Mais que o Acaso. escrita por Thaís Romes


Capítulo 10
Caminhos do acaso.


Notas iniciais do capítulo

Oi gentes!
O capítulo de hoje é em especial para duas pessoas. Primeiro a Renata83, Rê é uma das minhas leitoras mais antigas, e está sempre me acompanhando em todos os meus devaneios, não importa quão absurdos sejam. Ela recomendou a fic, e não poderia estar mais grata.
A segunda e não menos importante, é a Olicity Forever, Nana para os mais íntimos, amiga feliz aniversário de novo hahaha.
Bom, espero que gostem.



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OLIVER

Olho para o rosto do advogado da QC, enquanto ele repete sem parar o depoimento que deveria prestar no dia do julgamento. Não concordo com nenhuma das palavras, o plano da companhia aérea consistia em jogar a culpa do erro nas costas de Shado, e isentar a família do Barry de qualquer indenização a mais que pudessem conseguir.

—Vai fazer aquilo? –John pergunta, assim que saímos da sala de reuniões.

—Eu não sei. –respondo em voz baixa, enquanto entramos no elevador, mil coisas passavam em minha cabeça. Felicity e os garotos, minha mãe, e toda a QC.

—Oliver, isso é com a família da Felicity, é o futuro dos filhos dela. –se vira em minha direção, me olhando apreensivo.

—Não sei se percebeu, Diggle. –falo muito baixo, contendo minha irritação. –Mas só o que está me mantendo, nós mantendo aqui, é o fato de que tudo isso é patrimônio da minha família.

—Você não se importa com o emprego...

—Vão se beijar? –escutamos a voz de Felicity, que nos desperta, ela estava parada na porta do elevador, no andar do departamento de TI. Só então me dou conta de que Diggle e eu nos encarávamos furiosos. –Parece que estão posando para uma daquelas capas de filmes de super heróis.  –faz piada, nós forçamos um riso nos afastando um do outro, e ela para entre nós.

—Como foi a viagem? –pergunto, pegando a mão dela de forma discreta. Felicity olha para nossas mãos unidas, depois abre um sorriso que me faz suspirar feito idiota.

—Wally arrasou no discurso de padrinho!

—Wally, é sério? –pergunto surpreso, espelhando o sorriso em seu rosto.

—Ele foi maravilhoso. –suspira encantada. -Usou as palavras “substituir” e “perceberiam”, isso com oito anos e sem gaguejar!

—É um pequeno gênio! –elogio.

—Puxou a mãe. –Diggle diz, depois me olha de lado.

—Vou ficar nesse andar. –Felicity dá um passo à frente.

—Vai embora agora? –olho em meu relógio, ainda eram duas horas da tarde.

—Tenho uma reunião com minha advogada, parece que ela tem a proposta de um acordo da companhia aérea. –responde com naturalidade, Diggle e eu trocamos um olhar cheio de significado.

—Boa sorte. –sorrio quando as portas se abrem. –Nos vemos depois?

—Claro. –ela me dá um sorriso delicado. –Até mais, John.

—Até, Felicity. –esperamos que a porta se feche, levo minhas mãos à cabeça. –Ela vai aceitar esse acordo Oliver, se você não fizer nada, vai ser tudo o que ela vai ter depois de perder o marido e pai dos filhos dela. Tem certeza que o patrimônio da sua família é tão importante? Por que eu vi como a olha. Se não a ama, está muito perto disso.

No fim da tarde chego no loft e estranho a ausência de Thea, mexendo e bagunçando as minhas coisas. Tomo um banho rápido, tentando colocar minha cabeça em ordem. A verdade é que minha mãe nunca mais falaria comigo, talvez eu tenha que entregar meu cargo na QC caso não faça o que estou sendo instruído. Mas Felicity perderia muito mais... Sinceramente, nunca estive mais dividido antes.

Ao sair do banheiro, vejo meu celular tocando sobre a cama e a foto dela no visor. Já havia uma chamada perdida, então atendo imediatamente. –Felicity?

‘Posso passar em sua casa?’ sua voz era um sussurro.

—Claro, vou estar te esperando. –respondo imediatamente.

‘Tudo bem, obrigada.’ Murmura antes de desligar, sem que possa me despedir ou fazer mais perguntas.

Visto uma calça jeans e uma camisa branca. Tento organizar minha casa o máximo que posso, essa é a única vantagem de Thea ter a chave, se não fosse por ela, isso aqui seria um emaranhado de bagunça. Dez minutos depois a campainha toca, abro rapidamente vendo Felicity com os olhos vermelhos do outro lado da porta, e os óculos em sua mão.

—Me desculpe, não tinha mais para onde ir. Deixei os garotos com Sara, mas precisava colocar meus pensamentos em ordem. –sussurra, eu abro meus braços para ela, como um convite, que aceita de forma quase desesperada.

