Hotch ainda estava no hospital, Prentiss havia pegado três dias de folga a partir de terça para poder ficar com as crianças, Emily e Beth estavam na sala de espera, enquanto o homem fazia exames, quando o médico responsável por ele chega.

—Bom dia.

—Bom dia.- As mulheres respondem juntas.

—Preciso conversar com vocês.

—Aconteceu alguma complicação?- Emily pergunta preocupada.

—Não, muito pelo contrário, esse é o terceiro dia do paciente aqui e ele está se recuperando bem rápido, há uma grande possibilidade do senhor Hotchner ter alta até o final do dia, só depende dos resultados desse últimos exames- e a ex-perfiladora percebe um certo receio do médico.

—Isso é ótimo sorri.- Beth comemora.

—Mas? Porém?- E os dois a olham confusos.- O que mais precisamos saber? Que você não disse.

—Posso liberar ele, mas ainda sim estará fraco, em processo de recuperação, não pode fazer esforço, precisa ter alguém disponível pelo menos por uns 15 dias.

—Por que isso?- Emily estava receosa.

—Devido o histórico do Sr. Hotch, ele tem machucados atuais que precisam de cuidado e fortalecer as musculaturas, ossos e ainda tem as suturas mais antigas, que internamente podem causar problemas, ou seja, pode ir pra casa, porém o repouso e o acompanhamento de alguém que o conheça é essencial.

—E se ele não aceitar muito bem essa ideia?- Beth sabia dessa possibilidade.

—Precisaremos manter ele no hospital por mais tempo.

—Mais quanto tempo?- A noiva questiona.

—Até ele está completamente recuperado.

—Ele vai preferir ir pra casa, pode deixar ele não ficará sozinho.- Garante Emily.

—Já que me garante, só esperarei os resultados, mas vou começar as papeladas.

—Ótimo- Emily sorri.

—Se me dão licença.- O medico pede.

—Claro.

—Fique a vontade- Emily diz e o homem sai.

—Nós precisamos conversar sobre isso.- Beth diz, deixando Emily confusa.

—Não se preocupe, as crianças não vão fazer...- é interrompida.

—Sei que não, até porque não vou poder ficar aqui mais tempo, vou voltar pra Nova York hoje de tarde.- Informa a noiva de Aaron.

—Achei que você ficaria aqui com ele, pelo menos essa semana, você ouviu o que o médico disse, vai precisar de você, principalmente quando sair daqui.

—Mas não posso ficar, estou tendo que realizar algumas coisas esse mês que levam tempo, a minha volta pra cá depende do meu resultado esse mês, ai consigo voltar a morar aqui sendo promovida e me casando.

—Entendo como é importante o trabalho, sei a dificuldade de conciliar a vida profissional e pessoal, porém ele precisa de alguém, você não consegue pelo menos uma semana?

—Não, se já fossemos casados, a empresa veria de uma forma diferente, por isso quero que você fique com ele, tem uma boa justificativa para conseguir uma semana ou até mais.

—Que eu saiba não sou casada com ele.

—Não, entretanto é a ex e vocês tem dois filhos, é mais fácil você conseguir assim.

—Você sabe que trabalho no FBI, não é tão simples.

—Eu sei, mas você pode tentar certo? Não posso dizer que isso me deixa satisfeita, porém sei que você e o Aaron se preocupam muito um com o outro, e que você...- é interrompida.

—Ok, eu tento, só que não posso garantir nada, só mais uma coisa.

—O que?

—O Aaron sabe que você vai ir hoje?

—Sim, conversei com ele, nós não imaginávamos que precisaria de alguém o acompanhando por tanto tempo.

—Imagino, agora preciso ir pra UAT, tentar pegar mais quinze dias, senão vamos mandar o médico para as papeladas.

—Ou podíamos fazer isso agora, ele fica aqui no hospital.

—Não, essa é a última opção, ninguém merece ficar tanto tempo no hospital, vou dar um jeito.

—Ok.

—Até daqui a pouco.

—Até- e Emily sai.

Emily foi direto para o escritório de Seamus Miller, chef do departamento das unidades antiterrorismo.

—Bom dia DiNozzo- falando com a secretária.

—Bom dia agente Prentiss.

—Posso falar com o Miller?

—Só um momento- fala com o chefe no telefone- tudo bem, pode entrar- simpática.

