Perdida em Crepúsculo: além do sonho. escrita por Andy Sousa


Capítulo 1
Um terrível equívoco.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos, estamos de volta! eeeee õ/
Estou mega feliz de poder continuar essa história, ela merece. Só tenho a agradecer aos leitores tão maravilhosos que conheci, espero que todos continuem acompanhando a vida da Liese, do Edward, da Bella e do Jake. E logicamente de todos os outros personagens. Essa versão está bem diferente e acredito eu que muito melhor, estou amando escevê-la e espero que vocês amem lê-la.
Tenho um milhão de coisas pra falar, mas infelizmente o espaço é pequeno, então sejam todos bem-vindos e tenham uma boa leitura! :)



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Edward PDV

"Escritas nestas paredes estão as histórias
Que eu não consigo explicar.
Eu deixo meu coração aberto,
Mas ele fica aqui vazio por dias.
Ela me disse pela manhã
Que não sente o mesmo sobre nós em seus ossos.
Parece-me que quando morrer
Estas palavras estarão escritas na minha lápide.
A história da minha vida,
Eu uso o amor dela, até deixá-la quebrada por dentro.
Eu irei embora esta noite,
E mesmo estando destruído
Meu coração permanece indomado."

Story Of My Life – One Direction

~*~

Foi cerca de duas semanas e meia após chegarmos a Denali.

Tanya recebeu a visita de seus amigos Carmen e Eleazar e logo todos nos tornamos próximos, compartilhando a hospitalidade das irmãs em meio à vasta imensidão do Alasca. Era o esconderijo perfeito. Servia para mim também para manter-me afastado da vergonha e da desilusão. Eu me tornara um tanto rabugento desde que havíamos deixado Forks e já fazia alguns dias em que viera cogitando a ideia de enfim deixar o clã Cullen e seguir meu próprio rumo; nenhum deles devia ter de aturar meu mau-humor e desânimo intermináveis, talvez estando longe eu tivesse chance de ver a existência sob uma nova perspectiva.

E antes do esperado tive de pôr meu plano em prática.

Na segunda noite de hospedagem do casal tive uma conversa reveladora com o homem chamado Eleazar, que por peculiaridade já havia feito parte da poderosa guarda dos Volturi e por sorte havia conseguido escapar do poder quase unânime de Aro. Fosse por curiosidade ou apenas rancor toquei no nome de Aneliese e mencionei sua ligação com a realeza do mundo dos vampiros e a resposta que obtive não foi exatamente o que esperava ouvir.

– Como você disse que ela se chamava?

– Aneliese Rodrigues.

O homem juntou as sobrancelhas e se perdeu num misto de pensamentos, eu é claro, acompanhei cada um deles, ainda mais afoito que seu próprio dono por descobrir alguma mensagem no meio das imagens.

– Me desculpe – pediu por fim. – Eu não me recordo do nome. Porém todos sabem que os Volturi não têm dificuldades em conseguir aliados humanos, talvez ela tenha recentemente se juntado a eles e por consequência eu não tenho conhecimento de sua ligação.

Suspirei. Independente do que ele dissera eu tinha minha opinião formada. Eleazar há tempos não estava a par dos acontecimentos em Volterra e Aneliese era jovem, ela provavelmente havia se envolvido com eles há cerca de um ou dois anos.

Por não dormir e também não ter interesse em fazer parte das conversas casuais que em geral se tornavam mais frequentes à noite eu encontrara um lugar distante em meio à vegetação onde podia deitar e dispersar meus pensamentos; onde podia ter alguma paz e por costume ia para lá sempre. Depois do diálogo ímpar que tivera com o convidado me retirei novamente para meu destino habitual, mas eu voltava por causa de Esme, porque via o quanto a perturbava que eu me mantivesse distante.

Então na manhã do dia seguinte quando surgi disposto a tomar um banho fui surpreendido por Eleazar aos arredores da casa.

– Edward.

Me aproximei e esperei que falasse, de antemão descobri que tinha relação com a conversa da véspera.

– Carmen e eu temos alguns assuntos a resolver fora do país, ela acha que seria de muita ajuda que eu descobrisse mais informações sobre a tal garota e, de fato, tenho maneiras de obter as respostas, entretanto quero saber se é de seu interesse que eu me envolva. Não vejo sentido em interferir sem motivos, você compreende?

