Por trás das lentes escrita por Megan Queen


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii!
Aqui estou de novo e morrendo de saudades d vcs!!! Sentiram minha falta? Espero que sim!
Sobre esse cap, posso dizer que me deu muito trabalho e estou realmente ansiosa para saber se vão aprová-lo, então deixem seus reviews, ok? Principalmente La Volpe e Emily commelo que me deram muitas ideias para esse Ep então quero saber se fiz a lição de casa direito...kkk
Também queria agradecer às lindas que comentaram no cap anterior ~em especial às divas Emilly Queen, Bev Almeida e Natália Veloso, que são sempre muito fofas e compartilham suas ideias comigo~ e à Regina Coeli dos Santos Barros, que não deixou um review, mas foi lá e me mandou uma MP pra me incentivar, o que eu ameeeeei!
Vamos ao cap!



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Felicity Smoak

Vejo Oliver me encarar em um misto de curiosidade e preocupação, aguardando que eu comece e respiro fundo, tentando organizar as idéias.

— Tudo começou quando eu entrei na faculdade... Eu estava numa fase difícil, em que o abandono do meu pai doía mais que nunca, e isso havia me tornado insegura quanto a mim mesma, minha autoestima estava baixa e eu praticamente implorava por atenção com meu visual completamente obscuro. – respiro profundamente para conseguir continuar – Então eu conheci Cooper...ele era um dos mais inteligentes da minha turma, realmente brilhante. E ele me notou – dou de ombros – Não só isso. Ele se aproximou e me fez sentir admirada, esperta, bonita e amada e eu... Me apaixonei por ele – admito, desviando o olhar do de Oliver – E ele se apaixonou por mim. Caitlin o conheceu em uma de nossas férias... ela disse que não confiava nele, mas isso apenas fez com que discutíssemos porque eu confiava nele com a minha vida! – sinto lágrimas quentes rolarem pela minha bochecha e um soluço brotar do fundo da minha garganta.

— Hey – Oliver estende a mão e limpa meu rosto – Não precisa continuar se não quiser...

— Está tudo bem... eu quero – asseguro, segurando sua mão – Sem interrupções, lembra? – sorrio fracamente.

— O.k. – ele assente e coloca novamente minha mão entre o calor das suas.

— Continuando... Estávamos bem, tínhamos um relacionamento normal. Namoramos mais de um ano e eu não tinha reclamações a fazer sobre ele. Mas daí Cooper começou a andar com o tipo errado de pessoas... eu não sabia quem eles eram porque ele não me contava, mas ele sumia sem explicações e logo começou a mudar. Ficou doentiamente ciumento, obsessivo e controlador comigo, se irritava com facilidade e quase nunca conversávamos sem discutir. Eu tentava me convencer de que era apenas uma fase difícil no nosso relacionamento, mas... – respiro fundo e fecho os olhos, sentindo um conhecido aperto no peito – Eu tinha um amigo... James. Ele era um pouco mais novo que nós e trabalhava na mesma lanchonete que eu trabalhava pra ajudar a pagar a faculdade. Me afeiçoei a ele porque via muito de mim nele, sua timidez e sua vontade de crescer, exatamente como eu era quando entrei na faculdade. Ele cuidava da mãe doente, já que o pai os havia abandonado, e por isso não podia cursar uma faculdade, mas ainda assim eu lhe ajudava e lhe dava algumas aulas. Quando sua mãe finalmente faleceu, fui eu que lhe apoiou e o manteve são. Depois de muita insistência, comecei a ajudá-lo a se preparar para o seletivo de Medicina. Acontece que Cooper morria de ciúmes dele e por isso sempre discutíamos, mas eu não dava a mínima pra isso, me recusando a permitir que ele nos afastasse. Daí, uma certa noite, após estudarmos juntos em meu apartamento, James confessou ser apaixonado por mim. Foi um choque muito grande para mim, mas lhe expliquei que não poderia retribuir seu afeto, já que amava Cooper. Para minha surpresa, ele entendeu muito bem, disse que só me falou porque não agüentava mais ignorar o que sentia, mas que não ia exigir nada e que isso não devia influenciar nossa amizade, o que concordei. Quando ele foi embora, Cooper apareceu. Ele tinha ouvido tudo e estava simplesmente possesso. Começamos a discutir e ele agarrou meus braços com tanta força que foi preciso que eu gritasse que estava me machucando para ele voltar a si e me soltar. Só depois de ver seu olhar horrorizado na direção dos meus braços eu olhei para eles – suspiro – Estavam cobertos de hematomas esverdeados e vermelhos que logo ficaram roxos – vejo Oliver arfar e sua expressão contorcer-se de raiva – Eu tentei terminar com ele, mas ele me implorou que o perdoasse e jurou nunca mais fazer isso de novo... – Oliver me encara, incrédulo – Eu ainda era apaixonada por ele, Oliver, por isso o perdoei. Mas então tudo virou de cabeça para baixo... – sinto meus olhos encherem de novo – Na mesma semana, James sofreu um acidente de carro e morreu – assisto Oliver arregalar os olhos e fecho os meus para conseguir continuar – A perícia dizia que ele estava em alta velocidade e perdeu o controle. Mas eu o conhecia, Oliver, ele tinha pavor de dirigir e quando o fazia, seu pé mal tocava o acelerador! Eu sabia que havia algo muito errado... – abro os olhos e vejo o azul compassivo dos dele – Como eu já disse, sou muito boa com computadores e, na época da faculdade, eu e Cooper aprendemos a hackear todo tipo de programa... então não foi exatamente difícil invadir o sistema da polícia – ele me encara, surpreso – Eu sei, isso é uma infração federal, mas eu precisava tirar essa história a limpo, entende? – ele assente – E eu descobri que a perícia original tinha sido adulterada... – aperto as mãos de Oliver, buscando forças para continuar – Os freios do carro tinham sido sabotados. James foi assassinado – sinto meu rosto molhar novamente – A única coisa que eu não conseguia entender era quem teria sido capaz de causar a morte de um garoto de 19 anos que nunca havia feito nada a ninguém... – engulo em seco – A pessoa que adulterou o laudo da perícia era realmente muito boa, mas eu era melhor e consegui achar os vestígios do seu serviço sujo. Agora, imagine quando descobri que... – sinto um soluço profundo escapar por meus lábios e lágrimas e mais lágrimas me banharem. Ponho a mão sobre a boca, tentando me controlar, mas não consigo aplacar a dor que me ataca quando lembro de tudo que senti naquela noite.

