Um Novo Amanhecer escrita por KathyCullen


Capítulo 1
Capítulo 1: Primeiros sintomas


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo contém spoilers do 7° capítulo do livro Amanhecer. Será aí que começarei as mudanças.
 
Espero que gostem!!!
 
Boa leitura!!!!!!!!



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Bella Pov

 

A linha negra avançou pra mim através da mortal neblina. Eu podia ver seus olhos rubi escuro brilhando de desejo, ansiando pela caça. Seus lábios esticados sobre seus dentes úmidos e afiados, alguns para rosnar e outros para sorrir.

 

Eu ouvi a criança atrás de mim choramingar, mas não podia me virar para olhá-lo. Embora estivesse desesperada para me certificar que ele estava seguro, eu não podia me dar ao luxo de desviar o meu foco agora.

 

Eles flutuaram para mais perto, suas capas negras ondulando-se levemente com o movimento. Eu vi suas mãos curvarem como garras cor-de-osso. Eles começaram a se separar, buscando chegar até nós por todos os lados. Nós estávamos cercados. Nós iríamos morrer.

 

E então, como a súbita luz de um raio, toda a cena se modificou. E ainda assim nada mudou, os Volturi ainda estavam vindo diretamente até nós, enebriados para matar. Tudo o que havia mudado era como a situação me era apresentado. Eu estava ansiosa pra isso. Eu queria que eles atacassem. O pânico se transformou em adrenalina conforme eu avançava, um sorriso no rosto, um grunhido escapando através dos meus dentes expostos...

 

Eu pulei sentada, desperta do sono. O quarto estava escuro e, também, incrivelmente quente. Suor molhava o meu cabelo perto da testa e escorria pela minha garganta. Eu vasculhei pelos lençóis quentes e encontrei-os vazios.

 

-Edward? -chamei

 

Então, meus dedos encontraram alguma coisa macia, fina e firme. Uma folha de papel dobrada ao meio. Eu levei a nota comigo e apalpei o caminho até o interruptor. Na parte de fora da nota estava escrito: para a Sra. Cullen.

 

Espero que você não perceba a minha ausência, mas se notar, eu vou estar de volta bem rápido. Só fui ao continente caçar. Volte a dormir que eu estarei aqui quando você acordar de novo. Eu amo você!

 

Eu suspirei. Nós já estávamos aqui há pouco mais de um mês e ele fez apenas uma viagem de caça durante todo esse tempo. Então, eu deveria ter imaginado que ele teria que partir para uma nova viagem, mas eu não estava contando que fosse hoje. Nós parecíamos existir fora do tempo aqui, só levados por um estado perfeito, sem noção de dias, horas ou segundos que passavam.

 

Limpei o suor de minha testa, tentando conter minha respiração ofegante e me acalmar. Me senti completamente acordada, apesar do relógio de cabeceira marcar  pouco mais de uma da manhã. Eu sabia que nunca iria ser capaz de dormir tão quente e pregante como me sentia. Sem contar o fato que se eu apagasse a luz e fechasse os meus olhos, com certeza voltaria a ver aquelas figuras negras e horripilantes na minha cabeça.

 

Me levantei e vaguei pela casa escura, acendendo as luzes. Parecia tão grande e vazia sem Edward aqui. Diferente...

 

Acabei na cozinha e decidi que talvez alguma comida caseira fosse o que eu precisava. Vasculhei a geladeira até encontrar todos os ingredientes para fazer frango frito.

 

Os estalos e chiados do frango na panela era legal, um som familiar. Eu me senti menos nervosa com ele preenchendo o silêncio. Cheirava tão bem que eu comecei a comer direto da panela, queimando a minha çíngua no processo. Na quinta ou sexta mordida, entretanto, tinha esfriado o suficiente para que eu pudesse sentir o gosto. A mastigação diminuiu. Tinha alguma coisa errada no sabor? Eu chequei a comida e estava completamente branca, mas imaginei que não estivesse completamente cozida. Dei outra mordida e mastiguei duas vezes. Urgh. Definitivamente ruim.

 

Pulei pra cospir na pia. De repente, o cheiro de frango e óleop era revoltante. Peguei o prato inteiro e joguei no lixo, então abri a janela para dissipar o cheiro. Uma brisa refrescante entrou. A sensação em minha pele foi ótima. Fiquei abruptamente cansada mas não queria voltar para o quarto quente. Decidi, então, ir para a sala de tv, onde abri as janelas e me deitei no sofá. Liguei o mesmo filme que nós tínhamos assistido no outro dia e rapidamente adormeci na canção de abertura.