Sim, eu compreendia bem. Eles haviam conversado sobre mim, será que Carmen havia notado alguma coisa que eu não dissera? Será que ela havia falado com meus pais e irmãos? De todo modo cabia a mim dar a palavra final e fui resoluto em uma negação.

– Entendo – ele assentiu.

– Eu agradeço por seu interesse em me ajudar, mas espero que entenda que para mim há apenas uma verdade e seria perda de tempo esperar outra coisa.

– Sim, claro.

A conversa não se prolongou, o acompanhei de volta sem dizermos mais uma palavra. Eles permaneceram por mais um dia antes de iniciarem sua nova viagem. Algumas horas depois da partida me encaminhei até o escritório improvisado de Carlisle, mas Alice surgiu a minha frente no meio de uma passada, me impossibilitando de avançar.

– Edward, não faça isso!

– Alice! Você já sabe – claro que sabia, sem dúvidas viera me espionando sem pudores.

“Você não pode partir Edward! Isso vai magoar Esme, é isto o que quer?”

Eu tivera tempo suficiente desde o dia em que deixara Aneliese, desde aquela data eu havia tido chance de refletir inúmeras vezes e a decisão que tomava agora era tudo menos precipitada, não havia nada para mim em Denali, além disso, a proximidade com Forks não era animadora. E Alice vez ou outra se perdia por horas investigando o destino de Aneliese, ela não pudera se despedir por completo da amiga e suas visões invariavelmente sempre chegavam até mim.

– Carlisle.

Sabia que minha irmã faria de tudo para que eu não chegasse até ele, mas não havia nada que ela pudesse fazer que o impedisse de vir até mim. Carlisle surgiu próximo a nós menos de dois segundos após eu chamá-lo.

– O que está havendo?

– Edward – Alice tentou intervir e o que fiz foi ignorá-la.

– Preciso falar com você – expliquei.

– Não, não precisa.

– Alice! – Repreendi. Minha paciência não era mais tão flexível.

– Está bem. Você quer falar, não quer? Então terá de dizer na frente de todos nós.

Sem me dar oportunidade de impedi-la, saiu de meu campo de visão e começou a percorrer o terreno solicitando a presença dos outros na sala de estar. Pressionei as têmporas com uma força exagerada, procurando me livrar da vontade de estrangular minha irmã.

Mesmo estando longe ouvi claramente quando minha mãe me chamou, já estando junto dos demais e sem escolhas tive de me encaminhar até o andar de baixo, Carlisle a meu encalço.

– Há algo que queira nos contar, querido? – Sondou Esme.

Lancei um olhar mortal, destrutivo a Alice. Ela se manteve firme ao lado de Jasper. Eu não a perdoaria por sua intromissão e se o que ela queria era me impedir de agir - envolvendo nossa mãe na equação - ela logo veria que sua decisão havia sido em vão e que teria consequências.

– Sim Esme. Pretendia dizer somente a Carlisle, mas talvez seja melhor que todos vocês saibam que estou deixando o clã. Vou embora ainda hoje e pretendo me manter longe, tenho reserva para um voo à meia-noite e o destino não fica nos Estados Unidos.

As reações foram diversas e nada reconfortantes. Não para mim, ao menos, porque eu os deixava tanto por obrigação quanto por escolha, eram minha família e os amava, mas um dia a mais que passasse na companhia das lembranças poderia significar minha iminente ruína. É claro que eu não diria isto a ninguém, não confessaria minha fraqueza e covardia, mas acreditava que minhas intenções estariam explícitas de toda forma.

– Do que você está falando Edward? Carlisle, você sabia de alguma coisa?

– Não Esme. Eu não sabia.

– E vocês? – Ela percorreu o olhar pela sala analisando cada um dos rostos, me senti muito mal, pois sua tristeza estava clara em seus olhos. – Emmett, você sabia disso? Alice?

Eles sacudiram a cabeça em negativa.

– Você não vai Edward – falou com a voz fina. – Você não pode ir. O seu lugar é aqui conosco, com sua família.

– Não é mais Esme. Eu sinto muito.