Oliver me puxa para seus braços e enterro minha cabeça na curva do seu pescoço, soluçando sem parar.

— Cooper... – ele sussurra, acariciando minhas costas. Não é uma pergunta.

— S-Sim – balbucio – Ele o m-matou... por minha causa, Oliver... – minha voz sai totalmente embargada pelo choro.

— Shhhh – ele sibila – nada foi sua culpa sweet. Você foi tão vítima quanto James – assegura, afagando meus cabelos.

— M-Mas...

— Acho que já foram lembranças de mais por uma noite, Felicity – ele fala, carinhosamente – De outra vez terminamos essa conversa, o.k.?

— O.k. – assinto, agradecendo internamente por sua compreensão.

Settle down with me

Cover me up

Cuddle me in

Lie down with me

And hold me in your arms…

Oliver me deixa chorar tudo em seu ombro, enquanto murmura palavras doces, que soam como música para meus ouvidos junto aos barulhos da chuva que cai sem trégua.

— Está se sentindo melhor? – pergunta contra meus cabelos, depois que me acalmo.

— Sim – afirmo – Na verdade, é como se uma parte desse peso tivesse saído dos meus ombros – admito, baixinho.

— Isso é bom, não acha?

— Sim... Obrigada, Oliver – falo, me afastando para olhar seu rosto.

Ele sorri para mim, me roubando o ar com a beleza desse ato.

— Não por isso... – rebate, se levantando e me puxando junto com ele – Vem aqui – chama, me levando até o banheiro.

Quando chegamos lá, me assusto com meu estado deplorável. Antes que assimile a imagem, sinto mãos grandes em minha cintura me erguerem e me colocarem sentada na bancada da pia.

— Mas o quê...?

— Só deixe-me cuidar de você... – ele pede e eu apenas assinto em silêncio.

And your heart's against my chest

Your lips pressed in my neck

I´m falling for your eyes

But they don't know me yet

And with a felling I'll forget

I'm in love now…

Ele ergue as mãos e retira meus óculos com delicadeza, colocando-os na pia e se posicionando entre minhas pernas. Ele molha suas mãos e as passa devagar por meu rosto, acariciando minhas bochechas para tirar as manchas das lágrimas. Eu apenas fecho os olhos, deliciada com a sensação de tê-lo lavando meu rosto. Depois, ele seca minha face com uma toalha felpuda e me entrega os óculos, que recoloco.

