Perdida em Crepúsculo: além do sonho. escrita por Andy Sousa


Capítulo 10
A conversa.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Aneliese PDV

"Ninguém vê, ninguém sabe.
Somos um segredo, não podemos ser expostos.
É como isso é, é como será,
Longe dos outros, perto um do outro.
Tarde da noite quando a lua está cegando,
À vista de todos como estrelas na clandestinidade.
Junte dois mais dois, para sempre, nunca irá mudar.
Meu refúgio é em seus braços.
Quando o mundo traz um fardo pesado,
Posso suportar mil vezes em seus ombros.
Posso alcançar o céu infinito, me sentir como no paraíso.
Nós poderíamos construir um universo bem aqui.
O mundo todo poderia desaparecer,
Eu não notaria, não me importaria,
Só preciso de você por perto, é quando nos revelamos."

Uncover – Zara Larsson

~*~

A sala de espera não era convidativa. Em primeiro lugar eu não era fã de hospitais e de todo jeito as circunstâncias não eram favoráveis.

Edward não estava errado, assim que nos resgataram os paramédicos começaram a fazer perguntas e tive de dar o máximo de mim para soar plausível. Eu ouvira bem quando ele me dissera que se eu contasse a verdade sua família teria de deixar Forks, mas que espécie de pessoa seria eu se agisse assim apenas por capricho?

Não era certo.

Assegurei desde o começo que estava bem e como Lauren era quem precisava de atendimento urgente não tive problemas em escapar dos exames. Contudo fui proibida de sair do hospital sem um adulto e tive de ligar para Charlie, algo que eu preferia não ter de fazer. Pelo sim, pelo não eu não planejava ir embora antes de me assegurar de que minha colega ficaria bem.

Demorou muito até ouvir a voz dele perguntando por mim na recepção e logo ele apareceu à vista.

— Aneliese! Pelos céus, você está bem?

Me levantei e de um jeito desajeitado ele me deu um abraço.

— Eu estou bem.

Se afastou e assentiu.

— Onde está a garota?

— Eu não sei ao certo, não me deixaram acompanhá-la e não me deram notícias, pois não sou da família.

— Entendo. Bem, eu liguei para seus pais e devem chegar em breve.

— Sim, é melhor.

Ele me chamou para voltar a me sentar, por já ser quase madrugada não havia ninguém ali além de nós.

— Você não me deu muitas informações por telefone. O que exatamente aconteceu?

Suspirei. Lógico que ele iria querer saber e o tempo livre que tive serviu para que pensasse bem na explicação e a contasse sem falhas.

— Nós havíamos nos separado das outras garotas, fomos até o carro e elas seguiram para o restaurante, estávamos com frio então havíamos ido buscar nossos casacos, mas então na volta já estava tarde e as ruas praticamente vazias. Em um trecho escuro fomos surpreendidas por alguns garotos e... – Não era fácil mentir e muito pior ter de reviver aquelas cenas, porque o perigo havia sido real. – Bem, acredito que eles estivessem bêbados, pois nos fizeram parar e começaram a falar coisas sem sentido, então Lauren e eu tivemos que fugir deles que nos seguiram. Até que ela tropeçou e caiu batendo a cabeça. Eu me desesperei e isto os afugentou.

Olhava para as próprias mãos, se tivesse de encará-lo teria falhado.

Charlie ficou em silêncio e então respirou fundo.

— Você está bem. E acredito que a outra garota também irá ficar. Vamos nos concentrar nisso, podemos deixar esta conversa para depois.

Fechei os olhos e meneei a cabeça. Sim, era o que eu esperava, Charlie era policial, ele não deixaria este ocorrido passar batido. Ele levaria o ataque para o lado profissional e ao refletir me dei conta de uma coisa: o que Lauren diria? Será que os Cullen haviam pensado sobre a hipótese dela se lembrar? Será que o acidente teria servido para que se esquecesse do que havíamos presenciado? Quanto havia visto e assimilado afinal? Acreditei que não fosse suficiente para levantar suspeitas...

