Ondas de uma vida roubada escrita por Maresia


Capítulo 52
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Acompanhados pelas reluzentes estrelas, Steve Rogers e Diana entraram em passada larga no pequeno apartamento, cravando no soalho os sonhos, as fantasias e os desejos que os tornaram os heróis mais poderosos da terra.

— Espera um pouco, vou chamar uma amiga minha, ela é enfermeira, pode cuidar de ti. - Informou o bravo soldado em tom baixo e ternurento, pousando a jovem como uma leve pluma no seu sofá.

— Obrigada Steve. - Murmurou a Vingadora de forma sumida e cansada, vendo reflectidas nos olhos daquele homem magnífico os brasões da luz e da esperança, enquanto este voltava costas, espalhando no ar um agradável e fresco odor a coragem e bondade.

Dois minutos depois, o louro adentrava rapidamente pela porta entreaberta, trazendo no seu encalce uma jovem e esbelta enfermeira, que segurava na mão uma mala de primeiros socorros.

— Sarah, esta é a Diana, acho que não é necessário alertar-te de que este serviço é altamente sigiloso. - Apresentou Steve em voz urgente.

— Claro, podes ficar tranquilo. - Concordou a profissional de saúde, lançando um leve sorriso a Rogers.

— Podes tratar dela no meu quarto, assim ficam certamente mais à vontade. - Sugeriu o Capitão pensativo, apontando a direcção da divisão oculta nas suas noites sem sono.

Quinze minutos depois, a enfermeira acompanhava a morena de regresso à sala, segurando algumas receitas de medicamentos que a jovem deveria tomar para evitar infecções indesejadas.

— Como estás? - Perguntou Rogers de forma distante, ajudando Diana a instalar-se no sofá a seu lado.

— Estou como nova, obrigada. - Afirmou a Vingadora sorridente, acenando a Sarah que deslizava elegantemente até à porta.

— Se precisares de alguma coisa sabes onde me encontrar Steve. - Despediu-se a jovem mulher divertida, lançando um profundo beijo a Rogers.

Steve, com um suave gesto da sua mão esquerda retirou com delicadeza o capuz azul água que ainda cobria o doce rosto da Sereia, olhando-a com profunda admiração e nostalgia.

— Acho que entre nós não é necessário existirem máscaras, pois não? - Brincou o Capitão divertido, passando uma mão pelo cabelo cor de chocolate.

— Ninguém é totalmente verdadeiro, todos nós em qualquer momento da nossa vida utilizamos disfarces ou máscaras que escondem os nossos reais sentimentos, feitos, reacções ou recordações. - Declarou a Sereia sabiamente, olhando aquele coração verdadeiro e amável onde as sombras por vezes habitavam.

— Sim, talvez tenhas razão. - Disse Steve com o passado a espreitar pelas suas pensativas palavras. - Pareces cansada. - Constatou, vislumbrando as finas linhas da exaustão amararem lentamente no rosto da morena.

— Sim, estou muito cansada, achava que esta noite não iria ter fim. - Desabafou a Sereia em voz ensonada, massajando o braço onde a navalha de Orlando cravara a sua fúria desmedida.

— Vem comigo, hoje dormes cá em casa, ficas no meu quarto, espero que não te importes. - Sugeriu Rogers com a doçura e o carinho a brincar no seu coração.

— E tu onde dormes? - Questionou Diana apreensiva, segurando na mão forte do soldado.

— Não te preocupes o meu sofá é bastante confortável, acredita eu já dormi em lugares muito maus. - Afirmou o louro com a voz bafejada pela tristeza, desfigurada pelas gananciosas espadas do conflito que vitimara para todo o sempre a alma do mundo.

— Como era no tempo da guerra? - Interrogou a Vingadora em tom compreensivo, observando a escura pintura que se desenhava dolorosamente na alma do ícone Americano.

— És demasiado bondosa e doce para entenderes as passagens da Guerra. Recuso-me a manchar a tua alma repleta de luz e amor com as sombras frias e ardentes de outrora. - Respondeu o louro sinceramente, ajustando os cobertores da sua cama, pousando nas fofas fibras toda a sua humildade, segurança e bravura. - Agora dorme, amanhã é um novo dia. - Ordenou numa gentil brisa, voltando costas, apagando a luz, preparando-se para abandonar o quarto.

