Café e baunilha escrita por Yurievna


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá! Essa é a primeira fic que escrevo nesse perfil. Algumas observações: nela Félix (personagem do antigo anime PV de Miraculous Ladybug) e Adrien são irmãos. A mãe do Adrien está viva, e ele tem dez anos. Félix tem dezessete.
Bem, só isso~~



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Adrien desceu as escadas lentamente, como que aguardando uma surpresa. No ano anterior, a mãe o acordara com um longo abraço terno e uma sequência de beijos carinhosos, mas desta vez ele foi o único a ocupar o enorme quarto. Apesar da decepção no momento, não se deixou entristecer por isso. Ainda havia um dia inteiro para que lhe desejassem “feliz aniversário”.

No entanto, foi surpreendido ao encontrar o irmão mais velho desperto. Félix ocupava um dos inúmeros assentos da sala de jantar, vestido impecavelmente como sempre. À sua frente, apenas duas xícaras e um livro ocupavam a mesa. Ao ouvir o ruído de passos do menino, ergueu os olhos azuis das páginas para encará-lo.

― Achava que não iria acordar nunca ― comentou, um tanto sonolento. Conteve um bocejo antes de cumprimentá-lo. ― Bom dia.

― Bom dia ― respondeu Adrien, bastante confuso. ― Por que acordou tão cedo, mano? É domingo.

Era raro encontrar Félix em qualquer lugar da mansão além da própria cama antes das onze horas nos finais de semana. Era um rapaz de hábitos noturnos e detestava acordar cedo, assim como estava sempre mais rabugento que de costume durante as manhãs.

― Hã? ― O irmão mais velho arqueou as sobrancelhas. ― Por acaso esqueceu que dia é hoje?

Então o aniversariante percebeu por que Félix já estava de pé. Foi por ele.

― Você... Acordou cedo por minha causa?

― Adrien, está mesmo frequentando a escola? ― ironizou o rapaz, mas sua voz era suave. ― Seu raciocínio é muito lento para um garoto de nove anos.

Ao sentar-se ao lado dele, pôde enfim ver o que havia em cada xícara ― em uma o líquido era branco; em outra, preto. Arregalou os olhos ao perceber que ele se lembrara de uma brincadeira tão antiga e tão infantil. Quando mais novos, diziam que o pequeno Adrien era tão doce quanto baunilha, enquanto Félix, ainda pré-adolescente na época, se mostrava amargo como café. E ali estava o conteúdo de cada uma das louças gêmeas: café expresso e leite com baunilha.

― Dez anos. ― Sorriu para si mesmo e para o irmão. ― Hoje eu faço dez.

― Oh, parece que a idade está te deixando um pouquinho mais inteligente ― elogiou Félix, observando-o pelo canto dos olhos.

Não pôde impedir uma risada, ainda que fosse tão tímido. Afinal, como não se alegrar com um irmão tão incrível? Como se cronometrado, beberam tudo que havia nos recipientes ao mesmo tempo. O leite já estava quase frio, o que indicava que fazia bastante tempo desde que o mais velho o preparara, mas Adrien não o notou. E, após a dose de cafeína, o primogênito Agreste parecia mais desperto.

― Então, o que quer fazer hoje? ― indagou, apoiando um dos cotovelos sobre a superfície de mogno. Precisava manter o menino longe da mansão por algumas horas, para que a mãe preparasse a festa surpresa.

― Você vai fazer o que eu quiser? ― Os olhos verdes de Adrien mais pareciam brilhar com a empolgação. ― Qualquer coisa?

― Sua cota de perguntas óbvias está quase no limite hoje ― avisou o rapaz, ainda que todo aquele entusiasmo fosse recompensador.

― E onde está todo mundo?

― Não sei, faz pouco tempo que acordei ― desconversou, desviando os olhos.

― Acha que papai vai aparecer hoje?

O bom humor relacionado ao aniversário do irmão mais novo quase se foi com aquela pergunta. Quase. Prometera a si mesmo que não estragaria aquele dia para Adrien, não quando ele tinha tanta esperança na presença de alguém que não estaria lá. Não queria estragar a surpresa, porém não suportaria uma expressão triste no rosto do garoto por causa de Gabriel Agreste.

― É melhor não esperar por ele, Adrien ― confessou, ao agachar-se para que estivessem à mesma altura. ― Mas a mãe deve chegar mais tarde.

― Jura?

― Você acha que ela iria perder a chance de comemorar uma década aguentando um pirralhinho-baunilha?

Ao dizê-lo, esboçava um leve sorriso nos lábios. O sorriso a que raras pessoas permitia mostrar, mas que o “pirralhinho-baunilha” conhecia melhor que qualquer um. Sem cerimônias, Adrien desceu da cadeira para abraçá-lo. O primeiro abraço do dia, dentre muitos. E sobre os cabelos loiros, que os irmãos tinham em comum, Félix cochichou:

― Feliz aniversário, Adrien.


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Notas finais do capítulo

Well, não sou muito boa no fluffy, mas taí. Espero que tenham gostado, e adoro comentários xD



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