Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 11
Capítulo 11 - Casa, provocação, sorriso.


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoal? Sentiram a minha falta?
Quero agradecer pelos reviews e desejar "bem vindo" a todos os novos leitores :D
Cinzas de uma Era chegou agorinha a 60 acompanhamentos e eu ficaria feliz se pelo menos a metade disso comentasse e me dissesse o que estão achando. Vamos lá pessoal, me alegrem :D Eu fico verdadeiramente feliz quando vejo vocês interagindo :)
Bem, sem mais delongas, bora pra o capítulo ;)



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— Ren?! – exclamou Peeta – Cara...

— Nem vem, se não atiro nela! Foi por causa dessa vadia idiota que você nos traiu, não foi? Foi por causa dela que matou seus companheiros...

— Eles não eram meus companheiros. – explicou Peeta duramente – e nem seus também! Eles só queria te usar, você não vê?

— Bem que seja, mas eles ainda era tudo o que eu tinha! Não tenho mais ninguém, não tenho mais abrigo, não tenho mais comida!  Eu devia era assar vocês dois e comê-los!

Katniss começou a rir e o garoto se enfureceu mais apontando a arma mais para perto dela enquanto ela, murmurava um “ui” mas sem parar de rir.

— Katniss, não complica as coisas...- pediu Peeta já se cansando da situação – Ren, eu te deixei ir, não deixei? Eu podia ter te matado. Eu podia ter te matado à poucos minutos atrás e não fiz... E olha como você está me pagando... Tá tentando matar minha garota, cara!

Katniss parou o riso para encarar Peeta. Minha garota?

— A perna dela esta sangrando e os caras do Colt lá dentro já devem ter aniquilado os que faltavam do seu grupo. Nós temos que ir antes que eles comecem a procurar por sobreviventes. E quando eu digo nós não estou falando só de mim e dela, estou falando de você também. Se eles te pegarem, vão arrancar sua pele, só por diversão.

Ren olhou para Katniss e depois para Peeta, mas antes de abaixar sua arma disse:

— Tudo bem, mas se não quiserem que eu atire e eles escutem e matem a nós três vocês vão ter que me levar com vocês. Pelo menos até um lugar longe daqui. Depois, é cada um pra o seu lado.

— Feito. – aceitou Peeta de pronto – agora me dá sua arma.

— O que..

— Dá logo essa merda – irritou-se a morena que ainda estava no chão.

O garoto entregou a arma e Peeta levantou Katniss nos braços a fazendo gemer de dor.

— Temos que achar um carro. Qual desses carros pega? – indagou o loiro

— Eu sempre vi Troid sair com os carros da ala leste. Os de lá deve de ser os que funcionam.

— Espero, para seu próprio bem, que você esteja certo.

Seguiram com passos rápidos até onde o garoto indicou.

— Você vê aquele e eu vejo esse – ordenou Peeta – e você menina, fica de olho.

O carro que Peeta tentou ligar não deu sinal de vida mas o de Ren com duas tentativas ligou-se. Agora era zarpar dali antes que o grito de vitória dos Colt’s silenciasse e a presença deles fosse entregue pelo barulho do carro.

— Sai daí, eu dirijo. – exigiu Peeta colocado Katniss no banco traseiro.

Em poucos minutos, o carro se afastava deixando para trás os loucos que comemoravam sua sanguinária vitória juntando os corpos dos inimigos.

— Pra onde vamos? – perguntou Ren

— De onde você tirou esse “vamos”?  Eu e Katniss Vamos, com você o acordo foi despejá-lo no local mais longe dos Colt’s que encontrássemos e então estaríamos livres de você.

— Não podem fazer isso! Eu ajudei vocês!

— Colocando uma arma na minha cara? – intrometeu-se Katniss – essa não é bem uma forma de ajuda no meu dicionário.

— É sério... – o garoto tinha agora um tom de súplica – eu não tenho para onde ir, e posso ser útil no bando de vocês.

— Desculpa garoto, mas eu sou um lobo solitário. – respondeu Peeta, irredutível.

— E quanto a ela?

Peeta não respondeu nem tirou os olhos da estrada. Ele mandaria Katniss ir embora agora que ela sabe se defender? Mandaria algum dia ela ir embora?

Katniss esperou por uma resposta da parte do loiro que não veio. Isso era um bom sinal, não era? Ou não?

Ao chegar em um lugar mais afastado da cidade, Peeta parou o carro.

— É aqui que você desce, garoto.

— Cara...

— Não adianta implorar. Eu sinto menos pena dos que imploram. E só para deixar claro: a próxima vez eu que lhe ver, você estará morto.

— O que? Porque?!

— Achou pouco quase colocar tudo a perder? Apontar uma arma na minha direção e na dela depois de eu ter te ajudado? Barganhado comigo na base da ameaça? Eu já matei outros por metade disso, então é melhor ficar longe. – O loiro voltou a entrar no carro, deu partida, mas antes de sair continuou – E para você não dizer que sou ruim em ter te abandonado a esmo, toma aqui tua arma. Vai te ajudar se você não desperdiçar ela.

Sem esperar pela resposta do garoto, acelerou o carro indo embora, olhando vez ou outra para o retrovisor tendo a visão do garoto, olhando para o nada com a arma na mão.

