Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 13
Capítulo 13 – Emaranhado.


Notas iniciais do capítulo

E AI GLR, E AI BRASIL :D
Estou feliz em voltar e principalmente, em voltar tão cedo! Isso se deve à fofa recomendação que a QUERIDA Bella Salles nos deixou ! Muito, mas Muito Obrigada mesmo, Bella ! O capítulo é para você, flor! :D
Bora lá, senhoras e senhores?


GENTE é chato pra caramba mas estou com problemas com as notas finais novamente ¬¬
Como não estou dispondo de muito tempo para continuar tentando, vou colocar aqui, mas SÓ LEIAM QUANDO TERMINAR O CAPÍTULO :)


NOTAS FINAIS

MDS, até eu xonei agr ♥ ♥
E aí? Comentem pq quero muito saber a opinião de vocês sobre esse capítulo!
Como eu falei à algumas pessoas, a menina será um divisor de águas na história, então espero que gostem dela :)
O título do próximo é "Formigamento" e eu não vou dar trecho, pq esse capítulo está... vamos dizer, interessante ;) hahaha
Espero vocês nos reviews ou recomendações (le eu sonhando)
BJS



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— Como Peeta está demorando...

Era a terceira vez em dez minutos que ela falava isso. Já faziam vinte e cinco minutos que ela estava lá, estirada no chão juntamente com a menina, que agora não mais soluçava nem chorava, apenas respirava forte por baixo do capuz.

— Que droga Peeta... chega logo....

— Talvez ele esteja morto.

A voz fina e baixa da criança se fez ouvir, e Katniss virou-se para a menina encapuzada para em vão tentar outra vez tirar-lhe o capuz.

— Ele não está morto. – afirmou a morena categoricamente

— Ele pode estar. Ele está demorando. Você disse que ele disse que só o esperasse por trinta minutos.

— Cala a boca. – irritou-se Katniss com a garotinha pela primeira vez. Esta encolheu-se e  não falou mais nada.

Trinta e cinco minutos.

Nada.

Quarenta minutos.

— Vamos Peeta...

Institivamente, como fazia no tempo em que tinha uma vida normal, começou a fazer preces por ele.

Quando o relógio de pulso dela avisou cinquenta minutos de espera, Katniss sentiu uma lágrima estranha e quente descer por sua têmpora. Depois da primeira, ela não tentou frear as demais.

— Isso é minha culpa... Isso é minha culpa... -  Repetia.

Teve tempo de chorar mais dois ou três minutos, antes de ouvir:

— Katniss? Ainda está aqui?

Em reconhecimento a voz dele, a morena saltou para fora do esconderijo, encontrando um Peeta de rosto ensanguentado, porém vivo. Ainda chorando, atirou-se contra ele, não se importando com o papel de fraca ridícula que estava fazendo e nem com o fato de que ele riria dela depois. Ela não via, mas podia jurar sentir o maxilar dele se mexer em um sorriso.

— Onde está a garota? Não me diga que isso tudo foi para nada, porque...

— Ela está aqui. – interrompeu Katniss tirando a menina de debaixo do carro.

— Bem, vamos. Já estamos a tempo demais aqui.

No caminho, olhando pelo retrovisor, Peeta perguntou:

— Porque não tirou isso dela? – se referindo ao capuz.

— Ela não quis. Deve estar com medo. Eu costumava ficar horas de olhos fechados quando estava sozinha, por ter medo. – explicou Katniss como se fosse algo simples.

Peeta a olhou por algum instante sentindo algo como compaixão por ela e pelos dias que ela sofreu nas ruas, mas logo voltou seu olhar para a estrada.

— Sua cara está um horror. – riu a morena

— Pra você ver o que você faz. – respondeu, fazendo-a rir mais – Aprendi que desarmar um Colt é só o começo da luta. O cara mandava bem nos socos.

— Dá para perceber.

Chegando em casa entraram pelo costumeiro portão enferrujado, sendo que Katniss carregava a menina mais uma vez em seus braços já que a mesma continuava se recusando a tirar o capuz.

