Ondas de uma vida roubada escrita por Maresia


Capítulo 73
Pegadas de luz




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O silêncio e a inquietude reinavam em toda a sua plenitude no apartamento do Arqueiro, adocicando com o perfume da tormenta os sonhos inconstantes do herói, fazendo-o acordar num rompante de dor e perda, algo algures entre o seu amor por Diana e a infelicidade que sentia agitava-se mortalmente no seu rebelde coração.

— O que se passa afinal, tenho estado a sonhar com a Diana, algo está errado. - Murmurou o mestre das setas em voz triste, olhando para o seu despertador. - São duas e meia da manhã, será que ela ainda está acordada? - Interrogou-se de forma ansiosa, pegando no seu telemóvel. - Vá lá princesa atende! - Suplicava desesperado escutando os sinais sonoros entoarem sem fim nos seus ouvidos. - Mas quem é a esta hora? - Questionou-se surpreendido, ouvindo o som inconfundível da campainha. - O que estás aqui a fazer?

— Clint, posso entrar? Preciso mesmo de falar contigo, é muito urgente. - Disse a voz trémula de Steve Rogers, parado na ombreira escura da porta.

— Cap, eu acho que não temos mais nada para falar, neste momento a única coisa que nos une são os Vingadores, desculpa, boa noite...

— A Diana está às portas da morte, preciso de ajuda, por favor! - Implorou o Capitão de forma urgente e dramática, segurando o Gavião pelo braço.

— O que é que tu estás para aí a dizer? - Interrogou o Arqueiro em tom incrédulo, fazendo sinal para que Steve o seguisse até ao interior sonolento do apartamento, talvez os seus bizarros sonhos tivessem algum fundamento. - O que aconteceu? - Perguntou alarmado, fitando o Capitão com cara de poucos amigos.

— Eu posso explicar, tem calma, nós podemos salvá-la, senta-te, por favor. - Pediu Steve em voz distante, sabia que o tempo era escasso, sabia que a vida da adolescente estava presa por uma débil linha de calor, todavia a história tinha que ser explicada.

— Não me peças para ter calma, a mulher da minha vida está a morrer, quero saber o que se passou, agora! - Gritou o mestre das setas furioso, dando um valente murro na parede.

— Pelo que eu pude apurar, ela quando saiu da minha casa, foi certamente até à praia, tu sabes como ela gosta do mar. - Principiou o Primeiro Vingador em voz cansada, levantando uma das mãos para impedir que o mestre das setas interrompesse o seu discurso. - Isto que te vou contar não é do conhecimento geral, e presta atenção ao que eu te digo, não pode sair daqui pois trata-se de um assunto bastante delicado. Na parte mais remota do oceano, existe um reino sagrado, um reino cuja antiguidade rivaliza com a durabilidade do próprio tempo,

— Mas que história tão absurda, nunca ouvi falar em tal coisa. - Atirou o Arqueiro em voz fria, estava a perder a paciência, o que se passaria na cabeça do super soldado, certamente estava a ficar louco.

— Se me deres algum tempo eu posso explicar, esse reino é designado por Atlântida, o seu governante chama-se Namor, lutou ao meu lado no decorrer da Segunda Guerra Mundial. - Continuou Rogers em tom pensativo, tinha que ser breve, o avanço do tempo não perdoa e a morena certamente estaria cada vez mais perto dos portões do mundo das almas. - A Diana cometeu o grave erro de nadar até aos domínios de Namor, as leis lá são intransponíveis, ninguém pode ter conhecimento da existência desse reino. O meu grande amigo sempre foi uma pessoa demasiado cautelosa, ele tem muita dificuldade em confiar nos seres da superfície, vive constantemente aterrorizado com a expectativa de perder a soberania de Atlântida. Para bem do seu povo, os Atlantes, Namor travou uma grande luta com a Diana deixando-a à beira da morte, porém teve o bom senso de a deixar viva, muito ferida, mas viva.

— Desgraçado, ele pagará bem caro! - Exclamou Clint enraivecido, respirando as faíscas de fúria que ardiam nos seus lindos olhos azuis. - Diz-me onde se situa esse maldito reino!

— Tu não ouviste nada do que eu estive a dizer pois não? - Inquiriu o super-soldado em tom audível, ignorando os protestos do mestre das setas. - Tens que vir comigo até ao hospital, ela precisa de uma transfusão de sangue.

