Ao Contrário escrita por Sky H3rondale


Capítulo 26
Capítulo XXVI: Não o julguem na minha frente.


Notas iniciais do capítulo

Meninas não respondi o comentário de vcs mas ameiiii
Obrigadaaaa a DanyMellark pela recomendação!! Muitooo obrigada de verdade, eu ameiiiiiii!!! Obrigadaaaaaaa



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Capítulo XXVI: Não o julguem na minha frente.

 

 

No Jatinho Real, General deu longas instruções para mim. Se acontecesse alguma confusão, um incêndio, um tiroteio, ele me preparou para tudo, menos para o que estava para acontecer.

York era uma cidade bonita, tinha belas construções, mas dava para perceber que estávamos na parte rica da cidade. Porque quanto mais o carro andava, menos riqueza se via e mais pobreza. O carro parou em um pequeno bairro. Eu desci sem esperar o General dizer se podia.

A rua estava cheia o suficiente para as pessoas olharem para mim, outros me reconheciam e se assustavam mas continuavam o seu caminho. Outros olhavam estranho mas continuavam a andar, outros nem se quer me olhavam. Eu andei mais continuava, ninguém falava comigo, eles me ignoravam. Eu parei. E o General deu um passo para ficar ao meu lado, ele não saí um centímetro de perto de mim.

—Eadlyn-ele falou carinhosamente.

—Tio por que?-eu falei triste.

—Eles nunca viram nenhuma celebridade e muito menos a Família Real de perto e você pode ser a futura Rainha deles. Eles não sabem como agir. Estão assutados e surpresos.

—Mas eu não vou ser Rainha.

—Mas eles não sabem.-eu suspirei.

Eu dei um sorriso, quando uma ideia veio na minha mente. E sai correndo em direção a um campo de futebol improvisado que umas crianças fizeram para brincar, logo mias a frente. Se eles iriam me tratar como uma Rainha, eu iria mostrar a eles que eu não sou uma Rainha e nem vou ser.

—Eadlyn o que você está fazendo?-General veio correndo atrás de mim e dava para perceber pelo som das botas no chão que os outros guardas também viam.

—Eu vou mostrar para eles que eu não sou uma Rainha.

Parei em frente ao pequeno campo de terra, com apenas duas balizas sem rede para o gol. Tirei a minha sapatilha e fui até os garotos que deveriam ter a idade do Osten ou menos.

—Posso jogar?-eu perguntei sorrindo e os garotos ficaram calados e olharam para mim até que um falou.

—Você é do meu time tia.- um garoto baixinho magrinho falou sorrindo.

Eu nunca ri e cai tanto na vinha vida, esses garotos não tem pena e eu amei isso. Eles me tratavam com uma mulher normal, ou vamos dizer uma tia qualquer, sem pressão deu ter ou não uma coroa futuramente na cabeça ou ter crescido no palácio.

—Ehhh!-eu comemorei um gol.

—Não tia, esse gol foi do outro time, nós fazemos gol lá.-Pieter falou, esse era o nome do garoto que me chamou para ficar no time dele.

—Ah claro desculpa.-ele balançou a cabeça em negativa. "O que foi que eu fiz?"

Eu era péssima mas às vezes tocava na bola, o meu time ganhou de 10 x 9, Pieter era muito bom. Quando acabamos de jogar, eu estava suada, com o cabelo preso em um coque e o pé todo sujo como a minha roupa. Mas nunca me diverti tanto e me senti normal. Literalmente normal, sem o peso do nome Woodwork pesar na minhas costas por causa da Família Real.

—Eu quero jogar!-um garotinho de três ou quatro anos veio correndo mas ele tropeçou no chinelo e caiu de cara.

—Ai meu Deus!-eu sai correndo até ele. E o levantei a sua testa estava sangrando mas não era nada sério e as mãos estava raladas.-Tudo bem?

Ele apenas balançou a cabeça e os olhos estavam cheio de lágrimas. Eu peguei ele no colo.

—Calma, pequeno!-Pieter veio correndo até mim.

—Esse é meu irmão.

—É melhor levarmos ele para casa, ele está machucado.-ele assentiu.

