Mais que o Acaso. escrita por Thaís Romes


Capítulo 15
Um lembrete do acaso.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Vamos arrancar logo esse curativo, por que já sabemos que não vai dar coisas boa...



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FELICITY

Entro em minha casa e fico olhando o pacote em minhas mãos, havia um pequeno pendrive dentro. Cogito não assistir, Barry é uma ferida que nunca vai se cicatrizar completamente, já aceitei isso, mas agora a dor está sob controle. Eu estou apaixonada por um cara que se sente da mesma forma e adora meus filhos, no momento em que escutar a voz de Barry, talvez tudo isso vá por água a baixo. Pego o celular em meu bolso e peço ajuda a única pessoa que poderia me entender.

—Sara, me escuta com atenção, se estiver perto do Oliver ainda, finja que estou te contando algo muito engraçado. –instruo no momento em que ela atende o telefone.

‘Ai Felicity, você não existe!’ escuto sua risada falsa, boa o suficiente para convencer quem não a conhece a tanto tempo quanto eu.

—Preciso de você aqui em casa, agora. –falo sem esconder o desespero em minha voz.

‘Ray, nós precisamos ir.’ A escuto dizer. ‘Obrigada pela bebida, Oliver. Thea, você precisa aparecer mais!’ Oliver pergunta ao fundo se tudo está bem, e Sara consegue desviar de todos os questionamentos. ‘Estou a caminho.’ Anuncia antes de desligar o telefone.

Ando de um lado a outro em minha casa, depois vou ao quarto das crianças. Wally dormia atravessado na cama, com metade do corpo para fora, como sempre. Bart estava encolhido como uma bolinha. Deito Wally direito e beijo o rosto dos dois antes de sair do quarto, pego o notebook e me sento no sofá, com o pendrive na mão, esperando por Sara.

Por outro lado, com plateia pode ser ainda mais feio. Não consigo mais esperar, plugo o pendrive e abro o arquivo. Era uma espécie de bar no aeroporto, haviam muitas pessoas espalhadas por todos os lados enquanto a câmera balança e focaliza o rosto do Barry. Pauso o vídeo, e fico apenas o observando. Estava lindo e envergonhado, com aquele sorriso sem mostrar os dentes que ele dava sempre que tentava ser educado, mas não queria estar fazendo o que os outros queriam. Meu coração doí de saudades, suspiro tomando coragem para tirar a pausa e fico surpresa com a voz familiar que escuto a seguir.

“Vamos lá Barry, diga o que pensa sobre o canalha do Luthor... Bom, acho que acabo de deixar a imparcialidade de lado!” Era a voz de Oliver, ou estou ficando louca?

“Bom, Lex Luthor.” Bear começa a responder, e prendo o ar sentindo meu coração bater freneticamente em meu peito. Sara entra na sala e se senta em silencio a meu lado, tomando minha mão na sua. “Espero, sinceramente, que meus filhos cresçam em um mundo, onde pessoas como você, sejam punidas como devem.” Fala com seu senso de justiça inabalável. Deus que saudades, chega a ser difícil respirar.

“Acho o discurso dele, melhor do que o do Wayne.” Fala novamente a voz parecida com a de Oliver, olho para Sara que estava com os olhos arregalados, ao meu lado. A câmera foca na garota, a tal Helena enquanto o cara fala.

“O que o Wayne disse?” Barry pergunta ao fundo, enquanto a garota piscava os cílios grossos flertando com quem estava filmando.

“Basicamente a mesma coisa, só que sem emoção, sem as história dos filhos, e com um ar ameaçador como tela de fundo!” A garota responde e escuto a risada dos dois, sinto uma vontade irracional de dar um soco no estomago de Barry, por ficar rindo para uma garota tão bonita assim.

“É a sinopse perfeita.” A voz responde, e perco o ar no momento em que a câmera se vira. Sara pausa o vídeo imediatamente e acho que não tenho capacidade de formular uma frase se quer.

—Esse é... –ela diz apontando para a tela do computador. –Puta que pariu! –exclama.

—Não consigo fazer isso. –sussurro tirando os óculos do rosto e esfregando meus olhos, como se o gesto pudesse mudar o fato de meu namorado estar magicamente ao lado do meu marido!

