Por trás das lentes escrita por Megan Queen


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Como prometido, não demorei, né?
Aqui está mais um cap fresquinho que eu espero muito que gostem, com uma pequena revelação... ~sem spoilers~
E eu queria tirar um espacinho para agradecer pelos lindos comentários que eu recebi no cap passado. Vcs são as melhores leitoras do mundo, meninas!
Meu muito obrigada às: felicitysmok, Bianca Rocha, Stay Alive, emily comello, Mili Olicity, laurasfelix, Érica Mikaelson Salvatore, La Volpe ~que sempre me dá umas ideias maravilhosas~ Laura Alessandra, SarahRP, Mikaelly Tessaro Lucas, Regina Coeli ~sempre me divirto muito com seus reviews..kkk~ Andrea Neves, Emily Queen ~mais uma vez me surpreendendo...Acho q agora a estrelinha já está aparecendo~ Tati Chaves e Mrs Smoak Queen! ♥ Amei todos!
Sobre o capítulo, muita gente me pediu uma continuação do anterior e eu até cheguei a começá-la mas, visto que a história ainda tem muita coisa por vir eu preferi por andar mais um pouco na corrente do tempo, sorry!
Espero que curtam esse cap tanto quanto eu amei escrevê-lo e quero rever todas vocês nos comentários, ok?
Boa leitura!



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Oliver Queen

Passaram-se algumas semanas desde o dia em que tudo mudou entre mim e Felicity. E tenho certeza de que mudou para muito melhor!

Claro que não somos namorados e nem podemos nos portar como tais em frente às pessoas. Assim, na maior parte do tempo nos comportamos como os amigos que somos. Mas agora, vez por outra nos encontramos em pequenos momentos secretos e beijos roubados. Na verdade, nunca imaginei que pudesse me contentar com o que temos e, algum tempo atrás eu diria que nenhuma mulher era capaz de me prender por muito tempo depois do que houve com Helena, mas Felicity me faz querer estar perto dela nem que seja para jogar conversa fora, sair pra tomar um sorvete ou assistir um filme... Sinto o prazer de estar com ela mesmo quando não estamos nos beijando! E isso é novo para mim, já que meus “romances” sempre foram mais motivados pelo lado carnal... Não que eu não a deseje, porque estaria mentindo se o dissesse. Pra ser sincero, na maior parte do tempo, ela deixa meu corpo em chamas com pequenos gestos e insinuações que deixa escapar. Ainda não sei de onde estou tirando tanto autocontrole, o que é outra coisa nova pra mim: Ter que me controlar. Antes as coisas eram bem mais simples: Eu via uma mulher, a desejava, trocava algumas palavras com ela e a levava pra cama, sumindo no outro dia sem me importar em dar satisfações. Mas sou simplesmente incapaz de sequer cogitar fazer algo do tipo com Felicity! Eu quero que ela me deseje, ela me queira e, principalmente, quero que ela retribua pelo menos uma parte de tudo o que sinto por ela!

Agora estou sentado em minha sala e com alguns documentos em mãos, os quais nem sequer sei do que se tratam por estar com a cabeça vagueando sempre para o mesmo lugar. A cada dia que passa me convenço de que 24 horas é muito pouco para pensar nela tanto quanto gostaria!

É lógico que tivemos nossos desentendimentos, o principal deles sendo Ray e meu ciúme assumido quando se trata dele. Sabe o que é mais chato? O cara é o sinônimo de perfeição, simplesmente não há um motivo plausível para não gostar dele... Exceto pelo fato de que ele quer a mesma mulher que eu quero! A bem da verdade, se Felicity não ficar comigo... ele seria a melhor escolha que ela poderia fazer. Acontece que não estou disposto a abrir mão dela de jeito nenhum, então não admitiria isso nem sob tortura!

Felicity conversou com ele e os dois se entenderam depois do que houve no shopping. O problema é que, depois de saber que eu estou próximo dela, ele resolveu marcar presença colado! Já perdi a conta das vezes que tento marcar alguma coisa com ela e ela me diz que já marcou algo com ele. Seus amigos estão sempre junto, claro, mas isso não me deixa nem um pouco mais tranquilo!

