Perdida em Crepúsculo: além do sonho. escrita por Andy Sousa


Capítulo 14
Quebrando os limites.


Notas iniciais do capítulo

Oi, voltei. Sim, estou escondida atrás do sofá pra fugir dos tomates que vocês devem estar arremessando em mim... Antes de tudo, ME DESCULPEM. Vou me explicar rapidinho:
— Gente, eu retomei esta história por inúmeras razões que vocês mesmos já sabem e uma delas era que na época eu estava passando por uma grande reviravolta em minha vida, sem saber mais nem mesmo quem eu era e decidi me apegar a algo em que me identificasse. Enfim... De lá pra cá claro que muita coisa passou, porque - me corrijam se eu estiver errada - já faz mais de um ano que começou a repostagem, né?
De todo jeito, esse sumiço de agora foi porque comecei a fazer curso técnico e, meu Deus, é puxado rs
Aí no começo das aulas eu só tinha cabeça para aquilo e precisei deste tempo de adaptação. Antes de eu postar, deixem-me só avisar: é apenas um capítulo. Mas porque Andy? t-t'
Porque eu tava louca querendo voltar a escrever gente, mas não planejava que seria hoje e na realidade só vim postar esse porque criei vergonha na cara antes de tudo, mas principalmente porque tem gente pedindo, gente que vale muito pra mim, que são vocês leitores, é claro. Este capítulo é só pra provar que NÃO DESISTI DA FANFIC! Eu não disse que ia terminar de um jeito ou de outro? Sei que está demorando gente, mas novamente peço sua compreensão. Não é por mal, juro. Eu também estou louca querendo ver o final dessa história, acreditem em mim, são cerca de 8 anos de espera pra mim também, é uma meta de vida que pretendo cumprir.
Então é isso, não foi planejado, entrei aqui hoje por acaso e resolvi que já tava torturando vocês demais. Viram como me expliquei rapidinho? rs
Boa leitura!



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Jacob PDV

"Eu me lembro o que você vestiu em nosso primeiro encontro,
Você entrou em minha vida e eu pensei:
‘Ei, sabe, isto poderia ser alguma coisa’.
Porque tudo o que faz e as palavras que diz,
Você sabe que isto me deixa sem ar.
Então talvez seja verdade
E agora eu finalmente acredito
Que eu não posso viver sem você.
E talvez dois seja melhor do que um.
Há tanto tempo para desvendar o restante de minha vida
E você já me pegou definhando.
Mas eu vou descobrir com tudo que foi dito e feito
Que dois é melhor do que um."

Two Is Better Than One – Boys Like Girls feat. Taylor Swift

~*~

Eu não tinha certeza do caminho a seguir, mas fazia alguma ideia. Sabia que deveria ir para bem longe do território que guardava, para uma área na qual há anos eu não pisava. Até hoje nunca havia pensado que o tratado não fosse justo, mas começava a mudar de opinião. Vampiros não tinham direito de estar aqui, nem em lugar nenhum, eles eram como uma maldição, eles tinham de ser extintos!

Sam dizia que devíamos aprender a conviver com os inimigos se quiséssemos garantir a paz da aldeia, mas ele podia muito bem estar errado.

Está agindo como um garoto imaturo. Está se deixando levar por causa de Aneliese.

Pisei com mais força sobre o chão de terra, me impulsionando a ir mais rápido. Na forma de lobo meus pensamentos se tornavam praticamente minha melhor forma de me expressar, mas eu aproveitava que estava longe dos demais para deixar que fluíssem livremente. Tive de ser ágil e fugir antes que minhas intenções fossem descobertas. O que estava prestes a fazer não era permitido, mas não podia dizer que realmente me importava.

Cheguei próximo a divisão de territórios e parei. Não porque hesitasse, mas desse ponto em frente eu teria de correr em forma humana, não queria arriscar ser descoberto.

Era um percurso longo, mas não parei, procurei por alguns minutos até avistar a única construção. Era ali, ninguém mais se esconderia dessa forma, longe de tudo e de todos. Quanto demoraria até que notassem minha presença? Tinha noção de que alguns deles tinham capacidades singulares, sabia que a vampira de cabelos pretos era algo como uma vidente, mesmo assim consegui alcançar o gramado sem ser impedido.