— Já pediste a mais pessoas? - Perguntou o Arqueiro em voz preocupada, pegando na sua carteira e as chaves do carro, saindo do apartamento a grande velocidade.

— Sim, mandei uma mensagem a todos os Vingadores, porém achei que devia falar pessoalmente contigo. - Justificou-se o Capitão em voz frágil, subindo para a sua potente mota.

— Se quiseres podes vir no meu carro, e já agora obrigado. - Proferiu o mestre das setas em voz triste, esta situação crítica fê-lo dar outro sentido à palavra oportunidade.

 - Não é necessário, obrigado, eu tenho que passar noutro lugar primeiro, adeus. - Despediu-se o bravo Americano de forma estranha e ausente, partindo a grande velocidade rumo às suas mais remotas e sangrentas memórias.

Quando Clint chegou ao hospital, o seu sangue gelara fruto da brisa de desespero que devastara impiedosamente o seu coração, os seus lábios secaram devido às enormes pingas de sofrimento que inundavam o seu espírito, os seus olhos, habitualmente sorridentes, estavam encarcerados por uma grossa e impenetrável muralha de tristeza, derramando no seu peito lágrimas de sangue e solidão, a sua expressão, usualmente traquina, era agora pálida, lívida, derrotada pelo fantasma da infelicidade e da perda.

A sala de espera estava completamente apinhada, no centro do pavimento podia ver-se heróis como Bruce Banner, Luke Cage, O quarteto Fantástico, o Homem Formiga, Thor, a Vespa, o Demolidor e muitos outros que se confundiam no meio da multidão. Num canto mais distante do aglomerado de heróis estava Tony Stark, sentado no chão revestido pelo lamento e pela aflição, encostado a uma parede despida de compaixão ou misericórdia, cobrindo o rosto com as mãos trémulas e afogadas em mil lágrimas de desgosto. Sozinho, entregue a si próprio reflectia em todas as peripécias que o seu passado escondia, em todas as histórias que o seu presente suportava e em todas as revelações que o seu futuro profetizava.

— Clint, estás bem meu? - Perguntou Scott surpreendido, aproximando-se do seu amigo. - Ainda bem que vieste.

— Onde é que me dirijo para dar sangue? - Balbuciou o mestre das setas em voz atabalhoada, piscando os olhos para reconhecer quem se encontrava parado na sua frente.

— A enfermeira vem chamar por ordem de chegada, não pareces nada bem, tem calma ela vai ficar óptima. - Tranquilizou-o o domador de formigas em tom amável, de todos ali presentes ele era o que melhor conhecia a história de Clint e Diana, sabia perfeitamente a tormenta pela qual o seu amigo estava a passar, apesar de mais ninguém saber, ele sabia e estava ali, a seu lado, para o que ele precisasse. - Queres tomar um café?

— Não quero nada, achas que posso passar à frente? - Inquiriu o mestre das setas em voz sumida, olhando para a multidão apinhada que compunha a fila de espera para a sala de análises.

— Por mim podes, não tem problema algum. - Respondeu Lang no mesmo tom amável, percebia pela respiração do louro que o seu coração viajava através dos arcos tristes de uma sinuosa ponte de ansiedade.

— Quem é que está lá dentro? - Questionou o mestre das setas curioso, tentando espreitar para o interior do gabinete médico.

— O Homem Aranha, mas já lá está dentro há bastante tempo. - Comentou Scott confuso, olhando para o seu relógio. - O Stark está super deprimido, tem estado assim desde que a médica que está a observar a Diana lhe disse que ele não podia estar junto dela, está realmente inconsolável, bolas nunca o tinha visto assim!

— Vou falar com ele. - Decidiu Clint determinado, tinha consciência que Tony estava furioso com ele, no entanto naquelas circunstâncias complicadas não podia permitir que as divergências que os separava fossem mais fortes do que o amor e o carinho que ambos sentem por Diana, estava na altura das tréguas os brindarem com a sua doce harmonia.

— Fica quieto Homem-Aranha, assim não te consigo fazer a análise! - Exclamava a enfermeira desesperada, tentando segurar Peter com extrema dificuldade.

— Isso dói! Será que não existe uma forma de tirar sangue sem magoar, bolas! - Retaliou o herói mal-humorado, correndo em volta da mesa. - Essa coisa quase me fura o braço de um lado ou outro.

— Isto não dói, prometo, se te portares bem dou-te um chocolate com meio metro! - Exclamou a profissional de saúde em voz gulosa, caminhando até um armário.

