Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 14
Capítulo 14 – Formigamento.


Notas iniciais do capítulo

VOCÊS NÃO ACREDITAM ! EU ESTOU LOUCA!
Cinzas de uma Era recebeu essa semana TRÊS, eu repito TRÊS recomendações! A querida Leeh ( Ainda não acredito que você recomenda essa histórias a outras pessoas! Estou muito lisonjeada!), A linda da Alituness (Quando você me avisou que ia recomendar eu já fiquei feliz antes de ler a recomendação!) e a surpreendente Hope Warner que me que me deixou encantada e aturdida por ter recomendado sem nem ter comentado ou avisado. Foi uma surpresa ótima, pode crer :D
Então, gente, o capítulo é para vocês. E eu, particularmente acho esse capítulo especial, então talvez combine com a ocasião. Espero que gostem de mais essa parte da história, hoje dedicada a vocês! Muito Obrigada!

Sem esquecer também de ressaltar que vocês me alegraram muito com os reviews já que no capítulo anterior houve mais comentários que todos os outros ! Vocês são feras, queridos, muito obrigada!
Bem, sem mais, vamos ao capítulo!



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— Tia Kat, levanta! Já dormiu demais! – Lily a acordou de manhã como fazia todos os dias depois que voltou a ser a jovem e alegre Lily de sempre.

Ela não era mesma, é claro. Quando ouvia  qualquer barulho do lado de fora ela se agarrava às pernas de Katniss e não soltava até que Peeta fosse lá fora e olhasse, para depois dizer que estava tudo bem, e que não tinha nada demais.

Impressionou a Katniss o modo como ela se acostumou à aquela vida: àquele apartamento, ao modo silencioso que era preciso se viver e ao fato de ás vezes ter de trancar a porta e ficar sozinha em casa para que Peeta e Katniss fossem a procura de suprimentos. Na primeira vez, ela chorou pedindo que a levassem pois tinha medo de ficar sozinha, mas Peeta foi irredutível ao dizer que ela não iria pois lá fora colocaria a vida dela em risco e até a deles próprios.

Isso também impressionou a morena: o modo como Lily criou uma ligação com Peeta. Apesar dos protestos dele, ela começou a chama-lo de “tio Peeta” e o recebia com um abraço todas as vezes que ele voltava da rua. O mais incrível era que Peeta parecia se afeiçoar a ela, retribuindo seus abraços e fazendo brincadeiras idiotas com ela quando tinha tempo; ele a procurava vendado, brincavam de adivinhações, ou de uma brincadeira de música em que ele dizia uma palavra e ela teria de achar uma música que a tivesse.

Já faziam trinta e três dias que Lily havia chegado.

— Eu já acordei, Lily. – respondeu Katniss sonolenta.

— Mas ainda está deitada! Sabe, tio Peeta saiu bem cedo.

— Eu sei.

— E porque não foi com ele?

— Porque ele não foi muito longe, então como por aqui não é tão perigoso ele não precisava de companhia.

— Não precisava mas gosta.

— Gosta? De que?

— Da sua companhia. – Lily sorria como seu soubesse exatamente onde queria chegar.

— Vem cá, você tem sete anos ou dezessete?

— Eu acho que já tenho oito. Eu não sei direito os dias mas talvez eu já tenha oito.

— Tudo bem, senhorita “oito anos”. – riu a morena enquanto sentava-se na cama para conversar com a garota.

Depois de um momento, Lily soltou a pergunta que sempre quis fazer:

— Tia Kat, o tio Peeta é seu marido?

Katniss riu, mas não pode deixar de sentir suas bochechas esquentarem .

— Não Lily, ele não é.

— Pois parece. – respondeu ela.

— Não, também não parece. Nós somos amigos. E somos companheiros de sobrevivência.

— Mas você dorme com ele todos os dias aqui... – acusou – e abraçada!

— O que?!

— Sim, sim, tia, não tente negar.

— Não dormimos todas as noites abraçados.

— Talvez não todas, mas muitas.

— Lily, isso não é conversa para crianças...

— Eu só queria saber!

— Para quê?!

— Ah... é que...  Se ele fosse seu marido...  Vocês podiam ser meus pais!

— Já somos seus tios, não é o suficiente?

— Sim mas...

— Além do mais você já tem uma mãe... Só porque ela não está aqui não significa que você não a tenha.

Katniss viu Lily baixar os olhos e lembrou-se de quando a menina contou que ela e a mãe dela estavam sobrevivendo com um bando que as acharam quando elas se perderam de Katniss ao tentar encontrar comida sozinhas. Ela disse que o grupo tinha mulheres e crianças então acharam confiável. E era, até os Colt’s chegarem e matarem todos os que residiam. Incluindo Ritie, sua mãe.

— Eu sei, eu ainda a tenho, mas isso não significa que eu não queira ou não possa ter uma segunda mãe não é ? Ou um papai, que eu nunca tive...

Lily nunca teve pai. Ele se separou de Ritie mesmo sabendo que ela estava grávida, fazendo-a a criar sua filha sozinha, o que não era tão incomum.

— Ah então você está perguntando se Peeta é meu marido porque o quer como pai, é isso?

— E você como mãe.

— Sei ... – falou Kat – mas ele não é meu marido. Sinto muito, Lily.

— Mas podia ser. Você que não quer, tia.

