Memórias de Lou Clark escrita por Srta Katluryn Austen


Capítulo 2
A saudade fica quando alguém se vai




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Quando ainda estávamos abraçados sobre a cama, ele me pediu para chamar seus pais, eu me levantei calmamente o encarando e lhe dei um beijo, ele retribuiu e ficamos grunados enquanto meu corpo todo se arrepiava e eu lembrei que aquele seria o último beijo que daríamos, então eu me afastei dele e voltei a chorar.

Me levantei da cama e fui chamar seus pais e sua irmã, que entraram no quarto acompanhados por dois homens vestidos de branco que arrastavam uma mesinha de metal com objetos hospitalares em cima.

E eu me desliguei de tudo a minha volta, me sentei no sofá que ficava em frente ao jardim e fiquei o vendo ir embora.

Meu coração desejou que ele dissesse:

– Clark, você pode vir aqui, por favor?

Eu iria me levantar e correr até ele, seguraria sua mão ainda quente e a beijaria.

– Você acha mesmo que sou o bastante para você? Tem certeza que pode ser feliz comigo? Quer passar o resto de sua vida cuidando de um homem como eu?

Eu o olharia incrédula já imaginando o peso daquelas palavras.

– Sim, você sabe que eu te amo e que ficaria ao seu lado.

– Mas você iria viver presa em mim, não sabe? Tem um mundo cheio de gente para você conhecer e ainda prefere ficar trancada comigo em um anexo?

– Escolho você, Will. – e a minha voz iria falhar e eu voltaria a chorar novamente.

– Se eu disser que desisto da morte, você promete viver comigo? Mesmo sabendo que sou um pé no saco e que vai querer num momento me afogar na banheira?

Eu nada conseguia dizer, eu o olharia com ardor e o beijaria intensamente sem me importar com a presença de sua família ali.

Nós sairíamos da Suécia juntos, e enquanto estivéssemos no avião ele me contaria sobre como estava com medo de deixar o mundo, por mais decidido que estivesse ele havia pensando em desistir diversas vezes do suicídio, mas que o maior motivo dele ficar seria eu e a minha promessa de viver com ele.

Ele iria rir da carta que escreveu e pediu para seu advogado a entregar para mim e que eu deveria lê-la em Paris. Naquela mesma semana iriamos juntos á Paris e ficaríamos bebendo café e rindo de toda aquela historia.

Menos de um mês depois ele me pediria em casamento, e logo depois já estaríamos escolhendo o nosso de nossos filhos. E os problemas com minha família seriam gigantescos, pois apesar de gostarem de Will eles não ficaram felizes por medo dele não me fazer bem.

Eu seria sua esposa, até babá, e iriamos viajar pelo mundo por uns dois meses até decidimos o que fazer com nosso futuro.

Eu faria chá para ele todas as tardes enquanto ele assistia seus filmes estrangeiros com legendas e eu leria sobre design para a faculdade.

Tudo ficaria bem, eu sei que sim, mas ele preferiu me deixar.


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