Parei de imediato quando o cheiro atingiu fortemente minhas narinas e se tornou insuportável, era absurdamente doce. Intragável.

Um segundo depois um deles surgiu na varanda.

— O que pensa que está fazendo?

Sua parceira apareceu e se pôs ao lado dele.

— Nem ao menos consigo ver o que pretende vira-lata!

Meu sorriso se abriu. Então ela realmente não podia ver o futuro de lobisomens, chegara a ouvir um rumor, mas agora confirmava ser verdade. Não respondi a qualquer um deles, pois não eram quem eu procurava, contudo logo o terceiro membro apareceu e se aproximou. Mantive meu semblante composto e me concentrei em ficar onde estava. Tinha de me lembrar de não deixar isso se transformar em uma briga, pois Sam não ficaria nada feliz.

— Mande ele embora daqui Edward.

Funguei uma risada e continuei ignorando-os.

— Não se preocupe, pode dizer a eles que não vim à procura de confronto, ao menos não desta vez.

— Sei a que veio Jacob.

— Mesmo? Então espero que trate de seguir o conselho.

— De que ele está falando? – Perguntou a mulher.

— Estou falando que quero que o irmãozinho de vocês se mantenha bem longe de Aneliese!

Ela riu.

— Parabéns pela tentativa.

A encarei fixamente, porém outra vez tive que lembrar que não viera até aqui para perder tempo. Tornei a me dirigir a Edward que também era quem estava mais próximo.

— Saia de perto de Aneliese, sanguessuga. Quero que fique longe dela. Não irei avisar outra vez.

— Acaso ela sabe que veio até aqui? Não acredito que tenha sido favorável a seus atos.

— Isto não lhe interessa! Nada que diz respeito a ela é de sua conta. Aneliese não quer saber de você e se ela é boa o suficiente para ter pena de um monstro saiba que não serei igual.

— Entendo. Há algo mais que queira me dizer?

— Sabe que não.

— Então já pode ir e considere seu aviso dado.

Porque reagia dessa maneira? Sequer fizera objeção. Eu não confiava nele, se estivesse planejando alguma coisa...

— Não estou planejando nada. Aneliese deixou bem claro que não me quer por perto e não irei mais contra sua vontade. Mas saiba que faço isto apenas por ela.

— Estou vendo. Porque você é um cara bonzinho tentando agradar os amigos.

— O uso do sarcasmo é irrelevante, sei que não me considera uma boa pessoa.

— Pare de falar por mim ou de ler meus pensamentos, não preciso que seja meu porta-voz.

— Se isto lhe incomoda sugiro que vá.

— E eu sugiro que comece a usar o juízo, se encontrá-lo mais uma vez próximo a ela garanto que não haverá tratado ou segredo capaz de me impedir de arrancar sua cabeça.

Ele esboçou um sorriso cretino, mas assentiu.

Eu só conseguia pensar que Aneliese não ficaria nada feliz se eu matasse alguém, mesmo se tratando dessa escória, então por causa dela não agi como deveria.

Lancei um último olhar a cada um deles e comecei a me distanciar.

“Não importam quais sejam suas justificativas... VOCÊ NÃO DEVIA TER FEITO ISSO!”

Ele grunhiu e ergueu-se demonstrando autoridade e com muita dificuldade aos poucos baixei minha cabeça. Sam havia descoberto meus atos e não gostara, proibira o restante do bando de se aproximar enquanto conversava comigo. Eu estava preso pelos pensamentos compartilhados, me forçando muito a não ser insolente, mas era difícil, pois sua noção de diálogo eram apenas broncas e gritos.

Não aceitava esse tipo de ação, não aceitava nem mesmo de Billy...

“JACOB!”

“Não vou me desculpar por pensar que você está se excedendo, Sam. É verdade. Eu já entendi suas ordens, mesmo assim continua a falar.”

Ele latiu alto e rosnou.

“Acredita que esteja certo? Acredita que sua atitude não foi a de um garoto? Você expôs toda a tribo apenas por causa de ciúmes, por causa de uma garota sanguessuga!”

Rugi ao ouvi-lo falar de Aneliese daquela maneira.