—Obrigada- abre a porta- Bom dia senhor.

—Agente Prentiss achei que voltaria só amanhã.

—Esse era o plano.

—E o que o fez mudar? Sua equipe não está enfrentando nenhum problema na investigação que eu saiba para você precisar vir até mim.

—Não, eles são ótimos, estão trabalhando perfeitamente.

—Como pode ter tanta certeza?

—Porque mesmo de longe os acompanho.

—Mas se não é sobre a investigação da sua equipe, o que te traz aqui?- E a mulher respira fundo.

—Digamos que eu precise de mais tempo.

—Como assim?

—Três dias não é o suficiente, as crianças ainda estão assustadas e o Aaron vai ter alta, entretanto não pode ficar sozinho no início.

—Ele não tem uma namorada?

—Sim, mas ela não pode sair agora, a empresa precisa dos serviços dela, enfim.

—E eu preciso dos seus aqui, se vocês ainda fossem casados, mas estão divorciados.

—Porém ele é pai dos meus filhos e meu amigo, não posso virar as costas.

—Amigos? Vocês nem conversam direito.

—Isso não é de relevância agora, o importante é que preciso ajudá-lo, tenho certeza que ele faria o mesmo por mim.

—Ok, você tem os dias que sua equipe levar para voltar.

—O senhor sabe que eles podem voltar amanhã ou semana que vem, é incerto.

—Você está certa, mais três dias além de amanhã- e ela o olha como se não fosse o ideal- tudo bem quatro dias.

—Quatorze dias.

—Quatorze dias? Isso é muito tempo pra você ficar longe assim do nada.

—Entendo, mas o senhor sabe que não pediria isso se não fosse realmente importante.

—Teremos que mexer nas suas férias, poderia te dar no máximo quatro dias sem mexer nas suas férias, mais que isso.

—Tudo bem, sem problemas, dez dias a menos de férias, posso viver com isso.

—E a equipe dele não pode alterna com você?

—Senhor você sabe como é complicado trabalhar com dois a menos na equipe, o trabalho fica atrapalhado.

—Sei que a falta de uma vai alterar a minha equipe.

—Fora mim tem cinco pessoas totalmente capacitadas na minha equipe, você lembra que fui à última a chegar? Eles sabem o que fazem, o Rodgers vai está à frente da equipe, tem muita experiência no assunto, a Callahan é ótima em se infiltrar e em perfil terrorista, o Quinn conhece bombas e coligações terroristas melhor que qualquer um, a Parish monta estratégias de evacuação e ataque impecáveis e o Kevin é um técnico analista incrível, confio completamente na minha equipe.

—Quem vê você falando assim, nem parece aquela mulher que chegou aqui ha 10 meses atrás, séria que não se dava bem com a equipe.

—Eles me conquistaram- sorri- nós trabalhamos muito bem e eles me lembram uma outra equipe.

—Não sei se isso é bom, mas de fato são equipes com clima bem família, o que atrapalha algumas vezes.

—E ajuda na maioria.

—E o Aaron como está?

—Bem, vai ter alta hoje, mas a recuperação é delicada, ele tá fraco e isso pode se juntar a antigos problemas e complicar, precisará de cuidado e atenção nos próximos dias.

—E você está pronta para dar isso a ele?

—Claro, é o que os amigos fazem.

—Amigos?

—Sim, amigos, alguém te disse que você é um chefe legal de mais às vezes? E isso não foi um elogio.

—Muito obrigado, mesmo assim.

—Esse é o momento que você faz cara de bravo- bufa- agora preciso ir.

—Me mantenha informado sobre o estado dele.

—Manterei, tchau.

—Tchau- se cumprimentam, a mulher se levanta indo pra porta- Prentiss- ela o olha- o Gregson me ligou hoje, ele quer fazer uma oferta a você.

—Diga a ele que eu estou feliz onde estou- e sai sem deixa o homem prolongar o assunto.

A mulher voltou ao hospital conversou com Beth, conversou com o médico sobre comidas que Aaron poderia comer e como teria que agir em casa, vai até o mercado comprar comidas adequadas para o ex e depois buscar as crianças na escola.

—Oi meus amores.

—Oi mãe.- O menino diz entrando no carro.

—Oi mamãe.- Lucy beija a mãe.

—Como foi na escola?