—Fel, eu sei que é difícil, mas Oliver nunca falou nada a respeito, é melhor ver até o final. –Sara pondera, com seu lado desconfiado em ação. –Vou estar aqui, prometo. –aceno uma única vez, incapaz de falar algo e ela dá play no vídeo.

“Estamos aqui para comemorar a inauguração, e encerramento do Acelerador de partículas, que deveria se chamar qualquer outra coisa, sinceramente.” Oliver falava com os braços sobre os ombros de Barry, como se fossem amigos de longa data, pareciam a vontade ao lado um do outro. “E este é Barry...”

“Allen.” Bear complementa entrando na brincadeira.

“Allen, é um dos principais cientistas do projeto. E quero dizer que a repórter do New York Times, é com todo o meu respeito, uma idiota, e babaca...” Oliver fecha a cara para a câmera, e vejo a expressão de vergonha no rosto de Barry.

“Ah Deus, você leu a nota.” Murmura cheio de pesar.

“Que não reconheceria uma ideia inovadora, nem mesmo se as partículas dela, fossem aceleradas com o acelerador.” Oliver continua, ignorando o protesto de Barry. “O que é impossível, por que ele não faz nada disso.”  Brinca implicando com o nome, odeio o fato de sempre fazer a mesma coisa, nesse momento me parece errado Oliver e eu termos algo em comum. “E Felicity, por favor o perdoe, sim?” acho que vou vomitar de nervoso, alguém faz isso? Por que tenho certeza que vou fazer.

É, por favor.” Barry pede como se a vida dele dependesse do meu perdão, e sinto uma lágrima escorrer por minha face.

“Ele fez isso por você.” Oliver diz, parecendo realmente se importar.

“Sim amor, totalmente por você. Por que, eu te amo.” A essa altura já estava soluçando, sendo consolada por Sara que me abraçava apertado, tentando conter o vazio enorme em mim.

“Ele te ama, Felicity.” Oliver encerra dizendo, e os dois dão seus melhores sorrisos antes da imagem congelar, indicando o fim.

Não consigo fazer nada além de chorar por um bom tempo, me sinto grata por Sara não dizer nada, não tentar conversar comigo ou dizer que tudo ficaria bem. Pois o que sinto nesse momento é que nada mais ficará bem, nunca. A ferida em meu peito que julguei estar cicatrizada se abriu, é como se perdesse Barry mais uma vez, e com ele a capacidade de confiar novamente em qualquer um. Escuto Sara ligando para Ray, ela avisa que dormiria comigo, explicando por alto o que aconteceu. Mas me sinto um buraco negro, não tem nada em mim além de dor.

—Acho que estava errada. –digo depois de muito tempo, estávamos deitas uma de frente para a outra.

—Sobre?

—Eu não tive dois bilhetes premiados. –aperto os lábios, tentando não chorar mais.

—Fel, eu sinto muito. –suspira pegando minha mão.

—Eu também. –respondo devastada.

OLIVER

—Sabe o quanto você é irresponsável? –minha mãe entra em minha sala pela manhã, aos berros. Com Dig andando atrás dela, tentando contê-la em vão. Faço um sinal para ele indicando que estava tudo bem e ele sai em seguida.

—Qual o problema, mãe?

—Qual o problema, você desapareceu ontem! –fala irritada. –Não pense que não sei o que sua irmã fez.

—Speed não fez nada, nós saímos, não vejo nada de mais nisso. –detesto precisar dar a ela qualquer explicação, é minha vida.

—Oliver, você precisa entender o que está em jogo, deveria estar passando seu tempo se dedicando ao depoimento que acontecerá em poucas semanas. –tenta controlar o nervosismo ao falar. –E não passar todo o seu tempo livre com aquela...

—Não termine. –digo me levantando. –Chega mãe!

—O que está fazendo? –parece confusa, quando começo a andar em sua direção.

—Não pode entrar em minha sala quando quer, gritando comigo e com meu assistente. –começo a falar. –Não pode decidir que devo mentir em um tribunal, o que a propósito é crime. Não pode mais controlar a minha vida e a de Thea quando bem entender, não sei o que te aconteceu, só sei que não te reconheço mais, Walter não te reconhece mais...