— Steve espera. - Pediu a Sereia de forma doce, erguendo a cabeça da almofada.

— Precisas de alguma coisa? - Questionou Rogers em voz baixa, ajoelhando-se ao lado da cama.

— Fica comigo. - Murmurou a morena mal mexendo os lábios, segurando com força o triunfante ressurgimento de uma nova e tranquila madrugada.

— Fico até adormeceres. - Concordou o Capitão de forma carinhosa e nostálgica, saltando para as profundezas dos seus cobertores.

— Fico feliz por saber que estás sempre aqui quando eu preciso. - Confessou a morena em voz sumida, abraçando o Capitão com a inocência da sua infância, beijando-o calorosamente no rosto.

— Ultimamente tenho falhado muito. - Disse Steve aborrecido, recordando todas as vezes em que aquele estranho homem barrara o seu caminho. - Descobriste alguma coisa sobre o tipo das vestes negras? - Perguntou esperançado, passando um dos musculados braços sobre o corpo esguio da adolescente.

— Não, ele apenas aparece em momentos delicados. - Respondeu Diana pensativa, relembrando que estava viva graças à rápida intervenção do misterioso viajante das sombras.

— Ele deve ser alguém muito especial, só não entendo porque se esconde atrás de uma máscara. - Proferiu Rogers curioso.

— Não fiques inseguro, tu ainda és a melhor pessoa que eu alguma vez conheci. - Sussurrou a morena honestamente, acariciando os brilhantes cabelos do soldado.

— Como estão as coisas entre ti e o Clint? - Perguntou Steve esforçando-se por não parecer intrometido, pousando a cabeça da jovem no seu peito.

— Nós estamos bem, fica descansado. - Respondeu Diana, pedindo a todos os céus para que aquela felicidade não passasse apenas de uma miragem temporária.

— Acho que ele não iria ficar muito satisfeito se soubesse que tu estás cá a dormir. - Constatou Rogers divertido, sorrindo com prazer, disfrutando daquele estranho momento, repleto de cumplicidade e ternura. - Se ele te magoar diz-me.

— Ele não me vai magoar. - Garantiu a Vingadora repleta de certezas vãs e ingénuas, absorvendo cada deliciosa carícia que Rogers lhe fazia no rosto, tomado pelo cansaço. - Dorme bem.

— Boa noite. - Desejou o Capitão espalhando mel pela doce face da morena.

Juntos deslizaram pelo grandioso portal do mundo dos sonhos e da fantasia, caminharam sobre uma ponte branca, repleta de setas que indicavam qual o melhor caminho a seguir, juntos penetraram nas boas recordações que forjavam as suas memórias, vivências e desejos, deixando num profundo abismo a culpa, a separação e a traição, enlaçando os seus corpos com a grossa ampulheta do tempo, transpondo de alma e coração a fina roleta não permitida pela cumplicidade, pelo desejo e pelo amor. Os seus receios assentavam numa pequena neblina que traria o fim daquela maravilhosa noite e o recomeço da alvorada, onde o perfeito véu do enigma os deixava de proteger, deixando a sua obsessiva cumplicidade à mercê dos olhos do sol escaldante.

— Bom dia, bela adormecida, desculpa mas adormeci aqui. - Saudou o Capitão em tom jovial, beijando a Vingadora na face.

— Bom dia Capitão, não tem importância. - Respondeu a Vingadora em voz sumida, retirando os cabelos da frente dos olhos.

— Tens fome? - Questionou o soldado de forma preguiçosa e deliciada.

— Sim, tenho muita, posso utilizar a casa de banho? - Respondeu a Sereia sorrindo.

— Claro, a minha casa é a tua casa. - Disse Steve alegremente, saltando da cama, dirigindo-se à cozinha para preparar a refeição.

Daí a cinco minutos, sobre a mesa de refeições repousavam tranquilamente um prato com torradas barradas com compota, um jarro de sumo de frutos frescos e uma cesta de frutas diversas.

No pequeno apartamento do Gavião, o fofo cãozinho brincava com os atacadores dos ténis do seu dono, enquanto este se tentava concentrar para ler o jornal diário.

