Por trás das lentes escrita por Megan Queen


Capítulo 24
Pedidos (Bônus duplo)


Notas iniciais do capítulo

Yaí povo!
Bom, novamente não vou falar muito por falta de tempo, mas gostaria de agradecer de coração a todas as fofas que deixaram seus reviews e dizer que amei todos!
Mas eu queria agradecer em especial à Emily Queen que sempre me emociona com suas palavras perfeitas! Obrigada, gata! Espero que goste desse cap, apesar de não ser Olicity...kkk
E, Regina Coeli, esse cap é metade pra você, flor!
Boa leitura!



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Loving can hurt

Loving can hurt sometimes

But it’s the only thing

That I know

And when it gets hard

You know it can get hard sometimes

It is the only thing that makes us feel alive

[…]

Photograph (Ed Sheeran)

Caitlin Snow

Desde a chegada de Barry, percebi que ele está levemente tenso com algo. Lógico que isso me inquieta, mas vou esperar até que ele mesmo tome a iniciativa de me dizer o que está acontecendo.

Agora estamos almoçando comida chinesa e assistindo “Para Sempre” na FOX, sentados num amontoado de travesseiros no tapete da sala.

— E então? – ele fala, olhando da TV para mim – O que eu perdi nessa semana?

— Nada de mais, exceto pela companhia da sua maravilhosa namorada... – dou de ombros, sorrindo e ele gargalha.

— Disso eu já sabia – ele comenta, dando um beijinho na ponta do meu nariz.

Está aí uma das coisas que mais adoro em Barry: A leveza que ele traz pra minha vida.

Quando estamos juntos é como se estivéssemos numa bolha só nossa e o que sentimos transbordasse por cada poro dos nossos corpos. Nunca senti isso com ninguém, nem mesmo com Ronnie, meu falecido noivo. Costumava achar que nunca mais alguém me faria sentir inteira após a morte dele, mas então Barry apareceu com aquele sorriso puro que eu tanto amo e as coisas mudaram.

Ele é bem diferente do que Ronnie era. Com Ronnie, as coisas foram mais intensas, rápidas, como uma chama que queima com fúria, mas não foi feita pra durar. O conheci no hospital onde eu trabalhava e sua atitude determinada, diante do problema cardíaco grave que ele tinha, foi uma das maiores forças para fazer com que eu me apaixonasse louca e perdidamente por ele, sendo retribuída na mesma medida. As coisas e os sentimentos entre nós cresceram de maneira absurdamente rápida, como se a vida quisesse compensar com intensidade o que não teríamos em tempo. Acho que tínhamos 2 meses de namoro quando ele me pediu em casamento! E eu disse sim! Nunca me esquecerei da explicação que ele deu ao seu pedido apressado:

“Eu sei que você é o tipo de mulher que sonha com um ‘Felizes para sempre’ e que realmente merece algo desse tipo. Acontece que eu não sou exatamente capaz de te dar uma coisa dessas proporções, Cait. Sei que pode parecer insano, minha vida é cheia de altos e baixos, não tenho certeza de quanto tempo meu coração vai durar... Mas se existe uma constante na minha vida, essa é você! E eu sei, no fundo da minha alma, que cada batida por mais fraca que seja do meu coração é sua, amor! Eu não sei se posso te dar um “Para Sempre”, mas eu quero fazer com que nosso amor e nossa história sejam infinitos pelo tempo que durarem, sem arrependimentos”

E sim, nós tivemos nosso pequeno pedaço de amor infinito, pelos próximos 4 meses onde tentávamos desesperadamente tirar tudo um do outro até que seu coração finalmente desistiu de lutar para mantê-lo vivo.

Acho que a pior experiência da minha vida como cardiologista, foi assisti-lo morrer sem poder fazer nada para salvá-lo. Mas, antes de entrar pra sala de cirurgia, ainda assim ele ficava repetindo que fora muito feliz, que não se arrependia e que valera muito a pena. E me fez jurar que não deixaria que nossas memórias se transformassem em lembranças ruins, mas que as guardasse com carinho para me fazer feliz quando estivesse sem ele. Me pediu que recomeçasse e que tivesse a vida que ele sempre quis pra mim...

Pode parecer clichê, e talvez seja mesmo, você ouvir isso da pessoa que você ama antes de ela te deixar, mas mesmo assim eu levei muito a sério cada uma das últimas palavras sôfregas e arquejadas dele.

