Emily estaciona o carro em frente a casa dos filhos.

—Enfim em casa.- Respira aliviado o homem.

—Tenho certeza que tem duas pessoas que estavam muito mais ansiosas para sua volta que você.- Emily sorri falando dos filhos.

—Posso imaginar como eles estavam.

—Quando eu disse que voltaria hoje, começaram a planejar uma festa, com bolo, música, nossas equipes, tive que interferir.

—Eu adoraria uma festa, dançaria e comeria besteira.

—Como se você fosse o mais animado nas festas.

—Sou quase um dançarino profissional.

—Claro que é!- Aaron abre a porta.- Calma, te ajudo a sair do carro.- Dá a volta indo até ele.

—Não precisa consigo sair sozinho.- Tentando sair, quando apoia a perna cortada no chão quase cai, Emily o segura, com isso o rosto dos dois ficam próximos.

—Acho que você precisa de mim- os dois se perdiam no olhar um do outro.

—Sempre precisei- sorri de canto, quando a morena quebra o clima.

—Vamos entrar, as crianças estão ansiosas para te ver- força um sorri.

—Melhor!- Sai com o auxílio dela, vão até a casa e entram.

—E já terminaram?- Emily pergunta, vendo os filhos colocando os cartazes no alto.

—Pai.- Theo sorri e junto à irmã corre até os pais.

—O senhor voltou- abraçaram o homem.

—Sim meus amores.- Aaron sorria.

—Cuidado crianças, me deixem colocar o papai no sofá.

—Que bom que voltou, os dois estavam quase indo buscá-lo, toda hora iam ver se vocês chegavam- Dulce diz sorrindo.

—Imagino a ansiedade.- Se sentando no sofá e os filhos se sentam ao seu lado.- Fizeram esses cartazes sozinhos ou a Dulce ajudou?

—Fizemos sozinhos, a Dulce ajudou a encher as bexigas.- Theo fala.

Ficou ali conversando com os filhos, enquanto as mulheres foram para a cozinha.

—As crianças estão animadas com sua volta pra casa- Dulce, que era como da família, isava um tom sugestivo.

—Não estou voltando, estou de passagem, só para ajudar.- Emily a lembra.

—E vai ficar só nisso?

—Sim.

—Tenho a impressão que muita coisa vai rolar nesse tempo.

—Não vai rolar nada, agora nós podemos falar sobre a alimentação do Aaron.

—Como quiser.

E elas ficam ali conversando, Emily ajuda Dulce com a janta das crianças e de Aaron, quando termina vai chamá-los.

—Crianças venham para a mesa tá na hora de vocês jantarem.- A mãe os chama

—Tudo bem, vem pai eu te ajudo.- Theo estendia os braços.

—Não senhor, Aaron só vai jantar depois.- Emily diz firme.

—E por quê?- Hotch questiona.

—Para você não cair em tentação, sua comida não é como as das crianças, está em recuperação.

—Estou ótimo- se levantando- posso comer qualquer coisa- não querendo demonstrar fraqueza perante a mulher.

—Não, você não pode e não vai- firme o olhando- Dulce ajude as crianças com o jantar, tá na hora dos seus remédios Hotch- sorri de canto vitoriosa, pega os remédios e leva até ele.

—Você não precisa me tratar como criança- um pouco bravo.

—Então não aja como uma.

—Não estou agindo- e ela sorri sarcástica, e ele mesmo sem mostra adora.

—Não, apenas uma criança mimada.

—Não fale assim comigo- rígido.

—Sei o que está tentando fazer, mas não vai adiantar, vou agir como sua babá até você melhorar.

—Não preciso de uma.

—Olha você está em recuperação e tem que seguir algumas regras para se recuperar logo.

—Não gosto de depender de você.

—Você tem medo de mim Hotch? Não se preocupe, não serei malvada.

—Não tenho medo, apenas acho que você não tem porque se preocupar comigo, nós somos separados e pelo que vejo você tem outro pretendente, ele pode não gostar- fala grosseiro e um sorriso de raiva escapa do rosto da mulher.

—Tenho dois motivos para me preocupar com você, Theo e Lucy, olha como é a vida, eu mesmo separada peguei alguns dias pra cuidar de você e sua noiva maravilhosa nem esperou você sair do hospital- e ali estavam eles de volta as pequenas discussões.

—Desculpe- percebendo o quão mal agradecido estava sendo- é só que não estou acostumado com essa ideia.

—É bom você se acostumar, porque não sou saco de pancada e o seu ciúme você guarda para a sua noiva.

—Não é ciúme é cuidado.

—Sei me cuidar sozinha, fiz isso nos últimos quatro anos muito bem.

