A Forasteira escrita por Dracarys


Capítulo 22
Capítulo 20: Vidas... Mudanças e começos




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POV Bella:

No dia seguinte, acordei bem cedo para que pudesse deixar tudo muito bem preparado para o desjejum dos hóspedes. Edward se remexeu na cama quando eu sentei.

– Já vai se levantar? – ele disse com a voz sonolenta.

– Tenho que arrumar o café para o Conde e a Condessa.

– Hoje é sábado, meu amor, ninguém acorda tão cedo assim.

– Mesmo assim, eu já estou sem sono, vou levantar. – disse e comecei a me levantar.

Quando me levantei e já ia para o guarda roupa pegar uma roupa, senti ser puxada para trás e cai na cama com Edward rindo em cima de mim.

– O que está fazendo?

– Vejamos, estou acordado às seis da manhã, sem nada para fazer, então teoricamente eu estou tentando passar um tempo com minha esposa já que nos últimos tempos nós não tivemos tempo para ficar sozinhos.

– Hum...

– Sei que sente falta de mim, você fala que está tudo bem que eu só estou trabalhando e que estou fazendo o que é certo, mas eu vejo em seus olhos que quer ficar comigo e isso me corta o coração e me fecha a garganta porque eu também quero estar com você a todo instante.

– Desculpe-me, mas eu só quero que todos nós estejamos sempre felizes e você é tão feliz quando está cuidando de todas aquelas pessoas que não tenho coragem de pedir que fique aqui comigo. Desculpe-me.

Uma lágrima escorreu dos meus olhos e senti-a sendo capturada por um beijo cálido de Edward em meu rosto. Logo ele se apossou de minha boca, levando-me a um mundo onde tudo era perfeito, onde ninguém queria nos ver triste, onde estávamos todos juntos. Os lábios de Edward eram o meu pecado, meu fruto proibido em pleno paraíso, um fruto que eu necessitava consumir a cada dia da minha vida, a cada segundo.

Assim que nos separamos vi o olhar travesso de Edward sobre mim.

– Por que está me olhando assim? – perguntei desconfiada.

– Sabe, eu encontrei com um amigo meu que também é médico e sabe o que ele disse que aprendeu com alguns médicos no oriente?

– Nem imagino.

– Que não tem problema nenhum fazer amor durante a gravidez. – ele disse sussurrando e eu senti minhas bochechas arderem. – Sinto tanta sua falta. Falta do seu toque, do seu cheiro, da sua pele macia, do seu corpo junto do meu.

– Também sinto a sua falta.

– Faz amor comigo... – ele pediu rouco.

– Sempre.

Edward me beijou novamente, mas dessa vez com mais desejo, com mais necessidade, com mais vigor.

Suas mãos deslizavam pelo meu corpo como um veludo caro, sentia as roupas serem rapidamente tiradas do meu corpo e o arrepio característico de quando era tocada por Edward tomar seu lugar. Ele era delicado como sempre, até mais do que o normal, de certo pela minha gravidez. As roupas dele também foram rapidamente tiradas, dando-me total acesso a sua pele macia, sentia sua virilidade rígida em contato com minha intimidade, Edward beijava cada parte do meu corpo como se fosse um viajante do deserto que acabara de encontrar um lago para se banhar e saciar sua cede.

E finalmente o contato mais íntimo, a pressão era suave, mas nem por isso intensa, era delicada e excitante, eu e Edward nascemos como opostos e agora como imãs fomos atraídos um para o outro.

Tremores, os melhores tremores que já fui capaz de sentir. Edward era meu homem e de todos os momentos que passávamos juntos não havia nenhum mais intenso e íntimo que esse.

– Como sentia falta de te sentir minha Bella.

– Acho que a gravidez agrava essas sensações, pois nunca senti algo como agora.

– Então vamos providenciar um filho a cada ano. – ele disse rindo e eu o acompanhei.

POV Tânia:

Já fazia algum tempo que eu estava mantendo-me afastada, mas sentia que era a hora de me reaproximar deles, não da maneira boa é claro, nunca irei me curvar e aceitar que Edward tenha me trocado por aquela criada imunda.

Posso até não querer aquele duque amolecido, porém eu não vou deixar que ele seja feliz, se eu não pude ser dele, ela não será também.

– Riley, venha até o quarto. – Riley um garoto cheio de hormônios que eu encontrei por ai, foi só dar a ele o que ele queria e agora eu tenho meu mais novo brinquedo, meu mais novo capacho.

– O que quer?

– Acho que já está na hora de começarmos a traçar o nosso caminho de volta a Londres.

– Mas por que sair da França? – Sim, foi aqui que eu me escondi por um tempo, não podia deixar que desconfiassem que eu tivesse algo a ver com o acidente do Jacob.

– Eu estou cansada de ficar aqui vivendo como uma santa. Vamos, arrume as malas que nós vamos para Londres no primeiro trem.

– Está bem.

...

 Mais tarde estávamos os dois em um trem, era agora que eu planejaria minha vingança. A santa Bella não ficará com toda a glória e os prazeres da vida.