—Está tudo bem. –murmuro acariciando seus cabelos, enquanto a puxo para dentro comigo, empurro a porta com os pés para que se feche. –Vem, senta aqui. –digo, mas praticamente a carrego até o sofá, sem afastá-la de mim. –Agora me conta, o que aconteceu? –pergunto quando já estamos sentados lado a lado.

—Eu fiz o acordo. –Felicity apoia os cotovelos sobre o joelho e passa as mãos pelos cabelos e o rosto, como se estivesse tentando se manter inteira.

—Foi um acordo ruim? –questiono confuso.

—Não, na verdade não é pelo dinheiro. Acho que todo o processo era algo que eu tinha para me agarrar. E agora é como se ele tivesse ido embora, para sempre. –ela se recosta sobre o sofá, se sentando ereta. –Barry não era perfeito, entende? Nós brigávamos muito, tínhamos problemas financeiros, e Deus, ele nunca chegava no horário. O que me deixava possessa. –bufa de um jeito adorável. –Foi o primeiro cara que eu amei, meu primeiro namorado. Sentia como se tivesse jogado na loteria uma única vez e conseguido ganhar o prêmio máximo. Mas então ele se foi e tudo na minha vida mudou. A dor foi insuportável, mas eu me aguentei, a senti aos poucos para me manter forte pelas crianças, retomei a minha vida, e conheci você. –a forma como ela me olha muda, não era apenas uma pessoa desabafando, havia desejo em seus olhos, que não pararam apenas em meu rosto. –E fico pensando em você em momentos que não deveria, no começo era estranho, mas agora... Eu quero estar aqui, quero estar com você.

Afasto uma mexa de seu cabelo do rosto, me aproximando para beijá-la. Mas não era exatamente o que Felicity queria, suas mãos pequenas seguram meu rosto contra o dela, enquanto seu beijo se torna intenso, desesperado.  Ela passa aos mãos sobre meus ombros, braços e para na base da minha camisa, percebendo sua intenção a retiro em um movimento rápido. Felicity se afasta e me olha novamente, a vejo morder de leve o lábio inferior, a puxo para meu colo, levantando sua saia para que conseguisse encaixar suas pernas em meu quadril, voltando a beijá-la.

Desabotoou lentamente sua blusa salmão, ficando apenas com uma camiseta fina, beijo seus ombros, pescoço e a base de suas orelhas. Até o momento em que ela parece perder a paciência e retira a própria blusa, ficando com o tronco nu. Linda, ainda mais do que imaginei. Levanto-me com ela em meus braços caminhando em direção ao meu quarto, sem parar de beijá-la. Faria direito, sem pressa, com carinho. Pela primeira vez em minha vida, tento usar o sexo para conseguir conquistar uma mulher e não apenas para o meu prazer.

—Como eu consegui ficar tanto tempo sem isso? –Felicity falava sozinha, com sua mão passeando por meu braço, já perdi as contas de quanto tempo apenas a observo devanear, com um sorriso bobo em meus lábios. –Você sabe que tem uma reputação, não sabe? –pergunta, me arrancando uma gargalhada.

—Não acredite em tudo o que escuta ao meu respeito. –dou um beijo rápido em seus lábios.

—Não, não, a reputação procede. –garante mexendo os olhos de forma engraçada, ela é inacreditável. –É impressionante!

—Vou tomar isso como um elogio. –murmuro confuso.

—E foi. –ela sussurra se inclinando em minha direção, sorrio antes de beijá-la, mas escutamos a porta se abrir, então praguejo, puxando o lençol para cobrir o corpo de Felicity. –O que é isso? –ela olha assustada em direção a porta.

—Meu inferno pessoal. –respondo bufando irritado, segundos depois Thea aparece na porta do quarto. Ela arregala os olhos ao ver Felicity em minha cama.

—Oh meu Deus! –exclama tapando o rosto com as mãos. –Me desculpem, podem continuar... Argh! –sai rapidamente, batendo a porta atrás de si. –Eu estou indo embora!

—É como voltar a adolescência. –Felicity pragueja, se escondendo sob o lençol.

FELICITY

Saio do prédio de Oliver a seu lado. Nós caminhamos em silencio até meu carro, eu procurava o que dizer, e como dizer. Vejo no rosto dele que estava fazendo o mesmo. Tenho medo de abrir a boca e sair bem mais do que desejo. Foi o melhor sexo da minha vida, não posso negar. Era como se ele tivesse mais do que um par de mãos e cada uma delas me conhecessem por toda a vida... Mas essa não é a questão, não quero que Oliver se sinta obrigado a estar comigo, ou obrigado a tornar nosso relacionamento sério.

—Me desculpe, por Thea. –ele fala por fim, quando paramos em frente ao meu carro.

