The American Girl. escrita por Liids River


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaaaaaaaa minhas pessoinhas ♥
gente saiu eu - como disse - amei a ideia da Victoria e já coloquei em prática nesse meu surto de atualizações no nyah!
espero que gostem
tá cheia de palavras em inglês...
também pudera certo? sahsaushusah
(totalmente dedicada à victoria e a WritingStiles pelas recomendações tão lindas que encheram meu coração de orgulho!)
amo vocês!
(volto mais tarde para revisar essa aqui,bju)



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Eu achava divertido a correria das pessoas dessa cidade. Era engraçado ver como todo mundo parece muito ocupado com as coisas e nunca teem tempo de realmente apreciar o lugar

Ou talvez seja por que eu não sou daqui.

Depois de bem.... ter alguns problemas na Inglaterra,meu pai resolveu que era melhor que eu viesse para cá.

Estados Unidos. Não parecia nada nada com o que eu via na televisão.Não que White Collar,How I Met Your Mother e Friends tenham mentido para mim,mas eu simplesmente não podia acreditar na correria das pessoas ao me redor.Não que eu esperasse uma grande recepção e essas coisas.

Como esperar uma grande recepção se eu nem sabia que tinha uns tios americanos? Foi uma surpresa quando Thalia – minha prima,totalmente desnaturada – foi me buscar no aeroporto.....com oito horas de atraso.

Isso mesmo. Eu fiquei oito horas no aeroporto esperando por Thalia.

E se vocês conhecem pelo menos o básico do que é a Inglaterra,sabem que somos extremamente pontuais. E não suportamos atrasos.Eu disse isso a ela,mas ...bem,Thalia apenas deu de ombros e jogou :

– Eu estou feliz por não estarmos lá então.

Ela era uma coisinha afiada. Tinha resposta para tudo e todos.

Depois de ter me metido em problemas na Inglaterra,meu pai chegou a conclusão de que seria melhor que eu viesse conviver com essa pessoal de cá.A verdade é que a conduta londrina é uma frescura total. Eu sempre fui um cara na minha,nunca havia me metido em confusão....mas vejam,eu fazia faculdade,estava numa boa me formaria em pouco tempo.

E então os amiguinhos do Tyson aconteceram.

Tyson é meu meio-irmão. Eu sempre ia busca-lo na escolinha depois da aula.Ele tem 8 anos e é um doce de garoto. Tem os cabelinhos cacheados e os olhos verdes,num tom mais musgo .Não havia nada que comprovasse que ele era filho de Poseidon se não aqueles olhos e sua personalidade doce. Eu estava a caminho da sua escola e de lá íamos tomar um sorvete,porém quando o táxi parou e eu desci,me deparei com a pior cena que eu poderia ver no mundo.

Tyson estava sendo agredido por quatro garotos,aparentemente mais velhos.

E naquele momento eu disse : Dane-se a conduta londrinha!

Eu avancei.Machuquei a mão de um deles.Descobrimos mis tarde que eram garotos de 15 e 16 anos.E meu pai achou melhor me afastar do meu irmão porque eu o protegi.

Vai entender.

Eu não me arrependia. Eu lembro de ter 15/16 anos e me meter em brigas para não deixar que alguém mais novo apanhasse,porque não faria isso com meu próprio irmão?

Sangue do meu....ah,não. Não era totalmente sangue do meu sangue,mas isso não me importa.

Saí de Londres faltando um semestre para me formar na faculdade,mas tudo estava sendo devidamente transferido para os Estados Unidos,pela forte influência que meu pai tinha.

E depois de um tempo analisando,eu achei melhor sair da asinha dele e de minha mãe e me virar sozinho.

É claro que ouvir : “Seu comportamento não é daqui” e um monte de baboseiras desse tipo de pessoas que realmente não importavam.

E eu estava mais do que contente com o meu apartamento . Eu tinha uma sala grande e espaçosa,uma cozinha pequena e ótima,dois dormitórios grande e uma vista bonita pela parede de vidro. Bem...depois de perceber que eu precisava de cortinhas,ela se tornou ainda mlehor. As vezes eu dormir na sala e aquele sol sempre vinha no meu rosto.

Eu tinha minha prima na porta da frente. Tinha minhas inscrições para terminar a faculdade e tinha um ótimo jeito de me sustentar. Eu não podia pedir mais nada.

Até conhecer a melhor amiga da minha prima.

A garota americana.

Ela era muito bonita. Annabeth Chase.

Eu definitivamente não a conhecia.Seria impossível não lembrar dela,se eu a conhecesse. Tinha os cabelos longos e loiros. Eu gostava da forma como eles brilhavam quando o sol batia ali. Os olhos cinzentos eram tímidos e ameaçadores ao mesmo tempo. Tinha um sorriso de tirar o folego e eu sempre me repreendia por pensar demais nela. Tinha um jeitinho tímido e adorável,cheio de graça. Era delicada e bruta ao mesmo tempo. Tinha um corpo belíssimo,e eu sempre tinha que deixar minhas mãos ao lado do corpo para não tocá-la demais.

Quando a conheci,a primeira coisa que ela disse era que eu não era ruivo.

Logo de primeira,me senti desapontado por decepcioná-la....o que era muito estranho porquê eu nem a conhecia. Foi a coisa mais idiota do mundo : eu estava sem açúcar,sem xicara e sem nada arrumado. E estava doido para tomar chá,porém estava sem açúcar,sem xícara e sem nada arrumado.

Eu sei....eu deveria ter arrumado minhas coisas.

Ela foi adorável. Foi doce. Ela falou o tempo todo com os olhos para baixo,mas quando por um descuido nosso,nos encaramos....foi estranho.E bom. E....eu não queria ser o intimidante,mas ela com certeza foi.Foi grossa e bruta tentando me tirar de dentro do apartamento da minha prima,quando começou a série favorita dela.

Era estranho pensar que a série favorita de uma garota totalmente americana,era britânica.