Na realidade, quase não temos passado muito tempo juntos por causa dos preparativos para o casamento de Barry, que vai acontecer daqui a 3 meses. Claro que foi uma luta conseguir um local com tanta pressa, mas depois de eu e o Palmer termos mexido uns pauzinhos com nossos contatos, conseguimos arranjar esse e outros detalhes, como uma pequena surpresa para o dia do casamento, que foi a única coisa que conseguiu nos fazer conversar civilizadamente.

Suspiro e jogo os papéis em cima da escrivaninha, massageando minhas têmporas com os indicadores. Só de pensar no Palmer perto de Felicity, minha cabeça já dói!

Ouço o bipe do celular e o pego, olhando as horas... Passa um pouco da hora do almoço, mas não sinto um pingo de fome. Olho a foto que vibra na tela, indicando uma chamada. Felicity. Sorrio ao observar seu rosto manchado de milk-shake na tela e atendo a chamada, meu sorriso morrendo aos poucos à medida que escuto suas fungadas e a voz chorosa.

— O que aconteceu, sweet? – pergunto alarmado.

— Você está muito ocupado? – ela devolve baixinho.

Olho rapidamente para a pilha de papéis sobre a mesa e giro na cadeira, ficando de costas para eles.

— Não. – minto – Por quê?

— Preciso de companhia... – ela dá outra fungada – Cait saiu para trabalhar, Sara está no trabalho com Barry e minha mãe só chega semana que vem... Eu pedi o dia de folga porque... hoje faz 3 anos que James morreu – sua voz fica mais embargada e meu coração aperta – E, bom...eu sou a única que ficou para lembrar e não quero lembrar sozinha, entende? – conclui. – Sei que você é bastante ocupado, mas...

— Chego aí em 20 minutos! – interrompo, já me levantando e pegando meu terno do encosto da cadeira.

— Obrigada, Oliver... – sua voz soa baixa.

— Não por isso... – retruco, encerrando a chamada.

Saio da minha sala e peço para a secretária remarcar todos os meus compromissos dessa tarde, chamando Dig com uma mão e já saindo para o elevador com ele logo atrás.

Em questão de alguns minutos, graças ao trânsito maravilhoso, por algum milagre divino, logo estou na frente do prédio de Felicity.

Sem paciência para esperar o elevador, subo pelas escadas mesmo e bato na porta.

Espero no máximo dois minutos e ela se abre.

Não tenho nem tempo de processar o rosto inchado da minha loira e ela já se jogou em meus braços, soluçando. Puxo-a para meu colo, pondo um braço por baixo de suas pernas e a deixando enterrar o rosto em meu pescoço, enquanto fecho a porta com o calcanhar. Caminho até o sofá e me sento, com ela ainda em meu colo. A deixo chorar tudo que tem preso dentro de si, afagando seus cabelos devagar e falando palavras de consolo baixinho, sentindo o coração apertado por não poder fazer nada para diminuir sua dor. Ela agarra o tecido de minha camisa, o torcendo entre os dedos enquanto chora sem parar, me molhando, mas não me importo com isso.

— Desculpe... – ela murmura, me abraçando mais apertado e dou um sorriso mínimo enquanto acaricio suas costas fazendo pequenos círculos – Foi uma péssima maneira de te receber...

— Não se desculpe,sweet, e não se envergonhe de sua dor... – ergo seu rosto entre minhas mãos e passo os polegares por suas bochechas vermelhas – Quando perdemos alguém, a saudade é nossa maneira de mantê-lo vivo dentro de nós... Quando a saudade acaba, então não sobrou mais nada e tudo está realmente perdido! – concluo, beijando uma lágrima teimosa que desce pela lateral de seu rosto com minhas palavras.

Ela se joga novamente em meu peito, me abraçando forte e suspirando contra meu pescoço, causando um arrepio em minha pele que faço questão de ignorar no momento.

— Ah, Oliver! – murmura – O que fiz pra merecer você na minha vida? – pergunta.

Rio pelo nariz. Eu me fazia a mesma pergunta todos os dias sobre ela.