Sinto-o puxando o lençol em que estou enrolada de cima dos meus ombros.

— Quero ver seus braços – pede, carinhosamente e eu deixo o lençol deslizar até meu quadril, permanecendo sobre minhas pernas.

Ele toma meus braços com cuidado e limpa cada um dos arranhões. Só percebo que me emocionei com essa visão quando sinto seus lábios em minhas bochechas, parando as lágrimas.

— Não chore... – pede, substituindo seus lábios pelos polegares e secando os poucos vestígios de lágrimas que ficaram – Gosto mais do seu sorriso – acrescenta e, como se meus lábios ganhassem vida própria, deixo um sorriso se formar – Assim... – ele cutuca uma de minhas covinhas, também sorrindo – não há quem resista ao seu sorriso!

Sinto minhas bochechas esquentarem com seu elogio e abaixo o rosto, ouvindo sua gargalhada melodiosa.

— Hey – ele levanta meu rosto e me encara – O que acha de descermos para assistir um filme na sala até o sono voltar? – ele oferece.

— Não é uma má idéia... – respondo, saltando da pia, me esquecendo completamente do lençol, que se amontoa sobre meus pés.

Sinto o olhar de Oliver descer como lava sobre meu corpo e fecho os olhos, amaldiçoando o momento em que Thea escolheu apenas pijamas curtíssimos para essa viagem... para piorar, visto alguns números a mais que ela e o pequeno shortinho do pijama marca completamente meu corpo. Abro meus olhos, completamente vermelha, e flagro Oliver encarando minhas pernas sem ao menos piscar. Recolho o lençol e me enrolo nele rapidamente, enquanto ele engole em seco e coça a nuca, envergonhado.

— A-Acho melhor descermos... – ele fala, saindo do banheiro e eu o acompanho.

Antes de sairmos do quarto, porém, ele segura meu braço e sussurra em meu ouvido:

— Lembre-me de ter uma séria conversa com Thea, amanhã...

Apenas assinto, sorrindo e caminhamos em silêncio pelos corredores para chegarmos até à escada. Quando já estamos na metade dos degraus, sou parada bruscamente por Oliver. Quando me viro para questioná-lo, ele põe a mão sobre minha boca e aponta para a sala, onde um casal – Sara e Tommy, mais especificamente – assiste um filme sentado no sofá.

Abafo um sorriso ao ver Tommy fazer a mais antiga das aproximações e fingir estar se espreguiçando para pôr um braço sobre os ombros de Sara, que por sua vez, finge não notar e se aconchega mais contra ele.

Oliver me puxa pela mão, também sorrindo e subimos as escadas em silêncio, para não chamar a atenção deles.

— E agora? Parece que não fomos os únicos a ter essa idéia – sussurro para Oliver, de frente para a porta dos nossos quartos.

— Tem uma TV grande no meu quarto e um sofá-cama... se quiser podemos assistir lá – ele oferece.

— Tudo bem – aceito e ele abre a porta, me puxando para dentro.

Se meu quarto é gigantesco, estou sem palavras para o de Oliver. Há uma enorme cama de dossel mais para os fundos, com um frigobar ao lado. As colchas cor de vinho deixam sua aparência ainda mais suntuosa, assim como o papel de parede ocre com dourado deixa o quarto elegantemente masculino.

Mais para o centro do quarto, há um grande sofá branco de frente para um enorme TV de LED, que é para onde Oliver me leva.

— O.k... – ele fala, pegando uma pilha de DVD´s – O que vai querer assistir?

— O que você tem aí? – pergunto, me sentando sobre os calcanhares e tentando ouvir sua voz acima dos trovões altos.

— Hmmm... que tal Jurassic World?

— Oh, não! – faço uma careta de pavor – Não assisto filmes com dinossauros assassinos... Nem com tubarões, jacarés, cobras... na verdade com qualquer bicho que mate e coma humanos – faço gestos desastrados com as mãos – ou outros animais!

— O.k. – Oliver dá um sorriso divertido e analisa os DVD´s novamente – ET´s estão incluídos nessa sua lista? – ergue uma sobrancelha.

— Sim! – exclamo, ouvindo sua gargalhada.

— Isso nos deixa com... “Diário de Uma Paixão” – ele levanta o DVD e guarda os outros.

— Eu me recuso a acreditar que você só tenha um filme não aterrorizante! – cobro, indignada.

