Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 20
Capítulo 20 – Ouro nas cinzas.


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEI :D
Cara, nem eu estou acreditando nisso ahsuhaush
Me desculpem, okay?
Estou cheia de coisas para fazer, mas não se preocupem, não vou deixar de postar a fic ;)
Quero agradecer a todos que continuam comentando e aos novos leitores que apareceram para dizer um "Oi".
Não querendo ser chata, mas ás vezes tenho uma raivinha de vocês, pois mais de 90 acompanham e apenas 18/20 cometam. Ajuda aí galera !
Bem, o capítulo de hoje é dedicado á Emy Viter e Naiane Prior por terem recomendado a fic. Muito obrigado, gente! E desculpem-me pela demora!
Vamos lá.



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(...) Vou lhe confessar meus pecados

Assim você pode afiar sua faca

E me oferecer essa morte imortal

Bom Deus, me deixe te dar minha vida (...)

A atadura mal continha o sangue que insistia em descer do dedo que tivera a unha arrancada, porém ele insistia em cobri-la uma, duas, quatro vezes e apertá-lo. Doía como o inferno, mas ele sabia, essa era a melhor dor: aquela que doía muito em um momento, mas que em minutos passaria e não voltaria.

Ele queria que as dores que ele estava sentindo no momento, as dores reais, fossem assim. Não tinha nada a ver com seu dedo que não parava de sangrar ou com as costas acabadas que impedia-o de caminhar direito, mas com as dores por Ela. Katniss Everdeen.

Peeta devia saber que não devia ter se aproximado tanto. Não devia ter se apegado tanto. Tudo morre, não?

Mas em vez disso tinha se afeiçoado à companheira. Pior, se apaixonado por ela.

Peeta não tinha nem se recuperado da perca de Lily, e agora sem aviso prévio, ela havia ido embora, deixando-o mais desolado do que já estava.

Uma outra gaze se encheu de sangue antes mesmo que ele conseguisse se levantar. Todas as tentativas até ali haviam sido falhas. Logo quando a levaram, ele tentou com todas as suas forças se levantar, correr atrás dela e gritar que preferia morrer a vê-la ser escrava daquele demônio.

Não sua Katniss, não sua doce e inteligente Katniss.

Porém não conseguiu se mexer, havia se tornado um inútil que precisava de 100% da força que tinha para estancar um pequeno fluxo de sangue em uma droga de um dedo do pé.

Parou de tentar. Talvez sangrasse até a morte e não teria que viver com a vergonha de ter visto sua mulher se entregar porque ele parecia um ser patético babando e sangrando no chão. Isso era mais ridículo que morrer com o cérebro retardado.

Em algum momento, começou a chorar alto. Se alguém passasse e visse aquela cena com certeza se assustaria com a altura das suas lamúrias. Chorou por Delly, por Aya, por Lily, por Katniss, por sua vida desgraçada. Aquela vida só podia ser um castigo muito bem planejado, uma tortura em todos os sentidos. A maldita musica do Hozier não lhe saía da cabeça.

Dormiu. Ao abrir os olhos ouviu algo gotejar, e percebeu que lá fora chovia. Será que Katniss tinha abrigo? Será que estava aquecida? A chuva parecia bem fria. Ou talvez ela estivesse mais fria que a própria chuva, morta.

Não, não, não devia pensar assim. Não podia alimentar pensamentos como estes. Nada de Katniss fria, morta e esquecida em algum lugar sujo. Não, nada disso. Ele se levantaria, procuraria por ela, a encontraria e a traria de volta. Esse era o plano.

Sentiu que mesmo tendo parado de fazer pressão o sangue que saía do dedo havia estancado, o que não significava que estava com uma aparência ao menos aceitável. Estava bem horrível, na verdade.

Tentou levantar e teve um pouco mais de êxito: suas costas ainda doíam mas com esforço conseguiu fazer  com que elas o sustentassem. Ele ainda se sentia debilitado, talvez pela descarga elétrica, mas isso definitivamente não importava agora. O importante era que estava se levantando. Era o primeiro passo para o plano.

Só conseguiu levantar de verdade e comer alguma coisa três horas depois. E tomar banho apenas cinco horas adiante. Toda ação parecia precisar de horas para se culminar e aquilo o deixava tão irritado. Queria estar pronto logo, devia preparar-se para buscá-la. 