POV Jacob:

Acordei com uma estranha sensação de que algo estava mal, talvez seja a implicância da tal Alma comigo. Veremos... Quem ela pensa que é para desrespeitar a Bella? Insolente.

Fui para a cozinha e por falar na diaba, lá estava ela.

– Bom dia, Brieta.

– Bom dia, meu querido, o que vai querer?

– Só um copo de leite morno.

– Nada disso, você tem que comer e além do mais, hoje você vai acompanhar Bella e a Condessa até a cidade.

– O que elas pretendem fazer?

– Bella precisa de vestidos novos, a barriga está crescendo rápido e ela está precisando de novas roupas.

– É verdade, quando acha que ela terá o bebê?

– Se me intuição não falhar, eu acho que virá logo, mais uns dois ou três meses.

– Mas Edward disse que falta quatro.

– Para os médicos faltam quatro, mas para nós, mulheres mais velhas, quando a moça é jovem como Bella e a gravidez progride assim tão rápido é sinal de que ela não vai completar os meses que deve.

– Então ta.

– Por que vocês ficam dando tanto palpite na vida de sua senhora? Isso é um ultraje. – lá vem...

– Ultraje é você se meter onde não é chamada, e não sei como é na sua terra, mas aqui na casa dos Cullen, os criados são tratados como membros da família. Então não se meta você.

– Petulante.

– Grosseira.

– Rude.

– Você é muito conservadora, que coisa, deixa de ser tão durona.

– Você não sabe de nada. – ela disse com o dedo na minha cara e saiu.

 Três meses depois...

 POV Jacob:

Três meses, como o tempo passa rápido, o que é estranho já que a tendência é o tempo passar mais devagar no campo, bom, talvez seja o fato de estarmos todos alertas com Bella e a gravidez.

As últimas semanas não foram muito generosas com ela, está com a barriga enorme, até parece que são gêmeos, mas Edward acha que não, mas Bella anda passando muito mal e ela já quase entrou em trabalho de parto três vezes.

Fora isso, a única coisa diferente é que a Condessa resolveu ficar conosco por um tempo, e adivinhem quem ficou junto? Sim, Alma, a protetora prepotente e sedutora. Sim, sedutora, pois digamos que mudaram algumas coisas por aqui... Nós continuamos brigando, mas agora fazendo às pazes.

Flashback on:

– Seu egoísta, só porque é homem não quer dizer que pode fazer tudo.

– Não é porque sou homem e sim porque sou mais forte.

Ela me olhou com a cara emburrada.

– Grosso, prepotente, asno, é isso que você é.

– Você me ama.

– O que?

– É a única explicação lógica para tanta implicância.

– Amar um asno como você? NUNCA.

– Não ligue, eu também gosto de você.

– Como... – não a deixei terminar.

Puxei-a para os meus braços, num abraço apertado, acolhedor.

–  O que pensa que vai fazer?

– Isso. – disse e tomei seus lábios nos meus, sentindo aquela doçura escondida por trás de toda aquela casca que havia se formado em seu exterior, a delicadeza de seus lábios macios e cheios. Ela era uma mulher linda, seu corpo comportava toda a beleza típica de uma rebelde, com a mistura perfeita de uma guerreira com uma linda donzela desamparada, o equilíbrio entre essas duas personalidades era incrivelmente bem planejado, como se ela houvesse estudado como fazê-lo durante muito tempo, mas naquele momento, eu tinha a donzela em meus braços, eu tinha a mulher que eu queria viver pro resto dos meus dias.

Flashback off.

Foi isso, eu e ela nos entendemos, mas devo dizer que a dona Lydia tem sua parcela de culpa. Se antes eu achava que Alma era meio... Desalmada. Hoje, percebo que na verdade ela havia criado uma enorme casca em torno de si para se proteger de quem um dia não a protegeu.

Flashback on:

Estava caminhando ao redor da propriedade para certificar que ninguém rondava por ali, mas me deparei com Alma, ela estava usando seu punhal para fazer vários cortes numa árvore. Aproximei-me devagar para não chamar sua atenção, mas fui traído por um galho seco e ela virou rapidamente tacando seu punhal. Tive poucos segundos para desviar sem que ele me atingisse.

Ela veio andando com a expressão carregada, mas algo brilhava em seu rosto, e vinha de seus olhos. Eram lágrimas que teimavam em sair de seus olhos, um pecado em minha opinião. Uma mulher tão linda, chorando?

Assim que chegou até mim, ela olhou bem para meu rosto e então começou a dar socos e tapas em meu peito, não doía, mas me incomodava o fato dela chorar enquanto me batia, como se quisesse se desfazer de um peso enorme. Deixei que ela me batesse até a exaustão e quando ela parou, com as pontas dos dedos levantei seu rosto até poder ver seus olhos e com a outra mão sequei as lágrimas de sua face.

– Então, vai me contar o que tanto a aflige?

– Não vale à pena, isso só provaria o quão desprezível e suja eu sou.

– Não acredito. Por favor, me conte, só quero te ajudar.