— Na verdade, ele não é meu... é de Thea – ele corrige e eu reviro os olhos, enquanto ele levanta para colocar o DVD – Felicity, dá pra você buscar um pote de sorvete no frigobar? Não é o mesmo que pipoca, mas é tão bom quanto – ele pede.

Vou até o frigobar e pego um pote de creme com chocolate com duas colheres, retornando depois ao sofá.

Sento-me ao lado de Oliver e, num surto de generosidade, cubro suas pernas com meu lençol, só agora reparando que ele está sem camisa e... Senhor Jesus Cristo! Que homem é esse? Não me lembro de já ter visto algo mais esculpido do que o peito e os braços de Oliver em toda a minha vida! Minhas mãos estão coçando para acompanhar meu olhar e acariciar os gominhos, que anteriormente toquei distraidamente.

— Fico feliz que a vista te agrade, mas o filme já vai começar – ouço a voz dele e coro violentamente.

Que eu não tenha pensado em voz alta, por favor, Deus... que eu não tenha p...

— Não, você não pensou... – ele sorri e toca o ponto entre minhas sobrancelhas com o indicador – Vai acabar criando uma ruga aqui – avisa – Admito que em você é adorável, mas duvido muito que concorde com meu ponto de vista – dá uma piscadela e sorri, virando para a TV.

Depois de desfazer minha cara de boba para ele, também me viro para assistir.

A chuva cai de maneira insistente, enquanto assistimos e, em um dado momento, um relâmpago corta a noite e um trovão ensurdecedor o acompanha, me fazendo dar um salto e me agarrar a Oliver assustada.

— Woa! – ele exclama, apertando minha cintura.

Olho para nossa situação e resisto ao impulso de me afastar ao constatar que gosto de estar em seus braços.

Settle down with me

And I'll be your safety

You'll be my lady

I was made to keep your body warm

But I'm cold as the wind blows so hold me in your arms…

—Nem pense em se aproveitar... apenas estou com medo dos trovões! – advirto, quando ele me lança um sorriso malicioso.

— O.k. – ele ergue as mãos – Já você, pode se aproveitar de mim o quanto quiser, Loira... eu não vou me queixar!

— Idiota! – sorrio.

Se passam mais alguns minutos e nós já acabamos com todo o sorvete enquanto assistíamos. E, quando estou decidindo se devo ou não buscar mais sorvete, o casal finalmente fica junto, se entregando à paixão que sentem um pelo outro.

O.k. Eu já havia assistido esse filme umas 3 vezes e nunca havia corado com essa cena. Mas ao lado de Oliver, com ele me abraçando e nossas pernas entrelaçadas – sabe Deus quando fizemos isso — sob o lençol, sua mão fazendo círculos distraídos em minhas coxas, sinto todo o meu corpo esquentar.

And my heart's against your chest

Your lips pressed in my neck

I'm falling for your eyes

But they don't know me yet

And with a feeling I'll forget

I'm in love now…

— E-Eu vou guardar essa lata – digo, tentando me levantar do sofá. Mas, com minha rapidez desastrada, acabo me enroscando no lençol e caindo em cima de Oliver. Nossos rostos estão a milímetros e sua mão em minha cintura aumentou o agarre. Sinto todas as minhas barreiras ruírem quando seu hálito de menta toca meus lábios – Mudei de idéia – falo, ofegante.

Kiss me like you wanna be loved

You wanna be loved

You wanna be loved

This feels like falling in love

Falling in love

We're falling in love

Sem esperar mais um segundo, Oliver quebra a distância entre nós, cobrindo minha boca com a sua.

E é ainda melhor que chocolate!

Nem em meus mais loucos sonhos, eu poderia reproduzir com exatidão o que é beijar Oliver Queen, a maciez de seus lábios ou o seu sabor. Sinto-me estremecer quando sua língua fria pelo sorvete encontra o interior quente de minha boca, reconhecendo-a como se fosse sua.

Ele me gira, deitando-me sobre o sofá e se colocando por cima, entre minhas pernas, sem quebrar o beijo, que aumenta de intensidade a cada segundo. Minhas mãos parecem criar vida própria e deslizam por seu abdômen definido, achando o caminho até suas costas e cravando meus dedos em seus ombros, fazendo-o soltar um grunhido de aprovação. Paramos o beijo, em busca de ar e Oliver me encara, receoso.

— Felicity, eu... – ele começa, mas eu o calo, puxando-o pela nuca e iniciando outro beijo ainda mais faminto.