— A sério? Uma picada de agulha por um chocolate gigante, acho que é uma boa troca, talvez possamos acrescentar um café à proposta! - Negociou o Aranha em voz maliciosa, sorrindo no oculto da sua máscara.

— Senta-te aqui, e não te mexas, não vai doer nada. - Disse a enfermeira de forma suave, aproximando a agulha do braço do jovem. - Já está, podes ir.

— Senhora enfermeira quanto tempo demora os resultados a chegar? - Perguntou o Homem Aranha adoptando um tom mais sério, salvar a sua melhor amiga era a única coisa que lhe importava naquela altura.

— Como o grau de urgência destas análises é bastante elevado não vai demorar muito tempo, fica tranquilo, a tua amiga vai ficar bem. - Disse a enfermeira em voz calma, compreendendo que Peter somente dizia piadas para esconder o seu verdadeiro e aterrador sofrimento.

— Pode ficar com o chocolate, quando a Diana acordar ela vai adorar comê-lo. - Proferiu o herói de forma triste e distante, saindo do gabinete médico.

— Senhor Johnny Storm, por favor! - Chamou a voz macia da enfermeira, olhando para o computador onde a enorme lista de dadores desfilava através da fresca passerelle da esperança.

— Uau, tenho que vir mais vezes ao hospital! - Exclamou o Tocha Humana com um ar pomposo a brincar no seu rosto, entrando teatralmente pela porta entreaberta do gabinete, perseguido pelos protestos da sua irmã.

— Não quero falar Clint, deixa-me estar, por favor. - Murmurou Stark em voz sufocante, sentindo a mão do Arqueiro sobre o seu ombro.

— Tony, sei que tivemos os nossos dramas, porém acho que nesta ocasião difícil devemos estar mais unidos do que nunca, a Diana precisa de nós. - Resignou-se o mestre das setas em tom sincero, quando Diana melhorasse precisaria de sentir harmonia e paz em seu redor, precisa de saber que os seus amigos estavam bem. - Não vale a pena chorar sobre leite derramado, o caminho é em frente, e acredito que não será um caminho fácil, por isso é que temos de estar unidos, colocar os nossos problemas para trás das costas é meio caminho andado para a recuperação da Diana.

— Talvez tenhas razão. - Disse Tony em voz abafada, erguendo o rosto molhado, limpando os seus inteligentes olhos azuis feridos pela cor vermelha à manga do seu polo branco. - Já fizeste a análise?

— Sou a seguir, agora está lá o Thor. - Respondeu Clint esperançado, olhando em redor, a sala estava cada vez mais vazia o que aumentava as probabilidades de Diana encontrar um dador compatível. - E tu já deste sangue?

— Sim, fui o primeiro, mas isso não interessa, se não for eu a salvá-la que seja qualquer um de nós. - Proferiu o Homem de Ferro em tom baixo, levantando-se do chão, olhando para o relógio. - O tempo não pára.

— Meus senhores, peço desculpa por estar a interromper, mas gostaria de vos dizer que apesar de eu não poder ser dador de sangue, devido a energia gama que percorre o meu corpo, estou aqui para vos dar o meu apoio, pois nunca conhecia ninguém tão justa e gentil como esta miúda, estou aqui para o que precisarem. - Proferiu a voz baixa e triste de Bruce Banner, aproximando-se lentamente de Stark e de Clint.

— Obrigado Bruce, todo o apoio é sem dúvida importante. - Respondeu Tony em voz ofegante, esquecendo momentaneamente o ódio que nutria pelo herói verde.

— Obrigado por teres vindo Bruce. - Agradeceu o louro em voz sumida, esticando uma das mãos a Bruce. - Ela vai precisar da ajuda de todos os amigos. - Concordou o Arqueiro em voz pensativa, escutando o seu nome através do altifalante. - É a minha vez.

— Vai lá, olha eu tenho que me ausentar durante uns momentos, se existirem alterações, por mais insignificantes que sejam, liga-me. - Pediu o milionário tristemente, dirigindo-se à entrada principal do hospital.

— Fica tranquilo, eu aviso. - Gritou o louro por cima do ombro, entrando no gabinete médico.

— É o senhor Clint Barton? - Perguntou a enfermeira em voz suave, lambendo involuntariamente os lábios. - Tem sido um melhor do que o outro.