— Não sei... Talvez esbarrar comigo e me mandar dar uma folga às limusines para aprender a andar a pé... – respondo e ela solta um riso mínimo que me aquece por dentro – Sério, depois daquilo eu decidi que não podia perder você de vista! – afirmo e ela levanta a cabeça pra me encarar com uma sobrancelha erguida.

— Alguém já disse que você é estranho? – questiona.

— Hmmm... – finjo pensar – Sim... Você! – retruco e ela sorri de leve, voltando a deitar a cabeça em meu ombro.

— Queria muito que as coisas tivessem sido diferentes... – suspira profundamente e eu a acompanho. Novamente, é algo que eu mesmo já havia desejado. Desejado que não houvesse toda essa história cheia de lacunas entre ela e Cooper. Que ele não a tivesse quebrado dessa forma. Que as coisas entre nós não fossem tão complicadas por seu passado cheio de coisas que não faço ideia do que sejam e que me deixam inseguro por ser obrigado a ficar no escuro. – Você teria adorado conhecer James! – ela fala nostálgica e freio meus pensamentos para prestar atenção ao que ela vai dizer – Ele era a pessoa mais... pura que eu já conheci, sabe? E digo isso mesmo depois de ter conhecido Barry... – ela ri fracamente – Ele era bom sem esperar nada em troca, sem perguntas e obstáculos. Aquele tipo de pessoa que dá o sangue pra ajudar aqueles que ama, apesar da própria vida estar na merda. Ele foi o irmão caçula que eu nunca tive... – ela funga, recomeçando a chorar – Eu prometi à sua mãe que cuidaria dele e eu nunca vou me perdoar por tê-lo colocado na mira de Cooper! – seu choro se torna convulsivo e ela treme contra mim.

— Você não tem que se perdoar por nada, sweet! Você não tem culpa pelas péssimas escolhas que Cooper fez, não tem culpa de ele ser um doente que eu espero estar apodrecendo na prisão até hoje! – falo, inconformado com seu sofrimento e a sinto paralisar em meus braços, até mesmo sua respiração falhando por um segundo. – O que foi? – questiono, assustado – Felicity? – chamo, mas ela não responde nem me olha nos olhos, parecendo acuada. – Cooper... – fico apavorado com a hipótese, mas resolvo perguntar mesmo assim – Ele está solto?

— Não – ela responde pausadamente e com a voz fraca. Suspiro aliviado, mas não por muito tempo – Ele... está morto – ela conclui e é a minha vez de paralisar e perder o ar.

Felicity Smoak

Sinto Oliver enrijecer embaixo de mim depois da minha última frase e engulo em seco.

— C-Como assim? – ele pergunta baixinho e sinto meu estômago revirar com lembranças que prefiro enterrar debaixo de 7 palmos de terra junto com Cooper. – Como aconteceu?

— Não quero falar sobre isso – meu sangue corre frio pelas veias e de repente me sinto sufocada, o que eu sei que é o início de um ataque de pânico – uma das coisas com que tenho convivido nesses últimos 3 anos e por causa das quais ainda uso medicação pesada e controlada. Simplesmente quero sair dali, de perto dessas lembranças, se possível sair do meu corpo para purgar tudo aquilo em outro lugar. Sinto minhas mãos tremerem e a vista embaçar. Tento sair de cima de Oliver como se sua pele estivesse me queimando, mas ele me impede, segurando meus pulsos delicada e firmemente, sem me machucar, e me fazendo encará-lo.

— Então não vamos falar sobre isso... o.k.? Não vamos falar... – ele olha dentro dos meus olhos como se pudesse ver minha alma atormentada e eu os fecho com força, sacudindo a cabeça – Não vamos pensar sobre isso, também, sweet... – ele pede, soando desesperado e culpado por minha situação.

— Só consigo pensar sobre isso, não posso parar – sussurro, a respiração falhando.

— Então não pense! – ele fala e, numa tentativa insana de me desligar de minhas lembranças conflitantes, agarra minha nuca e me beija com uma intensidade anestesiante.

E realmente dá certo!

