O parto estava extremamente difícil, Dany estava cansada, e Jon aninhado à ela segurando a sua mão, a cada força que ela fazia a pedido da parteira, Jon ia junto, pedindo que ela ficasse forte. Jon sabia que mesmo cansada ela conseguiria. Lá fora ele via os dragões agitados e nervosos, gritando pela mãe, como se sentissem as dores de Dany. Ele queria estar em seu lugar, como queria. Pedia a todos os deuses numa prece, para que os salvassem as pessoas mais importantes de sua vida. Queria dar àquelas crianças o que ele não teve, tinha certeza que Dany queria o mesmo, por isso lutava contra tudo para que eles tivessem as lembranças que eles nunca tiveram, a felicidade que nunca sentiram e o amor que nunca conheceram.

— Força, Dany. - Ele dizia se agarrado a ela.

— Estou vendo a cabeça coroar, Vossa Graça. Continue! - Disse a parteira.

— Vamos Dany, vamos meu anjo. Vai conseguir. - Disse Lady Margot segurando sua outra mão. - Lute por eles.

Dany gritou tão alto, que toda as alas do castelo puderam escutar, as pessoas tão apreensivas rezavam para seus deuses e torciam pelo bem estar do bebê e da rainha.

Dany por um momento pensou em sua mãe e no que ela havia passado naquele dia chuvoso em Dragonstone. Ela lutava pela vida do filho, como ela fizera, não poderia perder seu bebê, não poderia deixar escapar sua família.

O choro estridente foi ouvido, uma criança aos berros, onde se fazia ouvir sua chegada. Daenerys sorriu aliviada e chorou com tanta emoção que não poderia conter.

A parteira deu o bebê aos braços da mãe, e quando ela o recebeu nada melhor poderia sentir. Ela olhou para o marido e o beijou demoradamente.

— É uma menina, Vossa Graça. Muito forte, por sinal.

— Pelos deuses, como ela é linda. - Viu que mesmo um pouco suja, os cabelos eram castanhos como os de Jon, porém com os traços finos característicos dos Targaryens ao longo dos séculos.

— Nossa Rhaella, meu amor. Não era assim que queria? -Jon acariciou a bochecha gorducha da filha como ternura e chorava como uma criança. Nascera tão linda e saudável, que transbordava seu coração de amor e de esperança. Faria tudo por elas, faria tudo para que esse mundo ainda existisse para que eles pudessem viver em paz. A luta estava por vir e isso agora o assustava de verdade, agora sentia medo, por Dany, por Rhaella.

— Quer pegá-la? - Dany sorriu para ele e seus olhos brilhavam muito, ela estava lindíssima, radiante. O entregou Rhaella em seus braços e o ajudou a segurá-la da maneira certa. Ela ela linda e tão pequena, tinha vontade de protegê-la de tudo o que pudesse. A bebê de repente lhe sorriu e não conseguiu segurar as lágrimas de novo.

— Bem-vinda minha pequena princesa, Rhaella Targaryen. Eu sou o seu papai e essa é sua mamãe e estamos aqui pra te fazer a menina mais feliz e mais amada do mundo e de todos os reinos.

—Ai! - O rosto de Dany contorceu-se em uma careta de dor. - Está doendo de novo.

— O que?! - Perguntou Jon assustado com Rhaella nos braços. - O que está sentindo?

— A dor voltou, Jon. Fica comigo.

Imediatamente Jon deixou Rhaella nos braços de Lady Margot, para que pudesse cuidar de Dany naquele momento. Ele e a parteira tentaram descobrir o que estava havendo com sua esposa, até que ela pode ver algo que a assustou demais.

— Outro bebê Vossa Graça. Está chegando. Precisará fazer mais força.

— Outro? - Dany olhou assustada para o marido. Jon lhe ajudou segurando-lhe pela mão. O bebê saía lentamente, porém Dany estava cansada e não aguentava mais, o primeiro parto já havia sido suficientemente difícil para exaurir sua energia, porém nem ele e nem ela desistiriam de seus bebês. Mais uma vez o choro ecoou no cômodo. Mais uma vez o bebê foi entregue ao pai, emocionado como acontecera antes.

— É um menino, Dany. Um menino. - Ele a entregou o menino forte de cabelos dourados e úmidos com as bochechas iguais da irmã. Ele foi aninhado pelos braços envolventes da mãe que o acariciou com carinho.

— Ele é lindo, Jon, muito parecido com você. - Disse com a voz emocionada. - Traga Rhaella também, quero vocês aqui comigo.

Jon pediu para que Lady Margot lhe entregasse Rhaella e foi até a esposa, sentando-se ao seu lado e lhe beijando na testa. Aquela era a família deles, os dois presentes que os deuses lhe enviaram com gratidão. Ele não era merecedor, mas sua esposa sim. Olhou para Daenerys com olhos em puro estado de graça, linda, brilhante e fazendo a intensa luz do amor e da ternura, ela sim era quem tinha todo o direito de ter aquelas crianças, era o que ela sempre quis.

— Quero que sejamos felizes para sempre, meu amor. Eu sou o homem mais feliz do mundo, pois você me deu a sorte de ter uma vida. E eu que achei que antes havia acordado da escuridão quando voltei à vida, mas na verdade a luz quem me trouxe foi você.

— Eu te amo, Jon Stark. E também amo nossa Rhaella e nosso Eddard. - O Beijo fora sincero e cheio de amor. Ele queria mais daquela felicidade enervante e quando o dia chegasse, se tivesse que se sacrificar para manter a vida deles, o faria sem pensar em mais nada.

Lady Margot pediu para que o quarto do casal tivesse os berços do príncipe e da princesa perto dos pais. Jon ajudava Lady Margot nos banhos e trocava as fraudas sozinho e com todo cuidado para não machucar os pequenos. Também auxiliava Daenerys a pegá-los para amamentar, onde logo dormiam tranquilamente. Jon tentava resolver o choro dos bebês na madrugada, para poupar o sono da esposa, depois de tantas horas de parto. Felizmente os filhos eram tranquilos, pois quando acordavam e faziam algum barulho, pegavam-os no colo e caminhava pelo quarto, embalando-os com carinho até dormirem novamente.

Rhaella parecia a mais agitada, porém depois de um tempo em seus braços dormia como um anjo, já Eddard dormia bastante e era extremamente risonho durante o sono. Jon só conseguia dormir quando via seus três tesouros bem, tranquilos e seguros. Caiu finalmente no sono, reforçando em seu coração que agora seu dever de marido e pai, mantê-los felizes e cada vez mais ao seu lado.