Quando eu ouvi os primeiros acordes da abertura eu já sabia que teria que me casar com essa garota : Doctor Who.

O que? É uma série de quase 55 anos de idade – e eu nunca havia conhecido uma garota que gostasse.Além de mim e Tyson,eu não conhecia ninguém que gostasse. Thalia podia ter me avisado que a sua “Sabidinha” era uma joia rara.

Quando eu me dei conta....estava totalmente caidinho pela garota de olhos cinzentos. O que era extremamente errado e nada certo da minha parte,afinal.... eu não sabia quanto tempo ficaria e não tinha ideia de como abordar uma garota americana. Não era tão simples como na minha terra natal.

Elas era diferentes. Annabeth era diferente.

Então eu fiz o melhor para nós dois : eu deixei esse sentimento enterrado no lugar mais fundo do meu coração,até que eu tivesse pelo menos uma pista de que ela sentia o mesmo,e me envolvi com outras pessoas.

Bem...ela também. E eu tenho vontade de vomitar só de pensar nisso.

Captei um nome nas conversas que nós tivemos depois de nos conhecermos. Rachel. Tratei de me concentrar nela e funcionou.

Ela era divertida e mimada. Ela era a coisa mais próxima de Annabeth na faculdade e só depois de já ter ... bem,dormido com ela foi que eu passei a perceber que Annabeth odiava aquela garota. Eu havia deixado claro de que não era nada sério.

Eu queria algo sério.Sou um rapaz sério.Mas era tarde demais.

A única pessoa com quem eu queria algo sério,havia se tornado minha melhor amiga.

– Você sabe que todo esse seu esforço para fingir estar brava comigo é em vão,certo? –perguntei da cozinha do meu apartamento.

Era noite de sábado chuvoso e não tínhamos intenção nenhuma de sair ou algo do tipo. Ela estava cansada,tinha apresentado um trabalho na faculdade hoje que fora realmente desgastante. Eu amava a forma como ela se esforçava para se formar. Annabeth era um ano mais nova que eu,mas seu curso exigia mais dela do que o meu exigia de mim.

Isso me lembrou que devo levar as minhas fichas para a faculdade dela amanhã. E era exatamente por isso que ela estava nervosinha e irritadiça.

Eu adorava olhar o jeito adorável dela tentando ser alguma coisa que não fosse fofa.

–Eu não gostaria que você estudasse na mesma faculdade que eu –ela murmurou fazendo beicinho – Eu já lhe disse isso.

Ela vestia uma calça de moletom e a minha camiseta do time Liverpool. Eu particularmente estava pensando em dar aquela para ela,porque era fato de que ela ficava muito melhor nela do que eu. Os cabelos estavam arrumadinhos em um coque bagunçado na cabeça,e ela tinha uma expressão raivosa que fazia com que um “v” de preocupação se formasse entre as sobrancelhas.

– Olha...eu não vou ficar o meu todo grudado em você,se é o que te preocupa – pigarreei,tentando não demonstrar o quão chateado eu ficaria se fosse aquilo que a preocupava.Coloquei o pacote de pipoca no micro-ondas e li as instruções.

–Argh é só clicar no desenho de pipoca,Percy! – ela reclamou,jogando-se de volta no sofá e cruzando os braços brava. – E não é isso,é o contrário.

–O que quer dizer? –perguntei apertando o desenho de pipoca no micro-ondas e logo em seguida o “ligar”.

–Você sabe que a Rachel é da mesma faculdade que eu,certo? – ela resmungou – Eu não quero ficar olhando vocês...se pegarem pelos corredores e ... você e ela... eca –ela balançou a cabeça.

Annabeth tinha uma grande aversão à Rachel. E as vezes,quando ela a colocava entre nós dessa forma,quase me fazia pensar que ela gostava de mim da outra forma.

– E você acha que eu arriscaria minha entrada pra ficar .... como você disse? – eu adorava as expressões dela – “Me pegando” com a Rachel?

–Acho.

–Annabeth – repreendi – Se você realmente acha,você não me conhece. – virei de costas irritado.

Nunca sabia dizer se ela estava falando sério ou não. Até porque quando ela falava rápido assim,sempre queria dizer que era sério.

– Olha... – ela suspirou,coçando a barriga de forma engraçada – Eu não quero que você fique chateado comigo,mas eu não quero perder você pra Rachel. Já basta ela fazer parte da nossas quintas-feiras do rodízio.

Todas as quintas-feiras íamos a algum rodízio.

De temaki à churros.

Era delicioso.

– Veja bem,querida – murmurei,quando o micro-ondas apitou – Você tem um intruso nas nossas quintas feiras!

–O que? – ela arregalou os olhos – Não tenho não!

– Três palavras pra você : Nico Di Angelo – resmunguei,abrindo a geladeira e pegando alguma coisa para bebermos.

–Ah,pelo amor de Deus! – ela revirou os olhos – Quantas veze seu vou ter que dizer que Nico só vai porquê a Thalia vai e bem....eles são namorados!

–Ele tinha interesse amoroso em você – e isso é inadmissível para mim. Eu sei que como um bom amigo,eu deveria ter rido daquela história de que Nico era para ser namorado de Annabeth – e eu tenho certeza que vocês sabem do que estou falando – mas aquilo não me descia pela garganta.

–Mas ele está com a Thalia agora – ela revirou os olhos. Suspirei e decidi que aquilo não ia acabar com a nossa noite preguiçosa.

Abri o micro-ondas e tirei o pacote de lá. Tentei abrir com a boca e fui recebi com um jato de vapor quente no rosto que me fez reclamar de dor.

Mas eu devo ser uma anta mesmo.

Annabeth segurava o riso e veio até mim,rindo baixinho de vez em quando.

–Você...ai Percy – ela riu,e molhou as mãos na pia,fazendo o favor de coloca-las no meu rosto depois – O que seria de você sem mim,hun?