Yeah, I'll be feeling everything

From hate to love

From love to lust

From lust to truth

I guess that's how I know you

Ele suspira contra meus lábios e suas mãos descem por minhas pernas, para depois fazerem o caminho inverso até minhas coxas, as apertando e me fazendo ofegar alto.

Nos empurro para cima novamente e Oliver desce seus lábios por meu queixo, pescoço e ombros.

— Felicity, Felicity... – ele murmura com a voz rouca, contra minha pele a puxando entre os dentes – O que você está fazendo comigo? – pergunta, me erguendo e se levantando comigo no colo, a medida que entrelaço minhas pernas em sua cintura e ele caminha até a cama.

So I hold you, close

To help you give up

Kiss me like you wanna be loved

You wanna be loved

You wanna be loved…

Ele me deita e retorna à sua posição sobre mim, voltando a me beijar intensamente. Levo minhas mãos até seu rosto e acaricio a linha do seu maxilar, sentindo a textura de sua barba rala contra meus dedos.

Quando o beijo já está evoluindo para algo mais, sinto Oliver quebrá-lo devagar, encerrando com algumas mordidinhas em meu lábio inferior e se erguendo sobre os cotovelos para diminuir o atrito entre nossos corpos.

— O que houve? – pergunto, tentando normalizar minha respiração – Você não quer? – questiono, envergonhada.

— Esse realmente não é o caso – ele me dá um selinho ofegante e, como que para provar o que diz se aproxima novamente, roçando nossos corpos de maneira sutil, mas o suficiente para que eu perceba seu desejo.

— E o que é? – quero saber, confusa.

— Você está sensível, frágil emocionalmente... provavelmente vai se arrepender se formos adiante e vai se sentir usada, eu também vou. Amanhã eu não vou passar de um cafajeste aproveitador para você e eu mesmo vou me sentir assim. Então, pra quê complicar as coisas? Não quero afastar você de mim – ele fala devagar, como se estivesse convencendo a si mesmo e me sinto derreter com sua preocupação.

— Você tem razão, Oliver... – suspiro, alisando sua barba com carinho – Apesar de tudo, não estou pronta para um relacionamento – falo, baixinho.

— Entendo – ele murmura, parecendo adormecido por minha carícia – Você vai estar algum dia? – pergunta, abrindo os olhos para me encarar.

— Espero que sim...

— Como vai saber que está pronta? – ele quer saber.

— O que eu te contei hoje não é nem um terço de tudo... Vou estar pronta quando alguém me fizer contar tudo e superar essa história...

— Então, não me afaste de você – ele pede, acariciando minha bochecha com o polegar, me fazendo fechar os olhos com a sensação – Eu posso ser seu amigo até você estar pronta para me contar.

— Pra quê esperar por mim se você pode ter a mulher que quiser nas mãos? – pergunto, um pouco sonolenta.

— Porque é você que eu quero! – ele responde simplesmente, girando na cama para deitar e me colocando sobre seu peito, depois nos cobrindo com o lençol.

Entrelaço minhas pernas às dele e apoio meu queixo em seu peito para poder encará-lo.

— Oliver... – chamo.

— Hmm? – ele murmura.

— Por quê eu?

Kiss me like you wanna be loved

You wanna be loved

You wanna be loved

This feels like falling in love

Falling in love

We're falling in love…

Ele sorri e se inclina, me roubando mais um beijo enquanto enrosca seus dedos em meus cabelos, me puxando mais para perto. Seu beijo é doce, saudoso e cheio de promessas. Ele o encerra com um selinho no canto do meu lábio e empurra uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha, me olhando fixamente.

— Porque você vale muito a pena! – responde, com um meio sorriso – Boa noite, Felicity – ele dá um beijo em minha testa antes de deitar e fechar os olhos novamente.

— Oliver?

— Hmmm? – ele murmura de olhos fechados.

— Amigos não se beijam...

Vejo um sorriso se repuxar em seus lábios.

— Boa noite, Felicity! – ele repete, sorrindo.

Recosto minha cabeça em seu peito com um sorriso bobo e, escutando as batidas do seu coração, sou levada pela inconsciência.


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Notas finais do capítulo

E então????
A música é Kiss me (Ed Sheeran) espero q tenham aprovado a escolha.
Eu REALMENTE preciso dos comentários de vocês, pra saber o que acharam....pleeeeeaaaaassssseeeeee!
Xero