—Certo, desculpe.

—Vamos fazer uma acordo?

—Qual acordo?

—Vamos conviver em paz, pelas crianças e sua recuperação, sem brigas, acusações, lembranças ruins.

—Aceito, até porque se eu for ruim com você, é mais fácil de você se vingar - sorri de canto.

—Exatamente, você está sobre meu poder- ri.

—Você falou que não precisava ter medo.

—E não precisa, é só ser bonzinho.

—Pode deixar- ambos sorriem

Algumas horas depois todos já haviam jantado, a mulher havia colocado as crianças para dormir, ajudado o ex-marido a se arrumar para dormi e ido para sua casa, ela chegou e foi tomar uma taça de vinho.

POV Emily On

Parece até ironia do destino, me colocar para cuidar dele pouco tempo depois de descobrir que ele está noivo, ao mesmo tempo que isso me incomoda, me traz mais tranquilidade, saber que eu vou conseguir acompanhar a recuperação e cuidar dele, cuidar dele- repete com um sorriso irônico- quando podia imaginar fazer isso de novo, ficar ao lado dele o ajudando, e parece que mesmo sem querer a ilusão de que as coisas possam vir a ser iguais começa fluir dentro da minha mente, a esperança de que nós retomemos nossa vida a dois, mesmo sabendo que ele está noivo, isso ainda persiste dentro de mim, parece loucura ou pior masoquismo, fico nesse ciclo de esperança e realidade, eu preciso para, parar de pensar em nós, no que passou- quando o telefone toca.

POV Emily Off

Ligação ON

—Prentiss.

—Emily o Aaron está agitado, está te chamando dormindo, as crianças estão preocupados.- Era a Dulce

—Certo Dulce, estou indo- desligando.

Ligação Off

Logo ela chega a casa dos filhos e vê os dois no sofá com Dulce e os olhinhos preocupados, eles correm até ela.

—Mamãe ele estava gritando.- Lucy diz com a voz chorosa.

—Ele está muito agitado.- Theo estava preocupado.

—Não se preocupem, ok? É normal depois do que o papai passou, ter esses sonhos ruins, porém ele está bem.

—O que a gente pode fazer para ajudar ele?- Pergunta o menino

—Irem dormi, se ele vê vocês acordados, vai ficar preocupado.

—Nós não conseguimos.-Lucy diz, eles escutam gritos vindos do quarto do homem- mamãe.

—Está tudo bem, Dulce leve eles para dormir.

—Pode deixar.

—A Lucy pode dormi no meu quarto?

—Acho ótimo filho!- Os gritos.- vou cuidar dele, vocês confiam em mim?

—Sim!-As crianças afirmam, Emily os abraça e vai para o quarto de Hotch, entra e vê ele agitado.

—Não... não, por favor... Emmi não... des...desculpa- ela se aproxima.

—Aaron, Aaron calma- o acordando, ele olha pra ela assustado e a abraça- está tudo bem, foi um pesadelo.

—Está difícil- muito agitado.

—Eu sei como é, vai ficar tudo bem, calma.

—Desculpa te dá trabalho.

—Estou aqui pra cuidar de você.-Sorri.

—Obrigado.

—Disse que ia está sempre do seu lado.

—Você está fazendo mais do que deveria.

—Não, não estou, você quer um pouco de água?

—Você pode ficar aqui hoje?

—Vou ficar, qualquer coisa estou no outro quarto.

—Não, quero que fique aqui comigo, só hoje- se olhavam fixamente.

—Aaron é melhor- ele a interrompe.

—Você me acalma.

—Tudo bem- sorri- só vou ver as crianças e já volto.

—Os acordei?- Preocupado.

—Está tudo bem, não se preocupe- sorri e vai para o quarto do filho.

—Eles estão preocupados, como ele está?- Dulce disse na porta.

—Mais calmo, tomo conta daqui, pode ir se deitar.

—Quer que arrume o quarto pra você?

—Não precisa, obrigada- sorri.

—Boa noite- abraça- você é forte.

—Obrigada- e a mulher vai dormi.

—Mamãe por que ele está assim?- Lucy pergunta a vendo entrar.

—Ele ainda está assustado com o que aconteceu, mais vai passar.

—Você tem certeza?- Theo estava aflito com o estado do pai.

—Absoluta, agora tá na hora de vocês dormirem.

—Você pode contar uma história?- Pede a caçula.

—Claro, sobre o que?- Sorri.

—Você e o papai.

—Como assim?- Emily questiona.

—É, conte uma história de vocês pra gente.- Reforça Theo.

—É mamãe, você deve ter uma história legal.- Lucy sorria.