Nada.Absolutamente nada e é por isso que eu não posso dizer tudo que eu quero e perdê-la.

Eu quis dizer.Mas tudo que eu tive coragem de admitir foi :

–É verdade... hun.

Ela me mandou sentar que ela terminaria as coisas para nós.Eu era bom de cozinhar,o problema era ela estar aqui.Tudo que ela fazia era captado pelos meus olhos e isso era uma distração para tudo na minha cabeça.Seu sotaque engraçado me deixava encantado todas as vezes que ela falava palavras doces e gentis para mim.

Se ela soubesse como isso mexia comigo,não abriria a boca nunca mais.

–Acho que se tudo der errado,eu venho ser sua empregada por um precinho bem camarada – ela sussurrou,sentando-se ao meu lado no sofá e entregando-me um cubinho de gelo – Aqui,deixa eu ver se isso melhora.

Ela manteve o cubinho de gelo pressionado na minha boca e riu quando eu sorri,fazendo-o entrar lá.

–Você é um bocó,Percy.

Fingi-me de ofendido colocando uma mão no peito e a outra acima da testa.

–Como você ousa me ofender de tal forma?

–Você é um bocó –ela repetiu,jogando-se em cima de mim e deitando a cabeça no meu braço,olhando-me desafiadora.

–Você sabe...a rainha pode levar isso como uma ofensa.

–Percy....nem todos os britânicos estão na lista de sucessão ao trono – ela riu.

Brinquei com uma mecha do seu cabelo,levando-a até onde deveria estar o meu bigode e sorri para ela.

–Eu estou.

–Não está não – revirou os olhos,fazendo o mesmo com o próprio cabelo.

–É claro que estou- dei um tapinha em seu traseiro – Olhe para mim ... –apontei para o meu rosto com a outra mão – Eu tenho certeza que se a rainha sair....ela vai querer esse rostinho em seu lugar.

Annabeth gargalhou,jogando a cabeça para frente em meu peito e eu a abracei.Seria tão bom se ela ficasse assim o tempo todo....mas 90% de seu tempo ela era....bem,a garota por quem eu me apaixonei. E nos outros 10% que se alternavam entre Annabeth Melhor amiga e Annabeth a garota por quem eu me apaixonei.

Ela suspirou depois de rir e se ajeito em meu colo,colocando a televisão para rodar a série que assistiríamos hoje.

–Eu ainda estou chateada por você ir pra faculdade só pra ficar perto da Rachel – murmurou quando a tela da televisão avisava o final de mais um episódio. Ela quase dormia e era adorável de ver.

Os lábios levemente abertos a cabeça quase tombando completamente.

–Não estou fazendo isso pela Rachel – murmurei,passando os braços ao redor dela.

E você é única que não percebe.

–Está fazendo por quem então? –perguntou ainda mais baixo.

Você.

Deuses como eu queria responder isso!

–Por mim mesmo – sussurrei.

Senti que ela sorriu e fez um carinho meu braço.

Assistimos mais uns três episódios....e com “assistimos” eu quero dizer que eu assisti e ela dormiu.E quando eu ia desligar a televisão e me aconchegar ainda mais nela,eu ouvi seus lábios sonolentos sussurrarem :

–Percy.

E eu ainda esperava não me apaixonar.

Que tolo eu era.

–x-

Era sexta-feira. Annabeth e Thalia haviam marcado de irmos ao Pub perto do nosso apartamento. Desde que Annabeth havia se mudado,era comum que saíssemos juntos,eu e ela. Nós e Thalia. Nós,Thalia e Nico. Era divertido.Eu havia aprendido alguma coisas com Nico...o que? Quando ele se mostrou uma pessoa sem interesses nenhum em Annabeth,eu passei a suportá-lo.

Ele era um cara legal e completamente apaixonado pela minha prima. E eu acho que nunca – nunca mesmo – eles iriam encontrar pessoas que os suportassem como um ao outro.

Era uma noite muito fria,e estavámos todos bem agasalhados. Eu gostava do frio daqui,porque eu ainda podia sentir minhas mãos.

Annabeth estava vestindo uma calça jeans escuro,uma camiseta apertada e um grande casaco por cima. Se chovesse e algum imprevisto acontecesse dela ter que voltar caminhando para casa,ela teria sérios problema com gripe.

–Vamos logo! – reclamei,jogando-me emcima dela no sofá – Thalia,por mais que você se arrume....você continua com a mesma cara. Isso nunca vai mudar.

–Há há – ela passou por nós,terminando de colocar os brincos – Muito hilário.

– Anda logo – Annabeth passou as mãos pelos meus cabelos – Eu estou tentada a ficar aqui assistindo televisão.

–Eu topo – suspirei fechando os olhos.

–Se Annabeth estivesse tentada a comer um balde cheio de pimenta você toparia Percy. – Thalia reclamou – Vamos então.

A primeira coisa que eu reparei no pub foi : não era nada parecido com um pub tradicional. Primeiro porque a iluminação era muito baixa. Muito baixa. Pubs geralmente teem a iluminação baixa,mas aquela ali estava exagerada demais. Eu observei o rosto de cada um dos meus colegas – depois de uma luta para decidirmos de iríamos em carros separados,e acabou que sim porque Nico e Thalia tinham planos. - mas nenhum deles pareceu incomodado pela iluminação.

Na verdade,Annabeth parecia bem confortável.

Qualquer dia vou leva-la a um pub de verdade.

Outra coisa que reparei logo de início foi : tinham muitas bebidas ali. E a segurança era bem reforçada.

Eu não me importaria de fazer os índices de quantas vezes tiveram brigas ali.

Esse pensamento me fez querer dar risada,mas me contive. Tanto porque não queria explicar e como porque eu não saberia fazer os índices .

– Todo mundo da faculdade vem pra cá – Annabeth murmurou,segurando minha mão com força – Talvez encontremos a Rachel por aqui.