Mas em que aquilo me dizia respeito? Bem, se ela insistisse que os três estranhos eram algo mais que apenas humanos imaginei que todos recorreriam à mim para desmentir os fatos. E eu faria isso? Novamente significava que o poder de manter o segredo escondido estava em minhas mãos... Sempre estivera, na realidade, mas agora eu tinha uma testemunha. Que ironia. Eles conseguiram causar um grande impacto negativo em minha vida, conseguiram me mergulhar em sofrimento, vergonha e abandono e agora precisavam de mim mais que tudo.

Era coisa demais para se pensar e eu estava cansada, minha cabeça pesava por causa do sono e a exaustão e assim como Charlie achei melhor deixar estas considerações para depois.

Me recostei ao banco e fechei os olhos, estava calmo e silencioso e me pareceu que cheguei a adormecer, mas fui desperta por gritos. Charlie se levantou e me mandou permanecer onde estava. Saiu rapidamente e depois de alguns minutos a confusão cessou, ouvi passos e logo ele apareceu, mas não estava sozinho e reconheci os pais de Lauren às suas costas.

— Você! Porque minha filha estava justo com você?

A mãe se precipitou para perto de mim e ergueu um dedo em riste. Seus rosto estava vermelho e molhado pelas lágrimas e não tive raiva por ela ter me acusado, sabia que não devia gostar de mim e estava claramente transtornada pela preocupação.

— Acalme-se Joanne, Aneliese não tem culpa de nada, ela também é vítima. – Lembrou Charlie com a voz grave.

— A defende porque ela mora com você, mas não sabe o que aconteceu. Aposto que foi uma cilada, uma armadilha, ela odeia minha filha, ela a odeia! – Lamentou-se exageradamente.

— Eu não odeio Lauren, é claro que não. – Foi difícil ficar calada quando ouvia coisas tão sem sentido sobre mim.

— Claro que não odeia – o sarcasmo escorreu por sua voz.

— Lucio, por favor, leve-a para ver sua filha, Lauren sem dúvida precisa de sua presença.

A cara daquele homem podia muito bem ser um marshmallow, ele era mole como um; todavia não me permiti julgá-los mais a fundo que isso, pois de um estranho jeito eles me lembravam meus próprios pais.

Ao estarmos novamente sozinhos pude deixar meus ombros caírem e soltar um pesado suspiro.

— Teve alguma notícia de Lauren?

Ele fez uma careta.

— Não muita coisa, ainda está desacordada então não se sabe a extensão dos danos. Aneliese não acho aconselhável que você permaneça, está muito cansada, dá para ver em seu rosto. Além disso, não seria conveniente causar nova comoção dentro do hospital e enquanto a mãe da garota estiver aqui acredito que será difícil você se aproximar.

— Sei disso, mas não tenho certeza. Eu me sinto responsável.

— Você não é. Não ouça o que Joanne te disse ela está nervosa.

Não é por causa disso Charlie, é porque eu atraí os vampiros para nós.

Não haveria como dialogar, então o acompanhei para o lado de fora.

— Jessica e Angela. Você sabe se elas estão bem?

— Sim, eu entrei em contato com seus pais antes de vir, já devem estar em casa há horas.

— Bom.

De volta ao ar frio e úmido senti contínuos arrepios subindo por minha espinha, mas também era como se estivesse sendo acordada de um pesadelo. As cenas horríveis ficavam se repetindo por trás de minhas pálpebras toda vez que eu piscava fatigada, estando outra vez segura, estando a salvo tudo parecia tão improvável. Enquanto caminhávamos por instinto olhei ao redor, estava muito silencioso e fiquei desconfiada, mas era uma preocupação demasiada. Ainda assim no pedaço de floresta que era possível ver de onde estava jurei ter visto uma silhueta, porém foi tão breve que imaginei se não havia me confundido. Isto, entretanto, não me assustou. Aquilo não significava perigo, significava uma estranha proteção.

