Sara Lance

É óbvio que tá rolando um clima entre Felicity e Oliver. Assim como Caitlin, a conheço como a palma da minha mão e posso ver pela cara dela que ele a está tirando dos eixos. Não é a toa né? Afinal, estamos falando de Oliver Queen, pelo amor de Deus! Mas também posso ver que, para ela, ele é apenas um playboy riquinho e mulherengo (Vamos combinar que os tabloides também não ajudam em nada na reputação dele, né?) e ela jamais admitiria que a atração entre eles é mútua. Ela é muito orgulhosa e detesta o que o poder faz com os homens: os torna arrogantes e esnobes, além do que, a imagem masculina que ela tem não é lá das melhores... Sei que ela já percebeu que Oliver não é assim, mas também não vai dar o braço a torcer e admitir que ele muito provavelmente é um cara bacana apesar da fama de galinha... o que é um saco, se quer saber minha opinião! Quer dizer, qual é o problema com essa mulher, Jesus? Ela por um acaso se tocou que estamos lidando com um deliciosamente tentador Oliver Queen? Quem, em sã consciência, dispensa Oliver Queen? Mas, pensando melhor, pode ter sido justamente isso que chamou a atenção dele. E isso pode ser muito bom ou muito ruim! Apesar dos pesares, e por pesares eu quis dizer a gostosura sem fim do Adônis/Oliver, ela é minha melhor amiga e não quero que ele quebre seu coração, como já fez com dezenas de mulheres, apesar que pela cara de bobo dele a observando, eu ache que o encrencado dessa história vai acabar sendo ele. Já percebi que Oliver notou que ela é osso duro de roer, por isso acho que não me surpreendo quando ele diz:

– Srta. Lance, poderia me dar um minutinho?

O.k. Eu me surpreendo sim. Quem diria que um cara como Oliver Queen ia pirar por causa da minha doce amiga Felicity? Eu é que não! Mas mesmo assim, respondo:

– Claro - e saímos para um canto da sala.

Posso ver que chamamos a atenção de uma certa loira de óculos. Ela já mexeu umas 20 vezes na bolsa e não tirou nada, fica só nos atravessando com o olhar, de uma maneira que ela acha ser discreta. Me arrisco a dizer que é ciúme.

– O que houve? - pergunto, casual, como se minha melhor amiga não tivesse fisgado o homem mais desejado da cidade, ou do país se bobear!

– Preciso de sua ajuda. - ele solta, rápido.

– Minha ajuda?!- Peraí, eu ouvi direito, produção? Esse é Oliver Queen me pedindo ajuda?

– É - então eu ouvi direito mesmo – Você é muito amiga da Felicity, né? - ele questiona e olho automaticamente para ela, que desvia o olhar o mais rápido que consegue.

– Uma de suas melhores amigas. Por quê?

– Quero me aproximar dela, mas ela não parece muito disposta a deixar...- ele murmura.

– Ah, isso? Não se preocupe, você não é o único, se quiser pode entrar pra fila...- tento o tranquilizar - Ela é assim. Vejo ela afastando os homens com uma frequência assustadora, pra dizer o mínimo. - falo, chateada ao lembrar da porção de encontros que arranjei pra ela, que a própria sabotou.

– Por isso preciso de você. Preciso que me ajude a conquistar a confiança dela.

– Isso é algo que você vai ter que conquistar - advirto - A única coisa que posso sugerir é que seja absolutamente sincero com ela. Mas...por que Oliver Queen quer se aproximar de alguém comum, como Felicity Smoak? - questiono, desconfiada da fama de galinha dele - Achei que modelos fizessem mais o seu tipo.

– Isso não tem nada a ver com "garotas para uma noite" - ele se defende - Na verdade, nem sei por que estou insistindo tanto com ela, já que jamais adulei mulher nenhuma. Estou agindo como um completo idiota, mas, me acredite, não é algo que eu possa evitar - ele coça a cabeça - Ela é impossível, teimosa e implicante mas, ao mesmo tempo, é engraçada, talentosa, inteligente e, quando quer, dócil e gentil. Eu simplesmente adoro vê-la divagando e se enrolando com as palavras. Quando ela sorri - ele me olha nos olhos, perdido em meio à sua descrição - Quando sorri, seus olhos brilham e seu rosto se ilumina. Eu nem mesmo faço ideia de como consegui captar tudo isso! - ele suspira.

– Ai. Meu. Deus! - exclamo, completamente pasma.

Ele sorri

– Estou perdido, né?

– Completamente! Ela vai fatiar você, passar na manteiga e servir com batatinhas! - aviso.

– Sei que isso é loucura. Acabei de conhece-la, chega a ser surreal mas...eu quero que ela faça tudo isso. Cansei de fugir dos grandes sentimentos - ele balança a cabeça, resignado - Preciso me dar uma chance de sentir essa loucura de novo.

E é então que me lembro: Helena Bertinelli. O cara passou simplesmente 2 anos sem um único relacionamento decente depois dela. Da traição e vergonha públicas, já que, quando se é um Queen tudo na sua vida é público, mesmo que seja o fato de seu primo ter pegado sua namorada debaixo do seu nariz por quase 1 ano!

– E tinha que ser justo a Felicity? - levanto a sobrancelha - Quer dizer, minha amiga é maravilhosa - os olhos dele brilham (ownt *--*) - mas no quesito romance ela é um grande nó cego!

– E a gente escolhe? - ele dá de ombros.

– Tem razão - suspiro. Esse Queen está realmente perdido. Simples e completamente perdido.

– Posso contar com sua ajuda para desatar esse nó? - ele estende sua mão.

O.k. E agora ele está pedindo que eu lhe entregue a corda com a qual vai se enforcar. Mas, de alguma forma muito louca, acho que ele está certo e que a segunda chance dele pode ser uma segunda chance pra Fe, também. Então...dane-se!

– Às suas ordens! - falo, apertando a mão dele firmemente.

Ele sorri e, antes que se afaste, chamo:

– Oliver?

– Sim?- ele me encara.

– Pode me chamar de Sara.

– O.k. - ele assente, sorrindo - E...obrigado, Sara!

Sorrio de volta e ele se vira.

E aqui estou eu, bancando a Cupido!