–Eu vou dedicar essa noite apenas... – à você– ...aos amigos. – sorri.

Ela arqueou as sobrancelhas e sorriu. Sentamos em uma das mesas separadas do balcão de bebidas. O lugar estava cheio,mas não lotado de pessoas e gritarias. Por mais que não parecesse nada com os tradicionais,comecei a sentir falta de casa.

Dos meus colegas de faculdade e de todo resto.

Mas lá eu não tinha amigos como os daqui. Não tinha Annabeth,nem Thalia.

– Olá, eu sou Ledger e vou servi-los esta noite – o rapaz sorriu para nós – O que vão querer?

–Cider – murmurei olhando para as minhas unhas,mas o silencio incomodo da mesa fez com que eu levantasse a cabeça e olhasse para os rosto dos meus amigos. – O que?

–Ninguém nunca bebe Cider – Annabeth riu baixinho – É pior bebida!

Olhei fixamente para o rosto daquela criatura linda. Eu podia jogá-la de uma ponte por um instante por ter insultado uma das bebidas mais gostosas do mundo.

–Eu não acredito nisso – murmurei olhando-a – Nossa amizade é uma farsa. – coloquei ua mão do lado esquerdo peito,vendo o garçom rir – Uma farça!

–Deixa de ser dramático – ela riu,e desviou os olhos para os nossos amigos – Duas Bitter e ... – ela cerrou os olhos para Nico - ...uma Stout?

–Isso – ele riu enquanto o garçom anotava os pedidos,aind rindo.

–Mais alguma coisa? –perguntou diretamente para mim.

Eu acho que ele tinha reparado o sotaque.

Annabeth virou cabeça de lado por um momento como se alguém a tivesse chamado,fazendo com que eu virasse também. Nós parecíamos imãs. Ela se movia,e eu instintivamente me movia.

Eu me movia e ela fazia o mesmo.

As vezes não nos movíamos na mesma direção. Era o caso de sermos de pólos diferentes.

Meu conhecimento sobre imãs se dá totalmente a revistas curiosas da américa.

– Fish and Chips? –perguntei ao garçom,que novamente sorriu.

–Com certeza. Com licença – ele se retirou.

Continuamos a conversar e eu quase me esqueci de como aquele pub não era nada parecido com pubs de verdade,porque eu estava quase me sentindo em casa.Apesar das luzes ainda estarem baixas e isso me incomodar profundamente.

A minha bebida estava ótima. Meu peixe com batatinhas,melhor ainda.

Annabeth parecia tão feliz conversando conosco aquela noite.Eu poderia observar suas pequenas manias enquanto ria ou falava.Ela mordia o lábio inferior de vez em quando. Coçava a sobrancelha quando estava confusa. Com o dedo indicador , batia na ponte do nariz quando estava constrangida sobre o assunto. Quando ria,os olhos dela se fechavam minimamente e ela corava com tanta facilidade que parecia que todo o sangue do corpo dela tinha ido para aquele lugar.

Thalia parecia amá-la como uma irmã. Adorava constranger Annabeth – isso qualquer um num raio de oitocentos mil quilômetros podia dizer.Fazia piadinhas sobre como Annabeth corava só por ter alguém olhando por mais de dois minutos para ela. E estava constantemente falando sobre sexo – talvez o assunto que deixava Annabeth ainda mais constrangida e tímida.

Nico era reservado,mas ria com muito mais facilidade que todos nós,com certeza. Tinha os cabelos pretos e os olhos ainda mais. Era mais pálido que eu – isso porquê a área onde eu morava em Londres,só víamos o sol a cada dois meses. Ele era mais reservado e eu tinha certeza que ele se casaria com Thalia,só de ver o olhar que ele lançava para ela.

De alguma forma,nossa conversa veio parar em gírias americanas e britânicas.

– O que? Vocês não falam booty lá? – Thalia perguntou chocada.

Eu nem tinha ideia do que aquilo significava.

Booty? – perguntei,olhando desconfiado enquanto Annabeth corava. – É tipo....uma joia? – olhei novamente para Thalia – Por que ela tá corando Thalia? O que diabos é booty?

–Você acha que é uma joia? – Thalia riu junto com Nico – Uma joia? Bom,algumas pessoas com certeza consideram isso.

–Thalia! – Annabeth a repreendeu.

– O que é? –perguntei curioso.

–É a mesma coisa que ba-donka-don! – Nico explicou,porém ao me ver com a cara ainda mais confusa riu.

– Badonka....o quê? –perguntei para ele,coçando a minha testa.

Eu nunca –nem mesmo nas piores séries de televisão - poderia imaginar alguém falando aquilo.Parecia...o ritmo de uma música de fundo de uma seita.

–Isso é muito hilário – Thalia disse coçando a nuca,e olhando para Annabeth que se manteve quieta – Explica pra ele,Annie.

Annabeth suspirou e olhou para mim. Eu adorava o jeitinho tímido como ela olhava para baixo e suspirava antes de explicar alguma coisa.

–É.... bem,se referem a...você sabe –ela murmurou – Hm...curvas traseiras de uma moça.

Olhei para o seus olhinhos cinzentos enquanto processava. Ela inclinou a cabeça de lado e riu enquanto passava uma das mãos para trás do meu cabelo.

–Você nem ao menos sabe do que eu estou falando não é?

–Isso porque eu não imagino ninguém elogiando as curvas... – pigarreei – traseiras de uma moça em público. – sorri para Nico,levantando a mão direita e colocando sobre o queixo – Mas é uma palavra fantástica.

Nico gargalhou e iscou para Thalia.

Eu não queria saber o porque dessa piscada. Definitivamente não.

–Isso porque vocês são muito educadinhos para isso. – revirou os olhos – Nem devem ter gírias por lá,não é?

–Ah é? – cruzou os braços,olhando-o . Eu realmente não conhecia quase nenhuma,mas não estava afim de ser a piada da mesa.– Então eu dúvido que vocês adivinham o que é ... chuffed to bits. – era uma das poucas que eu conhecia.