Entramos na viatura e continuei olhando na mesma direção, quando nos afastamos eu tinha um esboço de sorriso no rosto e esperei que pudesse servir como o começo de um agradecimento aqueles que haviam me salvado.

Charlie levava seu trabalho muito a sério, pela manhã antes da escola tive de ir a delegacia oficialmente prestar queixa sobre o dia anterior. Estivera me preparando psicologicamente para este momento e acreditei não ter soado tão superficial ao contar novamente a mentira. Não era uma posição confortável, eu me sentia pressionada e ainda mais no alvo por estar omitindo os fatos, ao menos quando tudo acabou tive a sorte de receber notícias sobre Lauren; Charlie recebeu um telefonema do pai dela dizendo que havia acordado há algumas horas e estava sendo submetida a exames, mas aparentemente estava bem.

Eu ainda tomava medicamentos e tinha de trocar as ataduras do ferimento em meu braço e agora mais do que nunca queria o quanto antes melhorar. Charlie me deixou na escola me desejando um bom dia, no carro havia sido mais amável me questionando se me sentia bem e me alertando de que se precisasse conversar a qualquer momento poderia recorrer a ele.

A ventania anormal da véspera havia sido a premissa do tempo frio de inverno, na chovia, mas continuava a ventar e a temperatura estava baixa, eu me agasalhara da cabeça aos pés. Calçada em minhas botas de salto segui monotonamente em direção à marquise, apesar do compromisso pela manhã eu havia chegado cedo e caminhei até meu armário disposta a arrumar o material antes do início das aulas.

Mexendo nos livros acabei me atrapalhando com meu braço que ainda insistia em doer e deixei um dos volumes quase cair, minha mão, contudo só manteve o equilíbrio ao ser amparada pela de outra pessoa. Levantei o olhar, Edward estava a minha frente como num passe de mágica.

— Bom dia – cumprimentou.

— Bom dia.

— Como você está?

Torci o nariz.

— Bem na medida do possível. E você? – Seria completa falta de educação não perguntar.

— Muito bem tendo em vista que continuamos em Forks. Você não disse nada ao xerife. – Não era uma pergunta, claramente ele sabia de tudo o que eu fazia.

— Sei que pensa que posso ter tido uma razão por trás da escolha, mas não tive, simplesmente me pareceu o mais sensato, além disso, este segredo não é meu para que eu possua algum direito sobre ele.

— Mesmo assim devo confessar estar surpreso. – Ele se aproximou minimamente. – Eu acreditei que você fosse contar.

— Imagino que sim. Também creio que pense que eu poderia fazer isso por rancor ou para aliviar meu lado e sim, pensei em fazê-lo, mas depois de ontem como sequer poderia explicar minhas atitudes a mim mesma?

— Você não me deve nada – assinalou com ar grave.

Parecia estar falando a sério.

— Estima minha vida tão pouco assim? – Brinquei.

Voltei a concentração para minha pequena tarefa deliberadamente desviando meus olhos dele, aquela conversa inocente parecia ter significados implícitos nos quais eu não queria pensar.

— Não me deve nada porque mantê-la em segurança é tudo o que posso fazer e ainda assim eu quase falhei – completou ignorando minha tentativa de despistá-lo.

O encarei.

— Não tem obrigação alguma Edward, acredito de verdade que tenha coisas mais prementes em sua vida que passar o tempo se preocupando com a minha – falei num jorro.

Ele nada disse e me dei conta de que havia sido indelicada.

— Me desculpe, não foi isso o que quis dizer. É esquisito tentar sustentar os sentimentos ruins quando penso que se não fosse por sua causa eu não estaria mais aqui. – Baixei um pouco minha voz. – Ontem tive certeza de que seria o fim. Foi bem assustador para falar o mínimo.

Meus olhos haviam ficado úmidos, eu não queria pensar sobre o assunto. Depois de breve silêncio Edward falou num volume ainda inferior ao que eu usara.