—Está agindo como uma criança. –diz entre dentes.

—Não estou, acho que essa é a primeira vez que estou sendo adulto com você. –respondo mais calmo. –Vou estar pronto para prestar o depoimento, posso te ajudar com mais alguma coisa? –ela me olha indignada, e sai pisando duro.

—Isso, foi incrível! –John elogia assim que ela desaparece do nosso campo de visão.

—É, acho que foi. –me sento novamente, eufórico. –Deveria ter feito isso a muitos anos atrás! –Dig sorri.

—O que vai fazer agora, Oliver?

—Já que comecei a tomar as rédeas da minha vida, preciso fazer direito. –passo a mão no rosto. –Tenho que contar tudo a Felicity, antes que ela descubra da pior forma possível.  Eu deixei que se transformasse em uma bola de neve e agora posso perder não apenas ela, mas Wally e Bart.

—Parece gostar deles.

—Eles são garotos incríveis. -sorrio. –Pode pedir que ela venha a minha sala?

—Claro. –confirma saindo. Dig volta alguns segundos depois, com o semblante confuso e para em minha frente como se não soubesse o que dizer.

—O que está acontecendo? –começo a me preocupar.

—Felicity, ela entregou a carta de demissão essa manhã. –responde.

—Como?

FELICITY

—Talvez deva considerar vir trabalhar finalmente comigo, Felicity. –Ray estava atrás de sua mesa, na presidência da Palmer Tech, me olhando cheio de condescendência. –Não vai trabalhar novamente em uma loja de assistência técnica. Por Deus, você é formada no MIT!

—Talvez o que deva fazer é voltar a Central City. –pondero. –Passar mais tempo com os West, visitar mais a minha mãe.

—Não quero ser o chato que vai te fazer enxergar a realidade, mas teve um motivo para não ter voltado assim que Barry partiu. –diz com a voz calma. –Os garotos precisam dos amigos, e você sabe que não sobreviveria sem Sara e eu. –brinca, dando a volta na mesa para segurar minha mão. –O que me diz, vai aceitar o emprego?

—Posso começar quando? –suspiro me dando por vencida, e Ray abre um largo sorriso em resposta.

Chego em casa, com meu celular vibrando sem parar em minha bolsa, sei de quem se trata, mas não quero lidar com isso no momento. Trabalhar com Ray vai ser bom, sem falar que não consigo pensar em um chefe melhor, ainda terei o meu amigo ao meu lado, não me dando tempo para pensar na pessoa que não para de me ligar. Nunca aceitei a oferta de emprego antes, por acreditar que precisava crescer por meus próprios meios, mas o que pode ser pior do que um cara que conheceu seu marido antes da morte e por alguma razão maluca, acha que pode te fazer caridade?

—Por que, Barry? –me jogo no sofá, aproveitando as poucas horas que me restavam de silêncio e solidão, antes dos garotos chegarem. –Por que não me deu um sinal, ou sei lá? –brigo com o nada, feito uma doida.

Nunca conheci o sentimento de traição, até a noite passada. Oliver entrou na minha vida, na minha casa, no meu coração e dos meus filhos. Nós o recebemos, e por que? Perder Barry não foi um castigo grande o bastante? Tudo bem, eu não sou a melhor pessoa do mundo, mas Wally e Bart mereciam mais.

Na estante, vejo uma foto de Barry me carregando, com Wally em seus dois aninhos, agarrado nas pernas do pai. Foi no dia em que descobrimos minha segunda gravidez, depois do pânico. Nós estávamos felizes, nós erámos muito felizes, mas nesse momento, ver essa alegria toda, só me faz pensar que já tive a minha cota da vida.

SEIS ANOS ATRÁS...

—Pode tirar o Wally do berço, por favor? –murmuro para Barry que ainda protelava em se levantar. Estava enjoada demais, acho que se me mexer o mínimo que for, vou voltar todo o alimento que comi nos últimos dias, ou na vida... Argh!

—Ele vai dormir de novo, é só você ignorar. –murmura, cobrindo a cabeça com um travesseiro.

