Emily estava sentada em seu escritório com a mão na barriga que já era visível, principalmente para ela e Aaron, quando escuta batidas em sua porta, se arruma na cadeira deixando a postura mãe babona e incorporando a chefe da UAT.

—Entre!- A porta se abre e loiras sorridentes com embrulhos de presente aparecem.- Olá!- sorrindo.

—Oi.- respondem as duas animadas, logo são abraçadas pela morena.

—Olha essa barriguinha.- A analista analisava a amiga.

—Certeza que já sente diferença.- Disse a outra mãe presente na sala.

—Sinto e não estou ansiosa pra ver minha barriga enorme.-sorri.

—Por quê?

—Penélope se surpreende.

—Não gosto de me ver grávida, amo o fato de estar grávida, mas me olhar grávida, não me agrada.

—Achei que toda mãe tinha essa coisa de ficar se olhando horas no espelho, admirando a barriga.- Concluiu Garcia.

—Nem todas são a JJ.

—Não passava horas, apenas alguns bons minutos.- Sorrindo.

—Me dá um pouco de nervoso ficar olhando a barriga enorme e o resto inchado.

—Tem mulher que fica muito inchada.

—Ei, vocês falavam que eu estava linda grávida, agora dizem isso.

—Você estava linda.- Emily diz sorrindo.

—Meu rosto parecia uma bola.- Sorria.

—Lembra de quando estava grávida da Lucy né?

—Sim, estava maravilhosa.- Penélope lembra.

—Me olhava no espelho apenas para me maquiar, era quase proibido espelho em casa, Aaron ria de mim, falava que era coisa de grávida louca.

—E como estão as coisas entre vocês?-JJ pergunta animada.

—Difícil de definir.

—Confusas?- A voz da mãe de Henry não apresentava mais a animação de antes.

—Essa não é palavra, sabemos o que queremos, porém, preciso de tempo para as coisas encaixarem, se voltasse agora ia sentir que seria apenas pela gravidez.

—Vocês já não estavam juntos?- PG pergunta confusa.

—A parte complicada.- A morena afirma

—Se vocês estavam juntos é só continuar.- A analista usa a lógica.

—O que aconteceu?-JJ queria entender.

—Nós estávamos juntos nos últimos dois meses.- Confessa.

—Bem que desconfiei.- Garcia usa um tom animado.

—Por que vocês esconderam?- Jennifer a olha confusa.

—Queríamos ter certeza que era pra valer, antes de falar para todos, por conta das crianças, ai no meio do caminho não conseguimos resolver tudo, então...

—Por causa da briga com Gregson?- Penélope pergunta o que já desconfiava.

—Aquilo foi só a famosa gota d'água.- As loiras ficaram a olhando, sabia o que desejavam perguntar, desvia o olhar.- Aaron achou que o trai; com o Jonh.- Agora a olhavam perplexa.

—Por isso se separaram?-Prentiss apenas afirma com a cabeça.- De todas as possibilidades surgidas, nunca imaginei traição.- JJ não conseguia esconder a surpresa.

—Ele realmente acreditou nisso? Você não seria capaz, como ele chegou a esse achismo?- PG estava irritada com o chefe.

—Viu Jonh me beijando, mas esse beijo não aconteceu, ele preferiu acreditar em algo que viu completamente fora do contexto, ao invés da minha palavra.

—Ele ainda acha que você fez isso?-JJ visivelmente indignada.

—Não, a briga foi porque Jonh disse a verdade a ele, então caiu a ficha.

—Ele foi atrás de você.- A mãe de Henry conclui.

—Não consegui simplesmente passar por cima de tudo, poucos dias antes nos tínhamos tido uma conversa sobre o assunto, ainda sim ele não acreditou, quando chegou querendo que tudo voltasse a ser como antes, não consegui deixar de lado a mágoa, então o destino veio e pregou uma peça, no dia seguinte descobri a gravidez.

—É o universo conspirando a favor de vocês, você é teimosa e orgulhosa, mas esse amor que sente é enorme, tudo o que aconteceu nos últimos meses veio para reaproximar vocês, nada foi por acaso, o universo precisa de vocês juntos para restabelecer sua ordem natural.- Penélope agora estampava um sorriso fraterno.

—Não acredito em conspiração do universo.- Diz a cética Prentiss.

—Vocês se amam, tem uma família linda e pode chamar de destino, conspiração do universo, vontade de Deus ou simplesmente fruto das escolhas que fizeram, mas fato é, vocês sempre se reencontram- JJ afirma.

—E já tentaram de tudo para se manterem longe, teve a fase de trocar farpas, deve a de ficarem se culpando.- Garcia começa a lembrá-la.

—Não esquece a greve do silêncio, foi a pior.- A outra loira a ajuda.

—Só falavam do caso, nem os recados das crianças passavam um para o outro.

—Ficavam deixando bilhetes pra não falar diretamente, típico de adolescente.- JJ rola os olhos.