Claro que eu desmoronei quando tudo acabou. É impossível amar tão intensamente uma pessoa e não perder uma parte sua quando ela se vai. Mas com a ajuda de Felicity e Donna, que sempre considerei como uma mãe, eu me reergui, disposta a fazer com que Ronnie se orgulhasse de quem eu me tornara. Mudei para Starling com Felicity, refiz minha vida, amadureci e recuperei minha felicidade. É verdade que por um tempo, doía me lembrar dos meus momentos com ele, mas com o passar dos dias, foram essas lembranças que me mantiveram sã e com a cabeça no lugar. Eu havia me reconstruído, mas ainda sentia a falta dele em cada batida do meu coração.

E então eu conheci Barry e ele me levou aos poucos para fora da minha zona de conforto, ganhando terreno e, devagar, se tornando indispensável.

Pouco depois de nos conhecermos, eu lhe contei minha história. Lembro-me de ter lhe dito com todas as letras que ainda amava Ronnie e, ao invés de me aconselhar a esquecer o passado, ele apenas deu um sorriso tão sincero como só ele sabe dar e disse: “Pessoas especiais devem ser amadas intensa e verdadeiramente, de alguma forma infinita e inesgotável”. E foi aí que eu soube que ele mesmo era esse tipo de pessoa.

Sabia que amava Ronnie e, de certa forma, sempre o amaria. Mas, primeiro como amigo e agora como namorado, Barry me provou que isso não me impede de amar outra pessoa e de ser feliz com ela.

Nosso relacionamento me dá coisas de que fui privada no meu relacionamento com Ronnie por falta de tempo, como simplesmente deitar no tapete e jogar conversa fora, aproveitar as pequenas coisas e se satisfazer apenas com a companhia do outro, sem pressa. Tenho certeza de que Ronnie desejava esse tipo de vida para mim e de que, em outras circunstâncias, ele e Barry seriam bons amigos.

Barry se senta atrás de mim, entre meu corpo e o sofá, me fazendo apoiar as costas contra seu peito e deposita um pequeno beijo atrás da minha orelha, acariciando meus braços. Fecho meus olhos, aproveitando as sensações que seu toque me traz, com o sentimento de plenitude e felicidade que sua presença causa em mim. Barry é minha luz, aquela pessoa que você simplesmente não consegue imaginar a vida sem. Definitivamente, eu o amava com todas as minhas forças!

— Um beijo pelos seus pensamentos... – ouço sua voz calma soprar contra meu pescoço.

 Me viro em seu abraço para encará-lo e jogo meus braços sobre seus ombros, sorrindo.

— Em Ronnie – murmuro e ele assente, compreensivo – E no quanto ele estaria feliz de saber que eu escolhi você... – lhe dou um selinho.

Barry pende a cabeça para um lado, acariciando meus cabelos enquanto observa meu rosto.

— Tenho certeza de que ele diria que eu sou um filho da mãe muito sortudo – ele dá uma curta risada e passa a alisar a pele da minha bochecha com o polegar, sua delicadeza quase como se eu fosse sua bonequinha de porcelana – Às vezes me pergunto se estou à altura dele, sabe? Se conseguirei te fazer tão feliz como ele fez e faria... – ele confessa, sem qualquer tipo de ressentimento na voz. Barry jamais teve problemas com minha história ao lado de Ronnie, pelo contrário, ele adorava me ouvir falar sobre nós e o admirava. Mas agora, pelo visto, ele estava inseguro sobre se eu estava realmente satisfeita com a nossa história.

— Bobo – sorrio docemente, deitando a cabeça em seu ombro – Você já me faz absurdamente feliz todos os dias! Não dá pra comparar o que temos com o que eu tive com ele. Vocês me mostraram lados diferentes da mesma moeda... – explico, devagar para ter certeza de que ele entende.

E é verdade. Com Ronnie eu tive aquele tipo de paixão avassaladora que te consome por inteiro, tive o desespero, a incerteza, momentos quentes e altamente passionais.

Com Barry, eu tenho o tipo de paixão que te envolve aos poucos, criando raízes profundas dentro de você, o carinho, a cumplicidade, momentos doces, o romantismo e o desejo crescente por mais. Eu vejo nele meu melhor amigo, confidente, meu companheiro, meu namorado, amante e tudo que vem incluído no pacote!

