Eu me sinto culpado pelo oque fiz, mas sei lá... Não foi só ideia minha, Jake também pensou o mesmo que eu, é oque pessoas que amam fazem.
Eu me lembro do dia em que conheci a Alice, eu acordei de muito mal humor queria sair socando o mundo todo, meu pai estava bêbado no café falando merda pra minha mãe, Então decidi sair e da uma volta de skate com uns amigos, o skate me da uma liberdade de outro mundo, a sensação de flutuar entre quatro rodas para algumas pessoas é bobagem, mas só quem tem a oportunidade de andar de skate sabe muito bem como funciona a mente e o coração enquanto fazem a manobra.
Perto de casa havia uma praça quase abandonada com uma rampa muito irada, fui tentar dar o meu primeiro aéreo e meus amigos apostaram nessa merda, então eu meti a cara e acabei quebrando o braço, corri para o hospital mais próximo e estava me segurando para não chorar. Eles bateram raio x e colocaram gesso. Disseram que eu estava desidratado e que seria melhor eu tomar soro, mas eu não tava afim, não sou muito fã de hospitais.
Enquanto a enfermeira estava preparando o soro, esperei a melhor oportunidade pra escapar, quando cheguei a três quartos da saída, na sala 04 um cabelo vermelho chamou minha atenção, num quarto onde era tudo verde e branco aquela cor estava radiante, aquela garota, pálida e quieta. Ela estava sonolenta e respirando devagar dei dois passos em direção a ela e fiquei assustado em ter visto ela praticamente imobilizada, eu nem a conhecia e nem sabia o nome dela mas fiquei preocupado. Percebi que a enfermeira estava me procurando então eu sai e só pensei se iria vê-la de novo. Na manhã seguinte, meu pai vai me acordar e ele diz que eu tenho que ir a escola. Então me levando e vou, não sei como cheguei ao ensino médio é surpreendente, faltei três semanas logo de cara. Estudar sempre foi importante pra mim, mas eu sou muito pra baixo e isso atrapalha um pouco. Chegando no corredor da escola, notei que a maioria dos alunos estavam fora da sala, mas pra minha grande sorte a galera da minha sala estava toda lá. Parei na porta pra criar coragem de entrar e uma garota de cabelo vermelho veio em minha direção.
— você... - digo assustado
— eu - ela responde e sorri - Qual seu nome?
— Oliver, Oliver Bruce. E o seu ?
— Alice Harley, bom sr. Bruce foi um prazer falar com você.
— É foi mesmo. - dei uma resposta idiota com cara de bobão.
Alice saiu da sala com um garoto de cabelo escuro, não sabia se era namorado dela, mesmo assim aquele sorriso mexeu comigo.
No dia seguinte convidei ela para sair, não exatamente sair na verdade pedi para que ela matasse aula comigo e nós conversamos bastante.
— Oque você tinha pra ta no hospital? - pergunto
— Falta de ar, eu tenho... Insuficiência cardíaca.
— Nossa... Desculpa a surpresa, mas é que não parece que você tem isso.
— É, a resposta de sempre.
— Como assim?
— As pessoas perguntam sobre minha doença, e sempre respondem dessa forma e ficam surpresas. Que droga... Eu fui muito rudi me desculpe, não devia ter falado assim.
— Tudo bem... Pelo menos seu braço ta inteiro.
— Como você conseguiu quebrar o braço?
— Skate, meu primeiro aéreo.
— Nossa... - ela ri
— Essa é a reação das pessoas sempre ou elas me chamam de louco.
— Você mata aula pra andar de skate?
— É.. Eu prefiro estudar em casa é mais tranquilo e silencioso, não tem os babacas da sala.
— Queria estudar em casa também.
— Eu não gostei desse pensamento.
— Como? - ela fica surpresa
— Se você estudasse em casa eu não a conheceria.
— E por que isso é importante ?
— Você é linda. Simplesmente por isso.