 “Eu só espero que você não esteja fazendo a escolha errada.” A voz dela ecoava pelos seus ouvidos. Ele sabia que ela tinha razão, sabia que ela podia repetir quantas vezes quisesse aquela frase apenas para recriminá-lo, mas internamente implorava para que não fizesse isso.

— Katniss, meu amor, eu sei. Você estava certa, mas não me atormente mais. – falou alto, pressionando a cabeça com as duas mãos. – Não me atormente mais, Katniss!

Parou e abriu os olhos percebendo que estava parecendo um lunático: Ouvindo vozes, gritando sozinho, cobrindo a cabeça, movimentando-se para frente e para trás. Como um louco. Exatamente como um louco.

— Vamos Peeta...Tem que parar com isso... Não pode ficar louco agora, não pode. – sussurrou para si mesmo, agora um pouco mais consciente. Talvez falar com sigo mesmo em voz alta o ajudasse a manter a sanidade – É só se concentrar. Katniss não está falando nada. Ela nem está aqui.

Dois dias depois foi que conseguiu voltar a andar sem mancar ou se entortar, mesmo que com dor. Começou a correr pelos quarteirões perto da sua casa, pois precisava de resistência física para quando a fosse buscá-la. A toda hora limpava e organizava suas armas.

Até que finalmente se achou pronto para ir procurá-la com força suficiente para matar quem aparecesse. Força e ódio suficientes.

Pegou duas pistolas e colocou-as no coldre. Ajustou também ali uma faca. Em uma bolsa, pôs mais duas facas e uma pistola, além de muita água e mantimento. Talvez Katniss estivesse com fome e sede.

Ainda chovia, aliás chovia a dias. A cidade inteira estava um pouco mais fria e mesmo assim ele tinha esperança de encontrá-la. Não podia deixar de ter, pois aquele era seu objetivo de vida agora.

Peeta havia traçado várias possíveis rotas para seguir, sendo que em uma dessas Troid com certeza tinha passado. Pegou seu pequeno caderno (o mesmo que Katniss deixara para ele no carro onde trocavam bilhetes) com o fim de observar qual seria a primeira rota a seguir.

Haviam duas que eram as mais obvias, e ele decidiu começar por essas por achar que Troid não as escolheria por ser fácil de se seguir. Porém ele tinha que verificar. Tinha que verificar todas.

Andando pela primeira rota e observando tudo atenciosamente não encontrou nada.  Nenhum sinal que pudesse denunciar a presença de Katniss ou de um bando por ali. Mas eles teriam que acampar em algum lugar, certo?

Seguiu então pela segunda rota, que era um pouco mais extensa e suja. Não se sabia o por que de tanta sujeira especificamente naquela avenida. Chegando ao fim da rota, já pegava seu caderno para ver qual era o próximo caminho, porém algo chamou atenção.

Em um canto do asfalto, não menos sujo que outros pontos da rua, estava uma pilha de cinzas. Alguém tinha queimado algo ali e a poucos dias ao que parece. Aproximou-se avaliando o que teria sido queimado ali e sentiu seu estomago embrulhar um pouco ao constatar o que eram: Corpos.

Queimar corpos? Qual facção ou grupo estava fazendo aquilo?

Não teve tempo de refletir sobre aquilo por muito tempo pois, instantes depois, estava de joelhos sobre as cinzas, mexendo-se para frente e para trás outra vez, com lágrimas pinicando nos olhos.

— Não... Não... Não...

Começou a apertar novamente a cabeça com ambas as mãos, na altura das orelhas. Peeta estava mais uma vez parecendo um louco, agora sobre aquelas cinzas e com os olhos fixos em um lugar.

Os olhos fixos em um anel no anelar do que parecia ser uma mão carbonizada.

Um anel de ouro branco com uma pequena pedra de rubi.


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Notas finais do capítulo

*Música: Take me to church - Hozier
VISH GENTE.
Compreenderam aí? Será que Katniss morreu mesmo? Ou arrancaram um braço dela? Sei lá, vamos ver.
Título do próximo capítulo: Bilhete. (Esperança, talvez?)
Comentem, okay? E se rolar recomendação eu tento voltar mais rápido! bjs