— Nós tínhamos ciência de que havia vampiros nesta área. Eu sabia que havia perigo e optei por não fazer nada. Ontem de madrugada depois de nos falarmos voltei para casa e quando soube que o dia seria ensolarado embarquei em uma viagem de caça com meus irmãos, eu quis ficar longe de você. Alice estava distraída, ela não imaginava quais poderiam ser seus planos, você decidiu tudo tão de repente. Então quando ela se deu conta de que havia perigo já era tarde, eu nunca me senti tão impotente, só o que pude fazer foi correr e implorar para que o tempo parasse.

— Percebeu que não foi a primeira vez que me livrou da ameaça iminente?

— Se refere a Charles.

Logicamente ele se lembrava.

— Eu não penso muito sobre aquele dia e acho que você sabe o porquê – confessei.

Seus olhos ficaram tristes.

— Eu queria mais do que tudo ser capaz de apagar o passado.

— Eu não o odeio, Edward – falei simplesmente. – Talvez um dia tenha chegado a odiar e com seu retorno acabei por reviver as piores sensações, mas apesar de ainda haver mágoa e dor não é mais que isso. Não há espaço para sentimentos tão cruéis dentro de mim, fico feliz em dizer. Não é um modo de vida saudável.

Ele sorriu de uma forma breve.

— E eu fico feliz em ouvir.

— Quem diria que poderíamos chegar a ter uma conversa civilizada – admirei. – Até ontem eu não acreditava que isto pudesse ser possível.

— Tudo pode mudar.

Ele não disse aquilo por acaso, pisquei freneticamente e olhei para os lados, o corredor estava movimentado e algumas pessoas olhavam para nós, notei que estávamos consideravelmente próximos e aprumei os ombros passando nervosamente a mão pelos cabelos.

Seu sorriso se tornou mais pronunciado enquanto ele sacudia a cabeça.

— O que fazia em Port Angeles? – Pareceu uma tentativa de mudar de assunto e também de manter a conversa rolando.

— Compras – dei de ombros. – O baile está chegando.

Apontei um cartaz pendurado na parede próxima a nós. As sobrancelhas de Edward se ergueram em surpresa.

— Você vai – novamente não havia sido uma pergunta.

— Sim. Com Jacob. Convidei-o há cerca de um mês – não entendi porque senti necessidade de dar explicações. – Se bem que agora não tenho mais certeza se estarei em clima de festa.

— Não teve notícias sobre a garota? – Ele tentava soar casual, mas estava óbvio que ficara irritado, sua voz não soou gentil como pretendia.

— Ela acordou, mas ainda não se sabe se haverá sequelas.

— Entendo.

De repente me lembrei de algo.

— Edward você chegou a pensar que Lauren pode se lembrar de algo?

Ele aquiesceu.

— É uma possibilidade. Um risco na realidade.

— Ela não viu muita coisa, os nômades se portaram como humanos durante o tempo em que estiveram conosco, mas um deles disse coisas que a fizeram se confundir. Ela gritou, xingou-o e por isso ele a machucou. Lauren chegou a pensar que fosse louco e quisesse se aproveitar de nós.

Mordi o lábio na expectativa de que isto me ajudasse a conter ansiedade.

— Não acho provável que se recorde dos fatos e se recordar serão fragmentos sem nexo. Em geral o cérebro bloqueia experiências traumáticas e as camufla em coisas amenas. Talvez ela chegue a lhe questionar sobre o ocorrido, mas se você não encorajar logo irá esquecer.

— Então ela irá esquecer.

Meu rosto revelou um sorriso. Dei uma olhada no relógio e me apressei para terminar de organizar minhas coisas, depois que fechei o armário não me distanciei, havia algo que eu queria lhe perguntar.

— O que aconteceu com eles?

Seu rosto ficou apático e senti meus lábios estremecerem.

— Não conseguimos alcançá-los. Jasper e Emmett só saíram da água horas depois e Rosalie sondou todo o caminho por terra à procura de alguma pista, mas foi em vão. É quase como se tivessem desaparecido – a frustração estava clara em sua face. E havia um brilho cruel em seu olhar, me deu ainda mais arrepios.