—Galera já vou!-Pieter disse para os amigos.

Eu ainda com o pequeno no colo fui até o General.

—General pede para trazerem o kit de primeiros socorros.-o General apontou para um soldado que assentiu e foi para o carro.

—Qual é o seu nome?

—Matthew.

—Nome bonito Matthew. Quantos anos você tem?

—Cinco.

—Cinco? Não parece.

—Eu sei, eu sou muito pequeno.-ele falou triste. Eu sorri. Crianças de áreas mais carentes tendem a serem menores e magras por falta de comida.

—Eu também sou pequena mas eu não cresço mais. Você sim. Calma!

Fomos conversando até chegarmos em uma pequena casa, era simples igual a todas que eu vi nessa parte da cidade. Coloquei Matthew sentado em uma pedra que tinha na frente da sua casa e comecei a cuidar do seu ferimento.

—O que a senhora está fazendo com o meu filho?-eu virei para trás, e encontrei uma mulher magra e pequena com a mão na cintura olhando para mim irritada.

—Oi eu sou a Eadlyn, ele caiu... e pronto.-eu coloquei um band aid na sua testa.

—Ahh Matthew sempre caindo.-ela olhou para os soldados atrás de mim e depois olhou de volta para mim -Não acredito, você é a... a aquela garota bonita da TV. Bobbbbbb!!!-ela gritou.

—Que foi mulher?-uma voz de homem foi ouvida de dentro da casa.

—Vem aqui!-e o homem apareceu na porta.-Bob olha, é aquela garota que mora no palácio.- a sua mulher falou sorrindo.

—Majestade.-e ele se jogou no chão a minha frente de joelhos. Eu dei um passo para trás. Agora senti o que a Família Real sente quando se ajoelham para eles e posso dizer, não é um sentimento bom. È constrangedor!

—Por favor não! Levante eu não sou nada.

—Levante Bob a Dona tá mandando.- a sua mulher falou e ele levantou. Bob também era magro e com pouco cabelo e usava roupas simples e chinelo

—Me perdoa senhora, tem algo que nós possamos fazer por você?-Bob perguntou. E eu tive outra ideia!

—Na verdade tem sim.-eu disse sorrindo.

E foi assim que eu comecei a conhecer o bairro. Tiffany e Bob começaram a me mostrar os lugares e com o tempo algumas pessoas foram se juntando a nós.

—É complicado viver aqui.-Tiffany falou triste.

—As condições são bem precárias mas se nós construirmos alguns prédios, podemos ter menos espaço com mais moradores, assim podemos ajudar todos. Com saneamento básico adequado, ruas asfaltadas, e um pouco de jardinagem para ser agradável de se viver. Será um lugar bom de habitar. Podemos mudar.

—A senhora pode mudar?-Pieter perguntou com um olhar esperançoso. Eu sorri.

—Eu posso e vou mudar. - eu disse sorrindo e ele abriu um grande sorriso. Não é isso que arquitetos fazem?

Continuamos à nossa caminhada até que no final de uma rua estava ocorrendo uma festa, então Tiffany falou para nós pararmos para descansar. A festa era na rua, com churrasco de hamburgue e batata frita, as pessoas estavam felizes, felizes mesmo vivendo ali, elas estavam felizes. As pessoas já olhavam para mim aceitando a minha presença, alguns que eu percebi ser contra a monarquia ainda me olhava estranho mas não falaram e nem tentaram algo, acho que ficaram com medo pelos guardas.

—Esse bolo é uma delícia.-eu disse.

—Eu sabia que a senhora iria gostar, a Kate faz bolos deliciosos.-Tiffany falou.

Estávamos sentados em uma mesa de chapa, tinha poucas, mas parecia que ninguém se importava em comer em pé, parecia até mais divertido.

—Senhora, vamos dançar?-Bob perguntou com a mão levantada para mim.

—Mas é claro que ela vai dançar, vamos senhora.-Tiffany falou sorrindo. A energia deles eram tão contagiantes que eu não pude dizer não.

—Vamos!-ele segurou a minha mão e fomos para a "pista de dança", não sei se era certo chamar uma parte livre da rua onde as pessoas dançavam ao som da música agitada da atualidade de pista de dança.