Katniss sentou a garota no sofá, que encolheu-se e encostou-se no braço do mesmo, estagnando naquela posição.

— Bem eu vou fazer algo para você comer, tudo bem? Enquanto isso você vai criando coragem para tirar o capuz. Você não vai conseguir comer com ele.

Enquanto isso Peeta seguia para o banheiro com o intuito de lavar-se e limpar todos aqueles ferimentos do rosto.

Quarenta minutos depois a refeição estava pronta. Peeta comia na mesa, ainda reclamando das dores, enquanto Katniss fazia um prato para levar para a tal menininha.

Ao chegar na sala, chamou-a mas ela não respondeu. Balançou-a mas ela continuou sem responder. Apressada e preocupada, Katniss arrancou o capuz para conseguir averiguar se ela respirava e o que se seguiu foi uma surpresa que a fez derrubar o prato que carregava nas mãos.

— Lily?- falou abismada – Meu Deus! Lily!

O cabelo antes bem tratado agora estava um verdadeiro ninho: sujo e embolorado. Ela tinha alguns arranhados pelo rosto e uma cicatriz que antes não tinha, no queixo.

— Meu Deus... Pobre Lily... Pobre Lily...

Katniss não conseguia parar de chorar e alisar o cabelo da menina que dormia profundamente vencida pelo cansaço de vários dias.

Ao ouvir o choro, Peeta correu da cozinha, já achando que talvez a menina estivesse morta. Quando chegou na sala encontrou a companheira ajoelhada perto da menina, chorando como criança.

— O que aconteceu? Ela morreu? – como Katniss não respondia nem parava de chorar, ele continuou – Por Deus Katniss, fala alguma coisa! Ela está morta?

A morena apenas negou com a cabeça e continuou a alisar os cabelos emaranhados da criança.

— Então o que?

— É minha prima, Peeta... – contou soluçando – É a minha priminha. É a Lily.

Peeta abriu a boca para falar algo, mas na falta do que dizer apenas sentou-se na ponta do sofá e continuou a observar Katniss a acarinhar a menina.

— Sabe, ela sempre me chamou de tia. Sempre. Mesmo que dissessem à ela que eu era prima e não tia, ela nunca parou de chamar. “Tia Kat” – relembrou sorrindo – Quando todos se foram, ficamos só nós: eu, ela e a mãe dela, tia Ritie. E então em um dia, elas não estavam mais lá. Simplesmente não estavam. Eu me senti tão perdida... Foi a partir daí que parei de falar. Não tinha porque, ou com quem, de todo caso. Até... Você sabe. Você aparecer.

Ela virou-se para ele, que prestava atenção curioso, na história. Ficaram em silêncio antes dele dizer, baixo e calmo:

— Eu não preciso ser médico para saber que ela está bem desnutrida. Mas vamos ajudar ela. – ele viu as lágrimas voltarem ao rosto da morena quando  passou a mão pelas costelas de Lily e conseguiu sentir quase todas - Hey, nós vamos ajudá-la – consolou-a, pegando uma de suas mãos.

Depois de um ligeiro silêncio, ele se pronunciou:

— Vai. Vai tomar um banho. Ela não vai acordar, vamos ter que esperar. É bom que ela descanse. Quando ela acordar damos o que comer e você a limpa, mas por hora a deixe ai.

Katniss assentiu e a cobriu com um forro que com certeza teria de ser lavado depois. Seguiu para o banheiro e depois que se lavou, comeu e seguiu para deitar-se, mas não antes de olhar Lily e desejar-lhe um singelo boa noite ao perceber que ela nem se mexera.  

No quarto, encontrou Peeta deitado com as mãos entrelaçadas no abdômen, com uma feição bem pensativa. Preocupada até. Ele vestia as roupas que ela já percebera ser as que ele julgava mais confortáveis: A camisa branca de algodão, a calça de tecido xadrez azul. Katniss deitou-se devagar, descansando sua cabeça no travesseiro ao lado, sendo ignorada por alguns instantes. Sem poder conter sua preocupação, a morena teve de perguntar:

— Você não vai manda-la embora, vai?