— Vá lá seu traquina deixa-me ler as notícias! - Exclamava o Arqueiro divertido, afagando a pelagem do seu amigo de quatro patas. - “ Massacre em Brooklyn” - Lia-se na primeira página do jornal de informação. - “ Ontem, ao anoitecer, ocorreu uma verdadeira rixa de gangs no problemático e bem conhecido bairro de Brooklyn. Ao que o nosso jornal conseguiu apurar, o massacre, que vitimou uma dezena de pessoas, teve a sua origem no comércio ilegal de droga. Tratou-se de uma vingança sórdida que custou a vida e a liberdade a inúmeras pessoas. Entre tiros, sangue e caos surgiu a intervenção rápida e inconsequente de uma Vingadora, cuja identidade ainda não nos é possível revelar, contudo o conflito não terminou nessa altura. Fontes da polícia garantem que o autor dos mortos foi alguém desconhecido que se esconde atrás de vestes negras, que disparou sem misericórdia sobre os combatentes, saindo do fogo cruzado com a dita Vingadora nos ombros, estaremos nós perante uma tremenda ameaça que nem polícias vocacionados e bem treinados têm a capacidade de neutralizar? Depois da atroz confusão cessar, os oficiais prenderam cinco elementos altamente ligados ao mundo do tráfico, ficarão detidos até julgamento.” - Terminou, enquanto um sorriso cínico lhe alegrava o rosto bonito. - Polícias bem treinados, contem-me outra história essa já não pega. - Comentou, comendo deliciado um donut de chocolate. - Espera lá! - Exclamou assombrado, vendo uma fotografia muito desfocada. - Esta é a Diana. - Constatou apreensivo, segurando no telemóvel.

— Diana o teu telemóvel está a tocar! - Exclamou Steve, batendo na porta da casa de banho.

— Atende, não tem problema. - Respondeu a voz abafada da morena misturando-se com a água corrente.

— Diz Clint. - Proferiu Rogers em voz audível, segurando no telemóvel da sua pupila.

— Cap! Porque raios estás a atender o telemóvel da Diana? - Perguntou o mestre das setas desconfiado, tamborilando com as pontas dos dedos na sua mesa da cozinha.

— É uma longa história. - Respondeu o soldado, adoptando uma postura defensiva.

—Podes contar, eu tenho muito tempo. - Disse o Arqueiro em tom provocador, apertando o telemóvel com a mão.

— Pára de ser arrogante, não aconteceu nada do que estás a pensar, fica descansado. - Ripostou Steve em tom frio.

— Sabes que mais, tu andavas deserto para que isso acontecesse, eu já sabia, não precisas de inventar uma história. Diz à Diana para ter coragem de acabar comigo pessoalmente, fico à espera dela! - Gritou o Arqueiro completamente fora de si, atirando o telemóvel para cima de um qualquer armário que decorava as paredes da cozinha.

— O que é que tu foste fazer Steve Rogers? - Murmurou o Primeiro Vingador em voz sumida, pousando delicadamente o aparelho em cima da mesa do pequeno-almoço.

— O que é que o Clint queria? - Perguntou a morena, lançando um profundo bocejo no ar.

— Ele não está muito bem-disposto, acho que ele...

— Sim, eu já sei do que a casa gasta, ele está com ciúmes. - Completou a Vingadora em tom cansado.

— Acho que ele pensa que tu queres acabar com ele. - Explicou Steve alarmado. - É melhor ires falar com ele.

— Assim o farei, que tipo mais casmurro! - Exclamou a Sereia irritada, cobrindo o rosto com o seu capuz azul água. - Falamos mais tarde, adeus. - Despediu-se, dando um forte abraço no Capitão, nesse momento teve a certeza de que por mais adversidades que barrassem o seu caminho aqueles braços estariam sempre abertos para si.

— Fico à espera. - Murmurou Steve de forma deprimida, beijando calmamente a jovem...

Clint descia as escadas do seu prédio a tremenda velocidade, nem reparando nos vizinhos que alegremente o saudavam, estava furioso, revoltado e colérico, como é que um homem íntegro como Steve Rogers fora capaz de o trair daquela forma nojenta?

— Seu cobarde, mentiroso e presunçoso! Se pensas que isto vai ficar assim estás muito enganado, muito enganado mesmo! - Exclamou o Gavião irritado, abrindo com estrondo a porta estilhaçando o vidro no chão de azulejo.

Saiu para a rua apinhada, olhando com cara de poucos amigos um casal de namorados que deambulava ali perto, retirou a chave da caixa do correio dos seus jeans de ganga escura e abriu com força a porta do compartimento, deixando as suas cartas caírem pesadamente no passeio.