– Então você vai partir por causa da humana? Sério? Podia deixar que ela lhe afetasse menos, maninho. – Comentou Rosalie.

Por mais estranho que parecesse esta era sua forma de demonstrar carinho, nenhum deles por mais rudes que fossem eram capazes de me enganar. Eu via além, eu via tudo e ironicamente desejava que algum deles, qualquer um me odiasse internamente. Mas só o que havia eram sentimentos tristes vindo de todas as partes, cada um dos presentes, mesmo Tanya e as irmãs - com quem eu convivera menos – queriam que eu ficasse.

E eu sabia como me sentia quanto a isto: indiferente. Seu carinho só me dava mais vontade de ir embora, porque no fundo eu sabia que queria apenas uma pessoa desejando que eu ficasse, uma pessoa me pedindo para permanecer ao seu lado, uma pessoa que eu não conhecia mais como antes e que havia se tornado uma estranha para mim. Aneliese podia ter sido o começo de minha nova vida, mas eu não deixaria que fosse responsável também por meu fim.

Alguns tentaram dialogar, mas ao ver que eu me mantinha resoluto minha mãe enfim concordou com a partida.

– Se é o que quer. Que escolha tenho além de deixá-lo livre? Mas por favor, filho, ligue para mim. Por favor, não nos exclua de sua vida, eu te peço. Talvez com o tempo eu aprenda a viver em sua ausência, mas por enquanto quero que ainda fale comigo, você pode fazer isto por mim?

Não fazia parte da iniciativa manter contato com qualquer um deles, mas aquela mulher demonstrara seu cuidado silencioso em cada dia desde que a conhecera. E eu me tornara incapaz de magoar outra pessoa que amava, seu rosto afável me forçou a concordar com o pedido.

– É claro.

Ela sorriu e me abraçou por um longo momento. Depois tive chance de me despedir dos demais, sequer suspeitando que voltaria a vê-los muito antes do que esperava.

Tive algumas semanas para descansar minha mente e aquietar meu coração, o destino escolhido foi a o continente asiático e eu não passara mais que duas noites no mesmo lugar, sempre mudando, sempre fugindo da chance de criar raízes onde quer que estivesse. Estava suficientemente distante dos laços que uma vez forjara, disposto a esquecer dos problemas me concentrava em algo finalmente recompensador. Não aparentava idade suficiente para me passar por um médico formado, mas podia aprofundar ainda mais os estudos e ser útil de alguma forma posteriormente.

Passeava por uma praça ao anoitecer, na cidade de Nagoya, e mesmo entre tantas pessoas me senti sozinho. Eu não as conhecia, eram estranhas para mim. O idioma já se tornara facilmente pronunciável, mas não havia nada que eu quisesse dizer ou ouvir de qualquer um deles. Em um lapso de fraqueza puxei o aparelho celular em meu bolso e disquei o único número na memória.

Esme atendeu no primeiro toque.

– Edward?

– Sim, sou eu. – Um sorriso se espalhou por meus lábios ao ouvir sua voz.

– Oh querido, como você está?

– Estou ótimo. Acredito que vocês também.

Não havia muito que pudesse acontecer a um vampiro, entretanto o tom reticente da resposta me deixou desconfiado:

– Hmmm estamos bem.

­– Aconteceu alguma coisa?

– Veja bem meu filho, seu pai e eu conversamos e decidimos não lhe dizer nada, mas eu cedi à pressão dele, pois não concordei com a omissão. E Carlisle vai ficar bravo comigo quando voltar, mas acho que posso lidar com seu julgamento desta vez.

– De que está falando, Esme?

– De Aneliese.

Aneliese? O que poderia haver para ser dito sobre ela? Será que eu estava disposto a saber de que se tratava? Se encerrasse a ligação forçadamente minha mãe jamais conseguiria me contatar a não ser que eu quisesse, era só me livrar do aparelho, seria fácil e rápido. Então eu estaria livre para seguir meu curso como fizera até agora.

Sem lembranças.

Mas não era isso que realmente queria e me senti inútil ao constatar minha fraqueza.

– O que aconteceu? – Perguntei vagarosamente, já me arrependendo de continuar a conversa.