Não há o que pensar com sua boca trabalhando tão furiosamente contra a minha ou com sua língua impelindo numa velocidade atordoante, como se fôssemos morrer se não nos beijássemos. Oliver puxa o tecido da camiseta comprida que uso, me fazendo chegar ainda mais próxima dele e me ergue para que eu coloque minhas pernas uma de cada lado do seu corpo, o que faço automaticamente por instinto. Seguro seu rosto entre minhas mãos desacelerando o beijo apenas para tomar fôlego e acelerando novamente, todo o meu corpo se arrepiando à medida que sua barba arranha a minha pele. Seguro um gemido quando suas mãos ansiosas descem por minhas costas e apertam meu quadril contra ele, o contato tão próximo que acho que posso explodir a qualquer momento. Desço as minhas e seguro seus braços, apertando e testando os músculos com as unhas, o fazendo soltar um grunhido e morder meu lábio inferior em resposta.

— Não pense em nada, agora... – ele murmura, sua respiração esquentando ainda mais a pele do meu pescoço e seus lábios traçando um caminho de beijos molhados até minha orelha – Só em nós e no quanto é maravilhoso quando eu te beijo assim... – acrescenta, voltando a me beijar mais lentamente e logo trazendo a boca para minha orelha novamente – Ou no quanto é maravilhoso quando eu te toco assim... – ele desce as mãos do meu quadril para minhas coxas, cravando seus dedos ali e sinto minha respiração sair pesada quando ele faz pequenos círculos torturantes no caminho de volta para meu quadril – Você gosta, Felicity? – sua voz soa rouca.

— Sim, Oliver – a minha se assemelha à de uma pessoa completamente ensandecida.

— Consegue pensar em outra coisa? – ele quer saber, mordendo meu queixo lenta e torturantemente, me fazendo ofegar e negar com a cabeça, apertando seus ombros, inquieta – Ótimo... – ele fala, me beijando mais carinhosamente dessa vez – Lembre-se de como está se sentindo agora toda vez que essas lembranças estiverem rondando sua cabeça, lembre-se de como está ofegante e leve ao mesmo tempo e de como você está adorando se sentir assim... – ele continua falando com sua voz enrouquecida e eu simplesmente não consigo prestar atenção a mais nada!

— Eu vou lembrar... – murmuro com os olhos fechados, contra seus lábios. Ele solta um pequeno resmungo, que não consigo entender e segura meus quadris com as duas mãos me mantendo no mesmo lugar e me erguendo de leve, para diminuir a pressão.

— Por favor, tente se manter quieta! – pede suplicante, com a expressão contorcida – Não queremos que isso tome outras proporções...

— Quem disse? – uso minha voz mais sedutora e ele estreita os olhos em minha direção – Não quero que pare agora... – faço manha e ele sorri minimamente, me dando um selinho ofegante.

— Também não quero, sweet... – responde – Mas realmente não podemos continuar. Não nessas circunstâncias... – explica e eu bufo, revirando os olhos, mas tendo que concordar com ele. Não posso usá-lo apenas para suprir meu momento de carência – Não faça essa cara. Você sabe que eu estou certo! – ele fala, como se pudesse ler minha mente e cutuca meu nariz com o indicador – Além do mais quero te levar a um lugar... – ele acrescenta e meus olhos brilham de curiosidade – E você não pode ir com essa camisa do Blue Jays que eu te dei e esse shortinho absurdamente curto para o lugar que tenho em mente... – provoca e eu solto um pequeno riso, me levantando de cima dele, que coloca um travesseiro no colo imediatamente, me fazendo corar. – Estarei te esperando aqui na sala... – ele ignora meu rubor e avisa, me fazendo caminhar até o quarto. Antes que eu o alcance, porém, ele me chama e eu me viro em sua direção – E, antes que eu me esqueça... Esse uniforme ficou mil vezes melhor em você do que em qualquer um dos jogadores. – seu sorriso brincalhão me contagia e eu pego outra almofada, jogando-a em seu rosto e ouvindo sua gargalhada antes de me virar e ir até o quarto.


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Notas finais do capítulo

E então? Espero que tenham gostado e... não esqueçam de dar sua opinião, isso me deixa feliz, motivada e faz com que eu volte mais rápido!
Xero