Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 12
Capítulo 12 – Quase papai


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE
TÔ FELIZ
Na verdade era para ter postado ontem pois ONTEM A GABI RECOMENDO A HISTÓRIA :D
Maaasss infelizmente ontem eu saí muito de casa e estava com muita coisa para estudar e aí não deu :/
Porém hojeee está aqui o capítulo, como prometido !
Gabi gama, Muito obrigada! Esse capítulo é para você :)
Obrigada a todos que comentaram também! Vocês são lindos ;)
Vamos lá!



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— Não acredito que estamos aqui.

— Cala a boca, Peeta. É sério, eu quero mesmo saber se meu arco continua aqui.

Katniss espreita por entre os carros que abrigavam a gangue de Dick, mas que agora só abriga poucos pertences deixados para trás, e o sangue derramado na terra.

— Você acha mesmo que se os Colt’s o encontraram o deixariam para trás? O arco é uma arma estranha, mas não deixa de ser uma arma.

— Você falou bem: “se” o encontraram. Dick tinha poucas armas, acha que ele ia deixar as poucas que tinha dando bobeira?

Peeta suspirou

— Tudo bem, vamos dar uma olhada mais de perto – afirmou rodeando os carros para encontrar a mesma passagem que os permitiu sair á seis dias atrás.

— Onde Dick dormia, Peeta?

— Ali – disse apontando – ele era bem fresco se quer saber. A tenda dele era bem afastada dos demais.

— Talvez ele só quisesse um pouco de privacidade – comentou ela

— E quem não quer? Eu gostava muito da minha, sabe. –respondeu ele, sorrindo e provocando-a como sempre fazia. Ela olhou-lhe com os olhos estreitos denotando seu aborrecimento, antes de se virar na direção de onde era a tenda de Dick, resmungando:

— Ainda está em tempo de tê-la de volta, seu idiota.

A verdade é que o acontecimento com as gangues os aproximou bem mais. Eles não achavam mais estranho o fato de dormirem ambos na única cama da casa, e até conversavam as vezes. Não sobre o passado. Nunca sobre o passado.

Estavam se acostumando à presença um do outro. Tanto que eventuais toques, esbarrões, ou qualquer coisa que tivesse a ver com contato físico não os constrangiam mais tanto quanto antes.

A prova dessa relação de costume estar mais estreita era o fato de Katniss não temer mais responder às provocações dele. Como agora não sentiu medo de responder à brincadeira falando para ele que ainda estava em tempo de reconquistar sua privacidade. Ele não a mandaria embora. Tinha certeza.

— Você anda muito respondona, docinho.

— Argh! Esse apelido outra vez?!

Ele deu de ombros rindo pela irritação dela em relação ao apelido.

Seguindo pelo território de Dick, começaram a averiguar o lugar em busca de alguma coisa.

— Aha! – exclamou uma Katniss sorridente – eu sabia!

— O que?

— Olha embaixo da lona.

Quando Peeta descobriu o chão, sorriu também. A terra estava recém cavada e isso era como um cheque mate.

— Ponha-se a cavar, amigo.

Peeta fez uma careta antes de retirar a camisa de mangas compridas que vestia por cima da velha regata branca. O máximo que eles tinham para cavar era uma pá sem cabo, mas que teria de servir. Daria uma enorme dor nas costas mais tarde, mas serviria.

Vinte minutos mais tarde o suor escorria por entre os braços de Peeta e a sua camisa já molhada, estava da cor do chão. Katniss não estava muito diferente: Os cabelos assanhados, as mãos e unhas cobertas de barro por ela estar sempre ajudando a afastar a terra. Em algum momento, a pá encostou em algo que não era terra: uma bolsa grande e escura, de um tecido decididamente forte.

— Aqui! – Katniss bateu três palmas baixas comemorando e ajudando-o a retirá-la do buraco.

Ao abrir, encontraram o arco, a faca preferida de Peeta, a pistola que ele carregava no dia em que foram pegos e ainda um revolver e uma metralhadora de mão, que eles chamaram de “brinde”.

— Se eles tinham uma metralhadora porque não usaram na noite da invasão? – indagou Katniss

— Ao que me parece, Dick era muito misterioso com seus bens. E se ele estava na mira da minha arma, quem pegaria a bolsa?

Katniss concordou vendo Peeta colocar a bolsa nos ombros e seguir para o carro prata que eles agora utilizavam.

No final, tudo deu certo. A missão que os trouxe à Dick foi, conseguir um carro sem morrer. Bem, eles estavam vivos e tinham um carro. A missão tinha sido um sucesso, afinal.

— Vem, já tem seu arco de volta, agora vamos pra casa e você vai ficar quieta por todo o tempo que tivermos de paz, okay? 

Katniss sorriu de lado, mostrando-lhe a língua.

Peeta só teve tempo de colocar a bolsa de arma no carro e fechar a porta, antes de ouvir o barulho.

— Se abaixa, Katniss! Se abaixa!

Katniss o obedeceu e ambos ficaram juntos atrás do carro enquanto viam um grupo de seis Colt’s festejando em cima de um jipe aberto.

Estreitando os olhos para descobrir o que festejavam, Katniss não demorou muitos segundos pra saber:

Havia uma garota no caminhão. Ela chorava alto e não dava para ver seu rosto por ter a cabeça coberta por um saco preto, porém seus longos e sujos cabelos dourados lhe caíam pelas costas. Se ela tivesse prestado a devida atenção no que consistia o barulho, ela teria escutado a palavra que vinha junto com os gritos de viva: vadiazinha. Ou pequena vadia.

