Ondas de uma vida roubada escrita por Maresia


Capítulo 32
Uma voz amiga




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                A manhã clareara ensonada em todos os cantos do quartel general do Quarteto Fantástico, a elegante Susan deambulava desorientada de um lado para o outro na vã esperança de preparar os seus dois filhos para irem para a escola, contudo essa tarefa estava a ser difícil, era assim todos os dias, aqueles miúdos não lhe davam tréguas.

— Vá lá meninos, vamos a despachar! Valéria coloca a fita no cabelo! Franklin calça-te! – Barafustava Sue ligeiramente irritada, fechando as mochilas das crianças.

— Sue não stresses, tem calma, quando tinhas a idade deles eras mil vezes pior! – Brincou Ben sorridente, bebendo um grande trago de um qualquer sumo de fruta feito à pressa. – Estou farto destes suminhos naturais, bolas! – Reclamou, fazendo cara feia.

— Azar, deves pensar que te deixo beber cerveja logo pela manhã. – Ripostou a loura, arranjando o cabelo da sua filha. – E já agora, eu não era assim tão preguiçosa para ir para as aulas, sempre o fiz de bom grado, menino Ben! – Exclamou, arregalando os olhos na direção do seu amigo. – Estão prontos? Depois de vos deixar no instituto tenho que ir à Mansão dos Vingadores, há imenso tempo que não estou com a Diana, preciso de saber como ela tem passado, maldita viagem até ao planeta dos Kree! – Explicou, conduzindo as duas crianças para o exterior.

— Espera lá Sue! Quem é essa tal de Diana? – Perguntou Johny interessado, encontrando a conversa a meio.

— É uma amiga minha. – Respondeu Susan rapidamente, lançando-lhe um olhar de aviso.

— Ela é bonita? – Insistiu o Tocha, passando uma mão pelo cabelo da sua sobrinha.

— Sim, ela é muito bonita, mas não é para o teu bico. – Preveniu a cientista em voz reprovadora.

— Acho que vou contigo conhecê-la! – Prontificou-se o atleta das chamas fascinado, adorava uma cara nova e especialmente bonita.

— Claro que vais, ajudar o Reed, até logo! – Despediu-se Sue ansiosa e ligeiramente atordoada com tanta e desnecessária demora.

                Diana e Sam Wilson, levantaram-se bastante cedo para mais um falível treino, o entendimento entre os dois heróis era péssimo, insustentável, insuportável, não significando que se odiassem, porém não eram compatíveis no que diz respeito à arte de treinar. O Falcão era bastante esforçado em incutir o maior número de ensinamentos na mente da jovem, porém esta resistia com todas as suas forças á ideia de não ter Steve perto de si, não o queria substituir por ninguém, não suportava quando Sam levantava voo para se esquivar dos seus ataques, sentia a falta das encorajadoras palavras prenunciadas pela doce voz do Capitão. Talvez estivesse a ser injusta e estúpida, desvalorizando de forma infantil o trabalho de Wilson, talvez desiludisse Steve com aquela atitude caprichosa e mimada, talvez devesse agradecer aos céus ter alguém competente a lecionar os seus treinos.

— Achas que vais ganhar um confronto com os braços cruzados? – Questionou Sam maldisposto, vendo a morena cruzar os braços depois de ter falhado um pontapé.

— Achas que me estás a ajudar levantando voo de cada vez que eu te ataco? Isto assim não resulta. – Afirmou a Sereia em tom arrogante. – Estes treinos não me estão a conduzir a lado nenhum, tens que concordar comigo. – Constatou sinceramente.

— Sei que não está a ser fácil para ti, esta ausência súbita do Cap não está a ser favorável para ninguém, mas a vida não para, ele não está aqui, contudo estou eu, vamos lá sei que nos conseguimos adaptar um ao outro, só temos que treinar em equipa. – Propôs Sam esperançado, Steve nunca lhe dissera que treinar uma adolescente era tarefa quase impossível. – Não penses que me agrada acordar a esta hora, porém faço-o por ti e pelo Steve, achas que consegues fazer um esforço? – Confessou, pousando na frente da jovem que o fitou surpresa.

— Sim, vamos tentar, pelo Cap. – Decidiu a Vingadora determinada.

— Certo, então continuamos noutro dia, agora descansa e bebe algo fresco. – Declarou Sam sorrindo, começando a caminhar em direção ao interior deserto da moradia. – Depois combinamos a data do próximo treino. – Disse.

— Certo professor! – Brincou a Sereia feliz, retirando o seu capuz azul água, revelando o seu doce rosto.