— Eu te amo, Caitlin Snow! – ele sorri, olhando em meus olhos. Claro que já havia ouvido isso várias vezes durante nosso 1 ano e pouco de namoro, mas agora, a intensidade em seu olhar deixa meus olhos marejados.

— Eu também te amo, Barry Allen! – murmuro de volta e ele enterra os dedos nos cabelos da minha nuca, me puxando para um beijo faminto, como se quisesse ter certeza de que o que temos é real.

Ele se afasta, com a respiração pesada e sussurra contra meu ouvido:

— Então, maravilhosa namorada, topa um jantar comigo hoje à noite? – sua voz soa rouca.

Mordo o lábio inferior e finjo pensar.

— Hmm...topo! – respondo, sorrindo, para depois cobri-lo de beijos no rosto, descendo para seu maxilar – Sabe o que eu estava pensando? – beijo o ponto sensível abaixo da orelha dele.

— O que? – ele murmura, distraído com a carícia.

— Felicity disse que o apartamento era só nosso hoje... – lhe dou um sorriso malicioso e ele estreita os olhos, corando em seguida. Me encanta o fato de ele ainda se envergonhar apesar de já termos muita intimidade.

Mas ele logo me surpreende, me puxando para sentar em seu colo e me beijando com urgência e paixão, logo depois descendo os beijos por meu pescoço, me amolecendo em seus braços.

— Quanto tempo acha que temos até elas chegarem? – pergunta, ofegante, suas mãos subindo e descendo por minhas pernas.

— Que tal parar de perder tempo e pularmos logo para a ação? – provoco e uma de suas mãos parte para a curva do meu quadril, o apertando e me fazendo ofegar.

— Tudo que você quiser, amor – ele responde com um sorriso, antes de voltar a atacar meus lábios.

Sara Lance

Estou fazendo uma faxina no meu apartamento depois do almoço. Sério, se eu deixar por conta, isso aqui vira um lixão!

Separo todos os materiais que vou usar e visto minha roupa mais surrada: um shortinho de jeans rasgado e uma camiseta regata de banda, preta e comprida que deve ser do século passado. Prendo meus cabelos em um coque completamente desleixado, com alguns fios que ficam soltos.

Coloco uma música qualquer pra tocar bem alto e, em meio a passos totalmente bizarros de minha autoria, começo a limpar tudo.

Quando estou passando o aspirador no carpete da sala ao som de “Glad you came”, completamente focada em limpar abaixo da mesinha de centro sem ter que afastá-la ao mesmo tempo em que tento acompanhar a batida da música, não tentem isso em casa, a mesma simplesmente para, me assustando.

Me viro e dou de cara com ninguém menos que Thomas Merlyn, dentro do meu apartamento, segurando o controle da minha televisão e me encarando sem o mais remoto constrangimento pela invasão.

— O que inferno você está fazendo aqui dentro? – grito, jogando o espanador nele, que se abaixa e me olha como se eu estivesse louca. Claro, até porque fui eu que acabei de invadir a casa dele, né?— Quer me matar do coração? – ponho a mão sobre o peito.

Ele ergue as mãos, pedindo calma.

— Woa! – chega até mim, desligando o aspirador de pó, que “caminhava” por conta própria na sala – Em primeiro lugar, não foi exatamente esperto da sua parte deixar a chave reserva debaixo do tapete... – levanta uma sobrancelha, irônico e tenho vontade de desfazer sua expressão zombeteira com 2 ou 3 tapas bem dados – E em segundo lugar, essa discoteca ambulante – ele aponta meu aparelho de som – não deixaria você ouvir o barulho nem que fosse o de uma retro escavadora! – acusa.

Abro e fecho a boca várias vezes, procurando um argumento, mas logo desisto e pergunto o mais importante.

— O que veio fazer aqui, Thomas? – ponho a mão na cintura.

— Estava com saudades da minha melhor amiga, não posso? – ele faz uma expressão de cachorro que caiu da mudança e eu mordo o lábio para segurar o riso.

— Ollie já sabe que eu tomei o lugar dele? – questiono, zombeteira.

— Não tomou... Ele é meu melhor amigO e você é minha melhor amigA... – ele explica, sorrindo – Se bem que estou repensando essa questão já que ganho muito mais na minha amizade com você do que na minha amizade com ele... – ele dá uma piscadinha com um sorriso cafajeste no rosto e chega mais perto, me enlaçando pela cintura e me roubando um selinho.

