eu quero representar alguma coisa.

— Mas Jacob, pelos céus, você representa! Acaso não pensa que é importante para mim?

Analisei seus olhos, seu rosto. Havia franqueza, mas também certa omissão. Eu a conhecia, sabia que estava se delimitando. Queria mais que tudo que aceitasse meu pedido, soube desde o começo que poderia receber um ‘não’, mas era difícil lidar. Mesmo assim de nada adiantaria forçá-la, seria em vão. Cheguei então à conclusão de que já a havia mantido tempo demais do lado de fora.

— É melhor entrarmos, você está tremendo de frio.

— Só se me prometer que não vai deixar esta conversa abalar seu humor. Eu estava verdadeiramente aproveitando sua companhia.

Procurei sorrir, pois não queria ser responsável por estragar a noite, mesmo que me sentisse um tanto patético. Acreditava que ela gostasse de mim, acreditava que não fora sua intenção me magoar, mas não estava satisfeito, ainda iria correr atrás do que queria até conseguir.

Talvez fosse sorte que ao retornarmos ao salão não tivéssemos nos encontrado com o sanguessuga e a garota junto dele, logo uma das amigas de Liese veio nos dizer que eles haviam ido embora e automaticamente se tornou mais fácil aproveitar a festa.

Consegui convencer Aneliese a se sentar um pouco e nos servimos de aperitivos enquanto conversávamos. Ela se retirou para ir ao banheiro junto das outras meninas e fui deixado para trás junto dos rapazes.

— Porque garotas sempre têm de andar em grupos?

Gargalhei frente a um dos mistérios do universo feminino.

Soube que o garoto que se queixara se chamava Mike e o outro se não me engano, era Ben. Os dois começaram a discutir sobre os jogos da temporada, os placares que os times haviam conseguido levantar nas últimas partidas, havia muito tempo que eu não sabia o que era se sentar e assistir televisão e acabei realmente interessado no que diziam.

— Estou interrompendo alguma coisa? - Liese surgiu de pé próxima a mim e sorriu. – Parece muito entretido no assunto.

A garota ao seu lado, Jessica bufou. Tive pena de Mike por ser seu par, não sabia bem o porquê, mas ela parecia extremamente irritante.

— Basquetebol – revirou os olhos.

— Ah, entendo.

— Acho que está bem claro que não vão abrir mão do papo tão cedo, o que acham de nós irmos dançar?

Ao ver o olhar de Liese sobre mim, falei:

— Fique à vontade.

As três foram direto para o meio da pista e se perderam em inúmeros passos. Consegui ficar a par dos lances mais importantes, das jogadas inigualáveis enquanto jogava conversa fora. Por fim a música antes agitada se transfigurou em uma balada, ao erguer o rosto dei de encontro com os olhos de Liese que já procuravam os meus. Comecei a convergir em sua direção e os dois rapazes pareceram não ter saída senão me imitar, cada qual indo em direção à sua parceira.

— Pensei que tivesse de ir até lá buscar você.

— De maneira alguma senhorita.

Ela riu e voluntariamente se aconchegou em meus braços. Nos movíamos num ritmo preguiçoso, sua bochecha vez ou outra roçando a minha.

— Acho que está quase na hora de irmos. Charlie não brincou sobre o toque de recolher, ainda tive sorte de tê-lo feito ser flexível.

— Você está segura comigo.

— Sei que sim e gostaria de poder dizer o mesmo, mas o que tenho a oferecer além de minha força humana? Não sou assim tão impressionante.

— Discordo. Eu a acho muito impressionante, sem dúvidas a garota mais impressionante deste baile e possivelmente de toda a cidade.

Ela gargalhou lançando a cabeça para trás.

— Isto foi uma cantada?

— Talvez. Deu certo?

— Não – tornou a rir. – Foi bem ultrapassada. Achei que lobos fossem bons em tudo.

— E somos, mas às vezes damos chance aos outros garotos, senão não seria muito justo.

— Entendo.

Eu a conduzia através do pequeno espaço que tínhamos dentre os inúmeros casais, o baile não fora ruim, servira para me manter próximo a ela e no fim fiquei agradecido por esta chance. Por mais que tivesse de enfrentar o inferno ao voltar para casa, no momento isto não importava, no momento eu me sentia bem.


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Notas finais do capítulo

Deu dó do Jacob? Deu saudades do Edward? Tem alguém aí? :(