E eu duvido que alguém daquela mesa soubesse o que era.

Eu dúvido até mesmo que alguém naquele pub,soubesse.

Chuffed to bits – Thalia testou,fazendo graça com meu sotaque – Hm.... eu imagino que seja algo muito educado.

–Eu não sei não – Annabeth coçou a sobrancelha esquerda,e riu baixinho – Eu acho que é...vamos ver,quando você pede alguma coisa a alguém e você agradece. É como se fosse Chuffed to bits.

Olhei para aquela menina e cerrei os olhos para ela.

–Quase isso – sorri.

–Deve ser uma expressão – Nico riu – Tipo...eu estou exausto. Estou chuffed to bits.

–Nop – eu ri – Chuffed to bits é estar muito agradecido por alguma coisa. – olhei para os olhos curiosos de Annabeth e sorri – Seria como...eu estou chuffed to bits pelo ba-donka-don de Annabeth.

Thalia e Nico quase se engasgaram com as batinhas enquanto riam,e Annabeth socou o meu braço com raiva.Mas cá entre nós...ela era simplesmente adorável demais para ficar com raiava por muito tempo.

Eu nem ao menos conseguia me lembrar de ter brigado com ela nesse mês em que ela se mudou e nos víamos com mais frequência.

–Nunca mais repita isso,seu cabeçudo – ela fez beicinho –Pelo menos,não em público –ponderou e sorriu.

Isso era uma novidade.

Eu não tão bom em pegar as coisas no ar...mas eu tive a impressão de que ela....

–Você está flertando comigo? –perguntei baixinho enquanto Nico e Thalia bebiam goles das bebidas para ver se acalmavam –Isso é bem perigoso. –olhei novamente em seus olhos.

–Não me olha assim – reclamou e revirou os olhos – Você não me intimida mais.

–Mais? – perguntei.

Ela sorriu e bebeu outro gole da bebida dela.

Definitivamente novidade.

–...como eu disse – Nico suspirou – muito educadinhos.

–Thalia riu e olhou para Annabeth,gesticulando para que ela continuasse a falar.

–Ok,vejamos – ela colocou um dedo sobre os lábios e mordeu a pontinha. Ela conseguia ser bem provocadora sem nem mesmo perceber.Os olhos passavam por Thalia e Nico e então ela sorriu – Shawty.

Thalia revirou os olhos junto com Nico.Pelo menos eu tinha certeza de que não era nada como ba-donka-don ou booty.Não vindo de Annabeth.

–Shety – testei.

–Shawty – ela corriu. – Como... shawty had them Apple Bottom Jeans – ela cantarolou,fazendo os outros dois rirem.

Boots with the fur... – Nico continuou,como se fosse algo óbvio para se entender.

The whole club was lookin at her... – Thalia cantarolou como continuação.

Mas o que diabos...

She hit the flo... – Annabetn brincou com as mãos no meu cabelo. - Next thing you know...

–Nada disso está ajudando –reclamei enquanto tentava imaginar o que diabos “shawty” podia significar. E eu já havia ouvido aquela música em algum lugar,mas parece que quando a gente mais precisa se lembrar das coisas,menos nós lembramos.

Shawty got low low – Thalia brincou fazendo passinhos idiotas de dança - ... low low..

Low,low,low – Nico entrou na brincadeira.

–Vocês são um bando de cabeças ocas – reclamei. – Eu não conheço! – desisti,fazendo-os rir.

Annabeth levantou-se e piscou pra mim.

–Vou ao banheiro – murmurou.

Continuei sentado com Thalia e Nico e ambos me encaravam de forma engraçada. Eles pareciam ter a mesma conexão que eu e Annabeth.Como se por via de pensamento,pudessem entender um ao outro.

A diferença é que eles eram namorados.

– O que? –perguntei quando o olhar deles estava começando a me incomodar.

–Você não vai atrás dela? – Nico perguntou.

–Deveria?

–Eu não sei como que funciona de onde você vem,Percy – Thalia se inclonou para frente,olhando-me nos olhos com impaciência. – Mas aqui....isso foi definitivamente um convite.

Levante-me no mesmo instante e trombei com o nosso garçom,sem querer. Ele riu e apontou com a cabeça para a esquerda.

–Bom sorte – murmurou.

Andei pelo pub em busca dos banheiros.Sempre pela esquerda. Algumas moças – e rapazes – tentaram me parar no caminho. Tanto para perguntarem meu nome,como para fingir que alguma amiga perguntou o meu nome. Mas eu não estava muito no clima de fazer amizades novas naquele momento.

Será que todos os sinais que eu havia pegado até agora estavam certos? Será que Annabeth me via do mesmo jeito que eu a via?

Isso seria uma novidade boa pra começar a morar nos Estados Unidos.

Quando encontrei a área dos banheiros,eu desejei não ter encontrado.

Isso seria um péssimo final de noite.

Annabeth conversava animadamnete com um rapaz alto,loiro e forte. Eu não consegui ver mais nada além do quão alto ele parecia perto dela. E estava escuro,então a impressão que eu tive quando eles se afastaram e se “despediram” foi de que eles haviam se beijado.

Eu não estava com ciúme. Não mesmo.

Eu estava chateado por...bem,ela começar um relacionamento e não me contar.

Você nem sabe se ela está em um relacionamento,Percy.

Cale a boca.Você como eles estavam próximos.Isso não é normal.

Mas você não é daqui. Não é normal pra você.

Cale.A.Boca.

O meu lado consciente tentava me acalmar enquanto o meu lado impulsivo não conseguia acreditar em tamanha traiçã-

Vocês nem estão juntos.

Se você não fosse minha consciência eu mataria você.