—Até a jogada de mestre, arrumar uma namorada, que levou a transferência de unidade e a última de eles não frequentarem o mesmo local.- Penélope se irrita ao lembrar dessa parte.

—Nem você morrer e ir pra Paris adiantou.- JJ usa de sarcasmo.

—Entendi meninas, porém.- É interrompida.

—Não tem porém, mas ou entretanto, pode voltar com ele hoje ou adiar para mais um ano, só que vocês vão voltar.- Conclui Jareau.

—A pergunta é, por quanto tempo mais você quer sofrer?- Indaga a Babygirl

—Não estou sofrendo.

—Está sentindo falta!- JJ afirma sorrindo.

—E esses embrulhos?- Emily tenta fugir.

—Você é tão sutil para mudar de assunto.-Penélope é irônica.

—Obrigada.- Sorri com sarcasmo.

—São presentes para o bebê.- Entregando uma caixa com vários ursinhos coloridos na estampa, a morena abre e morre de amores pelo que vê, um macacão vermelho bordado em branco com a frase "I'm the new member of BAU" e um ursinho branco.

—É tão fofo, amei PG.- Admirando o presente.

—Agora o meu.- Diz JJ ansiosa, ao abrir a caixa verde água com várias bolinhas brancas, tinha uma foto do natal em um quadro na mesma cor do embrulho, na qual Emily estava no centro e todos apontando pra barriga com sorrisos enormes, e um cobertor de bebê colorido.

—Essa foto é minha foto preferida de nós todos juntos, obrigada JJ.

—Ainda tem o do Spencer.- Entrega.

—Sabemos que Morgan e Rossi foram mais rápido que nós e já entregaram.- PG meio desapontada.

—Por que ele não veio com vocês?- Se referindo ao gênio.

—Está pensativo.- JJ é sutil.

—Por quê?- Preocupada.

—Maeve!- A loira diz com um sorriso fraco.

—Ele já foi para casa?- As mulheres balançam a cabeça em negativo, ao abrir a caixa sorri com o que vê, livro com os contos de Grimm e um pen drive em forma ursinho, presente digno dele.

—Reid sendo Reid.- Fala sorrindo Penélope.

—Ele já começou sua lista de leitura para fazer bem ao bebê, certamente ai.- A mãe de Henry aponta para o ursinho.- Deve ter músicas para ajudar no desenvolvimento.

—Lembro-me do dia seguinte a ter te visto com o fone na barriga, ele chegando com um pendrive com várias pastas, cada uma com músicas destinada a algo diferente.- A morena recorda.

—Acalmar, dormir, comer, brincar, conversar, mas como eu ia saber quando o Henry estava comendo ou era o momento dele brincar dentro de mim?

—Spencer sempre vai a fundo, por isso é tão fofo.- Garcia sorria.

—Depois vou agradecer a ele, vamos ver o que colocou aqui.- Conectado o objeto ao computador, quando o celular de PG toca.

—Parece que vai ter que ficar para outra hora.- Diz JJ a olhando.

—Caso novo?- A agente do Antiterrorismo questiona.

—Exatamente, e aqui em Washington novamente.

—Esse lugar está uma bagunça.- Emily declara.

—Então vamos organizá-lo!- Jennifer diz se levantando junto a Penélope.

—Vamos ao trabalho.- Sorria.- Tchau Emily, e qualquer coisa é só ligar.

—Cuidado com vocês dois.- JJ recomenda.

—Pode deixar, bom caso para vocês.

***

Não havia chegado nenhum caso a antiterrorismo naquele dia, então ao fim do expediente cada agente foi para casa. Emily havia tomado banho e estava sentada no sofá lendo, quando começa a sentir um desconforto, como cólica menstrual, troca de posição algumas vezes e não adianta aos poucos aquilo vai se tornando mais intenso, a dor aumenta e sente fortes pontadas na barriga, o desespero a atinge e um trilhão de possibilidades passam a habitar sua mente; ela se contorcia de dor, estava apavorada com a hipótese de perde o feto que habitava seu ventre, aquele ser em formação, que já possuía tamanha importância em sua vida.

Pega o celular e liga para Aaron, a primeira chamada vai direto para a caixa posta, assim como a segunda e a terceira, o medo crescia, não podia lidar com aquilo sozinha, não tinha condição de dirigir até o hospital, tenta falar novamente com o ex marido, em vão, então liga para a pessoa que certamente a atenderia.

Ligação ON

—Só pedir que a deusa PG realiza os seus sonhos.- A voz estava animada.

—Penélope.- A voz estava alterada pela dor.

—Emily está tudo bem?- Fica preocupada ao ouvir a voz da amiga.

—Não consigo falar com Aaron, e preciso muito.

—O que aconteceu?- Aflita.

—Estou sentindo muita dor Pe, muita dor.

—Oh céus, o que precisa?

—Ir ao hospital, não posso perder meu filho.

—Isso não vai acontecer, ok?- Tentando acalmar a amiga.- Vou mandar um carro para sua casa, e dar um jeito de falar com Hotch, te encontro no hospital.