—Barry! –exclamo irritada, inquieta pelo choro do meu filho.

—É sério? Felicity, se Wally quisesse sair, ele já estaria aqui. O garoto tem dois anos, não dois meses.  –vira para me olhar, mas se levanta em um salto ao perceber a fúria em meus olhos. –Já estou indo!

Devo ir logo e fazer esse exame, mas constatar de fato que mais uma vez um único descuido, gerou uma... Perco a linha de raciocínio, ao ver Barry entrar no quarto carregando Wally, eles podem me dar trabalho, me tirar do sério, mas não existe nada mais lindo do que isso. Sorrio me sentando na cama, sentindo a náusea aumentar, mas a ignoro quando meu bebê estende seus braços gordinhos em minha direção, com um sorriso lindo no rosto.

—Viu, ele vai dormir de novo. –Barry diz, quando Wally se aninha em meus braços, se sentando novamente ao meu lado na cama.

—Algum dia na vida, vai superar essa sua mania de “eu te disse”?

—Amor, você está bem? –pergunta, ignorando o que acabei de falar, e leva sua mão a minha testa. –Está suando frio.

—É só um mal-estar. –dou de ombros. –Pode pegar o Wally um momento? –ele pega nosso filho imediatamente, e corro em direção ao banheiro.

 

Tomo um banho frio, depois de vomitar até o que não podia mais. Quando saio, os garotos não estão mais no quarto, coloco um vestido leve e vou a procura deles no resto da casa, na cozinha encontro ovos, torradas e suco de laranja sobre a mesa. Como lentamente, depois arrumo tudo. Nada deles ainda, decido ver um pouco de TV e aproveita o sábado.

—Mama. –escuto a vozinha de Wally que entrava ao lado do pai. Barry tinha uma sacola imensa em uma mão, enquanto segurava a mão de Wally com a outra.

—Onde vocês estavam? –pergunto, e Wally corre em minha direção para me abraçar. Barry deixa a sacola sobre a mesa de centro,  se senta ao meu lado no sofá, passando o braço por meus ombros.

—Compramos algumas coisas. –responde beijando o alto da minha cabeça. –Está melhor?

—Acho que sim, o banho ajudou. –falo brincando com Wally que sorria enquanto cavalgava em minha perna. –O que você comprou?

—Por que não dá uma olhada? –sugere. –Vem aqui garotão do papai!

Pego a sacola assim que meu colo fica livre, e vejo o que deve ser uma dúzia de testes de gravidez dentro e muitos chocolates da minha marca preferida. Sorrio me virando para Barry, que tinha seus olhos verdes brilhando ao me olhar.

—Fiz direito? –questiona. –Acho que posso ter comprado um a menos do que você comprou na primeira vez, mas compenso com isso aqui. –ele tira o papel do bolso, e vejo “segunda-feira, 9:30 horas.” Escrito com sua letra.  –Marquei com sua médica, só para o caso de treze testes nãos serem o suficiente para você. –debocha.

—Você é maravilhoso, Bear. –falo passando a mão em seu rosto, e ele se inclina para me dar um beijo.

—Mãe! –Wally protesta, puxando o rosto do pai de volta, nos fazendo dar risada por sua expressão de ciúmes.

—Tomara que seja uma garota, vamos chama-la de Berenice. Você sabe que as mulheres são geralmente mais apegadas aos pais do que as mães? Acho que pode ser a minha chance de “papai” ser a primeira... –dispara a falar, mas não presto atenção de verdade, esse é um daqueles momentos em que tudo na vida parece estar perfeito.

 

AGORA...

—Mãe, você está bem? – a voz de Wally me desperta. O vejo parado em minha frente, atrás dele Bart e o nosso cachorro, e havia mais uma pessoa, que me faz engolir em seco.

—Sara buscou vocês? –pergunto aos dois, forçando um sorriso.

—Sim, o Sr. Queen estava aqui fora! –Bart aponta animado para Oliver.

—Wally, pode levar o seu irmão para o quarto de vocês? –ajeito a blusa dele ao falar, tentando não olhar em seus olhos diretamente. –Preciso conversar com o Sr. Queen.