—Fiz um desenho para o papai na aula de arte.- A menina diz contente.

—Tenho certeza que ele vai amar.- Emily sorri.

—Como ele está?- Theo pergunta.

—Bem, tenho uma notícia para vocês.

—O que?- Lucy sorri curiosa.

—Hoje não os levarei para ver o pai de vocês no hospital.

—Por quê? Você disse que ele está bem.- O primogênito fica preocupado.

—E está.

—Não é justo mamãe, nos queremos vê-lo.- Lucy faz bico.

—Vocês vão.

—Como se não vai nos levar?- Com seu tom mais mimado.

—Vocês ficam bravos antes de eu terminar, não vou levar vocês porque ele vai vir para casa hoje.

—Sério?- Theo se anima.

—Ele já está bem!- A menina comemora.

—Sério, está melhor, porém teremos que cuidar de Aaron, ele ficará de repouso por um tempo.

—Vamos? Você vai nos ajudar?- Theo a questiona.

—A Beth não vai poder ficar aqui, então peguei alguns dias para cuidar dele, porque vocês dois são crianças não podem fazer isso sozinhos- sorri.

—Você vai ficar com nós em casa?- A caçula estava radiante.

—Ficarei com vocês, mas vou dormi na minha casa.

—Já é um passo.- O menino tinha um tom sugestivo

—O que vocês acham de fazer um cartaz bem bonito de boas vindas?- A mãe sugere, ignorando o tom do filho.

—Ótimo!- Lucy estava animada.

—Ele vai sair do hospital que horas?- Theo pergunta.

—Hora exata não sei, mas acho que até unas 19h.

—Dá tempo de fazer o cartaz e nós podíamos encher bexigas.- O menino acrescenta.

—E a Dulce podia fazer um bolo e chamarmos as equipes de vocês- Lucy complementa, os dois estavam extremamente animados.

—Calma ai pessoal!- Emily sorri.- Primeiro o pai de vocês não tá podendo participar de festas e nem comer bolo, são só boas vindas, e claro as equipes estão trabalhando.

—Só podemos fazer cartaz e mais nada?- Lucy fica desanimada.

—Aaron vai amar os cartazes de vocês, vai ficar imensamente feliz com essa atitude de vocês.

—Nós podemos encher alguns balões?- Theo pergunta.

—Sim, alguns- e eles sorriem, ela deixa as crianças em casa e vai para o hospital, quando chegou estava no corredor quando encontrou o médico também a caminho do quarto de Aaron.

—Nós sempre nos encontramos assim senhorita Prentiss- sorri.

—Senhorita Prentiss? Melhor Emily- sorri.

—Tudo bem, Emily- sorrindo- acho que essa foi à primeira vez que vi o Hotchner sozinho desde que chegou.

—A namorada dele teve que ir trabalhar e fui buscar as crianças.

—E eles não quiseram vir hoje?

—Queriam, mas achei melhor não, Aaron vai pra casa hoje, eles estão animados com isso.

—Tenho que confessar que não estou muito, não vou te ver mais todo dia.

—Você sobreviverá- sorri- e existirão outras acompanhantes pra vocês.

—Não como você.

—Você é um ótimo galanteador, pena que ainda ama sua ex- sorri.

—Amo?

—Com certeza, vi a foto dela na sua sala e também ainda tem a marca da aliança, além do que você me falou sobre ela.

—Então somos dois apaixonados pelos ex's que já prosseguiram?

—Acho que é nossa sina- e entram no quarto.

—Parece que sim- os dois sorriram e Aaron não gosta da cena que vê.- senhor Hotchner, como está se sentindo?

—Com vontade de ir para casa.- Aaron responde grosseiramente, o que não passou despercebido por Emily.

—Não se preocupe, só faltam alguns remédios, mas daqui duas horas o senhor estará liberado.

—Que passe rápido.

—Passará, com licença vou ver meus outros pacientes.

—Toda.- Prentiss sorri gentilmente.

—Você são bens amiguinhos né?- com ciúmes.

—Somos amigos, algum problema?- Séria, olha para Aaron.

—Não, por que haveria?- e ela simplesmente revira os olhos.

—Não devia haver e você não devia ter sido grosso com ele.

—Me desculpe se não gosto do seu pretendente.

—Não é meu pretendente, sim o seu médico, mesmo se fosse acho que isso não é da sua conta.