                A Vingadora subiu até ao seu quarto com o intuito de vestir uma roupa civil, colocou um prático vestido preto e umas sandálias rosa com pontinhos em prateado, passou os dedos no cabelo de chocolate e voltou a descer as escadas, cruzando-se pelo caminho com Stark, ambos desviaram os olhares, permaneciam de costas viradas.

— Diana que bom ver-te! – Exclamou Susan entusiasmada, quando a jovem entrou lentamente na sala. – Estás fantástica, como sempre! – Elogiou, dando-lhe um grande abraço.

— Claro que está fantástica, e com um mau feitio que nem imaginas! – Pensou Clint, sentado junto de Janet, saboreando uma avantajada taça de cereais com leite, ainda bem que a Sereia não tem a capacidade de ler pensamentos!

— Sue, estou tão feliz por estares aqui, precisava tanto de falar contigo! – Exclamou a morena não cabendo em si de tanta alegria, Sue fizera surgir no seu coração um reluzente balão de positivismo, abraçando-a com todo o seu carinho e gratidão. – Vamos até lá fora? – Perguntou, Sue assentiu afirmativamente com a cabeça. – Deixa-me só pegar um iogurte, terminei há pouco o meu treino, estou esfomeada! – Explicou, correndo até ao frigorífico, retirando um delicioso iogurte de framboesa, adorava frutos silvestres.

                As duas amigas caminharam sorridentes através do vasto pátio relvado, procurando um lugar confortável para se instalarem, não era difícil, aquele jardim era de facto maravilhoso, repleto de canteiros floridos, de pequenos arbustos e de árvores de grande porte, para não falar na vasta zona de treino. Diana e Sue sentaram-se na sombra despontada de uma enorme cerejeira dançante, a jovem abriu o iogurte e começou a devorá-lo deliciada.

— Pareces ligeiramente abatida, o que se tem passado? – Perguntou Susan preocupada, reparando na expressão vincada que o rosto da morena exibia, fruto das poucas horas de sono.

— Tanta coisa, nem sei por onde começar. – Confessou a Vingadora tristemente, limpando os lábios com um guardanapo.

— Eu não vi o Cap, onde ele está? – Questionou a loura admirada.

— Está a trabalhar para a S.H.I.E.L.D, está a levar a cabo uma série de análises a alguns documentos relacionados com a Segunda Guerra Mundial. – Explicou a Sereia melancolicamente, pousando o pacote do iogurte na relva a seu lado.

— Então esse é um dos problemas que te assombram? Sentes a falta dele e não sabes como lidar com isso. – Constatou Sue de forma perspicaz, fitando Diana com ternura. – Eu sei que é difícil estarmos longe de uma pessoa de quem gostamos muito, contudo a vida encarrega-se de colocar no nosso caminho estas pequenas barreiras, tu és muito corajosa, vais enfrentar este obstáculo com exemplar valentia. – Incentivou calorosamente.

— Sim, tens razão, obrigada Sue. – Agradeceu a jovem sorrindo pouco à vontade, como estava a ser infantil.

— Mas os teus olhos dizem-me que não é só a ausência do Cap que te perturba, estou certa? – Interrogou a loura docemente, Diana permaneceu em silêncio, o assunto seguinte era bem mais complicado. – Como está o teu relacionamento com o Clint? – Arriscou.

— Muito mau. – Confessou a Sereia em voz sumida, olhando em redor.

— Então, o que é que aquele sacana aprontou desta vez? – Questionou Sue em tom compreensivo.

— Bem, nós já nos envolvemos, foi mágico, único, ele parecia uma pessoa completamente diferente do que é na realidade. – Confessou a morena corando violentamente. – Estivemos quase a namorar, contudo apercebi-me a tempo do erro que ia cometer. – Explicou.

— O que aconteceu? – Inquiriu a Mulher Invisível interessada.

— Nessa noite nós estávamos no meu carro, tínhamos acabado de combinar que iríamos dar uma oportunidade ao nosso frágil amor, e depois ele estragou tudo, foi embora com a Viúva Negra. – Esclareceu Diana, sentindo o peso daquelas recordações martelarem pesadamente no seu peito.

— Tem calma, isso passa, talvez possam entender-se mais tarde, o tempo é um grande amigo, confia em mim, e se tu gostas assim tanto dele não desistas, luta por ele, mas atenção não sofras em vão, nós também temos que ser inteligentes para assumirmos que perdemos. – Aconselhou Susan ternamente.