Espalmo as mãos contra o peito dele, o afastando.

— Nananinanão... – digo, voltando a segurar o aspirador – Tenho que terminar a faxina agora, Thomas, você não vai me distrair...

— Ouch! – ele põe a mão sobre o peito – Assim você me magoa...

— Quem sabe se você me ajudar aqui eu te recompense depois, hmm? – ergo as sobrancelhas em sua direção e ele estreita os olhos, avaliando minha proposta.

— O.k. Srta. Lance – ele assente devagar – Me parece uma troca justa... – sorri, tirando a jaqueta e, Deus me ajude, a camiseta.

Suspiro, olhando para seu corpo e me viro para não cair em tentação. Vai ser uma longa tarde. Jogo um espanador para que ele limpe os móveis e logo começamos o serviço.

— Essa troca não foi nada justa, Sara! – Tommy bufa se jogando no chão da sala, suado – é uma visão sexy, devo admitir— e põe um braço sobre a testa. – Seu beijo não vale tudo isso... – fala, em tom de brincadeira.

Como é que é?— rosno, indignada – Ótimo, agora não vai rolar nada mesmo, Thomas! – cruzo os braços e faço uma carranca, ao mesmo tempo em que ele levanta, se sentando de uma vez.

— Como assim nada? – ele semicerra os olhos – Eu trabalhei feito um condenado, Sara!

— Você mesmo disse que meu beijo não é lá essas coisas... – dou de ombros e finjo analisar minhas unhas.

— Você sabe que isso foi uma piada, né? – pergunta, alarmado.

— Sei? – me faço de desentendida.

— Sara... – sua voz sai devagar, num aviso.

— Meu nome. – retruco.

— Você que pediu. – ele fala simplesmente, se levantando devagar do chão.

O observo caminhar até mim com passos precisos e, quando finalmente percebo o que ele vai fazer, já é tarde demais.

Tommy me agarra rapidamente, me levantando e me jogando sobre seu ombro, como um verdadeiro homem das cavernas.

Thomas! – grito, gargalhando – Você ficou maluco?

— Não, não – ele murmura, caminhando comigo no colo – Apenas estou me certificando de que você cumpra sua palavra, Canary... – ele me leva até a sala e, sem que eu espere, me deita no tapete felpudo, se colocando por cima de mim, que não consigo parar de sorrir – Prontinho... meio difícil fugir agora... – seu sorriso brincalhão muda para malicioso num piscar de olhos e minha risada logo cessa.

Ele segura meus pulsos acima da cabeça e eu prendo a respiração quando ele toca meu pescoço com o nariz.

— Não sabe o quanto senti sua falta esses dias... – murmura, tomando fôlego e me fazendo sentir sua respiração em minha pele.

— Thomas... – solto um riso fraco – estivemos juntos quinta-feira, esqueceu?

— Não. – responde de imediato – Não me esqueço de nada relacionado a você – beija meu pescoço e puxa a pele entre os dentes, depois levando seus lábios até minha orelha, onde sua respiração pesada me arrepia – Vai me dizer que também sentiu minha falta esses dois dias, Sara? – questiona, mordendo meu lóbulo e me fazendo arfar – Hmm? – questiona, forçando seu corpo contra o meu, me trazendo uma explosão de sensações. Contorço-me, tentando soltar meus pulsos para tocá-lo, sua pele brilhando pelo suor me atraindo, mas ele aumenta o aperto, fazendo com que eu solte um gemido frustrado – Responda... – ordena, com a voz rouca.

— S-sim... – respondo.

— Sim o quê, Sara? – ele insiste.

— Que merda, Thomas! – engulo em seco com a pressão de seu corpo me entorpecendo – Sim, eu senti sua falta! Sim, eu estava com saudades! Pelo amor de Deus, será que dá pra me beijar logo ou você quer que eu implore? – bufo.

— Wow! – ele me solta e se afasta um pouco pra ver meu rosto, que deve estar vermelho pela minha confissão – É sério? – quer saber. Juro que estava com a provocação na ponta da língua, mas ao abrir meus olhos para encará-lo, vejo na imensidão azul-acinzentada de seu olhar que ele quer realmente saber.

— Sim, Thomas. É sério. – levo minha mão até seu rosto, acariciando sua barba e ele suspira satisfeito – Agora, pode me beijar de uma vez? – sorrio, mordendo o lábio inferior.