—Ta bom, o pai de vocês trabalhou como segurança da sua avó, foi quando nos conhecemos e nos tornamos amigos, quando ele trabalha na frente da vovó ele era todo sério e certinho- ri lembrando- mas quando eu sai ele fazia minha segurança, digamos que eu não era uma pessoa tão certinha, então quando nós saíamos eu metia ele em um monte de encrenca.

—Como assim?- A caçula pergunta

—Uma vez que teve um festival de música e ele foi como meu "segurança", econvenci ele e minha mãe que ele precisava ir com uma roupa comum, pra todo mundo não ficar olhando como se nós fossemos ets por ele está de terno, ele odiou isso, dizia que era o trabalho dele e o terno fazia parte, nesse dia fiz umas meninas ficarem irritadas com ele, arrumei umas estranhas para ele, e a melhor de todas, fiz ele se vesti de palhaço e participar de um circo que tinha no festival, ficou todo perdido e eu acho que nunca ri tanto na minha vida- quando olha Lucy dormia e Theo estava quase.

—Vocês pareciam felizes.- O primogênito diz.

—E éramos, sempre fomos, agora descanse- beija a testa dos filhos- amo vocês, boa noite.

—Boa noite mãe.

—Sonhe com os anjos- sai do quarto do filho e vê que a luz do seu antigo quarto está acesa e vai lá ver- Dulce?- Surpresa.

—sei que você disse que não precisava, mas achei melhor deixar o quarto arrumado pra você.

—Não precisava- sorri- vou ficar no quarto que Aaron está noite.

—Você vai dormi com ele?- Sugestiva.

—Não dessa forma, só vou ficar por perto.

—Sei- sorri maliciosa.

—Ele não está bem, que tipo de mulher eu seria se me aproveitasse disso.

—Pra mim maravilhosa.

—Acho que está na hora de ir dormi.

—Ok, vá cuidar do seu amado- e Prentiss a reprova com o olhar, ela fica olhando aquele quarto, onde aconteceram tantas coisas incríveis.

—Dulce por que ele não fica mais nesse quarto?

— Porque é o quarto de vocês.

—Não tem sentido, esse quarto é o maior, suíte, closet grande, o que ele está é pequeno e um mini closet.

—Depois que ele começou a namorar Beth passou a dormi lá.

—Interessante.

Dulce: Vamos?

—Pode ir, vou ficar mais um pouquinho aqui.

—Relembrando?- Recebe aquele olhar de novo.- Não está mais aqui quem falou.- Sorri e sai, o olhar de Emily percorre cada quanto daquele quarto.

POV Emily On

Nós planejamos com tanto amor, cada detalhe nós escolhemos juntos, planejamos especialmente pra nós, e agora está assim sem o fundamental, nós dois aqui- ela senta na cama- mas foram tantas coisas lindas que vivemos aqui, foi aqui que nós tivemos nossas noites mais maravilhosas, aqui que conversamos sobre as gravidezes, que dividíamos nossos dias, nossas histórias, nossas brincadeiras mais íntimas e risadas mais verdadeiras, aqui que planejamos nosso futuro, aqui que planejávamos nosso terceiro filho na nossa última noite- e a lembrança toma conta dela.

Flashback On

Os dois haviam chegado de madrugada do trabalho, entravam no quarto exausto.

—Depois desse caso nós podíamos pegar dez meses de férias.- Emily senta na cama tirando os sapatos.

—Foram doze dias fora.

—Sabe o que quero?

—Ver os pequenos!- Aaron sorri.

—Exatamente, vamos nos quartos sem fazer ba- quando é interrompida por duas crianças entrando pela porta.

—Mamãe.- As crianças falavam juntas sorrindo sonolentas, e a abraçando.

—Meus amores, ai que saudade.

—Parece que fui esquecido.- O pai fingindo ciúmes.

—Não papai, nós estamos com saudades de vocês.- Theo garante.

—Muita saudade.- Completa Lucy, o homem vai até eles abraçando os filhos.

—Eu também pequenos.

—Mas vocês não deveriam está dormindo?- Emily os olhava

—A Lucy me acordou porque vocês tinham chegado.

—Estava com saudade.- A caçula falava ainda com jeito de bebê.

—É mesmo minha pequena?- Emily começa a fazer cócegas na filha e é seguida pelo filho.

—Pa...para... para mamãe.. e The.. Theo... me aju... ajuda...papai- rindo, o homem pega a menina no colo.

—Pronto, agora eles não podem faze mais cócegas em você- rindo.

—Nela não.- Theo fala e olha pra mãe rindo cúmplice.