— Então ainda estão vivos – assinalei baixinho. – Acha que podem retornar?

Eu não queria saber a resposta, mas foi imperativo inquirir. Edward voltou seu rosto para mim e ele estava lívido.

— Apenas se quiserem ter uma morte lenta e atroz.

Fechei meus olhos. Eu não queria visualizar tal coisa.

— Talvez jamais voltem, talvez prefiram ficar a salvo.

Ele soltou uma risada insensível.

— A última coisa que qualquer um deles está é a salvo Aneliese, onde quer que tenham se escondido estão com os dias contados.

— Vocês vão procurar por eles? Edward, isto não é necessário, o pior já passou, agora só temos de ser prevenidos, eles não irão nos pegar de surpresa duas vezes, é impossível.

— Mesmo que haja apenas uma chance em um bilhão eu jamais colocarei sua vida em risco.

— Melhor prevenir do que remediar, é isso? E se a remediação beirar a loucura?

Deu de ombros.

— Que seja. Se for necessário para garantir que você vai ficar bem. Não posso dizer que vou lamentar matar qualquer um deles, pelo contrário, anseio por esse momento.

— Não faça isso.

Vi sua testa se franzir em um vinco fundo.

— Não está preocupada com minha segurança, tenho certeza, então o que a aflige? Não prefere ter certeza de que esta batalha terminou?

— Não quando prevejo o início de uma guerra.

— Não estou entendendo.

Era raro ver um vampiro se confundir, mas naquele caso eu estava um passo a frente em posse de minhas informações privilegiadas.

— Você diz que quer procurá-los, persegui-los. Já pensou que pode ser o oposto? E se algum deles decidir vir até aqui?

— Porque diz isto?

Disfarcei.

— Não sei. Intuição. Havia algo no olhar daquele homem que me deixou muito perturbada, ele parecia ser capaz de fazer coisas horríveis. Por favor, me prometa que não vai ir em frente com este plano absurdo.

— Como pode me pedir isto quando você mesma confessa que está assustada? Como acha que posso simplesmente seguir como se nada de errado tivesse acontecido? Porque eu faria isso Aneliese?

— Porque eu tenho medo – confessei numa voz entrecortada.

Olhei para meus próprios pés enquanto respirava fundo. Neste instante o sinal soou e me senti ansiosa por ir para a sala e encerrar este diálogo.

— Espere – pediu Edward pegando minha mão. - Você sabe de alguma coisa que não queira me contar? Estes vampiros... Sabe alguma coisa sobre eles?

O fitei diretamente nos olhos.

— O que quer que eu saiba é irrelevante, não vou lhe dizer nada para que use com esse disparate de busca que inventou. Você está nessa sozinho.

Ele devolveu meu olhar e por fim soltou o ar pesadamente.

— Está bem. Farei o que me pediu.

Meu rosto se iluminou.

— Mesmo?

— Sim. Está nítido em seus olhos que isso a aflige e não quero ser a razão por trás deste sentimento, mas quero que saiba que ainda assim não haverá perigo, mesmo que não queira ou não concorde eu irei protegê-la, não vou abrir mão de seu bem-estar e sei que você deixou esta missão nas mãos de outra pessoa.

O corredor estava quase vazio.

— Obrigada. Não tenho certeza se lhe agradeci da maneira que deveria, mas saiba que sou muito grata por sua generosidade. Eu não vou fazer de sua vida um inferno, prometo a você.

Ele deu um sorriso duro.

— Enquanto você estiver distante o inferno irá perdurar.

Era sempre tão franco, nunca deixava de me desconcertar.

— Tenho que ir para a aula.

Soltou vagarosamente minha mão quase como se me fizesse um carinho e me afastei a passos apressados, havia um coração batendo em meu peito e ele significava vida.

E a pessoa que eu deixava para trás não podia fazer parte dela.


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