A dança era apenas se mexer porque não tinha uma dança a seguir como a valsa, mas eu ria tanto pelas palhaçadas que as crianças faziam comigo, por Tiffany e Bob se agarrarem sem se importar e depois de um minuto brigarem. Por pessoas que eu não conheço, dançarem comigo e rir. Eu nunca me diverti tanto em uma pista de dança na minha vida como nessa. Aqui não importava se você dançava bem, se você estava sendo vulgar, calma demais, ou tinha algum representante Real que não gostasse de dança, o importante era se divertir.

—É melhor continuarmos, depois eu vou ter que ir embora.-eu disse gritando para a Tiffany, o som estava bem próximo de nós, que assentiu e fez uma cara feia, não sei se por sair da festa ou por eu ter que ir embora.

—Claro, vamos por aqui.-ela sorriu.

Agora o nosso grupo já estava maior e os guardas tinham que ficar mais atento pois alguns pediam abraços que eu dava sem me importar se ela estava suja ou descalça, autógrafos em papel de pão ou papel em branco e até fotos em pequenos celulares ou em antigas câmeras.

Estava quase acabando a minha visitação quando.

—Mãe eu quero colo!-Matthew levantou os braços para a mãe .

—Ai Matthew!-Tiffany falou fazendo uma careta.

—Tudo bem, deixa que eu o pego.-eu falei e peguei ele no colo, quando eu senti que ele estava quente.-Tiffany o Matthew está muito quente, ele está com febre.

—Eu sei, eu já dei o remédio para ele, mas não passa.-ela falou triste.

—Matthew está doendo algo?-eu perguntei.

—A minha barriga.-ele falou tristinho.

—Por que você não levou ele no médico?-eu perguntei indignada para ela, eles são pobres mas era por isso que serve hospitais públicos.

—Porque não tem como eu sair daqui para pegar um ônibus que vai chegar lá daqui a duas horas e eu vou ficar esperando para ser atendida, sabe-se Deus quando?!

—Duas horas? Não tem um hospital mais próximo?-eu perguntei, eu sabia que todos prestavam atenção na nossa conversa.

—Não, para cá não tem nenhum hospital, o mais próximo fica no início da parte ruim da cidade, onde todos nós vamos, assim fica lotado, os médicos não conseguem cuidar de todos, ás vezes voltamos para casa sem ser atendidos. As melhores coisas só os ricos tem.-uma senhora já de idade falou séria.

—Eu não sabia que era assim a situação de vocês.-eu disse triste.

Eu sabia que o Castelo não poderia ajudar todos mas York precisava de ajuda, eles não percebiam que eles não tinham hospital suficiente? E o pior de tudo, eu entendia os dois lados da moeda.

—Sim senhora, é bem ruim.-Tiffany falou.

—A senhora só diz isso da boca para fora, porque depois a senhora vai voltar para o castelo e nós vamos ter que sofrer com a nossa realidade.-um senhor grisalho falou irritado para mim.

—Verdade, a senhora cresceu na riqueza junto com os príncipes, não sabe o que é fome.-uma mulher que aparenta ter 30 anos falou.

—Eles não se importam com a gente! O futuro Rei não se importa com a gente!-um homem lá de trás gritou e outros concordaram. Eu percebi que os guardas começaram a ficar mais rígidos, o povo já estava começando a ficar nervoso e eu sabia que se eu não falasse algo, eles iriam descontar os problemas deles em mim.

—Eu sei que vocês estão com raiva, e agora, eu entendo. Entendo que vocês devem ficar com raiva por ver eles em uma grande casa com mais de cem criados ao seu dispor e com tudo do melhor. Enquanto vocês estão aqui, e não tem muito para viver, mas por favor.-eu dei um passo para frente e olhava para todos na roda que formou a minha volta.

—Por favor, entendam que eles fazem tudo, tudo por vocês. Kile, ele daria a vida por vocês. Eu sei que parece que eles não querem saber de vocês por vocês estarem nessas condições. Mas pensem em quantos eles ajudaram e ajudam. È um pais que eles tem que cuidar, eles não tem como ter olhos em todos os lugares.