– Edward... Ela não é uma Volturi.

Parei de imediato. Havia chegado a uma ponte e me curvei sobre a grade observando as águas negras, meu raciocínio se tornou demasiado lento enquanto eu tentava assimilar o que ouvira. Mas não demorou muito para que recobrasse o controle.

– Como assim? – Questionei num sibilar.

– Eleazar e a esposa voltaram de sua viagem e vieram nos ver. Ele disse que cumpriu com a promessa que lhe fez, mas ao que parece Carmen foi contra a iniciativa, ela conhece alguns dos amigos do marido e deu um jeito de saber a verdade. Depois da suspeita levantada os dois não tiveram escolha a não ser ir a fundo e Eleazar afirmou em nossa frente com toda a certeza de que Aneliese jamais fez parte da guarda ou foi usada como um contato para nos destruir. Ela é apenas uma garota brasileira, toda sua família mora no Brasil, filho. Ela sequer esteve na Itália em sua vida, Carmen correu atrás de todas estas informações para nos prestar. Aneliese falou a verdade o tempo todo. Ela não é um deles!

Por sorte a respiração não me era verdadeiramente necessária, pois não encontrei uma forma de coordenar a entrada e a saída do ar.

– Tem certeza disto?

– É claro que sim querido. Acha que eu iria lhe dizer se não tivesse?

Ela soava esperançosa, ansiosa. Sabia que era de seu interesse que eu retornasse, então talvez pela lógica tivesse se apegado aquela explicação.

– Você disse que Carlisle preferiu não me contar. Por quê?

Ouvi seu nítido suspiro.

– Ele acha que pode estar havendo um equívoco. Como conviveu com os Volturi sabe das artimanhas de Aro, acredita que eles são perfeitamente capazes de esconder informações.

– E ele não pode estar certo? Isso é perfeitamente concebível!

– Carlisle vê a situação apenas pela parte técnica. Mas filho, ele nunca realmente acreditou na culpa de Aneliese. Talvez devesse ter dito isto a você antes, mas não quis se envolver.

– Carlisle não...?

– Não. Ele sempre acreditou que ela fosse inocente.

– Então o que significa esta sua negação agora?

– Proteção. Ele é seu pai, por mais que tenha suas próprias convicções acredita que não cabe a nenhum de nós tomarmos parte do acontecido.

Fiquei calado um momento, mesmo para mim parecia se tratar de um número grande de informações a serem analisadas. Mais do que isso, contrariadas, pois eu não acreditava em nada do que ouvira, não podia acreditar. Porque se apenas por uma fração de segundo chegasse a cogitar estar equivocado então isto significava que eu havia cometido o pior erro de minha vida.

– Vocês estão errados. Eles estão.

– Edward, você é meu filho, não importa se não da forma tradicional, eu o amo de todo meu coração, mas agora terei que insistir: é você quem está errado. Sei que o que passou não foi fácil, mas ao menos desta vez deixe a raiva e o rancor de lado e ouça seu coração. O que ele lhe diz? Admita. O tempo todo você também soube que ela não tinha culpa! E querido, aquela garota ama você.

Fechei os olhos. Respirei fundo. Quanta exatidão naquelas palavras, que facilidade ela encontrava em desvendar meus pensamentos, mesmo sendo eu o leitor. De algum modo sequer pensar na verdade e deixar de travar uma guerra contra meus sentimentos era libertador, somente agora eu me dera conta de que o sofrimento estava justamente em minha teimosia.

Jamais pude verdadeiramente culpar Aneliese, mas me convencera plenamente do contrário.

– Edward, o que você irá fazer?

– Eu vou voltar.

Não havia outra resposta para aquela pergunta. E não havia tempo a perder, eu queria ter a chance de conversar com o casal antes que partissem e eu mesmo iria atrás das pistas, das explicações para o que eles haviam descoberto.

Covardemente eu esperava estar errado.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, tive que postar a história de madrugada porque é o tempo que tenho livre e porque queria ter certeza de que ela teria o mínimo de erros. Este não é o único capítulo de hoje, mais tarde virei postar mais. Começamos com o PDV do Edward pra matarmos a saudade do nosso vampiro lindo. Vejo vocês em breve, beijão! :)



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