Vidas que desabrocham escrita por black cat


Capítulo 8
Um fio de esperança


Notas iniciais do capítulo

Eu vi que o capítulo 7 teve cinco visualizações, então resolvi postar esse capítulo. No entanto, não estou mais animada para postar isso e não garanto que vou continuar postando, mesmo porque, sem comentários, não sei o que estão achando então acredito que não faz sentido continuar, peço desculpas.



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Bati incessantemente na porta da diretoria entes de ouvir um “entre” irritado. Abri com rapidez e vi meu irmão de costas sentado na cadeira de frente pra mesa do diretor. Aproximei-me.

Cabeça baixa, olhar perdido. Era obvio que ele não estava preparado para aquilo e com razão. Meu irmão sempre foi uma sombra na escola em termos de chamar a atenção. Suas notas dão inveja até em mim, mas desde que tiraram o quadro de honra dos alunos mais inteligentes do colégio por motivos de “discriminação” com os demais, ele ficou ainda mais desconhecido:

—O que exatamente você quer?

—Diretor, fui eu. Eu causei o apagão.

—Senhor Duarte- meu sobrenome- se esta tentando acobertar seu irmão saiba que-

—Nós tivemos uma briga ontem e eu fiquei com raiva. Mexi na caixa de força da escola e tranquei meu irmão lá. Mas eu sinto muito, não quero que ele seja culpado por um problema meu.

—Que interessante. E como Luke, Jean e James entram nessa história?

—O que?

Perguntei incrédulo até ele me explicar. Duncan havia falado que foram eles que o prenderam na sala de iluminação durante a confusão, mas não sabia por quê. Então era óbvio que eu estava mentindo.

Fiquei sem saber o que fazer porque inacreditavelmente não podia provar que era eu nem que eram os trigêmeos.

Sai da sala com raiva sabendo que o Duncan enfrentaria as consequências de um ato que não fora seu. Eu sinto tanta raiva, mas tanta raiva daqueles três que não consigo acreditar que ainda não os estrangulei.

Senti uma mão pequena segurar meu braço enquanto andava e parei. Aquela ruiva estava ali de novo. Ela me perguntou se o diretor aceitou minha confissão porque era claro que ela deduziu que era isso que eu fui fazer quando sai correndo daquele jeito:

—Ele não acredita que fui eu. Isso me dá tanta raiva! Não é culpa do Duncan, é culpa deles.

Fiquei praguejando por vários minutos. Eu quase nunca tenho contato com o Duncan, mas ele é meu irmão de qualquer forma. Meu irmão mais novo! Não acredito que não posso fazer nada por ele, nada!

—Escuta, ficar praguejando e falando palavrões não vão resolver nada. Se quer mesmo mudar alguma coisa vai ter que fazer o diretor pegá-los em flagrante.

—Como eu vou fazer isso?

—Não sei, mas vou te ajudar. Não deve ser surpresa que eu, bem como quase todo o mundo da escola, já teve problemas com eles. Quer saber? Já estou cheia deles!

—E o que você sugere?

Ela olhou pra mim com um sorriso de canto e um olhar lascivo. Parecia estar esperando por isso há muito tempo.

Fazendo um sinal com a cabeça passei a segui-la. Acabamos saindo da escola e indo para uma grande área verde da cidade não muito frequentada pelas pessoas. Enquanto andávamos por entre as arvores ela não falava nada, absolutamente nada. Admito que comecei a me preocupar com isso, mas por alguma razão segui em frente. Adentrando na mata fechada fomos andando até chegar a uma clareira. Uma construção bem velha e caindo aos pedaços dava aquele lugar um ar misterioso, assustador:

—Chegamos. – A ouvi comentar calma.

—Onde exatamente?

—No único lugar onde me sinto livre.

Ela saiu correndo direto pra dentro da construção em ruinas fazendo sinal para que a seguisse. Fiquei parado um tempo olhando aquele lugar sem saber se deveria ou não entrar. Naquela hora estava estático. Sei que não tenho muitas opções se quisesse que meu irmão fosse inocentado, mas...

Depois de alguns minutos tomei minha decisão e coloquei minhas pernas pra andar. Mesmo fazendo isso pelo Duncan, não consigo negar que estava de certa forma gostando. Era como uma aventura que sempre se vê em filmes.

