Mais que o Acaso. escrita por Thaís Romes


Capítulo 2
A Crueldade do Acaso.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores,
Primeiro quero agradecer a todos pelo feedback, vocês são incríveis.
Por mais estranho que pareça, já estou quase finalizando essa fic, e assim que já a tiver completa, aumento a quantidade de postagens durante a semana, podendo subir para duas, ou três.
No capítulo anterior eu disse que seriam no máximo dez capítulos, mas acontece que já estou no décimo primeiro, e ela ainda não está finalizada, então não sei mais quantos serão.
Então, dedos cruzados para que o monstro do bloqueio não me encontre!
Boa leitura!



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FELICITY

Acordo com o barulho estridente do telefone em minha cabeceira, que não parava de tocar. Tento encontra-lo, mas estava zonza demais, acabo derrubando um livro e alguns papeis no chão, durante o processo.

–Alô. –murmuro sonolenta, colocando o telefone no ouvido.

‘Felicity, soube do Barry?’ era a voz de Iris, a irmã adotiva do meu marido, mas sinto uma urgência quase que desesperada nela.

–Nos falamos... –procuro meu celular, para verificar as horas, eram três horas da madrugada. –Ontem, ele trocou as passagens, só volta hoje, pela manhã. –respondo confusa. –Iris, o que aconteceu? Joe está bem?

‘Sim, claro.’ Responde, sinto alívio em sua voz. ‘Felicity, estão falando na televisão, que o voo 52 da DC Aéreas, acaba de cair.’ Por um momento não consigo puxar o ar, e aperto o botão do abajur acendendo a luz, para procurar o papel onde anotei o número do novo voo de Barry.

–Não é esse. –solto o ar, assim que encontro, minhas mãos tremiam e uma angustia estranha, parece tomar conta do meu peito. –Iris, quero tentar ligar para ele, mas retorno assim que tiver notícias.

‘Claro, faça isso. Se precisar de qualquer coisa Fel, não hesite em nos ligar, pode ser a hora que for.’

–Eu sei. Obrigada. –murmuro antes de desligar e levanto de minha cama, cambaleando um pouco.

Pego o meu celular, discando o número dele vou em direção ao quarto de hospedes, onde Sara estava. Bato na porta, enquanto ouço o celular dele cair direto na caixa postal. “Aqui é o Barry, não posso atender agora, mas retorno assim que possível. Se for você, Felicity, saiba que isso é uma promessa!” sorrio, ao ouvir sua voz, mas o aperto não deixa meu peito, pelo contrário, apenas se torna ainda mais forte.

–Fel, o que aconteceu? –Sara abre a porta, descabelada e com o rosto todo amaçado.

–Um avião que vinha de Gotham a Star City, acaba de cair. –murmuro em choque, ainda com o celular pressionado contra a minha orelha. –E agora, Barry não atende o telefone.

Sara toca minha mão abaixando o telefone, e me puxa para um abraço. Ela veio passar a semana comigo desde que Barry viajou, para me ajudar com os garotos. Sou puxada para dentro do quarto, e Sara me coloca sentada na beirada da cama.

–Vamos pensar. –começa a raciocinar, discando mais uma vez o número de Barry, colocando o celular no viva voz. –Antes de dormir você estava uma fera, por ele ter mudado o voo e agora ele não atende. Felicity, qual o número do voo dele?

–75. –respondo de forma mecânica.

–E qual é o número do avião que caiu?

–52. –tento me consolar com o fato claro como água, mas algo dentro de mim parecia estar em sinal de alerta.

–São vinte e três números a mais. –Sara murmura se sentando a meu lado e voltando a tentar ligar para Barry, o telefone cai direto na caixa postal. –Bear, assim que ouvir isso liga para sua esposa, eu sei que vocês brigaram, mas vocês fazem isso o tempo todo, e nunca mudou nada. Sem falar, que ela está à beira de um ataque de pânico. –Sara me entrega o celular assim que desliga a chamada. –Pronto, sabe como seu marido é desesperado, assim que ouvir isso vai dar um jeito de aparecer, como um flash. –brinca.

–Mãe! –escuto uma voz manhosa a distância e saio do quarto, vendo Bart arrastar seu cobertor preferido, andando em direção ao meu quarto com os olhinhos semi abertos.

–Aqui meu amor. –respondo o erguendo em meus braços, era mais fácil respirar dessa forma, enquanto o seguro. –O que aconteceu?

–Eu acordei! –responde o óbvio, me fazendo esboçar o menor dos sorrisos.