Ela olhou para mim e sentou-se na grama, fazendo sinal para que eu me sentasse ao seu lado.

– O que vou lhe contar é algo sujo e repugnante, capaz de desmanchar a honra e a imagem de qualquer moça.

– Tudo que fazemos, fazemos por um motivo. Eu também já fiz coisas horríveis, e agora me redimi e estou do lado de quem vale à pena estar.

Ela abaixou a cabeça por um momento e voltou a erguê-la.

– Está bem, mas preciso que jure que nunca contará para ninguém.

– Eu juro.

– Muito bem, muitos me perguntam por que eu sou tão brusca e fechada, e sempre digo que fui criada para ser assim. Porém, não tem nada a ver com isso, o verdadeiro motivo é que... É que quando eu era mais nova aconteceram coisas horríveis que me fizeram criar essa armadura, não permitindo que ninguém se aproximasse. – ela disse e parou por um instante. – Quando eu tinha mais ou menos 13 anos, minha mãe morreu e eu tive que viver com um tio que era um homem muito ruim, mas que era a única família que eu tinha, já que meu pai abandonara minha mãe quando engravidou. Esse meu tio tinha uma esposa muito bondosa e dois filhos, um deles, o mais novo, era muito inteligente e sonhava em entrar para o exército, ele era muito patriota, o outro era como o pai, grosso, prepotente e, sobretudo, muito arrogante. Um dia, eu estava no milharal com minha tia quando o mais novo veio correndo gritando que o pai estava caído no chão do quarto, sangrando.

Ela fez uma nova pausa e então, continuou.

– Quando chegamos lá, vimos o mais velho sentado numa cadeira com um pequeno punhal na mão, e então olhamos para o meu tio e o vimos com um corte fundo no peito, infelizmente já estava morto, por pior que ele fosse, ele me dera um lar. Meu primo mais velho levantou e puxou minha tia e meu primo mais novo para dentro de um armário, trancando-os lá dentro. Foi então que eu percebi o que ele faria, tentei correr, mas o que uma garotinha de 13 anos pode contra um homem como ele? – ela parou e as lágrimas tomaram conta de seu rosto.

Não me contive e perguntei.

– Alma, o que aconteceu? O que ele fez com você? – embora eu tenha perguntado, eu já sabia a resposta. – Ele não... Não fez o que estou pensando que ele fez.

Ela nada disse apenas acenou um sim com a cabeça. Senti o sangue subir minha cabeça, e jurei que se ele estivesse vivo em qualquer lugar do planeta eu o mataria.

– Onde ele está?

– Morto.

– Como?

– Ele veio para cima de mim e depois disso não me lembro de mais nada, só de ver minha tia estatelada no chão morta a punhaladas e ver meu primo mais novo na porta. Tentei levantar, mas sentia uma dor muito forte, então, meu primo se virou pra mim e disse: “Acabou, ele não vai mais machucar ninguém.” Foi então que eu vi o corpo de meu primo mais velho na soleira da porta. Foi à última vez que vi meu primo mais novo antes dele se juntar ao exército e morrer no campo de batalha anos depois. Recebi uma carta de óbito do exército, quando morava com uma senhora que havia se predisposto a cuidar de mim. Quando tinha 18, ela me arranjou um marido, me casei e fiquei grávida meses depois, porém perdi a criança e ele me largou, alegando que eu era infértil, que não podia segurar uma criança. Depois disso eu conheci Lydia a esposa do conde e ela me abrigou.

– Alma eu... Não sei o que dizer.

– Não precisa dizer. Não quero que diga nada.

Ela se levantou e eu me levantei junto, quando ela fez menção de ir embora eu a abracei, envolvendo-a em um círculo de proteção.

– Não precisa mais se sentir sozinha ou desprotegida, você tem muitos amigos aqui.

Senti seu pequeno corpo tremer, ela chorava e então, senti suas mãos agarrarem com força minha blusa.

Flashback off.

Eu e Alma éramos agora relativamente felizes, ela ainda não aceitou se casar comigo, diz que não será capaz, mas eu sei que no fundo, ela diz sim, posso ver no olhar dela isso.

Estava caminhando pelo pomar, quando vi Alma, vindo na minha direção com o rosto aflito.

– Jacob!

– O que houve? Porque esta cara?

– É a Bella, ela... Bom, eu acho que está para ter o bebê.

– Mas já? Edward disse que talvez demorasse mais duas semanas.

– Você tem que ir logo até a cidade e chamá-lo.

– Já estou indo, mas onde ela está?   

– Brieta e Lydia estão com ela.

– Ok. Estou indo.

Sai correndo até o celeiro e peguei o primeiro cavalo já selado que vi. Corri como o vento para chegar logo até o hospital e quando cheguei, já fui logo entrando, sem olhar para ninguém. Edward logo me viu e veio saber o porquê de eu estar ali.

– O que está fazendo aqui? Por que não está em casa cuidando das crianças e de Bella?

– Ela está tendo o bebê.


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Notas finais do capítulo

Aqui está mais um capítulo.Espero que tenham gostado.Beijos.