O rapaz – pilastra de bandeira – saiu pela direita,aparentemente sem me notar.Quando ele se afastou,Annabeth se virou para andar mas deu de cara comigo.Ela estava corada e supresa. Talvez assustada porquê as pupilas ficaram enormes depois de dar de cara comigo

–Percy-

–Você não vai me apresentar seu amigo? – perguntei não conseguindo deixar o tom sarcástico fora da minha voz. Por que diabos eu estava tão bravo? Quase,quase comparei minha raiva naquele momento,com a mesma raiva que senti quando tive motivos para morar aqui.

– Ah é só um cara das minhas aulas de plástica tridimensional – ela disse e deu de ombros como se não fosse nada demais.

Talvez não fosse mesmo para ela. Mas para mim,aquele cara tinha ofendido minha honra.

Ele a fez corar!

Mas ela cora com tudo.

Só...fica quietinha consciência.

–Ahn,sim – suspirei e revirei os olhos – “Só”.

Ela inclinou a cabeça para o lado confusa e eu entendia porquê. Na maior parte do nosso tempo,eu sou o cara mais educado que ela poderia ter conhecido. Sou gentil e educado,e não faço rodeios em elogiá-la pelos menos três vezes por dia.

Minha mãe me criou muito bem.

Mas de vez em quando – e mesmo assim,ainda considerado com mais frequência do que deveria – eu simplesmente não guardava algumas coisas.

– Por que está falando desse jeito? –murmurou baixo – Eu só vim ao banheir-

–Não interessa,não me importo – murmurei no mesmo tom.Qualquer um que visse de outro ângulo acharia que eu estava lhe mandando um xaveco – Mas só não me chame para passar um tempo com seus amigos,e me deixe largado de lado.

–Per-

–Na próxima – suspirei,medindo minhas palavras. Eu não queria ser duro demais com ela – Pensarei duas vezes antes de aceitar seus convites.

Annabeth arregalou os olhos e logo depois de um momento franziu os lábios.

–Grosso.

– Falei do jeito normal – resmunguei e menti na cara dura – Agora sai,eu preciso usar o banheiro. E com “usar” eu digo realmente usar e não deixar pessoas nas mesas esperando iguais bocós.

–Eu usei o banheiro!

–Não tô nem aí – sorri e empurrei-a delicadamente para o lado.

–Percy! – ela pegou na minha mão de forma rude e puxou-me de volta para ela – Qual o problema?

Olhando em seus olhos cinzentos,vendo o rubor das suas bochechas coradas,eu tive vontade de subir no balcão do pub e gritar pra todo mundo ali que eu estava perdidamente apaixonado para. Queria apontar o meu dedo médio na cara daquele rapaz altíssimo e dizer que ele nunca teria chances com ela porque ela estava única e exclusivamente comigo.

Mas ela não estava. E provavelmente eles me expulsariam do pub.

–Qual o problema? – ela repetiu agora de forma carinho.

Soltei os seus dedos e suspirei,virando-me para sair.Não sair dali,mas sair do pub e ir direto para casa.

– Você não entende.

Quando eu deixei Annabeth no pub com Thalia e Nico,eu me dei conta de que ela não estava de carro. E que estava chovendo.

E bem...ela teria problemas com gripe mais tarde. O que me deixou ainda mais preocupado,mas eu estava cansado de pensar só nela e nela,e bem..nela. E nela mais uma vez. Eu precisava ir pra casa e tentar me concentrar em outros coisas.

Mas eu falhei novamente porque a única coisa que eu conseguia pensar em casa,era exatamente o que eu pensava o tempo todo.

Que tolo eu fui por me apaixonar.

...

...

E fui mais tolo ainda por ter ouvido Thalia dizer que ela estava doente depois daquele dia. Ela me ameaçou milhares de vezes. E não foi por Thalia me dizer que ela estava doente que eu resolvi ir até lá no outro dia e cuidar dela,quase dizendo o que eu realmente sentia por ela.

Eu não fiz aquilo por Thalia.

Não fiz por mim também.

Fiz por ela.

Só ela.

–x-

Algumas coisas mudaram quando começamos a namorar de verdade.

O que? Vocês realmente acharam que ficaríamos naquela amizade complicadíssima pelo resto da vida? Não. Não mesmo. E surpreendo você – bem,pelo menos a maioria – quando digo que foi graças a Rachel que nós dois conseguimos finalmente nos abrir um para o outro.

Era um encontro de casais,mas o rapaz que Rachel apresentou para Annabeth foi um babaca. E ela correu pra casa. Eu corri atrás e .... eu acho que vocês sabem do resto.

A verdade é que eu fiquei muito assustado e com medo de perde-la quando eu finalmente disse tudo. E para a minha surpresa....ela disse de volta.

Começamos a namorar pouco tempo depois. Thalia e Nico estavam mais firmes que nunca.

E como eu disse antes,algumas coisas mudaram depois disso.

–Eu não vejo fundamento em você ainda morar aqui,quando o seu vizinha está disponibilizando uma cama no apartamento dele para você – resmunguei enquanto entrava no apartamento delas,carregando algumas compras em sacos de papel.

–Eu precisaria de algumas gavetas – ela riu baixinho,jogando a chave no balcão – E talvez uma prateleira no seu armário no banheiro. E você não tem uma cama a mais.- ela virou a cabeça de lado,curiosa –Tem?

Ela era quase tão lerda quanto eu.

–Tenho certeza que daríamos um jeito nisso – suspirei. – E para a sua informação,amorzinho .. – coloquei um braço ao redor dos seus ombros,enquanto ela bebia um copo de água - ...estou lhe oferecendo a minha cama. –beijei-lhe na bochecha.

Ela corou e olhou para baixo,piscando diversas vezes.

– Eu vou precisar ouvir mais sobre isso – ela riu.

–O que quer dizer? –perguntei.

– A cama... – pigarreou como se a conversa se tratasse de ações da bolsa de valores – vem com algum tipo de combo?

–Como assim? – sorri de lado.

Eu sei que ela gosta desse sorriso.