— Peeta... – ela arfou

O loiro sabendo do choque dela e imaginado o que ela falaria, suspirou antes de dizer:

— Katniss, não...

— Como não Peeta?! Como não?! Quantos anos você acha que ela tem?  Seis? Oito anos? Podia ser eu!

— Katniss eles são seis, nós somos dois, o que você quer que eu faça?! – exclamou ele sussurrando duramente.

— Você nunca foi tão covarde. – afirmou ela, antes de se arrastar para o outro lado e abrir a porta do carro da forma mais silenciosa que pôde.

— O que está fazendo sua doida?!

— Se você não vai fazer algo – disse já empunhado seu arco e colocando a aljava nas costas – Eu vou.

Peeta levou a mão a testa e fechou os olhos em claro sinal de reprovação. Fitou-a por alguns segundo antes de se levantar para pegar alguma arma.

— Você ainda vai me matar, mulher. Literalmente. 

Seguiram a pé por onde o jipe dos Colt’s passou, sabendo que eles pararam mais a frente. Procuravam algo na loja de construção.

— Bem já que é missão suicida, que pelo menos seja bem organizada – falou o rapaz carregando bem a pistola – eu vou distrai-los. Vou começar a fazer barulhos e então talvez eles se dividirão. Quando deixarem a menina com pouca guarda, você mata os que ficarem e a leva.

— E você? – perguntou Katniss sentindo agora um frio na espinha, um medo que por causa dela, tudo dê infinitamente errado.

— Vou me esconder, vou dar meu jeito. A gente se encontra na passagem que usamos para entrar no aglomerado e pegar as armas. Se eu não chegar em meia hora, você pega a moleca e vai embora.

A mulher sorriu antes de abraça-lo e sussurrar um “obrigado” baixo. Ela achou que podia ser perturbação da sua mente, mas podia jurar que sentiu os curtos cabelos loiros da nuca dele se erriçarem ante ao sussurro.

Peeta levantou-se e seguiu seu caminho, embrenhando-se por entre os prédios, derrubando algo em cada um que passava. O resultado foi quase imediato: dois dos quatro homens que vigiavam a menina no carro  saíram a procura do invasor de território enquanto apenas dois ficaram a guarda-la. Os outros dois que restavam do grupo ainda estavam a loja de construção.

— Só um tiro certeiro – Katniss sussurrou enquanto mirava – só um... Só preciso de um...

O sorriso de comemoração chegou segundos depois de soltar sua seta e ela atravessar a garganta do primeiro individuo. Katniss logo mudou de localização.

Vendo o parceiro morto sem saber de onde viera a flecha, o outro homem, um loiro de rosto amargo, pôs-se a apontar sua arma para todos os lados e gritar:

— Cadê você, seu desgraçado?! Apareça! Lute como homem!

— Na verdade, - Katniss sussurrou assim que soltou a seta, que não foi tão eficiente, mas acertou o ombro dele. Vendo que com a dor ele soltara a arma e gritava, ela se aproximou rapidamente – é desgraçada. – concluiu dando ênfase no “a” final e acabando de vez com a vida dele.

Recolheu rapidamente suas flechas ensanguentadas e tocou a menina, que se encolheu ao toque.

— Eu vim ajudar. Eu vim te ajudar. – tentou tranquiliza-la. Ao ouvir um estrondo vindo dos prédios arredores, ela soube que estava sem tempo.

— Vem – disse pegando a menina nos braços sem nem ao menos tirar-lhe o capuz – você ficará segura comigo.

Seguiu com a menina para a passagem e logo quando chegou, a enfiou para baixo do carro que servia de passagem para ela e Peeta e deitou-se ao lado dela, fazendo “shiii” para que a menina parasse de chorar e soluçar. 

— Está tudo bem garotinha – sussurrou tentando retirar-lhe o capuz. Porém a menina não deixava de forma alguma, mantendo-o segurado firmemente na cabeça. Katniss sabia o que era aquilo. O medo de abrir os olhos já a fez preferir ficar na total escuridão antes. – Vou te proteger. Vou ser uma quase mamãe. O que acha? – falou a morena prendendo o riso – vamos esperar o seu quase “papai” para irmos para casa. Lá estaremos seguras.

Um minuto depois daquelas palavras terem saído da boca de Katniss, ela sentiu suas bochechas aquecerem. Quase papai? De onde ela tirou isso? Sentiu-se envergonhada por ter se referido a ela e Peeta como um casal. Eles estavam longe de ser um casal.

Bem longe.

Bem longe mesmo.

Certo?


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Notas finais do capítulo

Certo ? HSAUHASUHUAS
O título do próximo capítulo é "Emaranhado" e como não diz muito, aí vai um trecho:
"- Sabe, - começou ele após um momento – eu não costumo oferecer isso, mas como você está parecendo um animalzinho angustiado hoje, eu posso lhe oferecer um abraço, se quiser.
Katniss sorriu. Analisou o quanto a relação deles tinham evoluído: confiança, hábito, companheirismo, afeto. Afeto. Repetiu na mente. Afeto. "

E aí, o que acham?
Já sabem né? Recomendação = capítulo quase que imediato HAUSHUAH
Comentem e me digam como reagiram aí e oq acham que vai rolar com essa menina.
bjsss