Abri a porta de madeira com calma. Uma brisa bateu e as folhas das arvores envolta dançaram. Senti a adrenalina do que estava fazendo começar a tomar meu corpo. Entrei.

De imediato ouvi o ranger do piso de madeira. Olhando em volta se via muitos moveis, alguns limpos, outro completamente empoeirados. Teias de aranha no teto juntavam sujeira e pequenos insetos mortos. Tudo estava silencioso e a primeira impressão que tive foi que tinha me metido em uma encrenca.

A brisa levantou as cortinas rasgadas e parcialmente comidas pelas traças. O pano leve se deixava levar pelo vento permitindo que a luz do sol entrasse no cômodo. Ouso dizer que era uma sala. Tinha um sofá com rasgos profundos e, a sua frente, uma mesinha de centro com um vaso de flores mortas.

Andei devagar até uma escada no canto do lugar e, sem questionar muito, subi. Ao chegar lá encima vi que tinha um corredor com vários quartos. Sinceramente, esse lugar tem um ar ruim, é como se alguém me observasse.

Ouvi subitamente um barulho como se alguém andasse pelo teto. Provavelmente tinha um sótão nessa casa. Conforme andava tentando achar a entrada dele ouvia mais e mais barulhos de passos. Me cansei:

—QUAL É RUIVA! VOCÊ ME CHAMOU AQUI, VAI APERECER OU NÃO?

Que situação mais ridícula! Ouvi algumas risadas baixas vindo do sótão antes de ver uma parte do teto se abrindo como uma escada de madeira descendo até o piso. Ela estava com um sorriso brincalhão no rosto e usava um vestido branco e comprido creio de pregas. Já vi tudo:

—Vem, estamos esperando por você.

Assenti devagar com a cabeça e subi as escadinhas. O lugar era iluminado por uma janela no fundo, mas diferente do resto da casa era muito limpo e bem cuidado. Obviamente era onde eles mais usavam. Tinham varias estatuas de ninfas espalhadas de tamanho bem pequeno. Caixas e mais caixas jogadas nos cantos e muitos, muitos livros e instrumentos estranhos por todo o lugar, desses que a gente vê em filmes de feitiçaria:

—Bem vindo. – Falou baixinho uma garota loira.

—Oi.

Eles começaram a se apresentar. Tinha um garoto moreno, baixo e muito magro chamado Eduardo que se aproximou de mim, mas depois recuou como se achasse que eu faria algo ruim. Outro garoto sequer se aproximou só ficou me olhando de longe. Ele se chamava Andrew e, diferente do primeiro, ele era bem alto, mas magro também. Sua pele era branca em um tom quase pálido. Seu olhar era serio, mas triste ao mesmo tempo. Olhava-me de uma forma melancólica.

Ao seu lado um menino que não me era estranho. Ele me olhava com certa… raiva? Sim, raiva. Eu me lembro dele. Chama-se Henrique. Já vi os jogadores de basquete pegarem no pé dele varias vezes porque ele é baixinho e gordo. Em algumas ocasiões eu até participei.

 Mas acho que ele me odeia mesmo por causa do que aconteceu ano passado. Vários atletas, inclusive eu, o amarram em um tronco no meio de um milharal. Na minha cabeça ia ser só uma pegadinha, mas a coisa saiu do controle e o pessoal começou a humilhar mesmo ele. Acabei indo embora sem fazer nada pra ajudar. Não gosto de lembrar disso, mas acho que enquanto estiver aqui ele não vai deixar eu me esquecer.

A loira que me deu boas vindas era quase esquelética. O cabelo e a pele sem vida lhe davam um ar mórbido. Eu me senti intimidado com ela me olhando fixamente. Usava uma roupa preta que contrastava com seus olhos azuis, a única parte do corpo que parecia ter vida. Ela se chamava Isabeli.

Eduardo, Andrew, Henrique e Isabeli. Só faltava uma, a dama de branco:

—Eu me chamo Demetria.

Que nome diferente. Bonito, mas bem incomum. Gostei.

Estava prestes a perguntar por que ela tinha me chamado para aquele lugar quando ouvi alguém subindo para onde estávamos e não acreditei no que vi:

—Lucas? O que faz aqui?


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Notas finais do capítulo

Leiam as notas inicias, é sobre a continuação da fanfic.



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