Ela disse

Era bom que pudéssemos dizer o que sentíamos e o que quiséssemos agora.

– O combo....cama e Percy? – perguntou,passando o indicador de cima a baixo no meu peito.

Eu tive vontade de rir,mas ela ficaria muito brava. Era engraçado quando Annabeth se esforçava para me provocar. Se ela soubesse como só de rir como uma garotinha quando eu fazia alguma piada idiota ela me provocava,nunca mais tentaria me provocar.

– Eu posso pensar no seu caso – respondi aos sussurros. – Com carinho até.

–Carinho ? –ela sussurrou de volta,jogando os braços ao redor do meu pescoço,e dando-me um beijo rápido – Eu gosto de carinho.

– Eu sei que gosta – beijei sua bochecha,descendo pelo seu pescoço – Mas é sério...você deveria vir morar comigo.

–É muito rápido – ela suspiro,passando os dedos entre o meu cabelo e empurrando minha cabeça de encontro aos seus lábios quentes e com gosto de Frapuccio – Mas eu pensarei na sua proposta.

– Tudo bem –cedi,e sorri acariciando seu nariz com o meu. – Eu posso pensar em mais combos pra você.

–Pode é? –ela se afastou,sentando-se no balcão ao lado da chave,e puxando-me pela camiseta. Posicionei-me entre suas pernas e minhas mãos – que graças a rainha,eu não tinha mais que contê-las – foram diretamente para as suas coxas – Como por exemplo...? –perguntou destraindo-me de novo.

–Hm... –tirei os cabelos do seu pescoço,beijando-lhe ali – O combo me ver de cueca todo dia de manhã.

–Eu posso fazer isso daqui – sussurrou. – Você poderia dormir aqui mais vezes também.

– E vocês deveriam transferir essa pegação toda pro quarto – Nico reclamou,aparecendo na cozinha,e fazendo-me afastar de Annabeth.Fechei suas pernas e suspirei,sorrindo envergonhado para Nico – Sério,Percy. Agora eu sei porquê você foi expulso da suas terras.

–Não fui expulso –reclamei,indo me sentar no sofá e revirando os olhos.

–Nada nada educado ficar de pegação com moças americanas nos balcões! – ele riu,tirando uma garrafa da geladeira.

–Escuta Nico,você não tem uma ... não sei,casa? – perguntei. – Você tá sempre por aqui.

Ele riu alto,e coçou o queixo,uma barbinha por fazer crescia ali.

–Tenho,meu amigo – ele piscou e se dirigiu para o corredor das meninas de novo – Mas o que me interessa está sempre aqui.

Mas como relacionamento em ínicio , tivemos nossas discussões. Annabeth se mostrava uma moça muito doce,mas ela era muito brava quando queria.

E irritante também.

–Eu já disse : eu emprestei! – reclamei. Estávamos prontos para mais uma maratona no meu apartamento.Ela vestia só – eu digo isso com muito orgulho – só uma camiseta minha e algo de renda azul por baixo. Minha camiseta baixa até um pouco abaixo das suas coxas e ela parecia muito mais confortável com ela do que eu mesmo.

E a camiseta nunca me pareceu tão bonita.

Não é a camiseta. É ela.

– Pra quem? – ela perguntou irritada,arrumando o coque bagunçado. – E quando? E por quê?

Tirei minha garrafa de refrigerante da geladeira,e peguei um suco de laranja para ela. Empilhando tudo numa bandeija levei até a mesa de centro e sentei-me ao seu lado no sofá.

– Paraumagarotadafaculdade – disse num folego só. – Nada demais.

–Para um garota da faculdade? –ela arqueou as sobrancelhas e mais uma vez praguejei por namorar uma garota tão esperta – Uma garota?

–Isso.

–Feminina?

–Isso Annabeth – resmunguei,jogando o tempero sobre os nachos.

– Garota –ela murmurou – Uma mulher?

–Bem,pelo o que eu notei sim – brinquei piscando para ela.

Péssima.... Péssima escolha.

–Ah,então você notou? – ela riu sem humor,levantando-se – Que ótimo pra você então.

– Annabeth –

–Que tal assim? – ela juntou as mãos em frente ao corpo,cruzando-as – Você abrir os olhos e perceber que garota,mulher,moça,menina nenhuma e eu repito – ela se aproximou da forma mais sinistra do meu corpo – Nenhuma,Perseu...pede a quarta temporada de Doctor Who emprestada sem estar completamente interessada no rapaz que a tem!

Levantei-me também,pxando sua mão para minha.

–Querida –

–Não! – ela fez becinho e foi até a porta – Eu só volto aqui quando enfim tivermos a temporada de volta!

–Mas você tem as temporadas! – reclamei exasperado. Eu estava começando a ficar cansado de tentar entender as mulhes – Todas elas!

–Não é essa a questão! – ela abriu a porta,mas não saiu – A questão... a porcaria da questão e pare de fazer essa cara! – ela reclamou,mas eu definitivamente não sabia que cara era. – A questão...droga,pare de fazer essa cara!

–Que cara? – perguntei novamente.

–Essa aí!

–Mas..

–Você tá tentando me seduzir quando eu estou realmente muito put-

–Ei! –repreendi.

Sem palavras feias na minha casa.

Se ela morasse comigo,tudo bem.

– Muito irritada –ela ficou vermelha – Eu tô muito irritada.

–Amorzinho. – tentei me aproximar,mas ela já estava com um dos pés para fora.

–Não. –levantou o indicador para mim – A questão é você ser o idiota,recém-chegado mais incrível dessa cidade. E as malditas estarem querendo roubar você de mim!

–Annabeth – levantei as mãos em rendição – Eu pegarei as temporadas de volta amanhã.

Ela suspirou,ajeitou os cabelos de volta no coque que quase havia se desfeito. Eu não queria que ela fosse embora – por mais que fosse para o outro lado do corredor. Eu dormia muito melhor quando ela ficava.As bochechas coradas por raiva e as sobrancelhas franzidas.