“Ela anda com vampiros, ela gosta deles. Você sabe, é um tolo por se envolver desse jeito!”

Apesar das palavras esta era sua maneira de amenizar o insulto, tentava se explicar e tentava fazer com que eu concordasse com suas ideias.

“Vai continuar me julgando? Você que quase fugiu de La Push, quase deixou tudo para trás por causa de Emily! Acho que estamos os dois sendo tolos aqui permitindo que mulheres façam o que bem querem de nós.”

Mais uma vez ele grunhiu e rosnou, afundou as patas no chão lamacento. A noite enfim trouxera a chuva e por ter ficado ausente por quase dois dias agora o céu explodia em um temporal sem fim.

“Não vou mais discutir este assunto, está claro que você insiste em defender sua opinião mesmo estando errado. Independente disto, não o quero perto daquela casa, nunca mais se atreva a cruzar a linha do tratado, se sua teimosia trouxer consequências para nós garanto que não serei aplacável em minha fúria!”

Não falei nada, apesar de minha cabeça estar repleta de palavras a serem ditas, tampouco fiz qualquer gesto, apenas o encarei de forma colérica. Eu entendia que tinha exagerado, mas não me arrependia e não fizera nada daquilo por brincadeira. Era bom que toda aquela família soubesse do que eu era capaz para defender Aneliese. Nenhum deles estivera por perto quando ela sofrera, nenhum deles demonstrara compaixão. Isto só demonstrava uma natureza selvagem e brutal.

“Você está dispensado. Pode ir fazer a sua ronda. Quero que fique com o território da praia hoje.”

Bufei e comecei a me movimentar, logo transformando os passos em uma corrida. Sam me pusera para vigiar a parte mais distante da cidade de propósito, senti que de alguma forma ele retornara ao pensamento de que meu relacionamento com Aneliese não era visto com bons olhos. Não me incomodei, se ele quisesse usar minha falta como pretexto para me manter distante era bom que soubesse que não seria suficiente para me fazer esquecer o que sentia.

A floresta existia como um esconderijo, uma cortina imensa cor de jade que ocultava as criaturas dentre as árvores. Pude me manter preguiçosamente sentado num espaço largo entre alguns arbustos e galhos baixos, as patas dianteiras cruzadas e as traseiras relaxadas enquanto apenas observava. Tinha pouco tempo para ficar então aproveitei para descansar, estivera fazendo a ronda durante toda a madrugada e ao amanhecer conseguira escapar para voltar a Forks,

Estava aos arredores da escola. Não havia chuva.

Como na véspera o vento estava frio, as nuvens pareciam paradas no céu claro. Uma olhada rápida para o alto indicava que devia ser por volta das nove horas da manhã, os alunos já estavam em suas salas absorvendo o conteúdo que os professores explicavam, tal cena me trouxe vaga saudade dos tempos em que eu era assim despreocupado, porém consciente das tarefas de estudante.

Conseguira avistar Aneliese pelos corredores, ela parecia estar bem, todavia imaginava quais seriam suas preocupações. Devia haver muita coisa passando por sua cabeça, o acontecimento de dois dias atrás, os estudos, o trabalho e agora o baile. Ainda me sentia extremamente tolo por ter esquecido a data, havia retângulos chamativos pendurados nas paredes de tijolos que eram grandes avisos da noite que estava por vir.

Era engraçado ver que eu ansiava por algo que anteriormente sequer teria importância, já fora a uma ou outra comemoração da escola, em geral permanecia junto de meus amigos, comíamos o máximo que nossos estômagos aguentavam e ríamos de assuntos que agora pareciam ainda mais irrelevantes. Era divertido, mas jamais me deixara ansioso, desejoso por comparecer. Agora era diferente. Eu não perderia esta noite por nada.

 Acima de tudo estava simplesmente contente por ter deixado a timidez de lado e dito finalmente a Aneliese que para mim ela significava bem mais que uma amiga.

Em meio à quietude meus pensamentos inevitavelmente vagaram até o dia em que a conhecera...

Naquela primeira tarde na praia eu já estava ciente de que Bella não viria, porém de algum modo a pessoa que mentalizei em seu lugar era bem parecida com ela. Na verdade eu estivera ansioso por encontrar minha amiga de infância e ficara um tanto desapontado ao saber que teríamos algo como uma substituta.

