Por trás das lentes escrita por Megan Queen


Capítulo 17
Capítulo 16 (Bônus)


Notas iniciais do capítulo

Olha quem chegou????
~ninguém importante, só eu mesmo~
Bom, eu estou um pouco insegura com respeito a esse cap, eu particularmente não achei que ficou lá essas coisas, massss...não queria ficar segurando um cap já pronto e "trevisado" ~acabei de inventar essa palavra~
Espero que gostem e, se aprovarem comentem, o.k?
Este é um bônus sobre o Tommy e a Sara que vai explicar o capítulo anterior...
Boa leitura!



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But I'm open, you're closed

Where I follow, you'll go

I worry I won't see your face

Light up again

Even the best fall down sometimes

Even the wrong words seem to rhyme

Out of the doubt that fills my mind

I somehow find, you and I

Collide

— Collide (Howie Day)

Sara Lance

—Flashback on-

Ajeito mais uma vez a meia máscara preta em meu rosto enquanto caminho em direção ao bar nessa boate completamente lotada e agitada. Peço uma bebida e me encosto no balcão para observar as pessoas dançando ao som da batida pulsante da música eletrônica.

Suspiro.

Essa noite está sendo um fiasco.

Felicity, Caitlin e Barry furaram de última hora porque Donna Smoak apareceu sem avisar, como sempre, e os 3 ficaram em casa com ela. Ray aceitou vir comigo, mas ao chegar e receber a notícia de que Felicity não viria, seu humor foi por água a baixo e, quando ele não estava conversando sobre ela, ficava resmungando sobre a altura da música  ou a luminosidade baixa, como se ainda não tivesse se dado conta de que estamos em uma boate e não em uma biblioteca.

Então, depois de fazê-lo entornar uma boa quantidade de vodka e tequila - não me julguem por isso, Ray consegue ser mais tagarela que Felicity às vezes, e hoje eu realmente não estou com saco para isso— ele sumiu alegremente em meio à multidão. Deus, não permita que eu tenha matado meu chefe com uma overdose de álcool.

E Laurel.

Ela veio me visitar hoje por algum milagre e, por um milagre maior ainda, aceitou vir à essa festa comigo. Mas, tão logo chegamos, percebi um pouco tardiamente que eu nunca fui o motivo de sua vinda. Ela recentemente se tornou advogada de Oliver Queen, por quem tem uma queda, ou melhor, um abismo vergonhosamente platônico. E a Verdant é a boate dele, ou seja, não é preciso ser um grande gênio para descobrir que ela veio apenas para vê-lo.

Só tive o tempo de pôr os pés dentro da boate pra assisti-la sair desfilando em sua fantasia de Mulher Gato atrás dele. Sem me levar, é claro, afinal ela não quer que a irmã caçula a envergonhe em frente ao "homem perfeito". Não é como se eu tivesse feito alguma questão de conhecê-lo. De bilionário na minha vida me basta Ray! E playboy mulherengo? Não, muito obrigada! Definitivamente não faço o tipo de mulher que se joga no colo de homens como Oliver Queen ou Thomas Merlyn, que nem mesmo conseguem lembrar o nome de suas "amigas". Definitivamente!

 Mas ficar sozinha em uma boate também não é exatamente o meu programa favorito.

Pego minha bebida e agradeço ao barman com uma piscadela.

— Onde diabos Ray se enfiou? - murmuro, levando o copo à boca. Não deveria ser difícil encontrar um homem alto e fantasiado de pirata, né?

— Está à procura de alguém? - uma voz masculina levemente arrastada me pergunta.

Giro sobre os calcanhares para encarar o dono da voz e...Wow!

Pisco várias vezes, atordoada pela beleza do moreno à minha frente, vestido com roupas medievais, com direito à um chapéu de mosqueteiro e espada de esgrima embainhada, além da meia máscara vermelha, o que dava apenas uma visão parcial de seu rosto. Mas nem por isso deixei de notar a beleza de seus traços, seu maxilar bem marcado pela barba levemente por fazer, seus lábios finos mas bem desenhados e seus olhos de uma cor que não consegui decifrar. Cinza? Azul? Verde?

— Posso saber como se chama a bela dama mascarada?- ele questiona e, não sei porque, mas algo no seu tom vagamente divertido me faz gostar da companhia desse estranho.

— Qual a graça das fantasias, se vamos revelar nossas identidades?- resolvo jogar com ele, que parece satisfeito com minha resposta petulante.

— Hmm...Gostei! Sabe, Loira, sou fascinado por mistérios - ele alisa a barba rala com os dedos - Então...do que está fantasiada?- ele quer saber, também se encostando no balcão ao meu lado.

— Canary - respondo e ele pondera um pouco antes de compreender.

— Oh! Como a dos quadrinhos?- pergunta, analisando minha fantasia de couro preto.

— Exatamente como a dos quadrinhos - respondo, virando todo o líquido do meu copo de uma vez, que desce rasgando por minha garganta e me esquentando por dentro - E você? - pergunto, o encarando - Romeu?- ergo uma sobrancelha.