–Vou te levar de volta para a cama, meu bebê. –volto com ele em meus braços, o deitando em sua cama, Bart já dormia novamente, e vejo Wally com metade do corpo para fora da cama, vou em sua direção e o ajeito com cuidado, olhando para seu rosto tão parecido com o de Barry. –Deus, por favor. –sussurro, pensando em como conseguiria falar para meus filhos que o pai deles...

–Nós vamos conseguir falar com ele. –Sara que estava parada no batente da porta, fala me estendendo a mão.

–Algo aqui dentro me diz que não. –toco meu peito, enquanto Sara me leva de volta a meu quarto.

Passamos a noite tentando entrar em contato com Barry, depois desisto e procuro o número da companhia aérea na internet. As linhas estavam congestionadas, mas dou um jeito de burlar a fila de espera, com meu tablete. Havia prometido ao Barry que nunca mais hakearia nada, depois de um triste incidente na faculdade, mas até mesmo ele vai entender a urgência da situação. A funcionária checa duas vezes as listas de embarque, e o nome dele não costa nelas. A empresa confirma a morte de 282 passageiros, e oito membros da equipe aérea, por volta das seis horas da manhã.

–Consegui falar com a companhia aérea, Iris. –digo ao celular, sentada no sofá, ao lado de Sara. –O nome dele não consta na lista de passageiros.

‘Então, por que o celular dele está desligado até agora?’ ela espelha o meu pânico.

–É só o que me pergunto. –sussurro, fechando meus olhos. –E como está o Joe?

‘Enlouquecendo.’ Responde depois de um longo suspiro. ‘E os garotos?’

–Ainda estão dormindo. –ah Deus, por favor... O telefone toca e Sara se levanta para atender, todo o meu corpo gela, até mesmo Iris se cala do outro lado da linha ao escutar o som.

–Felicity, é sua mãe. –minha amiga fala e solto o ar, aliviada.

OLIVER

Entro no aeroporto, olhando para os lados, a procura de Shado entre a multidão de pessoas chorando ao meu redor. Reconheço o uniforme vermelho dela, entre alguns funcionários e vou em sua direção, toco seu ombro. A mulher se vira atordoada, como se mal se aguentasse em pé.

–Shado, oi. –murmuro, e ela me abraça desesperada.

–Ah Oliver, eu conhecia as aeromoças, nós éramos amigas. –sussurra em meio ao choro.

–Shado. –tento afastá-la, para que olhasse em meus olhos. –A lista de passageiros está errada. –ela pisca algumas vezes, sem entender o que estava querendo dizer. –O meu nome consta nela. –esclareço e vejo seus olhos quase saltarem das orbitas.

–Ah meu Deus! Quem era ele?

–Allen. Barry Allen. –respondo, ignorando o nó em minha garganta. –Precisa entrar no sistema, pode fazer isso?

FELICITY

Sara me ajuda com o café da manhã dos garotos, por que eu já havia quebrado duas xícaras com minhas mãos tremulas. A cada segundo que se passa, sinto o meu coração se apertar ainda mais, só consigo pedir a Deus para Barry acordar logo, pegar o bendito telefone e me ligar, ou eu mesma vou dar um jeito de mata-lo. Escuto a campainha tocando e troco um olhar apreensivo com Sara.

–O que foi mãe? –Wally pergunta, estava a cada momento mais difícil esconder dele minha apreensão.

–Não é nada, lindinho. –Sara se adianta em responder, forçando a animação em sua voz. –O que acham daquele sanduiche super, big, monstro da tia Sara! –os meninos abrem sorrisos alegres.

–Pode mamãe? –Bart pergunta contente.

–É claro. –esboço um pequeno sorriso, antes de ir atender a porta.

As pessoas costumam dizer que mãe sempre sabe das coisas, que quando se ama alguém sua vida se liga a da pessoa, como uma trama de tecido, que um é capaz de sentir o respirar do outro. Deve ser esse o motivo de estar me faltando o ar nesse momento, e de que ao ver o casal de terno em minha porta, eu não preciso escutar suas palavras para saber o que aconteceu. Pronto, meu ar se fora.

–Vocês são da companhia aérea? –pergunto em um sussurro, antes mesmo que digam qualquer coisa e a mulher assente.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, é muito triste e é ainda pior ser o Barry, mas como já disse e vou repetir, Barry é meu personagem preferido, e se fosse outro podem acreditar, não seria a mesma coisa gente, doí em mim também.
Não deixem de comentar, isso sempre dá um gás a mais para continuar!
Bjnhos.