Ela levantou a cabeça,empinando o nariz e veio de volta para o apartamento.

– Você nunca conseguiria ficar com raiva de mim,hun? – sorri de lado e pisquei para ela.

Annabeth pegou a tigela com nachos da mesinha de centro e saiu batendo a porta.

Foram três dias sem contato nenhum. Assim que peguei a quarta temporada de Doctor Who de volta,eu voei para o seu apartamento.Ela se desculpou,e me recompensou muito pelos três dias.

E os momentos divertidos com ela também aumentaram. Annabeth era tímida quando queria e extremamente mais tímida quando queria.

Entrei no apartamento delas sem me importar com a música alta. Thalia sempre desrespeitava as regras do prédio. Ouviam uma música altíssima e pela voz – e apesar de não conhecer muito – eu reconheci por ser Michael Jackson. Eu carregava minha mochila,eu estava atrasado por ter entrado no meio do semestre e enquanto todos já desfrutavam das férias,eu ia fazer prova na faculdade.

E vinha direto para o apartamento delas lamentar do frio que eu realmente achei que fugiria quando deixei Londres para trás.

Annabeth estava de costas para a porta,então ela não me viu quando eu entrei.

Estava de moletom,em uma mão segurava um espanador e na outra uma flanela. No chão tinha um balde com água e vários produtos de limpeza espalhados pelo chão.

– Just beat it, beat it - ela cantava junto com o som alto,fazendo uma dancinha que eu me lembro ter visto em algum lugar.

Ah sim. No próprio vídeo.

Ela jogava as mãos para cima,e dança/limpava ao mesmo tempo.

Era adorável,mas ela iria me bater quando me visse espiando.Ela mexia os quadris e limpava,enquanto as mãos dançavam no ritmo da música e limpavam ao mesmo tempo.

Era ridiculamente adorável.

–It doesn't matter who's wrong or right – gritou girando o corpo com os olhos fechados,ainda mantendo minha presença em total sigilo –Just beat it it it it.

Então ela começou a andar para trás,vindo em minha direção enquanto eu tentava não rir. E quando ela esbarrou em mim,gritou e tentou se afastar,mas eu segurei firme em sua cintura,segurando-a ainda de costas pra e sussurrei em seu ouvido.

–Eu não sabia que você dançava tão bem,querida.

–x-

Annabeth nunca poderia ser comparada com uma garota britânica. Principalmente por conta da sua aparência totalmente bronzeada e o jeito de falar,se expressar era muito mais fácil e menos irritante que o das meninas londrinas.

O sotaque dela era adorável. Não o meu.

E o seu corpo era uma coisa escondida pelas roupas,mas quando ela se atrevia a colocar uma calça mais justa eu tinha que voltar a controlar minhas mãos.

Sua boca se movia em perfeita sincronia com a minha,as mãos dela passando pelo meu cabelo,meus braços,peito.... ela sussurrava quando eu lhe dava chance de respirar,mas não por muito tempo antes de suplicar que ela me beijasse de novo.

Minhas mãos se tornaram ousadas desde que eu me mudei para os Estados Unidos. E se tornaram ainda mais impossíveis desde que comecei a namorar Annabeth. Eu empurrava sua cabeça delicadamente para mim,e enrola minha mão em seus cabelos da nuca,fazendo-a suspirar de forma tão constrangedora que ela me bateria se não estivéssemos sozinhos em seu apartamento no melhor...como ela diz? “Amasso”.

– Eu sou cardíaca – ela sussurrou,quando lhe dei oportunidade de respirar – Quero dizer,vou virar cardíaca se você ficar fazendo isso.

–Isso o que? – perguntei enquanto dava-lhe um trato naquele pescoço perfeito.

Ela enroscou sua perna em meu quadril,fazendo-me encostar ainda mais em seu corpo. A segunda temporada de White Collar completamente esquecida na televisão. Puxou minha camiseta para cima,fazendo-me levantar os braços e ajudá-la a tirar.

– Isso – ela continuou a passar as mãos,agora pelas minhas costas – Deus,como você é gost-

–Ei! – repreendi.

–Não é palavra feia – ela fez careta e beijou-me nos lábios mais um vez – É elogio.

–Você pode dizer bonito – puxei a sua camiseta para cima,e ela fez o memso ajudando-me a tirá-la . – Maravilhoso. Lindo.

–Ok,já enten-

–Perfeito –beijei-lhe o colo e sorri – Próximo na sucessão do trono da Inglaterra.

–Como você é convencido quando quer – revirou os olhos,puxando-me de volta para a sua boca.

Ela passou aos mãos pelo meu cabelo,e as minha s- não me culpem – passaram a apalpar tudo que tinha na frente. Beijei-lhe o colo,descendo de vagar até chegar a sua barriga lisa. Olhando o jeito como ela mordia os lábios, eu tinha certeza de que estava com a garota certa.

Eu nunca tive muitas garotas. Eu sempre fui – pasmem – tímido como o inferno para xavecar alguém.

Mas não hesitaria,nem um segundo sequer em ter que passar pelo inferno para ter Annabeth.

Nem um segundo a mais.

–...

– Quarto,Percy –ela gemeu baixinho quando apertei seus seios por cima do sutiã preto rendado dela.

Desculpem se as informações ficarem mais escassas a partir daqui.

Na verdade....me desculpem por estar oficialmente terminando esse relato por aqui.

Mas eu preciso me concentrar em outras coisas aqui....se é que vocês me entendem.

O ba-donka-don de Annabeth precisa de atenção.

....

...

Tudo bem,prometo não usar essa palavra nunca mais para descrever a minha garota americana nos relatos.

Se tiver mais relatos.

....

E com certeza teremos.


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Notas finais do capítulo

gente,vem cá
vcs já repararam no quão ridiculamente boa é a dancinha de Beat it?
(aqui onde eu moro,frapuccio é abreviação de frappuccino)