— Eu sei disso, quem me dera mandar no meu coração, seria tudo diferente. – Desabafou Diana em voz frágil, observando uma cegonha que sobrevoava a piscina.

                Tony Stark caminhava vagarosamente pelo pátio, olhando distraidamente em redor, segurando nas suas mãos um volumoso livro de física quântica, provavelmente buscava um pouco de tranquilidade para se dedicar aos seus grandiosos estudos. Parou a escassos metros das duas amigas, escutando sem querer o diálogo que decorria.

— Se pudesses escolher quem colocarias no teu coração? – Perguntou Sue com ar traquina a brincar-lhe no seu elegante rosto.

— Isso é mais do que óbvio, o Steve claro. Ele é tudo o que uma rapariga pode sonhar, é querido, atencioso, amável, dedicado e honesto. – Respondeu Diana mantendo o tom sério.

— Esqueceste-te de uma vertente, ele é muito giro. – Completou Sue sorrindo perante o ar tímido desenhado nos lindos olhos marinhos da Sereia.

— Contudo eu não estou apaixonada por ele, o que eu sinto é mais forte do que o próprio amor, é algo tão inexplicável como os mistérios do universo. – Explicou a Vingadora com ar sonhador.

                Tony correu desorientado, perdido naquelas absurdas e constrangedoras revelações, não queria acreditar no que os seus ouvidos acabavam de escutar, não podia ser verdade, aquilo não podia estar a acontecer, era completamente absurdo e impensável. Entrou na casa, quase deitando por terra Janet, encaminhou-se para o seu escritório, entrou e trancou a porta com estrondo.

— Isto não é possível! – Gritou Stark enraivecido, dando um valente pontapé numa cadeira, desfazendo-a em milhares de pedaços disformes.

— O que se passa com ele, estava completamente louco. – Comentou Janet indignada, dialogando com a Miss Marvel.

— Deve estar com algum problema. – Respondeu Carol pouco interessada no assunto.

                Susan e Diana caminhavam até à piscina, descalçaram-se e mergulharam os seus pés nas águas silenciosas.

— Com a ausência do Steve quem está agora responsável pelos teus treinos? – Interrogou Susan curiosa, pensando numa boa opção para substituir o Capitão.

— Sam Wilson o Falcão, ele é um grande amigo do Cap. – Explicou Diana em voz distante, mergulhando mentalmente nas águas que refletiam o seu doce rosto ameninado.

— Como estão a correr? – Insistiu a loura, adivinhando a resposta.

— Não muito bem. – Disse a morena não se alongando no diálogo. – Nós não nos entendemos lá muito bem.

— Não se entendem porque são realmente incompatíveis, ou porque tu não queres de forma alguma substituir o Steve? – Inquiriu a Mulher Invisível em tom amável, sabia o quanto estava a ser pesada a falta de Steve não queria de forma alguma parecer evasiva.

— Talvez seja isso, hoje mesmo prometi ao Sam que ia fazer um esforço, acho que sou capaz, pelo Cap eu sou capaz. – Desvendou a Vingadora sorrindo timidamente.

— Acho que é a melhor decisão que podias ter tomado. Tu e o Cap estão muito unidos não é verdade? Avaliando pela forma emotiva como falas dele, acredito que floriram uma forte amizade, isso é muito bom. – Constatou Susan, não sabia se aquela amizade seria assim tão boa para Diana, todavia enquanto durasse era ótimo, Steve era um homem justo e leal, contudo os azares acontecem quando menos se espera.

— Sim é verdade, nós estamos muito unidos, nem precisamos de falar para compreendermos o que o outro pensa, sente ou necessita. – Comentou a Sereia docemente.

— Quem diria que um homem como o Steve Rogers seria capaz de criar um laço tão forte e transparente como este, depois de tudo o que foi obrigado a suportar, nunca pensei. – Afirmou Sue surpreendida, contudo feliz, recordando todas as peripécias que atentamente estudara sobre a vida do bravo soldado. – Tenho dois conselhos para ti, acho que te podem ajudar, sei que não sou o Cap, contudo gosto muito de ti, e isso já é alguma coisa. Tenta falar com o Clint, tenta compreender o que ele sente na realidade, tenta perceber quais são as suas reais intenções, explica-lhe as tuas inseguranças, acho que ele é suficientemente adulto para entender. – Propôs Sue honestamente, naquele momento era a única ideia que lhe surgia para ajudar a adolescente. – E em relação ao Steve tenta falar com o Fury ele saberá dar-te informações sobre a missão. – Completou.