Ele virou-se para ela, e continuou sua arte da observação mudando apenas o lugar observado: antes o teto, agora o rosto dela. Como ele nada respondeu, a mulher continuou:

— Você sabe... Eu não vou negar que ela não será muito útil aqui mas... Mas eu acho... Eu acho que eu sou útil em qualquer coisa, e posso fazer qualquer coisa a mais para que ela fique.

— Qualquer coisa a mais? – repetiu ele, falando pela primeira vez, com seu costumeiro sorriso sacana.

Katniss sentiu o rubor em suas bochechas assim que o viu repetir aquelas palavras. Passou a mão no rosto tentando esconder e recebeu uma risada sussurrada da parte dele.

Como ninguém disse nada, após o riso dele, ficaram observando um ao outro, talvez tentando desvendar qualquer coisa naqueles olhos. Um momento depois, ela ouviu a resposta que a fez fechar os olhos em contentamento:

— Não vou manda-la ir. Ela pode ficar.

Katniss sorriu, um sorriso singelo porém sincero e feliz. Ao que parece, era a primeira vez que o loiro a vira sorrir daquela forma.

— Você tem razão – continuou ele – ela não é lá muito útil. – o rosto dela se contorceu em uma careta, mas não conseguia parar de sorrir. Não ainda. - Não ajuda, mas também não posso crer que ela atrapalhe.

Katniss assentiu e Peeta virou-se para o outro lado, a fim de iniciar seu sono. Dez ou doze minutos depois, ouviu soluços.

— Chorando outra vez, Katniss? – voltou-se novamente para ela.

Katniss enxugou rapidamente suas lágrimas e se obrigou a parar de soluçar.

— Me desculpa. Não queria atrapalhar seu sono... Eu vou sair e deixar...

— O que é que te incomoda?

— Você... eu...

— Fala Katniss – insistiu ele aos sussurros – eu estou te perguntando não estou? É porque quero saber. Não estou me apiedando nem nada.

— Bem... E só Lily... Não consigo parar de pensar em tudo o que ela deve ter passado... Em tudo que passamos... Em como é nossa vida hoje... Eu...

— Eu sei, é meio revoltante ter que aceitar essa vida de agora. Mas é o que temos que fazer. Não melhora se não aceitarmos.

— Também não melhora aceitando. – concluiu ela.

— Não – concordou – mas nos dá certeza sobre o que fazer. Sobreviver.

— Sobreviver... – repetiu Katniss. Será que era apenas isso que restava para a humanidade? Sobreviver? Lembrou-se de que seu pai dizia que sobreviver não era viver, quando se referia aos cachorros que viviam à base de maus tratos.

— Sabe, - começou ele após um momento – eu não costumo oferecer isso mas como você está parecendo um animalzinho angustiado hoje, eu posso lhe oferecer um abraço, se quiser.

Katniss sorriu. Analisou o quanto a relação deles tinham evoluído: confiança, convivência, companheirismo,  afeto. Afeto, repetiu na mente. Afeto.

— Tudo bem, - continuou ele, após notar a demora dela em tomar uma ação – se você não quer, vou dormir e...

Antes que ele terminasse, ela se aproximou aos poucos, e deitou-se sobre seu peito. A camisa dele tinha o cheiro do sabão que eles usavam para lavar as roupas e a sua respiração suave batia-lhe contra nuca exposta por estar com os cabelos amarrados.

— Boa noite, Peeta.

Fechou os olhos tentando arduamente dormir, e dormiu, mas não antes de sentir a mão quente dele repousar sobre sua cintura e ele sussurrar baixo.

— Boa noite, guerreira Katniss.


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Notas finais do capítulo

Aqui bugou ¬¬ Mas ainda dá pra falar: AMO VCS :D