 

Quando abri meus olhos novamente o sol estava alto no céu, mas não foi a luz que me acordou. Braços gelados estavam ao meu redor, me puxando de encontro a ele. Ao mesmo tempo, uma dor repentina embrulhou meu estômago, quase como o choque de levar um soco na barriga.

 

-Me desculpa. - disse Edward, passando a mão gelada sobre minha testa úmida. -Grande meticulosidade planejando. Não pensei no quão quente você ficaria enquanto eu estava fora. Vou instalar um arcondicionado antes de vir uma próxima vez.

 

Não conseguia me concentrar no que ele estava dizendo.

 

-Com licença. -ofeguei, lutando pra sair de seus braços.

 

-Bella? -perguntou, me largando automaticamente.

 

Corri para o banheiro cobrindo a boca com a mão. Me sentia tão mal que nem liguei, no começo, que ele estivesse comigo o tempo todo enquanto me debruçava na privada e vomitava violentamente.

 

-Bella? Qual o problema? -perguntou, angustiado.

 

Não podia responder ainda. Ele me segurava ansiosamente, mantendo o meu cabelo longe do meu rosto, esperando até eu poder respirar de novo.

 

-Droga de frango estragado. -lamentei.

 

-Você está bem? -sua voz era tensa.

 

-Estou. -eu ofeguei. -Era só comida estragada. Você não precisa ver isso. Sai daqui. -falei, tentando empurrá-lo.

 

-Não facilmente, Bella.

 

-Vai embora. -falei, lutando para me levantar e poder lavar a boca.

 

Ele me ajudou gentilmente, ignorando os empurrões fracos que dei nele.

Depois que minha boca estava limpa, ele me carregou para a cama e me sentou cuidadosamente, me segurando com os braços.

 

-Comida estragada?

 

-É. -eu grasnei. -Fiz um pouco de frango ontem a noite. Estava com um gosto ruim, então eu joguei fora.  Mas antes eu comi um pouco.

 

Ele colocou a mão gelada sobre a minha testa. A sensação foi ótima.

 

-Como você se sente agora? Se não estiver melhor, podemos adiar a viagem pra amanhã. -perguntou

 

Pensei sobre isso por um momento. A náusea tinha passado tão subitamente quanto tinha aparecido, e eu me sentia como  em qualquer outra manhã. E, apesar de querer ficar um pouco mais na ilha, eu estava morrendo de saudades de todos.

 

-Bem melhor. Não precisa adiar nada. -falei

 

-Tem certeza? Não terá problema se tivermos que adiar nossa volta. -falou

 

-Não precisa. Já estou bem. Sério. Com um pouco de fome, na verdade. -falei

 

Ele me fez esperar uma hora e beber um grande copo de água antes de ele fritar alguns ovos. Eu me sentia completamente normal, só um pouco cansada de ter acordado no meio da noite. Voltamos pra sala e nos acomodamos no sofá. Ele colocou na CNN, nós tínhamos estado tão incomunicáveis que a 3° Guerra Mundial podia ter estourado que nós não saberíamos. Deitei, sonolenta, em seu colo. Fiquei entediada com todas as notícias e virei para beijá-lo. Assim como de manhã, uma dor aguda acertou o meu estômago quando me movi. Pulei pra longe dele, minha mão apertada contra a boca. Eu sabia que não chegaria a tempo no banheiro desta vez, então corri pra pia da cozinha.  Ele segurou meu cabelo mais uma vez.

 

-Talvez devêssemos voltar para o Rio, ver um médico. -ele sugeriu nervosamente, enquanto eu lavava minha boca.

 

Eu balancei a cabeça e fui direto pelo o corredor. Médico significa agulhas.

 

-Eu vou ficar bem assim que eu escovar os dentes.

 

Quando a minha boca ficou com o gosto melhor, procurei na minha mala pelo kit de primeiros socorros que a Alice tinha colocado na mala pra mim, cheio de coisas humanas como curativos e analgésicos. Tomei um remédio, para poder acalmar o estômago, e voltei pra sala, sendo seguida por Edward. Sentamos novamente no sofá e ficamos vendo tv. Ele me puxou para seu colo e começou a fazer cafuné em minha cabeça. Acabei adormecendo novamente.