— Como é que eu falo com o Fury? Ele é quase tão requisitado como o presidente dos Estados Unidos! – Perguntou Diana atónita com tal proposta.

— Pede ajuda ao Tony, ele é um homem cheio de contactos, com certeza conseguirá comunicar com o Fury sem qualquer tipo de dificuldade. – Respondeu Sue, olhando Diana com espanto.

— Não posso fazer uma coisa dessas, eu e o Tony estamos zangados. – Explicou a morena, sentindo-se mais sozinha do que nunca.

— Bolas, a tua vida não está nada fácil miúda! – Exclamou Susan, acariciando o rosto da jovem heroína. – Vamos arranjar outra solução, agora tenho que ir, muito trabalho sabes? Esta viagem trouxe novos horizontes aos membros do Quarteto Fantástico. – Comentou orgulhosa.

— Onde foram? – Perguntou Diana curiosa.

— Ao planeta Kree, fomos tentar criar relações diplomáticas entre os humanos e os Kree, achamos que é uma mais-valia para os dois mundos. – Explicou Sue nostálgica, vislumbrando o universo cheio de possibilidades que crescia na sua mente inteligente e revolucionária.

— Noutra vez adoraria escutar esses planos todos, se não te importares de me explicar, claro. – Sugeriu a Vingadora, amava adquirir novos conhecimentos, relacionados com as mais distintas áreas de estudo.

— Seria um grande prazer, está combinado! – Exclamou Susan entusiasmada, esboçando um largo e contagiante sorriso, era bastante gratificante saber que existiam outras pessoas para além do Quarteto Fantástico interessadas nas suas misteriosas e fascinantes expedições espaciais e inter-dimencionais.

— Ok, um dia destes passo no edifício Baxter, está prometido! – Exclamou a Sereia feliz, devolvendo o sorriso a Sue. – Até qualquer dia! – Despediu-se vendo a sua amiga erguer-se suavemente.

— Agora vamos estar juntas mais vezes, é uma promessa, adeus e segue os meus conselhos. – Despediu-se Susan amavelmente, passando uma mão pelos cabelos despenteados da jovem.

                A morena entrou na sala de estar na mesma altura que Tony saía do seu gabinete, os dois entreolharam-se de uma forma estranha e comprometedora, no entanto não prenunciaram uma única palavra.

— Ouçam todos, vou para as Torres Stark, só quero ser incomodado se o assunto for uma grave catástrofe mundial, se não for resolvam, adeus. – Anunciou o blindado Homem de Ferro para espanto dos presentes.

— Podes ficar tranquilo meu amigo Tony, nós tratamos de tudo. – Proferiu Thor em tom audível, surgindo na entrada do elevador.

                Stark saiu da mansão sem prenunciar mais uma única palavra, a interrogação e a confusão brotava silenciosa de cada olhar, estavam curiosos, contudo tinham consciência de que não era o momento indicado para tecerem questões.

                A súbita partida do milionário iluminara a mente da adolescente, esta sem dar nas vistas esgueirou-se da sala parando ofegante junto da grossa porta que encerrava o gabinete de Tony, encostou a mão à maçaneta, rodou-a sem fazer alarido, estava aberta para sua enorme sorte, iria finalmente falar com Steve.

                Entrou, fechou a porta sem fazer barulho, puxou uma cadeira almofadada e sentou-se muito direita diante do avançado computador, observando cada detalhe daquele escritório incrivelmente tecnológico e organizado, realmente Tony era um homem futurista e muito, muito inteligente, com uma visão direcionada para o desenvolvimento sustentável a vários níveis, nunca esquecendo a sua fenomenal característica virada para a filantropia.

— Boa! – Exclamou a morena feliz, vendo que o servidor pessoal do herói não tinha qualquer password. – Vamos a isto, só tenho que entrar na sua conta de e-mail e já está! – Murmurou, clicando habilmente nas teclas e no rato. – E já está, Nick Fury, agora é só criar uma ligação de vídeo. – Continuou ligeiramente apreensiva.

                No limpo ecrã materializava-se uma preciosa videochamada, do outro lado surgia a cara de Nick Fury com a expressão mal-humorada a que já nos habituara.

— O que é que tu queres Stark? – Perguntou maldisposto, não reparando quem estava sentada do outro lado da rede cibernauta. – Olha, o que temo nós aqui! Uma mini Stark uau! – Exclamou em tom sarcástico, vendo a figura elegante da Vingadora.