— Mas que brincadeira é esta? - Perguntou o Gavião assustado, sentindo umas pequenas mãos cobertas por luvas taparem-lhe os olhos.

— Adivinha. - Sussurrou Diana divertida, beijando carinhosamente o Arqueiro no pescoço.

— Diana. - Disse Clint em tom inexpressivo, encarando tristemente a sua namorada. - Vens acabar comigo?

— Tu realmente não existes! Nunca conheci ninguém tão dramático, tão casmurro e tão mimado como tu! - Exclamou a Vingadora irritada.

— Tu tens cá um descaramento, dormes com o Cap e depois eu é que sou isto e aquilo! - Retaliou o Arqueiro aborrecido, amachucando as cartas que apanhara do chão.

— Tu acreditas mesmo que eu dormi com o Steve? - Questionou a Sereia em voz baixa, mordendo o lábio.

— Tenho a certeza absoluta! - Disse Clint convicto das suas ideias.

— Tu realmente és muito estúpido, achas que eu sou como aquelas que tu costumavas andar? Devias pensar melhor no que dizes, porque se não acreditas em mim não faz sentido continuarmos juntos. - Afirmou a Vingadora em tom de ultimato, virando costas.

— Como é que queres que eu acredite em ti. - Retaliou o mestre das setas mal-humorado, segurando Diana pelo braço ferido. - Tu estavas em casa dele, ele atendeu o teu telemóvel!

— Larga-me seu ignorante, egoísta, parvo e insensível, estás a magoar-me. - Barafustou a Sereia indignada.

— O que tens no braço? - Interrogou o louro visivelmente preocupado.

— Se não acreditas em mim, não te interessa dos meus ferimentos. Um dia quando deixares de ser mimado, idiota e ciumento vem falar comigo, até lá esquece que eu existo. - Retorquiu a morena de forma imperativa.

— Não faças isto, eu amo-te. - Murmurou Clint de forma apaixonada, beijando delicadamente a Sereia nos lábios.

— Já te disse que és um cretino, um lunático e um...

— Cala-te e beija-me. - Ordenou o mestre das setas em tom determinado, passando um dos braços pelo pescoço da sua namorada. - Juras que não dormiste com o Cap?

— Juro, eu só fiquei lá em casa porque aconteceu uma coisa no meu bairro e...

— Olá Clint! - Exclamou uma voz incrivelmente sedutora, enquanto uma atraente jovem de longos cabelos pretos, magra e de média estatura se aproximava martelando com os seus saltos altos na calçada.

— Olá Kim. - Sussurrou o Arqueiro muito atrapalhado, acenando ligeiramente à jovem, colocando uma das mãos no ombro de Diana.

— Olá eu sou a namorada do Clint! - Apresentou-se a morena de forma arrogante, colocando um braço em volta da cintura do Arqueiro.

— Não sabia que tinhas atinado. - Comentou Kim visivelmente desiludida, mirando os músculos do Gavião com profundo desejo.

— Sim ele atinou e tu já não estás aqui a fazer nada. - Respondeu Diana irritada. - Vamos até ao teu apartamento?

— Claro princesa, mas por favor tem calma. - Assentiu Clint apreensivo, conhecia muito bem a potência da bomba relógio que vivia nas profundezas ciumentas da morena. - Então adeus...

— Vamos Clint. - Ordenou a Sereia friamente, puxando o mestre das setas atrás de si.

Já no interior acolhedor do pequeno apartamento do Arqueiro, Diana brincava distraidamente com o fofo cãozinho, afagando-lhe deliciada a pelagem felpuda, enquanto o Gavião apreciava a cena de perto com um sorriso traquina no rosto bonito.

— Já tomaste o pequeno-almoço? - Questionou o mestre das setas em voz tranquila.

— Ainda não. - Respondeu a morena sorridente, atirando-se no colo do louro. - Tens alguma coisa que se coma?

— Muitas coisas! - Respondeu Clint com um delicioso sorriso traquina a brilhar nos seus lindos olhos azuis. - O que queres?

— Uhm! Não sei. - Disse a Vingadora em voz baixa, beijando o Arqueiro nos lábios, mergulhando no perfeito e brilhante rio do seu amor.

— Eu tenho uma ideia muito, muito apetecível. - Anunciou Clint divertido, segurando Diana nos braços, beijando-a delicadamente nos lábios, caminhando lentamente até ao seu quarto, acompanhados de perto pelo forte desejo e pela ardente paixão.