 

Acordei com um toque gelado em meu rosto. Abri meus olhos e vi que era Edward.

 

-Desculpe te acordar, meu amor, mas temos que nos arrumar. -falou, dando um beijo em minha testa.

 

-Hum, que horas são? -perguntei, confusa, olhando para a janela.

 

Percebi, com enorme surpresa, que já estava escurecendo.

 

-São 18hs. Temos uma hora pra nos arrumar. -falou

 

-Nossa, como eu dormi. Por que não me acordou pra gente aproveitar nosso último dia aqui na ilha? -perguntei

 

-Você não estava se sentindo bem e parecia estar bastante cansada, então não quis te acordar. Não se preocupe, teremos muitas outras oportunidades de voltar aqui. -ele disse

 

-Melhor ainda se eu já estiver como você. -falei, imaginando como seria.

 

Ele me olhou um pouco irritado.

 

-Nós não concordamos que você iria experimentar pelo menos um ano de faculdade? -perguntou

 

-Sim, UM ano. Tenho certeza que quando voltarmos eu já serei uma vampira. -falei, fazendo-o bufar

 

-Ok, agora vamos nos arrumar. Alice não irá gostar nada se perdermos o vôo. Eles estão morrendo de saudades. -falou, sorrindo.

 

-Eu também. -falei, indo em direção ao quarto.

 

Fiquei surpresa quando vi que as malas já estavam arrumadas, e mais ainda quando reparei que minha roupa já estava separada em cima da cama. Olhei pra Edward, questionando-o.

 

-Alice. -ele falou

 

Revirei os olhos e ri.

 

-Será possível que nem mesmo o fato de estarmos em outro continente a impede de escolher nossas roupas. Aquela fadinha não tem jeito. -falei

 

-Você conhece aquela baixinha. -falou, sorrindo.

 

Balancei a cabeça, enquanto ia em direção ao banheiro.

 

-Vou ver se Kaure e Gustavo já terminaram, enquanto você toma banho. -falou

 

Assenti, antes de entrar no banheiro e fechar a porta. Tomei um banho não tão demorado, aproveitando pra lavar o cabelo. Ao acabar, voltei para o quarto e me vesti com calma. Dei um jeito em meu cabelo e passei uma maquiagem leve, pois eu estava com olheiras um pouco fortes. Quando já estava pronta, decidi ir até a cozinha beber água, pois aquela dor no estômago estava voltando. Peguei um copo na pia e fui até a geladeira, onde o enchi de água. Rapidamente levei o copo até minha boca e bebi todo o líquido de uma só vez. A dor diminuiu para um leve incômodo ao qual eu podia aguentar. Desejei não ter comido aquela droga de frango estragado. Espero que eu não passe mal no avião.

 

Bebi outro copo antes de lavá-lo e guardá-lo no armário. Me virei pra ir até a sala e dei de cara com Kaure, que estava na porta da cozinha, me olhando com um sorriso radiante. Na verdade ela olhava pra minha barriga, o que me deixou confusa. Me assustei quando ela se aproximou de mim, mas consegui me manter firme no lugar. Ela colocou as mãos em minha barriga, ainda sorrindo, depois tocou meu rosto, carinhosamente. Ela falava naquela língua estranha, então não pude entender nada. Percebi, pela sua expressão, que era algo bom, mas não consegui saber o que era. Nunca, em minha vida, quis tanto saber falar Português.

 

De repente, ela começou a cantar algo naquela língua estranha, foi em direção a sala e saiu da casa, dançando. Arqueei minhas sombrancelhas, totalmente confusa com aquela atitude da índia. Dei de ombros e me sentei no sofá, esperando Edward. Pouco tempo depois ele voltou, com uma calça jeans, uma blusa pólo preta e os cabelos molhados, deixando-o super sexy.

 

-Vou colocar nossas malas no barco. -falou, saindo de casa com as duas malas nas mãos.

 

Num piscar de olhos ele já tinha voltado. Estava apagando todas as luzes da casa e fechando portas e janelas. Fui até a porta e fiquei esperando-o. Ele me pegou no colo e correu para o barco. Logo, estávamos em direção ao nosso destino, o aeroporto do Rio de Janeiro...

 



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Notas finais do capítulo

O que acharam?
 
Devo continuar??
 
Comentem!!!!!!!!!!!