—Atacar!- Emily declara e eles partem pra cima de Aaron que cai na cama com a menina, e ficam rindo.

Depois de algum tempo, a mulher havia tomado banho, depois Aaron foi tomar banho e Emily ficou com os dois no quarto, quando o homem volta vê a mulher deitada com os filhos que já dormiam, e sorriu.

—Levo a Lucy e você o Theo.- Emily diz.

—Eles podiam dormi conosco!- Aaron sugere, ela se levanta e vai até o homem.

—Sabe o que é, também estou com saudades de você- sussurra no ouvido dele.

—Assim não resisto- a beija.

—Vamos levá-los.- Sorrindo, e assim eles fazem, alguns instantes e eles já estão de volta no quarto.

—Você parece muito cansada.- Hotch diz a vendo se deitar na cama.

—Nunca estarei cansada pra nós- sorri.

—Eu também não- se deita por cima dela a beijando- até porque você ainda me deve um filho.

—Devo?- se fazendo de confusa.

—Deve você me prometeu três, e se não contei errado só temos dois- sorrindo.

—É melhor começar a trabalhar para pagar minha divida- com um sorriso malicioso.

—Eu acho ótimo- e ela o puxa e beija.

Flashback Off

Nosso terceiro filho não saiu dos planos, tanta coisa só ficou no papel, tantos sonhos e projetos que construímos, foram por água abaixo por nada, para Emily, isso só está te fazendo mal, vai cuidar dele.

POV Emily Off

Ela se levanta e vai para o quarto onde o homem estava quando chegou ele ainda estava acordado.

—Achei que tinha dormido- Emily força um sorriso.

—Estava te esperando, achei que não ia vir.

—Só estava colocando as crianças para dormi, você sabe que quando eles querem enrolar é difícil- e ele sorri.

—Sei, você está bem?

—Sim.

—Está diferente.

—É só sono mesmo.

—Não tem roupa de dormi?

—Esqueci de trazer.

—Pega uma camiseta.

—Não precisa.

—Você não consegue dormi assim, pega.

—É sério não precisa.

—Você quer que eu levante e pegue.

—Não, durmo assim- se senta tirando o sapato, o homem se levanta com dificuldade- Aaron não- ele finge não escutar e continua indo cambaleando, ela vai até ele com medo dele cair- ta bom eu pego.

—Ótimo- e ela o coloca de volta na cama, ele mostra onde estão, ela pega uma grande e coloca, fica quase na metade da cocha.

—Satisfeito?- irônica.

—Agora podemos dormi- ela se deita do lado dele, um de frente para o outro e fica sem saber o que fazer- isso é estranho.

—Eu nem tinha percebido- sorri- o que tem demais, dormi com o ex-marido, com a camisa dele, no quarto em que ele dorme com a noiva, era pra ser super natural- brinca.

—O que poderia haver de estranho nisso- e dois começam a ri sem parar.

—Nós somos bobos demais.

—Foi por isso que deu certo por tanto tempo.

—Foi- ela estava com um pergunta entalada na garganta.

—O que é Emily? Você voltou estranha.

—Eu tenho uma pergunta, mas não sei se é certo fazê-la.

—O que?

—Por que está nesse quarto? Por que não está no nosso quarto?

—Por isso, ele é nosso.

—Aaron.

—Você pode não acreditar, mas eu não consigo ficar lá sem lembrar você.

—Eu acredito.

—Ficar ali com outra não faz sentido.

—Eu odeio isso!

—O que?

—Isso de estarmos nos abrindo um para o outro, para depois que tudo passar continuarmos como inimigos.

—Pode não ser assim.

—Foi muita coisa de uma vez.

—O casamento, o sequestro.

—É, eu querer te beijar é tão errado?

—Não, errado é eu querer te beijar.

—É melhor eu sai daqui.

—Não.

—E se eu não resistir?

—Vamos ver- se aproxima e a beija calmamente.

—E a Beth?

—Ela não quis está aqui-chateado.

—Então eu sou apenas uma substituta- sorri triste.

—Não, ela é, eu quis tampar um vazio que ela não se encaixa.

—Você sabe que isso não é justo com ela.

—Errei em pedi-la em casamento.

—Não posso ser sua conselheira sobre isso, você sabe, não te quero com nenhuma outra mulher.

—Posso erra de novo te beijando?

—A gente já cometeu tantos erros, esse é tão pequeno- agora ela o beija- ela não devia me mandar cuidar de você- sorri com deboche.

—Só você pode me ajudar, ela sabe disso.

—Durma, e amanhã agiremos como se isso fosse um sonho- sela suas bocas e acaricia seu rosto.