—Tudo bem. –responde sério, e sai puxando Bart pelas mãos.

—O que aconteceu? Por que pediu as contas? –Oliver dá um passo à frente, parecendo estar genuinamente preocupado. Respiro fundo me levantando.

—Por que não me contou? –mal consigo olhar em seus olhos, solto as palavras em um sussurro, quero mesmo entender. –Foi por pena de mim? Estava fazendo caridade?

—Não, claro que não! –fala como se o tivesse ofendido. –Eu tenho tentado te contar isso desde que te conheci. Ele foi no meu lugar, eu dei a minha passagem para ele, me senti responsável, só queria ter certeza de que vocês estavam bem.

—Quem você pensa que é? –questiono entre dentes, furiosa. -Deus? A porcaria de um anjo que vem para ver se as vítimas estão vivas? –puxo o ar pela boca, tentando me conter. –Só o que me importa aqui é que você mentiu para mim!

—Eu... eu não queria. –estende as mãos espalmadas sobre o peito, passo direto por ele, e vou em direção a porta a abrindo. –Não esperava me apaixonar por você. –diz parecendo sincero, mas não sei mais como acreditar em nada que saia de sua boca.

—Vai embora, Oliver. –digo seca, vendo seu rosto se devastar, ótimo, agora nós dois sabemos como é a sensação. –Não me procure mais, não quero que me ligue, não quero te ver nunca mais na minha frente.

—Por favor Felicity, me deixa explicar. –implora.

—Você pode sair agora, ou eu posso contar aos garotos o que você fez. –nesse momento, Oliver me olha como se o tivesse traído, o que quase me fez vacilar, quase.

—Felicity...

—Wally, Bart! –grito. –Venham aqui!

—O... O que está fazendo? –Oliver pergunta sussurrando com os olhos marejados.

—Não vou deixar mais ninguém desaparecer da vida deles. Precisa se despedir. –falo firme, e vejo os garotos aparecerem com os rostinhos confusos.

—Por favor. –diz me olhando nos olhos, cheio de dor na voz.

—O que foi mãe? –Wally pergunta, me vendo segurar o choro, e os olhos marejados de Oliver.

—O Sr. Queen não vai mais voltar aqui, ele quer se despedir de vocês. –Oliver não se vira, permanece me olhando como se clamasse para que não prosseguisse com aquilo. –Você pode sair, ou pode se despedir antes. –coloco as cartas na mesa, contendo com esforço as lágrimas que tentavam escapar de meus olhos.

Oliver assente de forma discreta para mim e se abaixa colocando um sorriso no rosto, enquanto Bart caminha em sua direção com o rostinho cheio de inocência. Wally fica mais afastado, apenas tentando estudar meu rosto. Forço um sorriso para ele, e sussurro que está tudo bem, o incentivando a se aproximar também.

—Olha, eu vou ter que ficar longe por uns tempos. –Oliver começa a dizer os olhando.

—Por que? –Bart pergunta com a voz baixinha, Oliver abre a boca algumas vezes, tentando encontrar uma forma de explicar.

—Por que eu... eu escondi um segredo da sua mãe. –respiro fundo, sentindo uma lágrimas escorrer por meu rosto, me apresso a limpar antes que Wally percebesse.

—A gente não pode contar um segredo. –Bart fala, e Oliver sorri com tristeza.

—Não era bem um segredo, era só uma coisa que eu não queria dizer.

—Mas não está arrependido? –meu filho estende a mãozinha para limpar algo no rosto de Oliver, que a segura em sua face.

—Estou sim, Bart. –não consigo mais ver aquilo, Wally toca o ombro do irmão.

—Está tudo bem Bart, vem, vamos para nosso quarto. –diz o puxando para trás, e Oliver se levanta.

—Precisa me deixar te ligar. –murmura, eu apenas escancaro mais a porta.

—Vai embora, já foi demais para eles. –aceno em direção a Bart e Wally que pareciam confusos, Oliver os olha e assente, saindo em seguida.

—Você vai ficar bem, mãe. –Wally diz assim que fecho a porta.

—É meu amor, eu sei que vou. –respondo contendo as lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam!
Bjnhos.