— Sim, sou, podemos despachar isto, por favor? - Pediu o Arqueiro em voz amedrontada, escutara perfeitamente o comentário elaborado pela profissional de saúde, apesar dela ser bastante atraente não iria cometer os mesmos erros que cometera no passado, chega de desperdiçar oportunidades. - Vamos lá, não está a entender o grau de urgência destas análises, mexa-se de uma vez por todas!

— Tem calma, isto não vai doer nada. - Retaliou a enfermeira em voz baixa, colocando o garrote no braço do Vingador. - Posso perguntar se este menino tão bonito tem namorada? - Questionou, enquanto picava a veia do louro.

— Por acaso tenho e não pretendo trocá-la por ninguém deste mundo. - Respondeu o Gavião de forma confiante, não permitiria que existisse margens para equívocos. - Posso ir?

— Claro, a tua namorada deve ser uma miúda muito sortuda. - Comentou a profissional de saúde em tom insatisfeito, lançando a Clint um olhar repleto de atracção.

— Não tenho paciência para estar aqui a dar conversas a solteiras com a mania que são boas, quando a minha namorada está a lutar pela vida numa cama hospitalar, adeus! - Exclamou o Arqueiro incrédulo com o que os seus ouvidos escutavam, noutros tempos era ele quem dava o primeiro passo, aquela miúda era mesmo estranha!

— Tory tens que arranjar um namorado, estás a ficar desesperada, só pode ser isso, poças, ele é mesmo giro! - Pensou a enfermeira, vendo o mestre das setas desaparecer no vasto corredor que conduzia ao balcão de informação.

— Boa noite, peço desculpa de a estar a incomodar, será possível visitar uma paciente que está cá internada? O nome dela é Diana e entrou num estado bastante grave, por favor. - Pediu o Arqueiro em voz preocupada, o seu coração ardia através das fontes do sofrimento e do desespero, tinha que ver a sua princesa.

— Lamento mas não é possível visitar essa paciente, o estado clínico dela é bastante reservado. - Respondeu a recepcionista em tom amável, teclando rapidamente no computador.

— Por favor, eu prometo que não a perturbo, ela é a minha namorada, preciso mesmo de a ver, se lhe acontecer alguma coisa, eu nunca me perdoarei, nunca. - Implorou o Gavião em tom suplicante, vagueando desesperado através da roda e trémula esperança que ainda incendiava o seu coração. - Por favor, só preciso de cinco minutos, apenas isso.

— Venha comigo, no entanto este assunto não pode sair daqui, eu posso perder o meu emprego, tem cinco minutos nem mais nem menos. - Disse a senhora em voz compreensiva, conduzindo o louro até uma pequena sala de fardas. - Vista isto por favor. - Disse, dando uma bata de enfermeiro a Clint. - O quarto dela é no fundo deste corredor, eu não o conheço, nem nunca tivemos esta conversa, adeus.

— Obrigado. - Murmurou o mestre das setas ligeiramente mais aliviado, vendo a recepcionista afastar-se a passada larga. - Mas que raios...

— Faz pouco barulho, queres que me descubram? - Ripostou a voz traquina do Homem Aranha, saltando na direcção do louro, colocando uma das suas luvas dentro da boca do espantado Arqueiro. - Que fatiota interessante, também dás chocolates?

— Não, não dou. Como é que ela está? - Inquiriu o louro em voz sumida, caminhando até à beira da cama da sua doce cereja, acariciando-lhe o rosto marcado pela crueldade de Namor. - Mesmo assim continuas linda. - Pensou tristemente, sentando-se numa cadeira de madeira.

— Ela não está nada bem. - Respondeu Peter em tom apreensivo, segurando na mão da sua melhor amiga. - O Cap contou-te sobre quem lhe tinha feito isto?

— Sim, foi um Atlante chamado Namor. - Respondeu o mestre das setas em tom odioso, acariciando os cabelos ainda molhados da sua preciosa Ariel. - Pelo que eu compreendi ele vive no fundo do oceano, num reino designado por Atlântida.

— Certo, estou a compreender. Vou deixar-te sozinho com ela, eu só vim dar sangue para ficar tranquilo com a minha consciência, bem sei que o meu sangue, devido à aranha radioactiva que me mordeu, tornou-se incompatível com qualquer ser humano, até logo, dá-me notícias. - Despediu-se o Aranha em voz abafada, saltando com a leveza de uma pluma pela janela, não gostava particularmente de Clint, porém conhecia o amor que a sua amiga sentia por aquele traste, pode ser que ele tivesse aprendido a lição e agora que a estava quase a perder reconhecesse o verdadeiro valor da palavra oportunidade.