Antes que Katniss respondesse à acusação Peeta chegou, abrindo a porta e chamando pelo nome da garotinha.

— Eu achei uma coisa que você vai gostar, Lily. – entrou  loiro com um tabuleiro na mão e pecinhas na sacola.

— Damas! Não é damas, tio Peeta?

— É! – respondeu ele sorrindo. Katniss não deixou de sorrir ao levantar e ver a cena, pois notava o quanto aquele sorriso era frequente por Lily.

— Eu amei! – declarou a garota, tomando da mão dele e levando para o sofá – Mas... Eu não sei jogar.

Katniss riu alto denunciando sua presença a Peeta, que virou o rosto em sua direção sem tirar o sorriso do rosto.

— Eu posso te ensinar, nabo.

Peeta passou a chama-la assim para a irritar, por ter atribuído a ela um nabo por causa do quão branca ela parecia. Hoje, ela não mais se chateava com o apelido.

— Então vem. – decretou a menina.

Katniss seguiu para a cozinha para preparar algo como café da manhã. Alguns enlatados, e chás que eles recolhiam sempre que achavam, devia servir.

Olhou para a cena da sala: As peças espalhadas no chão, o tabuleiro aberto, enquanto Peeta ajudava Lily a organizar. Katniss pensou que Peeta daria um ótimo pai. Será que ele pensava em ser pai antes daquilo tudo acontecer?

Ou será que já era?

Decidiu deixar essa história para lá: não queria especular coisas sobre Peeta que a fizesse ficar curiosa. Ele visivelmente não gostava de falar no passado, e ela também não, então respeitaria essa barreira.

— Deixem o jogo aí e venham comer um pouco. – Chamou a morena, e logo estavam os dois na cozinha. – credo. – reclamou Katniss.

— O que foi? – perguntou o loiro

— Eu pareci uma dona de casa agora, chamando vocês para comer.

Peeta gargalhou e Lily ignorava a brincadeira servindo-se rapidamente.

Depois de comerem, Lily pulou da cadeira e voltou para a sala, dizendo que iria organizar as peças para uma próxima partida com o tio.

— Ela me perguntou porque você não era minha esposa. – soltou ele, sem rodeios.

Katniss virou-se para colocar as coisas na pia, com o intuito de que ele não percebesse seu constrangimento.

— Ela também foi com essa história pra cima de você?

— Foi – riu  pouco – ela foi.

— hum. – concluiu Katniss, sem encontrar o que falar.

Peeta se aproximou pelas costas dela para colocar na pia o prato em que comera, se mantendo nessa posição depois de depositá-lo lá. Katniss podia sentir seu olhar em suas costas, sua presença bem ali, perto.

— Você... – gaguejou – você quer mais alguma coisa?

— Talvez. – respondeu ele, baixo.

— Talvez. – repetiu ela – o que é?

Sua boca abriu-se em um perfeito “o” quando ela sentiu ele passar os lábios delicadamente por seu pescoço exposto, até chegar a sua orelha e dizer:

— Não tenho certeza. Mas quando eu tiver, você saberá.

Antes de conseguir freá-las , as palavras deixaram a boca da morena, sem que ela pudesse calculá-las.

— E porque não tem certeza agora?

Peeta que tinha o rosto escondido na curva do pescoço dela, levantou-o para olhá-la de perto. Seus olhos cinzas eram desafiadores... Ele sempre os achara assim.

Depois de um momento de silencio incontestavelmente constrangedor para Katniss, ele enfim se pronunciou.

— Tudo bem, quem sabe eu já tenha essa certeza há algum tempo.

— E o que é? – respondeu por fim, sentindo a necessidade de perguntar, mesmo sem ter dúvidas a respeito.

Ele nada respondeu, apenas se aproximou devagar, encostando seus lábios quentes nela, de forma singela. Parou. Olhou-a e a viu de olhos fechados tentando absorver tudo aquilo. Mesmo antes de tudo, antes de todo o desastre, ela nunca tinha se sentido assim: estática, fora de órbita.

Talvez fosse porque naquela Era tudo era mais intenso, pensou para convencer a si mesma. Mas logo seus pensamentos se tornaram uma neblina outra vez quando ele a puxou devagar, segurando ambos os lados do seu rosto.

Ele a beijaria de novo. E “sim”, era a única coisa que Katniss conseguia pensar “sim, por favor”.

Entrelaçou seus lábios aos da morena sentindo algo mexer em sua barriga. Foi devagar, como que aproveitando cada toque, cada sentimento. Quando decidiu por aprofundar o beijo, ouviu quando uma voz baixa disse ao lado:

— Eu sabia.

Katniss também ouviu então desconectou-se dele para olhar para o lado, abruptamente.

— Desculpa... Desculpa tia... – disse a menina já saindo – a senhora já disse, não devo espiar os adultos...

Peeta riu, seguido de Katniss que ainda sentia seus lábios formigarem.


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Notas finais do capítulo

E aí galerinha? aushuashuh
Deixem suas opiniões sobre esse capítulo, que é querido para mim :D
Título do próximo capítulo: Vestido em arabescos azuis.
Sei que o título não diz muito, mas não vou por trecho hoje. O que posso dizer é que terá uma pitada de romance e algumas revelações ;)
Espero vocês nos reviews :D bjss