— Sim. Romeu - é tudo que ele responde, acompanhado de uma piscadinha.

Me viro para pedir mais uma bebida, mas ele me interrompe pondo a mão sobre a minha, causando uma leve descarga elétrica ao se aproximar mais de mim, por trás e colocar uma mão em minha cintura, não num gesto possessivo, mas como se fosse automático.

— Duas doses de tequila por minha conta - ele pede ao barman com um aceno e depois me vira em seus braços, o que deixo de bom grado - O que acha de tomar alguns drinques comigo? - ele oferece, com um sorriso sedutor.

— Por que não?- devolvo e ele solta minha cintura para sentar-se em um dos banquinhos. Faço o mesmo e giro no banco para ficar de frente com ele, roçando nossos joelhos suavemente.

— E então? O que uma loira maravilhosa como você faz desacompanhada?- pergunta, parecendo interessado.

— Não tenho namorado - dou de ombros.

— Hmm...isso começa a ficar interessante - ele balança a cabeça, satisfeito.

— E você, Romeu?- arqueio uma sobrancelha e ele gargalha.

— Também estou marcando a opção solteiro ultimamente, Canário - retruca.

Logo nossas bebidas chegam e, entre drinques e risadas, conversamos amenidades, recheadas de insinuações, minhas e dele, mas sem nos tocarmos, exceto pelos joelhos.

Depois de quase 1 hora e meia de conversa, vejo Laurel caminhando furiosamente em nossa direção.

— Oh, droga!- reviro os olhos.

— O que houve?- o "Romeu" segue meu olhar, confuso.

— Minha irmã está me procurando. Tenho certeza de que vai querer me arrastar para casa - respondo com um suspiro.

— Você é menor de idade?- ele parece horrorizado.

— Por Deus, não!- exclamo - É que ela está sem carro e veio comigo e um amigo no carro dele - explico e ele suspira aliviado.

— Quer saber?- ele me encara e em seus olhos brilha diversão - Vem comigo!- ele levanta rapidamente e me puxa pela mão, atravessando a multidão comigo a tiracolo, gargalhando enquanto eu tropeço.

Ele me leva até uma parte mais afastada, quase como um beco. Paramos e eu coloco as mãos nos joelhos buscando pelo ar enquanto caímos na risada.

— Você é maluco! - falo, entre risadas.

— Já ouvi isso uma ou duas vezes - ele responde, mas sua voz está séria, quase tensa.

Levanto a cabeça para encará-lo e então percebo que estamos próximos, bem próximos. Seu olhar está preso ao meu e o único som que consigo ouvir é o de nossas respirações se acelerando e misturando. Álcool, menta, perfume, suor. Desço meu olhar para sua boca e então tudo acontece muito rápido. Sua boca está na minha e suas mãos passeiam freneticamente pelo meu corpo. Seu beijo é furioso e apaixonado (?), tomando tudo que minha boca pode oferecer num ritmo insano. Levo minhas mãos até sua nuca e puxo seus curtos fios lisos, impelindo minha língua na mesma intensidade da dele. Ele grunhe e me prensa em uma parede. Paramos, arfando e logo sua boca desce para meu pescoço, mordendo, beijando, sugando.

— Você é tão cheirosa - ele murmura contra meu ouvido - Tão...deliciosa!- suas mãos descem pelas minhas costas e agarram meu quadril me prensando contra ele e me fazendo ofegar - Deixe-me ver seu rosto - ele pede, mordiscando minha orelha e eu assinto freneticamente, enquanto espalmo minhas mãos em seu peitoral, arranhando levemente.

Rapidamente suas mãos vão até a parte de trás da minha cabeça, tentando desamarrar a máscara, mas antes que ele consiga, outra pessoa nos interrompe.

— Merlyn?! - o homem robusto e loiro, que deduzo ser Oliver Queen vestido de bombeiro, parece furioso.

Meu corpo trava e nós nos afastamos, tentando nos recompor, enquanto minha mente dá voltas, tanto pelo álcool como pelo beijo, mas principalmente pelo nome que acabou de ser dito.

Oh Deus, que não seja quem eu estou pensando. Que eu não tenha beijado Thomas Merlyn, por favor.

— Tommy!- merda!— Como você some desse jeito? Thea está quase me fazendo espumar pela boca e você simplesmente evapora?

Droga! Mil vezes droga! Eu beijei Thomas Merlyn!

— Ollie, faz um favor e desaparece?- Tommy bufa e o outro revira os olhos - Já já eu te acompanho, O.k?- ele pede e me segura pela cintura.

Oliver assente e se retira com passos pesados.

— Eu realmente preciso ir!- falo, rápida. Simplesmente não estou a fim de ser mais uma casinho de Tommy Merlyn! É muito pra minha cabeça.

— Como assim?- ele parece surpreso - Você não pode ir assim!- ele segura meu braço, quando tento me afastar - Me diga pelo menos seu nome ou... O que houve?

— O que houve é que não vou ser apenas mais uma na sua lista, Romeu...ou deveria dizer Thomas?- bufo e puxo meu braço.