Ele não espera que eu peça de novo e em um milésimo de segundo sinto seus lábios chocarem-se contra os meus e sua língua bater contra meus dentes, pedindo passagem, o que logo concedo. Minhas mãos partem para suas costas, acariciando e arranhando os músculos tensos, que se contraem com o toque de minhas unhas. As mãos dele estão uma em minha nuca, ajudando-o a conduzir o beijo, e a outra em minha cintura, fazendo um vai-e-vem delicioso até meu quadril, levantando um pouco minha camiseta e revelando um quase nada de pele. Suspiro contra seus lábios e ele se afasta devagar, me olhando de um jeito tão apaixonado que me assusta.

— Sara... – ele fecha os olhos e franze a testa, parecendo se decidir e meu coração dá um salto. Ele finalmente me encara, seus olhos faiscando – Você quer namorar comigo?

O quê?!

Caitlin Snow

Chegamos no restaurante por volta das 7 horas da noite, embora eu estivesse realmente preocupada com um provável homicídio que aconteceria no meu apartamento enquanto eu estivesse fora. Felicity chegou um pouco depois das 5 da tarde, acompanhada de Thea e Oliver. Até aí, normal... Mas ao olhar para a feição dela dava pra deduzir que das duas uma: ou ela tinha engolido uma manga e ficado com o caroço entalado na garganta ou ela estava furiosa com alguém. Sendo a segunda opção a mais viável, pela cara de menino depois de umas lapadas, Oliver era esse alguém. E, pelo que eu notei, as tais “lapadas” ainda não tinham nem acontecido. Ainda. Lógico que os dois tentavam disfarçar a todo custo, mas Thea não é exatamente a pessoa mais discreta do mundo, então não demorei muito para fazer com que ela me contasse tudo. E imagine minha surpresa ao saber do barraco que Oliver e Ray protagonizaram no shopping que terminou com Ray de nariz quebrado. Juro, demorei a acreditar. Claro que, como irmã de Oliver, Thea estava do lado dele, o que deixou muito mais difícil pra mim crer que Ray, o homem mais dócil do mundo, tenha provocado tamanha confusão. Mas, parando para pensar um pouco e levando-se em conta seu afeto gigantesco por Felicity, a fama de Oliver, o fato de Licity não ter lhe falado nada sobre essa amizade e o frisson evidente entre eles dois... Tudo isso deve ter dado um nó gigantesco na cabeça do moreno e tanta informação o fez agir por impulso... Some-se a isso um Queen de sangue quente e se explicará esse fight entre os dois.

Felicity deve estar morrendo de vontade de matar Oliver com as próprias mãos e, apesar de Thea ter dito que ela o defendeu no shopping, isso não quer dizer que ele está fora de risco!

— Cait? – ouço a voz de Barry e sinto sua mão acariciar o dorso da minha, me fazendo finalmente encará-lo. Ele parece nervoso como no nosso primeiro encontro e acho que o fato de eu estar com a cabeça tão longe colabora para isso. – Em que você tanto pensa?

— Bom eu... – suspiro – Estou preocupada com Felicity e Oliver. Sei que ele foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na vida dela... ele a fez voltar a ser como antes e eu realmente desejo que os dois se acertem logo, mas... – busco seu olhar com o meu e encontro a mesma cumplicidade de sempre.

— Também fica preocupada com Ray... – ele completa e eu assinto.

— Ele também é nosso amigo e não posso evitar pensar no quanto essa história toda pode estar o afetando... – confesso, aliviada por estar dividindo meu incômodo com Barry.

— Também penso nisso. – ele concorda – Mas Ray é um cara esperto, uma hora ele vai entender que não podemos escolher por quem se apaixonar e, no fim, o que ele mais quer é ver a Fe feliz então quando ele reconhecer que a felicidade dela é Oliver... acho que vai aceitar – ele dá de ombros e torço para que esteja certo.

— Boa noite, casal 20 – ouço uma voz conhecida e não tão agradável atrás de mim e vejo Barry se mexer na cadeira, incomodado ao encarar Íris.

Ela não é exatamente má, mas nunca aceitou o fim do seu relacionamento com ele, então...

— Olá, Íris... há quanto tempo não nos vemos... – tento ser gentil, mas seu olhar ganha um brilho de diversão.

— Nós duas, não é mesmo? – ela questiona e eu fico confusa.