— Obrigado meu. - Agradeceu o Arqueiro numa voz silenciosa e aterrorizada, perdido entre a palidez e as nódoas de sangue que insolentemente cobriam a alma da sua doce princesa. - Amor, sei que bem lá no fundo do teu coração me estás a escutar, sei que no fundo ainda me amas e por isso continuas a lutar pela nossa felicidade, sei que fui um sacana quando traí os teus sentimentos com a minha estupidez, mas acredita, se o arrependimento matasse seria eu que estaria deitado nessa cama, trocaria contigo de bom grado. Princesa o meu coração chorou lágrimas de cereja e menta quando soube que estavas às portas da morte, pensei que era o fim, o meu e o teu, no entanto segui milhares de pegadas de luz até ti, percebi que a morte é demasiado fraca para abraçar alguém tão forte e maravilhosa como tu, jamais irias abandonar este mundo que tanto precisa da tua gentileza e da tua bondade. Acredito que por mais erros que eu tenha cometido, eu não nego que os cometi, ainda tenho um cantinho muito especial no teu coração, quero tanto recuperar a nossa felicidade, os nossos sonhos, o nosso futuro, quero que o teu sorriso volte a iluminar a leve frescura das minhas setas. Vive princesa. - Murmurou, derramando mil gotas de prata e saudade no peito da jovem, beijando-a ternamente nos lábios frios e sem expressão. - Já fiz a análise ao sangue para saber se sou compatível contigo, fizemos todos, o Tony, o Thor, o Scott, o Homem Aranha, a Sue, todos os teus amigos estiveram aqui para prestar o seu apoio, sempre presaste muito a união não é verdade? - Porém algo despertou a atenção do Arqueiro, enfermeiros e auxiliares corriam apressados de um lado para o outro, trazendo a medicação aos pacientes, estava na hora de ir embora. - Eu esperarei por ti para sempre, quando regressar esse lindo rosto já estará iluminado pelo teu doce sorriso, eu acredito na força do nosso amor. - Despediu-se em tom esperançado, voltando a cravar o seu amor e devoção nos lábios da sua Bela Adormecida.

Algures numa qualquer viela de Nova Iorque, onde o porto marítimo se perdia no horizonte escuro e poluído, Tony Stark procurava alguém através das suas aguçadas pupilas, talvez fosse naquela noite que o passado lhe desse finalmente tréguas.

— Eu sabia que te iria encontrar aqui, só um cobarde é que se viria esconder no meio da noite. - Comentou o milionário em tom reprovador, encarando alguém sentado numa pequena rocha. - A tua filha está a morrer, o que pensas fazer em relação a isto? Ela precisa do teu sangue para sobreviver!

— Não posso fazer nada. - Retorquiu o homem em voz trémula, limpando o rosto com a mão.

— Como assim, não podes fazer nada? Tens noção da merda que estás a dizer? É a vida da tua filha que está em causa! Reage, encara os teus erros de cabeça erguida! - Gritou Stark furioso, batendo com o pé no terreno arenoso. - Será que te tornaste uma pessoa tão egoísta que nem a vida da tua única filha te importa? Que raio de homem és tu afinal?

— Um homem que sofre, chora e desespera. - Respondeu o sujeito em tom recriminador, refugiando-se nos seus mais profundos lamentos que infelizmente de nada lhe serviam.

— Mesmo que queiras manter o anonimato tu podes ir até ao hospital e fazes a porcaria da análise, salva a vida da Diana! - Insistiu o Homem de Ferro em tom suplicante. - Houve esta é a oportunidade que precisas para te redimires com o teu passado, agarra-a antes que seja tarde de mais.

— Não posso dar sangue. - Respondeu o homem de forma melancólica, erguendo-se da pedra onde cravara a sua aparente cobardia. - Não insistas, eu não posso fazer nada.

— Sabes que mais? Devias ser tu a estar naquela cama a lutar pela vida, mereces mais do que ela. Realmente não prestas. - Atirou Stark em voz fria, dando um valente empurrão no estranho, partindo a tremenda velocidade em direcção ao hospital.

— Doutora Sophia, já temos os resultados das análises, existe um dador, é o senhor...

Que tipo de relação existe entre o pai de Diana e Tony Stark? Quem é o pai da adolescente? De quem é o sangue que devolverá o sorriso à Sereia? Será o amor de Clint e da Vingadora mais forte do que a própria morte?


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