— Como é que é?- ele soa ofendido e eu até acreditaria, se não conhecesse sua fama.

— Adeus!- é a única coisa que digo, antes de correr para longe dele e de seu perfume deliciosamente inebriante.

— Sara!- Laurel acena para mim, com um Ray completamente bêbado apoiado nela - Dá pra me ajudar a carregar esse bebum até o carro dele?- pede, levemente exasperada, apesar de eu saber que ela não está realmente irritada com ele, já que Ray é uma das poucas pessoas que conquistou a simpatia de Laurel. Não consigo imaginar alguém que não goste desse homem.

Vou até eles e apoio o outro lado de Ray, ajudando a carregá-lo até o carro, onde seu motorista o acomoda. Laurel entra na parte de trás e, antes de entrar, ainda consigo ver o "Romeu" correndo pra fora da boate. Nossos olhares se encontram por alguns segundos que parecem eternos. Então eu entro e bato a porta.

—Flashback off-

Por que raios estou lembrando disso? Levanto e me sento na cama. O.k. talvez, ou melhor, com certeza isso se deve ao fato de tê-lo visto ontem. Ele entrou na boate desacompanhado, mas eu estava com Felicity, curtindo nosso último dia de férias. Barry e Caitlin tinham sumido e eu me divertia vendo Felicity divagar ainda mais por causa dos drinques que tínhamos tomado. E, quando me virei para a entrada, eu o vi. Reconheceria aqueles olhos e aquele sorriso à quilômetros de distância!

Então ele se virou e me encarou. Vi o brilho do reconhecimento passar por seus olhos e ele se preparar pra atravessar a boate até mim. Não lembro bem o que disse à Felicity antes de me levantar e correr para fora da boate. Só lembro de lhe mandar uma mensagem avisando que, quando Caitlin e Barry aparecessem era para dizer que já tinha ido para casa com um leve mal-estar. Foi por muito pouco, mas consegui escapar. Não responderia por mim se ele me tocasse.

Ouço risadas do lado de fora da casa e vou até a janela por pura curiosidade.

Meu sangue congela.

— Ai. Meu. Deus!- sussurro, antes de correr até o quarto de Felicity e abrir a porta com um estrondo.

— Preciso de ajuda!- solto, depois de entrar como um furacão e bater a porta, fazendo Felicity dar um pulo.

— Sara! Você ainda vai me matar qualquer dia desses!- ela põe a mão sobre o peito e franze o cenho.

— É sério. Muuuuuito sério!- arfo, desesperada.

— O que aconteceu?- agora ela está preocupada.

Vou até ela e a arrasto até a janela, apontando para a entrada da casa.

— Oh, meu Deus! Aquele é Tommy Merlyn?- ela sorri, encantada. Sério, não entendo o porquê da fobia dela ao Oliver se ela suspira por Tommy.

— O próprio!- suspiro, desnorteada.

— Qual o problema?- ela pergunta, confusa.

— Fe, lembra da festa à fantasia na inauguração da Verdant, há 3 meses? Aquela que você não foi por causa da sua mãe?- eu a lembro.

— Claro - ela revira os olhos - A festa em que você conheceu o tal "Romeu", certo?

— Certo!

— E daí? - ela dá de ombros.

— E daí que Thomas Merlyn era o Romeu!- sento na cama e cubro o rosto com as mãos.

— Oh. My. God! - Felicity grita e eu tapo sua boca, a puxando para sentar na cama - E agora?- ela pergunta, entre meus dedos.

— Agora, por uma coincidência muito infeliz e sádica, ele resolveu vir até aqui...- bufo e a solto.

Felicity congela por um momento e eu a encaro confusa ao vê-la balbuciar algo sobre nunca mais beber tanto quanto bebeu ontem.

— O que foi?- questiono.

— Sara...- ela fala com cuidado - Quais as chances de isso não ser uma simples coincidência?

— Praticamente nulas - reviro os olhos.

— O.k. - ela cruza os pés em cima da cama e coloca os óculos - E... Quais as chances de Tommy ter estado na festa de ontem?- ela evita me encarar, me deixando tensa.

— 100% - respondo, ansiosa.

— Então... Supondo que, quando você saiu ele tenha vindo até mim - ela torce os dedos, nervosa - Quais as chances de eu ter respondido todas as perguntas dele sobre você?- ela me encara, com o semblante completamente culpado.

— Felicity Smoak - rosno - Eu. Vou. Te. Matar! - me jogo deitada na cama.

É isso! Estou frita!


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Notas finais do capítulo

E então? Esse foi o cap mais comprido até agora, mas realmente não teve como cortar, sorry!
Espero que tenham gostado. É minha primeira cena de beijo ~já escrevi outras cenas de beijo, mas só eu lia então não conta~ e espero de coração que tenham aprovado?
Fefe foi cupido sem querer ashuashuashuash
Quem curtiu esse bônus?
A propósito, estou aceitando sugestões de músicas para os próximos caps... Deem ideias!
Deixem seus reviews galera, isso me deixa feliz e garante a continuidade dessa fic!
Xerooooo



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