—Está tudo bem, Oliver. –solto um riso curto. –Foi até engraçado, só não sei como vou conseguir olhar para sua irmã agora sem morrer de vergonha!

—Talvez ela pare de pensar que pode entrar e sair da minha casa quando quer. –parece pensar alto, com uma pontada sincera de esperança na voz. –Mesmo assim, me desculpe.

—Vou falar de novo, está tudo bem. –suspiro. –Olha Oliver, quero que saiba que não precisa pensar que tem algum tipo de obrigação, nós somos adultos e eu sou complicada, com dois filhos entendo se quiser...

—O que vai fazer no sábado? –me interrompe, com o semblante sereno.

—Os garotos não querem andar de avião, então estava planejando alguma viajem curta. –pisco algumas vezes tentando o entender, ele me ouvia atento. –Não quero que meus filhos cresçam com medo de voar.

—Por que não vamos a Ivy Town? –sugere naturalmente.

—Vamos? –semicerro meus olhos.

—Sim. Eu, você e as crianças. –me dá um sorriso lindo. –Tem um parque aquático, que meu pai me levava quando criança, acho que Bart e Wally vão se divertir. E assim posso os conhecer melhor.

—Quer mesmo fazer isso? –meu coração batia acelerado, era mesmo como voltar a adolescência.

—Não entendeu ainda? –ele acaricia meu rosto com carinho, e me sinto presa por teus olhos azuis. –É só o que quero.

Chego em casa e escuto conversas vindo da cozinha. Deixo minhas chaves e a bolsa, no balcão ao lado da porta. Ray estava ajudando os garotos a fazer sanduiches, me escoro na parede, observando a cena, eles obedeciam atentamente tudo o que Ray instruía. Sinto passos em minha direção e Sara para a meu lado.

—Desculpe a minha demora. –sussurro, sem querer chamar a atenção das crianças, ou todo o trabalho de Ray iria por agua a baixo.

—Vocês? –sorri sugestiva, balanço a cabeça confirmando, com um sorriso nos lábios.

—Ah! –exclama, antes que possa detê-la, e os garotos olham em minha direção, descendo dos bancos e correndo até mim.

—Mãe!

—Quero os detalhes! –Sara sussurra.

Abraço apertado os meus filhos, e me levanto com Bart em meu colo. Ray sorri para mim e entro de vez na cozinha. Os coloco de volta onde estavam, me sento a mesa, e Sara vai até o namorado, que a abraça com carinho.

—Vocês podem ficar com Ollie no fim de semana? –pergunto.

—Não marcamos nada no fim de semana. –Ray pensa.

—Acho que podemos ficar. –Sara conclui. –Por que?

—Os garotos e eu fomos convidados para fazer uma viagem. –conto e os meninos me olham animados.

—Por convidados, ela quer dizer que Oliver convidou. –Ray implica, fazendo Sara dar risada.

—O Sr. Queen? –Bart pergunta confuso.

—Ele mesmo, querido. Nós vamos ao parque aquático, em Ivy Town. O que acham?

—O que acha, Ray? –Sara debocha, eles pareciam se divertir as minhas custas, mas resolvo não brigar, por estar de muito bom humor hoje.

—Aquele parque que aparece na televisão? –Wally se anima. Olho para meus amigos, que pareciam tão felizes quanto eu, com o avanço dele.

—O com tobogãs enormes e shows aquáticos! –concordo, fazendo cosquinha nele.

—Uma viagem com as crianças é um grande passo. –Ray comenta, finalizando os sanduiches dos garotos.

—Eu sei, mas parece ser o momento certo. –dou de ombros, afagando os cabelos de Bart. –Comam tudo. –aviso e me levando indo para a sala com os outros. –Foi ideia dele, que parece estar mesmo querendo conhecer meus filhos... –me sento no sofá, Ray se senta na poltrona e Sara senta no colo dele.

—Ele está apaixonado, Felicity. –Sara simplifica e vejo Ray balançando a cabeça, concordando.

—É estranho, por que faz muito tempo desde que me senti dessa forma... –pondero, fazendo uma auto analise. –A euforia, o coração palpitando. –suspiro. –Aquele frio na barriga do começo de um namoro. Com Barry, era natural, como respirar.

—Vocês eram parecidos. –Ray diz, com um sorriso saudoso. –Quase como se fossem a mesma pessoa.

—Oliver é seu oposto. –Sara olha para o namorado, com adoração. –O que é tão bom quanto. Ele vai te bagunçar, te desafiar, tirar sua zona de conforto, mas vai valer a pena.

—Vale a pena para mim. –ele completa e Sara se inclina para beijá-lo.

—É... –penso, anda com arrepios ao me lembrar de nossa tarde juntos. –Pode valer a pena.


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Notas finais do capítulo

Hum... Viagem a caminho...
Me contem o que acharam, Rê obrigada mais uma vez.
Bjnhos xuxus!