Não tive dúvidas desde o primeiro instante de quem ela era, apesar de não conhecer as outras meninas, havia algo diferente em sua feição e mais tarde tive de admitir que a achara muito bonita. Tão bonita que esperançosamente acreditei ser ela a hóspede de Charlie.

Mas não foi só a beleza que a fez se destacar das demais, Liese não tinha o ar afetado e sim espírito aventureiro; era brincalhona, engraçada, muito inteligente. E destemida. Como era destemida! Seria natural que qualquer pessoa se assustasse ao ficar próxima de um lobo gigante, que se esquivasse de sua presença, que se afastasse do humano que guardava a criatura no interior de si, mas ela jamais fez quaisquer destas coisas.

No princípio após conhecê-la sua face invadia minhas lembranças vez ou outra, mas não nos falávamos com frequência e o contato foi se perdendo, com o passar dos dias as coisas mudaram drasticamente. Ela se tornou uma confidente, alguém que eu queria manter sempre por perto... Como ela mesma dissera, eu não tivera coragem para admitir que o que sentia era paixão, eu nunca havia vivenciado um sentimento parecido então me vi confuso pela força das emoções.

Tentara fazê-la se afastar, aconselhara a manter distância porque eu estava diferente agora, por vezes me olhando no espelho sem reconhecer a face que me fitava de volta...

Suspirei e o som saiu alto da bocarra lançando uma baforada de ar em volta e sacudindo os pequenos arbustos próximos enquanto eu voltava à realidade.

Refleti sobre o quanto Aneliese era forte.

Talvez não fisicamente, nenhum pouco mais forte que eu, nem mesmo que aquelas outras bestas... Mas sua força é interior. Ela suportara os insultos e o preconceito dos membros da aldeia, caso tivesse desistido não estaríamos juntos. Era difícil admitir o quanto precisava dela, mas precisava.

O sinal da escola tornou a soar, os corredores imediatamente ficaram repletos de gente, não avistei Liese desta vez, invés disso meu olhar recaiu sobre formas brancas e muito diferentes das pessoas ao redor. Um rosnado involuntário começou a se formar no fundo de meu peito. Aqueles malditos Cullen! Observei enquanto caminhavam tranquilamente, fingindo ser normais, fingindo ser humanos. Mas só avistei os casais, o último membro não se encontrava entre eles.

Um pensamento peculiar cruzou-me a mente e me pus de pé. Na véspera eu pensara ter sido suficientemente claro quanto a não querer aquele verme perto de Aneliese, mas será que ele havia mesmo entendido o recado? Logicamente eu tinha minhas dúvidas e antes que pudesse mudar de ideia encontrei um caminho pela floresta que me permitia ver os demais lados da construção, não deixei de prestar bastante atenção às silhuetas, aos rostos, por fim identifiquei Liese e ela estava parada em frente a seu armário remexendo no interior. Sozinha.

Sacudi a cabeça, em seguida os ombros e o resto do corpo em resignação. Minha confiança estava com ela, tinha de acreditar que ela fora sincera ao me prometer que se manteria longe.


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Notas finais do capítulo

Meninas sonhei com o Jake esses dias. Bem, foi sonho, mas quando acordei e analisei a situação percebi que era mesmo ele rs
Mas nem comecem a ficar com inveja porque a sorte da minha vida amorosa se refletiu no sonho e ele não se mostrou muito interessado na minha pessoa UAHSUHAUHSA - cry
Enfim, isto serviu também como um certo puxão de orelha, tipo, o senhor Jacob Black em pessoa veio me cobrar a continuação da história UOU!
Mas queridas, ele não é um fofo? Poxa, esse amor dele pela Liese é tão real, tão humano... E essa música, nossa, já estou ficando depressiva de pensar que vou ter que magoar o coração de alguém nessa fanfic, oh why?!
Bem, é isso. Não vou prometer nada, porque sempre que tento prometer dá errado, então eu volto quando eu voltar (mas eu volto, viu?)
Um milhão de beijos!

Ps. Hoje não deu tempo, mas neste domingo vou tentar responder os comentários e as mensagens, desde já agradecendo pelo carinho, a compreensão e a força (L)



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