"Eu sei que é errado mas para isso que serve as mudanças, para isso que serve novos Reis e Rainhas, para ocorrer novas mudanças. Para melhorar. Podemos criar lugares para vocês deixarem as suas opiniões, críticas, elogios, qualquer coisa. E nesse lugar iria direto para o palácio, sem passar pelo governo do estado. "

"Não o culpem por vocês estarem assim. Porque se vocês são infelizes aqui, aqueles príncipes nasceram com um propósito bem maior e uma responsabilidade nas costas que nenhum de vocês conhecem. As suas crianças podem brincar a hora que quiser, aqueles príncipes não podem e não puderam ter essa infância. Porque tiveram que estudar e estudam para ajudar vocês da melhor forma possível. Então não, não digam que eles não se importam com vocês, porque o Kile, o futuro Rei de vocês, trabalhou 12 horas direto quando a sua mãe estava doente e o seu pai não pôde ajudar. "

"Vocês, se acontecer alguma emergência podem sair do trabalho ou escolherem o seu trabalho. Ele nasceu para ser Rei e se ele não puder ser Rei, quem vai ser? Quem vai o substituir se acontecer algum problema? Ninguém. Então não, não o julguem na minha frente.-e eu não sei porque mas eu estava chorando com o pequeno Mathew encostado no meu ombro. Mas o melhor foi quando começaram a bater palmas para mim e eu sorri, limpei as lágrimas e olhei para a Tiffany.

—Tiffany pega todos os documentos do Matthew nós vamos ao médico agora.

Entramos no carro e fomos para a casa pegar tudo o que precisava. No carro Bob, Pieter e Tiffany, falaram que nunca tinha entrado em um carro tão grande. Então eu os convidei para dar uma volta em um dia nesses na limousine real.

Quando chegamos no médico a situação do Matthew era pior do que pensávamos, ele estava com um problema que precisava operar e agora estávamos na sala de espera esperando terminar a cirurgia.

—Calma Tiffany. Ele é forte, vai ocorrer tudo bem.-ela estava ao meu lado, com a mão em forma de prece e chorando, tinha apenas uns três soldados na sala junto com o General e o homem da câmera.

—A culpa é minha senhora, se eu tivesse trago ele antes, ele não estaria assim. Ele se queixava de dor mas eu pensava que era alguma virose, nariz escorrendo, febre, dor na barriga e agora meu filho pode morrer .-e ela começou a chorar. Seu marido estava na cantina do hospital com o outro filho.

—Não Tiffany, eu sei que não deve ser fácil, eu percebi que você é uma mãe guerreira, que trabalha e ainda cuida dos filhos. Então não se culpe, deveria ter mais hospitais, clínicas emergenciais, qualquer coisa. Mas um lugar que o hospital mais próximo leva duas horas, é um absurdo. Isso tem que mudar. Talvez se tiver mais comunicação entre vocês.

—Vocês quem?-ela perguntou limpando a lágrima.

—Você e o Kile. A Família Real e o povo. Ele se importa com vocês, todos se importam com o povo. Eu sei que aqui em York a situação está complicada mas eles já ajudaram tantas cidades. Talvez se tivesse uma comunicação maior, entre vocês. Um centro de reclamação talvez, pedido de ajuda, agradecimentos. Eu sei que essa é a questão dos prefeitos, mas se vocês pudessem mandar cartas para o castelo, vocês fossem convidados. Eu não sei. Eu só quero ajudar.-eu disse triste.

—A senhora já fez demais pela a minha família. Eu ficaria muito orgulhosa de ter uma Rainha tão boa como a senhora. Você é inteligente, não pense que eu não percebi a senhora falando sobre construções de melhoria. Tenho certeza que Illéia estaria em boas mãos.-eu a abracei.

—Obrigada.

Depois de uma hora de espera, o médico apareceu e disse que o Matthew estava bem, depois de visitarmos e eu me despedir de todos. Estava na hora deu voltar para a minha realidade.

 


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Notas finais do capítulo

Meninas espero que vcs tenham gostado!!!!!
O próximoo não vai demorar não!!!
Beijinhos e muitoooo obrigada a todas!!!