—A doutora.

—É a Dra. Hantings né? A mesma de JJ.

—Sim!- A grávida geme de dor.

—Vou ligar para nos encontrar no hospital.

—Ok, obrigada Penélope.

—Vai dar tudo certo.

Ligação Off

Garcia envia um carro para buscar Emily, pegando suas coisas, saindo do Quântico, tenta ligar para o chefe, no entanto, o celular não chamava, depois de duas tentativas sem sorte liga para Derek.

Ligação ON

—Pode falar Babygirl.

—Hotch está com você? Ele não atende o celular

—Sim, terminamos de efetuar a prisão agora.

—Preciso falar com ele.

—Está tudo bem?- Acha estranho o tom de voz da analista.

—É sobre Emily e o bebê.

—O que houve com a Emily?- Derek fala preocupado, Hotch que não estava muito longe se aproxima ao ouvi o nome da ex-mulher.

—Está indo para o hospital.

—Garcia quer falar com você.- Entregando o telefone para o chefe.

—Emily está bem?

—Não senhor, estou indo encontrá-la no hospital.

—O que houve?

—Estava sentindo muita dor.

—Ok, estou a caminho.

Ligação Off

O homem entra no carro e sai rumo ao hospital, um turbilhão de medo o invade, ele sabia o risco de uma gravidez na idade de Emily, juntando aos outros decorrentes do trabalho exercido por ela, eram muitos fatores que colaborava para que aquele bebê enfrentasse dificuldade para conseguir vir ao mundo. Começa a lembra de todo o estresse que a história deles estava trazendo para mente da grávida.

Enquanto isso Prentiss descia no hospital, Penélope, aflita, já estava a sua espera com cadeira de rodas, a Dra. Hantings e uma equipe de enfermeiros, rapidamente é levada para dentro, entra na sala de atendimento, onde passa a ser examinada pela obstetra, em seguida faz o ultrassom e mais alguns exames.

A médica interna a gestante, e a medica para diminuir a dor, prescreve uma série de restrições e cuidados especiais para que a mulher consiga levar à gravidez a diante, entre eles a mulher teria que deixa de fazer algumas tarefas de seu trabalho, nada de perseguição ou busca por suspeito, teria que evitar tudo que significasse esforço físico, além de diminuir os fatores estressantes.

Prentiss estava no quarto junto à amiga quando Aaron chega, visivelmente assuntado.

—Emily, como vocês estão?- A voz exalava preocupação.

—Está tudo bem agora.- Emily sorri fraco.

—O que aconteceu?

—Preciso tomar cuidados extras nessa gravidez.

—Correm algum risco?- Apavorado.

—Calminha senhor!- Garcia se pronuncia.- Sem desespero, os dois já estão bem agora, só precisam de cuidados.- Sorri tentando acalmá-lo.

—Que tipos de cuidados?

—Aparentemente não posso mais trabalhar.

—Sem drama, você pode trabalhar, só tem que deixar a parte de derrubar portas e ser policial durão para os outros.

—Essa é a parte divertida.- A agente do antiterrorismo sorri para amiga.- Só não queria passar a noite em observação.

—Está reclamando, ela já está bem senhor!- Hotch parecia mais aliviado.

—É por um bom motivo Emily.- Ela concorda com a cabeça.

—Vou para casa.- Abraçar a gestante.- Me mantenha informada Emily, por favor.

—Pode deixar, obrigada PG.

—Qualquer coisa é só me ligar, tchau senhor.- Se despedindo do chefe.

—Obrigada Garcia.

—Cuide bem deles.- Sorri e sai da sala.

—Desculpa não ter te atendido, deixei o telefone no carro.

—O importante é que deu tudo certo.- Sorri na tentativa de deixá-lo tranquilo..

—Queria ter te ajudado.

—Ainda terá muitas oportunidades.

—Vai me deixar te ajudar?

—Em todos os momentos.- Sorri.

—Achei que ia ficar com as crianças hoje.

—Ia, mas acho que a intuição de mãe me avisou que era melhor não, eles ficariam assustados se me vissem passando mal.

—A boa e velha intuição de mãe.

—É!- Ele sente algo estranho na voz da mulher.

—Você está bem?

—Sim, não estou sentindo mais dor.

—Não é a dor, está preocupada.

—Não, estou bem.- É firme.

—Te conheço, o que está havendo?

—Estou com medo.

—Por quê? É só seguir as instruções da Dra.

—É, porém, hoje não fiz nada de estressante, cansativo ou exaustivo, mesmo assim estou aqui, e se não for suficiente, se mesmo com todos os cuidados...- Não consegue terminar a frase.

—Emily nós não vamos perder nosso bebê, se for preciso nos afastaremos para cuidar da gravidez, o que for necessário farei para cuidar de você e do nosso filho, certo?- Ela concorda com a cabeça e sente os braços dele a rodearem em um abraço.