Na mansão dos heróis mais poderosos da terra, Tony Stark folheava apressadamente o jornal diário, observando com alguma atenção a primeira página onde, com grande destaque, fazia manchete a fotografia do viajante das sombras, ilustrando a notícia que denunciava o conflito em Brooklyn.

— Ontem ocorreu um massacre em Brooklyn. - Informou Tony em voz audível, dialogando com todos os presentes. - A polícia está preocupada com um estranho enigmático que vitimou uma dezena de criminosos.

— Se não fosses empresário acho que darias um excelente jornalista. - Comentou Thor em tom de brincadeira, entrando a passada segura na sala de estar.

— Meu caro Thor sê bem-vindo à nossa humilde casa! - Saudou Stark em tom arrogante, acenando de forma teatral ao Deus.

— Quem é esse tipo que matou não sei quantos rufias? - Perguntou o príncipe interessado, pegando no jornal que o Homem de Ferro educadamente lhe estendia.

— Isso queria eu saber. - Confessou o milionário pensativo, analisando no interior da sua brilhante mente os detalhes da notícia.

— Já viste esta fotografia? - Inquiriu o louro apreensivo, apontando para a ilustração desfocada. - Não te parece familiar?

— É a Diana! - Exclamou Tony assombrado, retirando de rompante o jornal das mãos do Deus. - Se eu sonho que aquele cretino lhe pôs as mãos em cima nem sei o que lhe faço! - Berrou furioso, pegando desajeitadamente no telemóvel.

— Ainda não reparaste que ela está pousada nos ombros dele, talvez saiba de quem se trata, devias interrogá-la. - Sugeriu Janet em tom defensivo, encarando Stark com algum receio.

— Nem penses nisso, ela não sabe de nada. Não quero escutar nem mais uma palavra sobre este assunto. - Retaliou Stark colérico, marcando o número da morena.

Levados pelo agradável vento da paixão, arrastados pelo profundo oceano do desejo, aprisionados pelo falso encantamento do amor, Clint e Diana iniciavam deliciados a sua ardente viagem sobre um ninho de cobertores, aninhando-se numa bela floresta de calor, harmonia e frescura.

— Espera Clint, o meu telemóvel está a tocar. - Murmurou a Vingadora em voz sufocante, tentando controlar a respiração.

— Não atendas por favor! - Implorou o Arqueiro ofegante, passando as suas mãos pelo corpo bem delineado da morena, desatando o laço do seu uniforme, beijando-a loucamente no pescoço, beijos que sobrevoavam o infinito, amarando no outro lado do vasto e misterioso universo.

— Tenho mesmo que atender, pode ser importante. - Disse a Sereia em voz mimada, acariciando os cabelos dourados do mestre das setas. - Diz Tony. - Perguntou.

— Diana querida, tu estás bem? Já sei o que aconteceu a noite passada. Tu estás ferida? Aquele maníaco fez-te mal? Onde estás?

— Tony tem calma eu estou bem. - Interrompeu a morena afastando o telemóvel da orelha.

— Mas estás mesmo bem? - Insistiu o milionário no mesmo tom de catástrofe iminente.

— Sim Tony, eu estou bem. - Tranquilizou-o Diana, ignorando os gestos que Clint persistentemente fazia.

— Preciso de falar contigo sobre uma questão delicada, podes vir até cá? - Perguntou o Homem de Ferro, farto de escutar as reclamações da Vespa.

— Daqui a pouco já aí estou. - Concordou a morena ligeiramente aborrecida.

— Até já linda! - Exclamou Tony, desligando a chamada.

— Não acredito, parece que ele só liga nos momentos mais delicados, fogo! - Ripostou o Gavião indignado, puxando Diana para junto de si, beijando-a numa tentativa de a convencer a ficar.

— Eu não posso desculpa. - Pediu a Vingadora em tom sincero, erguendo-se dos braços do Arqueiro.

— Voltas? - Perguntou o Gavião esperançado.

— Sabes que sim, eu volto sempre. - Prometeu a morena sorridente, atando o laço do bonito uniforme. - Até logo. - Despediu-se, dando um demorado beijo nos lábios do Arqueiro.

Como culminará a enigmática proximidade entre a vingadora e o caminhante das sombras?


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