Memórias de Lou Clark escrita por Srta Katluryn Austen
Quando ainda estávamos abraçados sobre a cama, ele me pediu para chamar seus pais, eu me levantei calmamente o encarando e lhe dei um beijo, ele retribuiu e ficamos grunados enquanto meu corpo todo se arrepiava e eu lembrei que aquele seria o último beijo que daríamos, então eu me afastei dele e voltei a chorar.
Me levantei da cama e fui chamar seus pais e sua irmã, que entraram no quarto acompanhados por dois homens vestidos de branco que arrastavam uma mesinha de metal com objetos hospitalares em cima.
E eu me desliguei de tudo a minha volta, me sentei no sofá que ficava em frente ao jardim e fiquei o vendo ir embora.
Meu coração desejou que ele dissesse:
– Clark, você pode vir aqui, por favor?
Eu iria me levantar e correr até ele, seguraria sua mão ainda quente e a beijaria.
– Você acha mesmo que sou o bastante para você? Tem certeza que pode ser feliz comigo? Quer passar o resto de sua vida cuidando de um homem como eu?
Eu o olharia incrédula já imaginando o peso daquelas palavras.
– Sim, você sabe que eu te amo e que ficaria ao seu lado.
– Mas você iria viver presa em mim, não sabe? Tem um mundo cheio de gente para você conhecer e ainda prefere ficar trancada comigo em um anexo?
– Escolho você, Will. – e a minha voz iria falhar e eu voltaria a chorar novamente.
– Se eu disser que desisto da morte, você promete viver comigo? Mesmo sabendo que sou um pé no saco e que vai querer num momento me afogar na banheira?
Eu nada conseguia dizer, eu o olharia com ardor e o beijaria intensamente sem me importar com a presença de sua família ali.
Nós sairíamos da Suécia juntos, e enquanto estivéssemos no avião ele me contaria sobre como estava com medo de deixar o mundo, por mais decidido que estivesse ele havia pensando em desistir diversas vezes do suicídio, mas que o maior motivo dele ficar seria eu e a minha promessa de viver com ele.
Ele iria rir da carta que escreveu e pediu para seu advogado a entregar para mim e que eu deveria lê-la em Paris. Naquela mesma semana iriamos juntos á Paris e ficaríamos bebendo café e rindo de toda aquela historia.
Menos de um mês depois ele me pediria em casamento, e logo depois já estaríamos escolhendo o nosso de nossos filhos. E os problemas com minha família seriam gigantescos, pois apesar de gostarem de Will eles não ficaram felizes por medo dele não me fazer bem.
Eu seria sua esposa, até babá, e iriamos viajar pelo mundo por uns dois meses até decidimos o que fazer com nosso futuro.
Eu faria chá para ele todas as tardes enquanto ele assistia seus filmes estrangeiros com legendas e eu leria sobre design para a faculdade.
Tudo ficaria bem, eu sei que sim, mas ele preferiu me deixar.
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