— Ele não é problema nosso. – resmungou.

— Eu também não sou problema seu. – falou Katniss em uma voz baixa, mas audível.

— Levou um tiro por minha causa – deu uma pausa antes de concluir – É um problema meu.

O resto da viagem foi silencioso e Katniss quase se sentiu boba por ter imaginado que depois de tantas coisas que passaram, ela receberia pelo menos um abraço como o que deu antes de partir.

Peeta deu várias voltas em quarteirões diferentes antes de chegar a um perto do seu abrigo, com medo de estar sendo seguido. Ao chegar a algumas quadras de sua casa estacionou o carro em um lugar qualquer.

— Daqui vamos a pé.

Katniss tentou se levantar e sair do carro se preocupando com o sangue dela que estava por toda parte no banco.

— Pode ser uma pista para eles...

— Pode ser. Ou não. Pode ser o sangue de qualquer sobrevivente. Parei o carro por aqui porque eles dificilmente passam por essas bandas, e ainda é longe de casa. Não vão nos achar. Só temos que tomar mais cuidado quando formos andar na rua no caso de algum deles terem nos visto no meio da confusão...

Katniss assentiu e se segurou no loiro para tentar andar. Infelizmente, o esforço fazia sua perna sangrar mais e ela fazia um esforço sobre-humano para não gritar alto de dor.

— Assim não dá – interveio Peeta – vem, vou te carregar.

A moça colocou a manga do casaco entre os dentes e o mordeu forte para não gritar de dor quando ele a suspendeu em seus braços. Aos poucos, foi se acostumando com aquela posição e a dor que não ia embora se tornava um pouco mais suportável. Só um pouco.

Chegaram em casa e Peeta já arfava pelo cansaço de carregar Katniss por tanto tempo. Ele a deitou na cama e começou a tentar subir a perna da calça para tirar aquela bala dali, mas de tão apertada e grudada no corpo com o sangue a calça não saía do lugar.

— Vamos ter que tirá-la. – afirmou sem encara-la.

— Eu... Eu... – o constrangimento misturado com a dor estava fazendo Katniss gaguejar mais que o normal – Eu posso fazer isso Peeta... Eu posso...

— Tudo bem então. Toma isso – entregou  a ela um shorts de pano, bem confortável que ela havia usado para dormir nesses dias em que ele não estava – eu vou pegar água e... – quando percebeu que estava explicando de forma audível suas ações percebeu que isso era fruto do quão constrangido ele também estava. Então apenas se calou e foi.

Com dificuldade e dor Katniss retirou a calça e a jogou no chão em qualquer lugar, vestindo o short quase que imediatamente.

— Já se vestiu? – ela o ouviu dizer por trás da porta antes de dar duas batidas. Ele até estava parecendo um cara normal fazendo isso.

— Já. – conseguiu dizer.

Ele entrou, molhou um pano branco limpo na água e começou a limpar a perna tomando cuidado ao chegar na ferida.

— Pegou só de raspão. A bala nem está aqui – afirmou – vou só dar uma olhada para ver se há estilhaços. Isso pode doer um pouco...

Com o álcool que ele jogou sobre a ferida Katniss gemeu e gritou ao mesmo tempo, lutando para não se contorcer.

— Só vou olhar. Vai ser rápido. Morde o casaco outra vez.

O loiro averiguou a fenda que ainda sangrava, procurando por estilhaços que não apareceram. Ele lavou várias vezes com cuidado, hora com água, hora com álcool, depois a pressionou para que o sangue estancasse.

O suor não parava de descer pela têmpora de Katniss, ela gritava tanto enquanto mordia o pano que suas cordas vocais já estavam cansadas. Quando o sangue deu uma trégua, Peeta ponteou com três pontos.

— Pronto acabou. Acabou. – disse calmamente como se falasse a uma criança. Katniss se impressionou com essa nova face de Peeta: o manso e doce. Tentou não colocar isso na cabeça.

— Dorme agora. – Falou o loiro levantando- se – Amanhã você estará melhor.

— Obrigado por...

— Não – interrompeu ele – obrigado você. Você sabe, foi tudo você lá. Por você estamos vivos. – pegou a mão dela, e depois do abraço que tinham trocado à alguns dias, aquilo foi o máximo de intimidade que já chegaram estando os dois conscientes e de acordo. Sua mão era quente, e Katniss sem demostrar, aproveitou o calor emanava, como se aquilo fosse a prova de que ainda havia humanidade no mundo. Depois de um tempo apenas olhando-a, Peeta soltou sua mão rapidamente, indo em direção a porta, cantarolando uma costumeira provocação:

— Bem, parece que a muda serve para alguma coisa...

Katniss sorriu e agradeceu por a casa não estar mais silenciosa.

Ela não se lembra de ter tirado o sorriso do rosto antes de apagar.


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Notas finais do capítulo

Awn gente *-*
E aí? Acharam oq? Estou contando com vocês para me dizer :D
E quero que me digam também o que acham que vai rolar no próximo capítulo, já que o título é "Quase Papai" ! Sim, isso mesmo! ashuhsuhauh
Lembrando que se quiserem me presentear com uma recomendação eu ficaria em pulinhos e ainda voltaria com o capítulo mais cedo! hehehe
bjs queridos/as até o próximo !