— Sim, claro... afinal você e Barry trabalham no mesmo lugar... – respondo devagar, olhando dela para ele que parece cada vez mais desconfortável.

— Não estou falando de trabalho – ela sorri – estou falando de Central City, já que passei os últimos dois dias lá na casa do meu pai...junto com Barry! – ela conclui, extremamente satisfeita ao perceber que ele não havia me contado sobre sua presença na casa de Joe, seu pai adotivo e, também, pai de Íris.

O encaro, erguendo uma sobrancelha, queimando por dentro e o vejo engolir em seco e desviar o olhar.

— Foram bons dias... – ela se abana com uma das mãos e me dá uma piscadela – Foi bom reviver os velhos tempos... – conclui, com uma risada e se afasta.

— O que ela quis dizer? – rosno na direção de Barry, que se encolhe na cadeira – Ela falou de velhos tempos... “Velhos tempos” como irmãos de criação ou “velhos tempos” como namorados? – meu estômago dá voltas com a ideia e bebo o líquido na taça a minha frente de uma só vez.

— É claro que não foi nada disso! – ele responde rápido e parecendo aterrorizado com minha reação.

Claro? O que não está claro é por que você nem mesmo pensou em me contar que ela estava lá... – retruco, ríspida. O que é uma novidade, já que nunca havia o tratado assim.

— Não teve importância... Não pra mim! – ele dispara, nervoso – Além do mais, sabia que isso apenas ia te aborrecer...

— Não, Barry! – corto – Isso — aponto para o lugar onde Íris estava ainda a pouco – me aborreceu!

— Amor, me escuta... – ele tenta segurar minha mão, mas eu me afasto ao ter milhares de pensamentos me atingindo.

É por isso que ele estava tenso! Por isso sua urgência hoje à tarde e seu nervosismo hoje à noite! Por causa dela! — mal consigo piscar e, por mais absurdas que essas idéias me pareçam, eu não consigo encontrar outra explicação para seu comportamento estranho. Imaginava que ele estava me escondendo alguma coisa... mas não isso! Não uma traição! Não com ela! Não ele!

— Por isso você estava agindo estranho, não é? – meus olhos estão marejados, mas me recuso a derramar uma lágrima sequer. Ele arregala os olhos e nega com a cabeça – Era isso que estava escondendo de mim! – desvio meu olhar e me preparo para levantar, mas ele é mais rápido que eu e se põe à minha frente, se ajoelhando diante da minha cadeira sem se importar com o olhar das pessoas no restaurante.

— Não! – me interrompe e segura minhas mãos com intensidade – Por Deus, Cait! Jamais te trairia... Você pode até ficar com raiva por não ter te contado, mas fiz isso porque achei ser o melhor, agora... Te trair? Nunca! – ele fecha os olhos parecendo discutir algo consigo mesmo e franze a testa para só depois me encarar – Sim, eu estava estranho hoje e sim, eu estava escondendo algo... – suspira – mas é totalmente diferente disso. Era pra ter sido muito mais bonito e eu tinha todo um discurso ensaiado na minha cabeça, mas... – ele coça a cabeça, parecendo desconcertado e cora, tirando algo do bolso do paletó – Sei que esse não é exatamente o melhor momento para fazer isso e que provavelmente você vai dizer “não” depois do que houve aqui... – ele tagarela, nervoso e eu não consigo desviar o olhar do anel entre seus dedos.

Bear... – arfo, pondo uma mão sobre os lábios.

— Me deixe concluir – ele implora, com as bochechas coradas – Eu sou o cara mais sortudo do mundo por ter te encontrado e isso já deveria ser o suficiente pra mim, né? – sorri, nervoso – Mas não é... Eu quero tudo! Quero acordar e dormir todos os dias com você, fazer de você minha esposa e te dar tudo de mim... e eu sei que esse não foi o pedido mais elaborado do mundo, mas devido às circunstâncias eu não estou exatamente no melhor da minha capacidade intelectual... – ele se enrola, adoravelmente, e eu rio entre as lágrimas de emoção – Então, lá vai: - ele respira fundo e olha nos meus olhos – Caitlin Snow, você quer casar comigo?

Ai. Meu. Deus!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Quero reviews!
E desculpa qualquer erro...quase dormi digitando!
Façam suas apostas: Quem aceita e quem não... ~sim já escrevi e dessa vez é só cruzar os dedos e torcer pra eu ser boazinha...haha~
Xero