— Não sou clone de ninguém, desculpe estar a incomodá-lo, porém preciso de falar com o Cap. – Defendeu-se a morena irritada, indo direito ao assunto que a fizera assaltar o gabinete dum dos heróis mais poderosos do universo.

— Ah tu queres falar com o Cap! Só o queres se eu assim permitir, sabes miúda? – Provocou Nick deliciado, adorava irritar jovens heróis, nada lhe dava mais prazer, talvez apenas desobedecer às ordens diretas do governo.

— Custa-lhe muito ser educado comigo por uma vez que seja? Que pergunta estúpida, claro que custa. – Retaliou Diana irritada, o diretor da S.H.I.E.L.D encontrara uma adversária de peso.

— Vê como falas miúda, tenho idade para ser teu avô, por isso cuidado com essa língua afiada! – Avisou Fury em tom arrogante, coçando o queixo onde irrompia uma grossa barba.

— Posso falar com o Cap senhor director Nicholas Fury? – Perguntou Diana de forma falsamente educada.

— Não, ele está muito ocupado. – Decifrou o coronel em voz suave, fingindo grande pena. – Se não tens mais nada para me dizer, vou entrar em contacto com o Stark para o informar de que uma pequena rufia lhe assaltou o gabinete. – Provocou, sorrindo maliciosamente.

— O senhor está mesmo a divertir-se com isto, eu sabia que era um grande filho da mãe, mas não imaginava que era um cretino da pior espécie, sabe que mais lixe-se, eu arranjarei outra forma de falar com o Cap. – Reclamou a Vingadora completamente possessa, batendo com a mão na secretária.

— Espera lá não te enerves, estou apenas a brincar! – Exclamou Nick. – Rogers tens aqui um membro do teu clube de fãs, anda cá falar com ela, e rápido receio que ela parta o computador se não vislumbrar os lindos olhos do seu mais amado herói! Adeus miúda! – Chamou.

— Steve, desculpa, eu sei que não devia, mas estava cheia de saudades tuas, há semanas que não dás notícias, desculpa. – Disse a Sereia emocionada, vendo aqueles diamantes maravilhosos que lhe almejavam o futuro, estava realmente aliviada.

— Não fiques aflita, eu também estava cheio de saudades tuas, mesmo muitas acredita, contudo tenho tido muito trabalho, tenho pensado em ti todos os dias, tenta entender. – Explicou Rogers, sorrindo docemente, não estava à espera daquela agradável surpresa.

— Eu percebo, quando é que voltas? – Perguntou a morena, tentando conter as lágrimas que lhe escapavam teimosamente.

— Brevemente, não chores soldado, então? Eu não fui para outro universo, estou mesmo aqui, ainda não me esqueci do nosso filme! – Proferiu Steve de forma amável, sorrindo abertamente. – Como estão a correr os treinos? – Perguntou, tentando descongelar aquela atmosfera de emoção e nostalgia.

— Estão a correr bem. – Mentiu a Sereia, não queria aborrecer o seu herói com os seus dilemas juvenis.

— Escutei alguns rumores sobre um qualquer incidente com o Hulk, como estás? – Questionou o louro preocupado.

— Eu estou ótima, fiz a escolha certa, apesar de alguns condenarem o meu comportamento. – Explicou a morena amargamente.

— Deixa-me adivinhar, o Tony. – Sugeriu acertadamente Steve, Diana acenou afirmativamente com a cabeça. – Tem paciência com ele, isso logo lhe passará, acredita em mim. Bem agora tenho que colocar mãos à obra, quanto mais depressa terminar, mais depressa estou contigo. Fica bem, e esforça-te nos teus treinos, adeus. – Despediu-se tristemente, lançando um delicado beijo à Vingadora.

— Certo, fico à tua espera, bom trabalho, adeus Steve. – Despediu-se a jovem melancolicamente, devolvendo o beijo ao herói.

                Diana abandonara o gabinete de Stark com o coração mais leve, fora uma enorme lufada de ar fresco ter dialogado com Steve, agora certamente os seus dias iriam melhorar em grande escala, o sol voltaria a brilhar na sua alma, apoiando-se na clara e fresca esperança do rápido regresso do bravo soldado.

                Nessa noite, alguém escondia-se com mestria nas sombras gigantes lançadas pelas sábias torres Stark, ferindo os olhos observadores da atmosfera circundante com os tons garridos das suas vestes.

Porque reagira Tony Stark desta forma tão evasiva às declarações de Diana? Quando será o ansiado regresso de Steve Rogers? Quem vigia analiticamente a Stark Enterprise?


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